A gestão de
risco, no topo
da agenda
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KPMG Business Magazine
Ambiente de incertezas e
estagnação econômica traz
novos desafios em GRC
O gerenciamento de riscos permanece no topo da agenda corporativa
global, por conta da estagnação econômica dos países maduros e
do baixo crescimento nos mercados emergentes, associados à crise
financeira global. Esse ambiente de maior competitividade incrementa
a complexidade, cria incertezas para as organizações e eleva a pressão
sobre os executivos que lidam com gestão de riscos.
“Apesar das melhorias no gerenciamento de riscos conduzidas
pelos executivos, as expectativas dos stakeholders apontam para
a necessidade de uma evolução que conduza a um maior nível de
sofisticação da gestão, para melhorar a capacidade de lidar com as
incertezas e desafios do momento econômico” , avalia Sidney Ito,
sócio-líder de Risk Consulting da KPMG no Brasil e América Latina,
comentando o estudo global Expectations of Risk Management
Outpacing Capabilities – It’s Time For Action, realizado pela The
Economist Intelligence Unit para a KPMG International.
“Quanto maiores os desafios, mais as empresas precisam inovar e
correr riscos, seja por meio de novas tecnologias, seja buscando novos
mercados. Essa dinâmica exige um maior envolvimento e liderança dos
executivos, a fim de responder às exigências do mercado com relação à
governança, risco e compliance” , complementa André Coutinho, sóciolíder de Internal Audit, Risk Consulting Services (Iarcs) da KPMG no Brasil.
A pesquisa, que ouviu 1.092 CEOs, CFOs, conselheiros de
administração e demais executivos das empresas, mapeou a percepção
desses profissionais sobre como suas organizações lidam com o
gerenciamento de riscos, na América do Norte, Europa Ocidental,
América Latina, Oriente Médio e da Região Ásia-Pacífico.
Na avaliação de Coutinho, o estudo mostra que os desafios crescem
mais rapidamente do que a capacidade da maioria das empresas
para lidar com os riscos, de maneira consciente e com a agilidade
necessária. “O levantamento buscou explorar como as empresas estão
se adequando à integração de uma estrutura conceitual holística de
governança, risco e compliance (GRC)” , diz o sócio.
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Comunicar melhor
O estudo Expectations of Risk Management Outpacing Capabilities
sinaliza que há um gap entre os riscos e o aprimoramento no seu
gerenciamento, o que pode levar a um ponto de ruptura. “É um alerta
para que as organizações fortaleçam suas estruturas e processos” ,
continua Sidney Ito. Segundo ele, não há dúvidas, nas empresas,
quanto à relevância do gerenciamento de riscos, mas ainda é preciso
aprimorar as formas de medir o retorno dos investimentos nessa
área e, ao mesmo tempo, comunicar melhor o valor gerado para os
stakeholders. “Quase metade (47%) dos executivos consultados afirma
que a gestão de riscos é essencial para agregar valor aos negócios, em
geral. No entanto, 28% das organizações não contam com nenhuma
forma de medição dos indicadores-chave de risco, conhecidos como
KRI, ou key risk indicators” , esclarece Ito.
O estudo também aponta que, desde o início da crise financeira, muitas
empresas fizeram melhorias em seus sistemas de TI, visando a avançar
na maturidade dos processos de gestão de riscos. Mesmo assim, um
em cada cinco entrevistados (20%) relata que sua organização não tem
processos de quantificação e agregação de riscos.
Qual alternativa reflete melhor a visão da gestão de risco em sua organização?
15%
É essencial para agregar valor ao nosso negócio
como um todo
4%
Ocasionalmente, ajuda a melhorar a forma como
fazemos negócio
Sua contribuição para nossa organização é superficial
34%
Não contribui para o nosso negócio global
47%
Com que frequência são feitas considerações de gestão de risco
nas decisões de planejamento estratégico em sua empresa ?
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3%
KPMG Business11%
Magazine
Constantemente, em todas as decisões/reuniões
Empresas
precisam avançar
na maturidade
dos processos
“A tecnologia é um facilitador importante para o sucesso da
integração do gerenciamento de riscos em toda a organização” ,
analisa Coutinho, lembrando que três quartos dos entrevistados
compartilham dessa opinião. A diversidade de plataformas de TI foi
citada por 41% dos executivos como barreira técnica significativa.
Essa questão leva a outro ponto importante levantado pela pesquisa:
poucas organizações têm claro qual é o tamanho de seu apetite
ao risco. “As organizações mais sofisticadas incluem regularmente
considerações de risco na tomada de decisões estratégicas, de modo
a visualizar o risco pela lente do crescimento” , diz Coutinho.
Mas ele destaca que ainda é baixo (19%) o índice de executivos que
dizem que sua organização documenta seu apetite, sendo que outros
22% informam que há uma avaliação da necessidade do apetite
em desenvolvimento. “Embora se verifique algum progresso nesse
sentido, as organizações precisam se esforçar mais para desenvolver
ferramentas criativas para a tomada de decisão quanto ao apetite ao
risco” , acrescenta o sócio da KPMG.
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Ameaças e linhas de defesa
As maiores ameaças às corporações, segundo os entrevistados do
estudo Expectations of Risk Management Outpacing Capabilities,
decorrem das pressões e mudanças relacionadas ao ambiente
regulatório (46%), seguidas por riscos à reputação (41%), crédito/
mercado/liquidez (34%) e risco político (32%).
“O aumento da complexidade e o reforço do marco regulatório dos
variados mercados são efeitos naturais em momentos imediatamente
posteriores às crises. E o Brasil, como País plenamente integrado no
cenário internacional, reflete o arcabouço de medidas que buscam mitigar
a exposição das empresas e instituições aos variados riscos. Lidar com
as exigências recém-estabelecidas pelos reguladores e com as novas
realidades de mercado é um grande desafio para que os gestores tratem
de modo eficiente e produtivo a exposição corporativa aos riscos” , analisa
Sidney Ito.
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Falta de
pessoal
especializado
ainda preocupa
“Os serviços financeiros e de recursos energéticos e naturais são
dois exemplos de setores nos quais as pressões regulatórias são
de particular preocupação para os gestores de risco. Os executivos
estão conscientes de que a instabilidade em uma parte do mundo
pode ter um profundo impacto na sua empresa, tanto no país de
origem como no exterior” , complementa André Coutinho.
Quanto às possibilidades de prevenção, os executivos acreditam que
as unidades de negócio estão mais aptas a avaliar os seus riscos
e gerenciá-los
do que
umadeárea
específica
gestão de riscos, de
Qual alternativa reflete melhor
a visão da
gestão
risco
em sua de
organização?
compliance ou de auditoria interna.
15%
4%
34%
Outra constatação é que, apesar da reconhecida importância da
gestão de riscos, as organizações ainda se ressentem da carência
É essencial para agregar valor ao nosso negócio
de mão de obra especializada.
Para os participantes do estudo, a
como um todo
falta de recursos humanos e de especialistas no assunto impede a
Ocasionalmente,
ajuda
a melhorar
forma como
convergência das funções
de controles
internos
e deagerenciamento
fazemos negócio
de riscos. “Por conta dessa percepção, a KPMG estruturou o Programa
contribuição
para nossauma
organização
é superficial
Risk University, queSua
transmite
aos executivos
visão abrangente
dos negócios. As companhias precisam de profissionais com perfil
Não contribui para o nosso negócio global
multitarefa, que tenham uma visão integrada e adotem uma postura
holística em GRC” , finaliza Coutinho.
47%
Com que frequência são feitas considerações de gestão de risco
nas decisões de planejamento estratégico em sua empresa ?
11%
3%
20%
Constantemente, em todas as decisões/reuniões
de planejamento estratégico
27%
Frequentemente, na maioria das decisões/reuniões
de planejamento estratégico
Pelo menos anualmente nas reuniões de planejamento estratégico
39%
Raramente, apenas nas decisões/reuniões-chave estratégicas
Não utilizamos/consideramos a gestão de risco em nosso
planejamento estratégico devido às amplas variações das
unidades de negócios
86%
dos entrevistados informam que considerações de gestão de risco
sãoUniversity
utilizadas,
em algum
grau, nas
decisões do planejamento estratégico
Leia mais sobre o Programa Risk
acessando
http://www.kpmg
com/br/pt/servicos/advisory/riskuniversity/Paginas/default.aspx
E acesse a íntegra do estudo Expectations of Risk Management Outpacing Capabilities – It’s Time For Action na página www.kpmg.com/br.
Maiores ameaças para as corporações
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86%
entrevistados informam que
gestão de
risco
dosconsiderações
entrevistados de
informam
que
considerações de gestão de risco
utilizadas, em algum grau,são
nasutilizadas,
decisões do
estratégico
emplanejamento
algum grau, nas
decisões do planejamento estratégico
Maiores ameaças para as corporações
Maiores ameaças para as corporações
34%46% 32%41% 28%34% 17%32% 17%28%
17%
Pressões regulatórias/
Risco Falhas na
Crédito/mercado/
Risco geopolítico
cadeia de
Segurança
Crédito/mercado/
Riscoda
geopolítico Falhas
Falhas na cadeia de
reputacional
risco de mudanças
liquidez no (ex: crise
da
abastecimento
risco de liquidezinformação/
(ex: crise da tecnológicas
abastecimento
ambiente regulatório
zona do euro)
fraude
zona do euro)
12%
11%13%
9%12%
9%11%
7% 9%
Governança
Riscos legais
Infraestrutura
de TI eMídias sociais
Infraestrutura
de TI
Mídias
sociais
Desastres
naturais Mudanças
climáticas
qualidade da informação
scos legais
9%
17%
Segurança da
informação/
fraude
Falhas
tecnológicas
7%
Desastres naturais Mudanças climáticas
A gestão de pessoas também foi lembrada em relação às estruturas
de incentivos na remuneração. Segundo os entrevistados, elas são
deficientes e prejudicam a tomada de decisões baseadas em riscos.
Enquanto a maioria dos executivos diz que suas empresas têm
programas de gestão de riscos relativamente maduros, a remuneração
variável baseada neste componente é apontada como fraca.
A ausência de uma estrutura de remuneração que premie o foco na
gestão de riscos é apontada como uma barreira importante por 33%
dos entrevistados. Outros 40% consideram que a organização associa
a gestão de risco e a remuneração para os profissionais da linha de
negócio.
A última conclusão do levantamento é de que os gastos para
aprimoramento do gerenciamento de riscos continuarão a aumentar
nos próximos três anos. No atual ambiente de negócios cada vez mais
complexo, mais empresas estão investindo em gestão de risco. Dois
terços (65%) dos entrevistados afirmaram que a parcela das receitas
investidas em gestão de risco é maior hoje do que há três anos, e um
número semelhante (66%) espera um aumento ao longo dos próximos
três anos.
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