KPMG Business Magazine 33
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Gestão
Maioria dos empresários
não está disposta a abdicar
do controle das empresas
familiares, o que pode dificultar
a obtenção de investimentos
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Gestão
Empresas
familiares
Estudo aponta como fomentar o
crescimento das companhias por meio de
investidores individuais
A
s empresas familiares
brasileiras possuem
características muito
particulares de gestão e
enfrentam uma série de desafios para
ultrapassar gerações. Um deles é a
pressão extra para crescer e aumentar
os lucros constantemente, já que o
número de pessoas que dependem
do rendimento da empresa familiar
costuma aumentar geração após
geração. E como, de uma forma geral,
os proprietários desse tipo de empresa
priorizam manter o controle, as opções
para obter a necessária injeção de
capital ao longo do tempo podem se
tornar limitadas.
Uma alternativa viável para
esse modelo é destaque de uma
publicação produzida pela KPMG
Global. O estudo “Questões sobre
empresas familiares – fomentando o
crescimento das empresas familiares
através de investidores individuais”
analisa as relações entre empresas
familiares e investidores individuais
de elevada riqueza (HNWIs, do inglês
High Net Worth Individual). Os HNWIs
costumam ser parceiros ideais para
as empresas familiares, porque se
mostram mais dispostos a aceitar uma
participação minoritária no negócio.
Além de representar uma fonte de
financiamento, eles ainda podem
colaborar com ideias e informações para
beneficiar a empresa.
O relatório sugere algumas medidas
para uma relação duradoura e produtiva
entre as duas partes. A atratividade
das empresas, segundo a publicação,
depende do estabelecimento de uma
relação aberta com os HNWIs, de
modo que os investidores possam
intervir e contribuir sem contrariar a
independência estratégica estimada
da empresa familiar. Além disso,
o investimento para construção e
ampliação de redes de relacionamento,
bem como o ato de reconhecer os
horizontes a longo prazo em comum,
para a maioria dos HNWIs, são fatores
importantes dessa parceria.
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Gestão
Outros aspectos facilitadores de uma
aproximação com os HNWIs seriam,
conforme o relatório, destacar os benefícios
tangíveis ao investir no negócio; demonstrar
que a empresa aceita dados externos e que
existe um nível de estruturas formais de
governança; além de considerar a oferta de
uma posição no Conselho ao investidor. Por
outro lado, o estudo também recomenda
ao investidor algumas abordagens que o
tornem atrativo para as empresas. Entre
elas, a principal seria procurar conhecer
as empresas familiares, de modo a
identificar oportunidades de investimento.
Ações como enfatizar o valor que ele
pode agregar à empresa e, acima de tudo,
direcionar o investimento para negócios
que ele realmente conheça, facilitariam o
monitoramento do investimento.
O estudo também recomenda que
o investidor ressalte sua perspectiva de
longo prazo, seja sensível em relação à
divulgação e à elaboração de relatórios e
conheça bem a família. Buscar empresas
familiares mais jovens é outro aspecto
destacado no texto. A pesquisa afirma que,
quanto mais jovem a empresa, maior a
probabilidade de ela oferecer ao investidor
uma participação no negócio.
A versão em português do estudo estará
disponível em breve no site Kpmg.com/br.
Para consultar a
íntegra do estudo,
em inglês, acesse
o QR Code:
O que mostra
a pesquisa
Necessidade
de recursos
Atualmente, 58% dos entrevistados
buscam financiamento externo para
alavancar seus planos de
desenvolvimento de negócios.
Expandir é a prioridade para a
maioria, seja a curto ou a longo prazo.
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Quase metade (42%) das empresas
familiares já obteve financiamento de
HNWI. No entanto, as observações
sugerem que a maioria dos
investidores, nesses casos, são
amigos próximos ou parentes dos
proprietários de empresas familiares.
Autogestão
Governança
corporativa
Muitas empresas familiares
reconhecem a importância da influência
externa e o valor dos membros
independentes do Conselho. Cinquenta
por cento dos entrevistados dizem que
seu Conselho de Governança é
composto por membros não familiares.
Investidores
Conflitos Experiências Retorno
familiares anteriores de capital
Participação
majoritária
Mais de três quartos (76%) dos
entrevistados dizem que os membros
da família mantêm uma participação
majoritária na empresa. E a grande
maioria dos proprietários não está
disposta a vender a empresa ou
abdicar do controle.
Investidores
conhecidos
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Empresas
familiares
Setenta e dois por cento dos HNWIs assumem a
responsabilidade por metade ou mais de seus
investimentos, e 61% dizem que seus
investimentos são exclusivamente
autogerenciados, ou, em sua maior parte, sob
consulta de especialistas.
A maioria (60%) dos HNWIs está à procura de
investimentos com riscos e retornos razoáveis. Além
disso, eles visam uma valorização do capital a longo
prazo. Ambas as características coincidem com o fato
de investirem em empresas familiares.
Quase metade (44%) dos HNWIs já
investiu em uma empresa familiar, e a
grande maioria (95%) diz que foi uma
experiência positiva em comparação a
outros investimentos.
O principal fator que impediria os HNWIs de
investir em empresas familiares é a possibilidade
de conflito entre membros da família. Outra razão
para recusar o investimento seria a limitação de
informações sobre as oportunidades na empresa.
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