QUALIDADE E SEGURANÇA NO CUIDADO AO NEONATO PELO
ENFERMEIRO E O MANEJO DO CATETER EPICUTÂNEO
¹ Luna, Marcia; ²
La-Cava, Ângela Maria
INTRODUÇÃO: O cateter central de inserção periférica, componente essencial para
terapia intravenosa, usado principalmente em unidades neonatais. É um dispositivo
com tempo de permanência prolongado, de fácil instalação, associado a um menor
risco de complicações mecânicas e infecciosas (SECRETARIA DE ESTADO DE
SAÚDE, 2002). Segundo a Resolução do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN) Nº 258 de 2001, o enfermeiro tem respaldo legal para inserir o PICC e em
seus artigos 1º e 2º, diz que o enfermeiro para realizar tal procedimento deverá ter
qualificação e/ou capacitação (COFEN, 2001). Considerando que não existe risco
zero na assistência à saúde, a utilização do PICC pode causar algumas
complicações, eventos adversos. Então é preciso que se tenha uma avaliação
contínua, visando garantir a qualidade do atendimento prestado. Diante dessa
realidade, a ênfase ao uso do PICC vem somar ao que a Organização Mundial da
Saúde (2009, apud ZAMBON, 2010) adota, ou seja, a questão da segurança do
paciente que se refere a “redução dos riscos de danos desnecessários associados à
assistência em saúde até um mínimo aceitável”. Dentre os instrumentos para a
redução dos eventos adversos destacamos as Metas Internacionais de Segurança
do Paciente, estabelecidas pela Joint Comission International, para avaliação de
Acreditação dos Estabelecimentos de Saúde, que têm como propósito promover
melhorias específicas em áreas problemáticas na assistência, relacionadas à
Segurança do Paciente (ZAMBON, 2010). OBJETIVOS: Identificar e analisar as
estratégias utilizadas pelos enfermeiros visando à qualidade e segurança na
utilização do cateter epicutâneo no neonato. METODOLOGIA: Estudo de
abordagem qualitativa, tendo como sujeitos os enfermeiros que executam o manejo
do cateter PICC em neonatos na unidade de internação Prontobaby-Hospital da
Criança e que aceitaram participar da pesquisa após assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecido. Foram realizadas dez entrevistas semiestruturadas, no mês de fevereiro a abril de 2012, gravadas em mp4 e
posteriormente transcritas. Utilizou-se a análise temática no qual “consiste em
¹Acadêmica do 8º período de Enfermagem da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto –
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (EEAP/UNIRIO). E-mail:
[email protected]
² Doutora em Enfermagem. Professor Associado do Departamento de Enfermagem Materno
Infantil da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO. Membro do Núcleo de Pesquisa,
Experimentação e Estudos na área da Mulher e da Criança. Orientadora.
descobrir os ‘núcleos de sentido’ que compõem a comunicação e cuja presença, ou
freqüência de aparição pode significar alguma coisa para objetivo analítico
escolhido” (MINAYO, 2004). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa, em 02 de janeiro de 2012, ata nº 0052/2011 atendendo a Resolução
196/96 sobre pesquisas que envolvem seres humanos. RESULTADOS: Foram
realizadas dez (10) entrevistas, sendo aproximadamente três (3) realizadas a cada
dia, variando conforme a disponibilidade de tempo dos depoentes. Foi possível
verificar quanto ao perfil profissional dos participantes, que há um predomínio de
profissionais de enfermagem do sexo feminino como já foi comprovado
historicamente em várias pesquisas. Metade delas encontrava-se na faixa etária de
26 a 30 anos de idade. O tempo de formação foi: de um total de 10 sujeitos, apenas
2 apresentavam entre 11 a 20 anos de formada, o restante, representando 80%,
tinham de 1 a 7 anos de formação. Quanto à especialização em Neonatologia vale
destacar que de dez depoentes, apenas uma não possuía especialização e outra
ainda estava cursando, ou seja, em sua maioria os profissionais buscam aprimorar
seus conhecimentos em áreas específicas, para assim executarem melhores
práticas na assistência de saúde. Com relação à realização de curso de capacitação
para manejo do PICC, todas o possuíam, dado importante, pois se trata de um
procedimento invasivo que assim como outros podem oferecer riscos, sendo assim,
necessária a capacitação dos profissionais para a utilização dessa tecnologia no
cuidado ao neonato. Além deste, foram citados outros, dentre eles, o de Terapia
Intensiva Pediátrica relevante para o cuidado à clientela. Quanto ao tempo de
atuação na unidade Neonatal houve uma distribuição nos resultados, sendo
predominante o período de “mais de 3 a 5 anos”. Foram delineadas duas (2)
categorias do estudo: Categoria 1 – Representação do PICC no cuidado ao neonato
na ótica da enfermeira e Categoria 2 – Estratégias utilizadas pelo enfermeiro no
manejo do cateter epicutâneo para garantir qualidade e segurança. Quanto à
representação, os sujeitos em sua maioria, o considera um veículo de terapia
intravenosa importante, por ter um menor índice de infecção, ser um dispositivo que
pode ser usado por um longo período de tempo e com menor agressão a criança.
Apontavam o manuseio com técnica asséptica como uma das principais estratégias
utilizadas para garantir qualidade e segurança ao neonato no manejo do cateter
epicutâneo, assim como a passagem do cateter em dupla e a necessidade do
treinamento da equipe. Com relação à existência de protocolo ou comissão que
garantisse qualidade e segurança ao neonato, a maioria relatou a inexistência dos
mesmos, embora reconheçam ser importante. Vale destacar que duas entrevistadas
ao serem questionadas sobre a existência de comissão, apontaram a presença de
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e Comissão de Curativos, dado
importante a assistência, visto que a literatura aponta a grande incidência de
infecção de cateteres venosos centrais nos hospitais e des taca a participação da
CCIH na monitorização do uso do acesso PICC. CONCLUSÕES: Através das falas
das entrevistadas, identificou-se que as enfermeiras envolvidas no manejo do
cateter epicutâneo estão capacitadas para tal e, que a principal estratégia utilizada
para garantir a qualidade e segurança ao neonato diz respeito à manipulação
criteriosa, por profissionais com habilidade e competência. Sendo assim, o estudo é
relevante, pois permite conhecer a realidade da prática assistencial e com isso
contribuir de forma significativa com o cuidar pelos profissionais da área de saúde e
divulgar o conhecimento sobre a prática assistencial com cateteres intravasculares
no ensino de graduação.
DESCRITORES: Enfermagem Pediátrica; Segurança; Tecnologia.
¹Acadêmica do 8º período de Enfermagem da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto –
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (EEAP/UNIRIO). E-mail:
[email protected]
² Doutora em Enfermagem. Professor Associado do Departamento de Enfermagem Materno
Infantil da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO. Membro do Núcleo de Pesquisa,
Experimentação e Estudos na área da Mulher e da Criança. Orientadora.
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Até o momento foram realizadas , dez (10) entrevistas, sendo três (3