ÉTICA, POLÍTICA E SOCIEDADE
Unidade I
Formação da moral ocidental
Tema 3
A moral no pensamento moderno
Profa Giane Albiazzetti
O dilema da moral cristã:
fé e obediência a Deus X autonomia e livre-arbítrio
Se o sujeito moral é aquele que se conduz autonomamente
(indivíduo com livre-arbítrio), como conciliar a liberdade de escolha
com as exigências da vida moralmente correta?
Algumas tentativas de responder a esta questão surgem na Idade
Moderna.
Vídeo
Voa, voa minha liberdade
Jessé
A modernidade, as ideias iluministas,
a razão da existência e o futuro do homem
- Determinismo X Liberdade
- Rousseau e a moral do coração
- Kant e o imperativo categórico
- Hegel e a moral como construção histórico-cultural
- Nietzsche e a genealogia da moral
- Sartre e a questão da liberdade
ROUSSEAU
- Jean Jacques ROSSEAU (1712-
1778/França)
- Filósofo contratualista
- Suas ideias inspiraram a Revolução
Francesa e os processos de independência
das colônias do continente americano.
-Escreveu principalmente sobre a liberdade
natural e a igualdade entre as pessoas.
- O homem nasce bom, mas a sociedade o
corrompe
KANT
- Immanuel KANT (1724-1804/Prússia)
- A crítica da razão pura – limites e aplicações
do conhecimento
- Crítica da razão prática – princípios da ação
moral, a ação do homem em relação aos
outros e a conquista da felicidade.
- Sua obra sobre a moral fundamenta a ética
moderna (moral teórica X moral prática).
- Ao contrário de Rousseau, não concebe a
bondade natural do homem, mas sim a razão
como meio para se tornar bom
Para Kant, o ser humano é
por natureza egoísta,
ambicioso, destrutivo,
agressivo, cruel, ávido por
um prazer que nunca o
saciará e pelo qual matará,
mentirá e roubará. O dever
proposto pela razão é uma
necessidade imperativa para
que o homem se torne um
ser moral.
HEGEL
- Georg Wilhelm Friedrich HEGEL (17701831/Alemanha).
- Principal expoente do idealismo alemão
- Procura explicar o dever imposto pela cultura
- Critica Rosseau e Kant por terem dado mais
atenção à relação entre o sujeito humano e a
natureza do que à relação entre o sujeito humano
e a cultura ou história.
- Para Hegel, as relações sociais e culturais é que
determinam as relações pessoais
Segundo Hegel, somos seres históricos e culturais. Isso significa
que além de nossa vontade individual subjetiva, existe uma
outra vontade, muito mais poderosa, que determina a nossa: a
vontade objetiva, inscrita nas instituições, nos valores sociais,
na cultura.
NIETZSCHE
-Friedrich Wilhelm Nietzsche (18441900/Alemanha).
- Em 1890 sofre uma crise e passa o resto de
sua vida em hospitais psiquiátricos.
- Suas obras têm caráter polêmico e irreverente,
e são voltadas contra a tradição filosófica
racionalista
- O fundamento da vida moral não é a razão,
mas a emoção. Nossos sentimentos produzem
as normas e os valores éticos.
PRINCIPAIS PONTOS DA FILOSOFIA MORAL DE NIETZSCHE
I - A moral racionalista foi erguida com finalidade repressora e
não para garantir o exercício da liberdade humana
II – Essa moral transformou tudo o que é natural e espontâneo
nos seres humanos em vício, erro, culpa, e impôs a eles, com os
nomes de virtude e dever, tudo o que oprime a natureza humana
III – Os desejos e vontades referem-se à vida, à força vital, e
não ao mal, pois este é uma invenção da moral racionalista
PRINCIPAIS PONTOS DA FILOSOFIA MORAL DE NIETZSCHE
IV – A moral racionalista foi inventada
pelos fracos para controlar e dominar os
fortes, cujos desejos, paixões e vontade
afirmam a vida, mesmo na crueldade e na agressividade
V – Transgredir normas e regras estabelecidas é a verdadeira
expressão da liberdade e somente os fortes são capazes dessa
ousadia
VI – A vida se manifesta como saúde,
vigor e imaginação criadora. Por isso
os fortes desconhecem medo, remorso e
humildade
PRINCIPAIS PONTOS DA FILOSOFIA MORAL DE NIETZSCHE
VIII – A moral dos ressentidos, baseada no medo e no ódio à
vida (às paixões, aos desejos, à vontade), inventa uma outra
vida, futura, eterna, incorpórea, que será dada como
recompensa aos que sacrificarem seus impulsos vitais e
aceitarem os valores dos fracos;
SARTRE
-Jean-Paul Charles Aymard Sartre (19051980/França)
- Filósofo existencialista
- Os intelectuais têm de desempenhar um
papel ativo na sociedade
- Apoiou causas políticas de esquerda
- A existência precede a essência - o
homem primeiramente nasce e existe, e só
depois se define
- Não há natureza humana, e não há um
Deus criador para se conceber
-Se não existe Deus, então tudo é natureza, tudo é permitido,
e o indivíduo pode fazer o que bem entender
-O primeiro esforço do existencialismo é colocar todo homem
no domínio de si mesmo, assumindo total responsabilidade
por sua existência e pela existência social
REFERÊNCIAS
ARANHA, M. L. A; MARTINS. M. H. P. “A filosofia da existência”. In: ______
Filosofando: introdução à Filosofia. 3ª ed. revista. São Paulo: Moderna, 2003.
p. 356-359.
CHAUÍ, Marilena. Natureza humana e dever. In: ______. Convite à filosofia. 13ª
ed. São Paulo: Editora Ática, 2005, pp. 315-318.
CHAUÍ, Marilena. Ética das emoções e do desejo. In: ______. Convite à
filosofia. 13ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2005, pp. 327-329.
CHAUÍ, Marilena. Cultura e dever. In: ______. Convite à filosofia. 13ª ed. São
Paulo: Editora Ática, 2005, pp. 318-321.
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ÉTICA MODERNA A ética antropocêntrica