Adequadas condições de trabalho dos
profissionais de saúde é uma das premissas
básicas para a construção de um Sistema de
Saúde
de
boa
qualidade,
resolutivo
e
humanizado. Não é possível organizar serviços
eficientes se os profissionais não tiverem
condições dignas de trabalho.
Este Manual vem preencher uma lacuna no
que
diz
respeito
à
normatização
de
biossegurança
para
os
profissionais
da
Odontologia.
O
estabelecimento
dessas
normas
representa um compromisso da Secretaria de
Higiene e Saúde em garantir condições de
trabalho compatíveis com a defesa da saúde
dos profissionais da área. Isso inclui técnicas e
utilização
de
equipamentos
de
proteção
individual, que certamente vão contribuir não só
para a melhoria das condições de trabalho do
odontólogo e pessoal auxiliar, como também
para o próprio paciente.
3
ÍNDICE
Apresentação............................................ pág. 3
Introdução................................................. pág. 7
I - Controle de infecções no consultório
odontológico.................................... pág. 8
II - Métodos de esterilização .................. pág. 10
1 - Físicos ....................................... pág. 10
2 - Químicos .................................... pág. 14
III - Métodos não preconizados................ pág. 16
IV - Método de desinfecção para os
profissionais e pessoal auxiliar .......... pág. 17
V - Lembretes técnicos .......................... pág. 19
VI - Controle da infecção no consultório
odontológico....................................
pág. 19
VII - Atender sem medo........................... pág. 22
VIII - Bibliografia....................................... pág. 25
INTRODUÇÃO
Este manual é uma compilação das normas
preconizadas pela Organização Mundial de Saúde,
Organização Pan-Americana de Saúde e vários autores,
com vistas à proteção do profissional odontológico,
pessoal auxiliar e do próprio paciente.
Procurou-se organizar, de modo simples e
objetivo, os métodos de esterilização e desinfecção,
assim como a rotina do trabalho odontológico. Alguns
métodos citados estão fora da nossa realidade
econômica, razão pela qual são apresentadas formas
alternativas que poderão ser utilizadas por qualquer
profissional nos seus diversos serviços (públicos e/ou
privados). Outros, embora ultrapassados, são citados
apenas como reminiscência e não para serem utilizados.
Com este manual, a Secretaria de Higiene e
Saúde espera haver contribuído para dirimir algumas
dúvidas existentes no que concerne à biossegurança na
prática odontológica. Eventuais consultas e sugestões
podem ser feitas à Policlínica do Centro Velho, Rua João
Octávio nº 40, ou ao Núcleo de Aids em Odontologia de
Santos, que funciona no Centro de Referência em Aids
(CRAids), Rua Dona Luíza Macuco nº 40.
7
I - CONTROLE DE INFECÇÕES NO
CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
O cirurgião-dentista trabalha na boca do paciente e
muito próximo deste, expondo-se assim aos microorganismos
presentes na flora bucal e às gotículas de respiração. Por outro
lado, muitos instrumentos, materiais e mesmo os dedos do
profissional são colocados e retirados constantemente da área
de trabalho.
Segundo os pesquisadores Calmes e Lillich, a
contaminação cruzada no consultório pode ocorrer por quatro
vias:
- de paciente para o pessoal odontológico
- do pessoal odontológico para o paciente
- de paciente para paciente, através do pessoal odontológico
- de paciente para paciente, através de instrumental, material e
equipamentos.
Uma cadeia epidemiológica eventualmente formada,
passando pelo consultório, é difícil de ser comprovada, uma
vez que a maioria dos pacientes é aparentemente saudável.
Além disso, muitas das moléstias cuja cadeia envolve a
orofaringe podem ser transmitidas antes do aparecimento dos
sintomas clínicos (período de incubação), bem como em casos
de infecções subclínicas, infecções inaparentes e por
portadores sãos.
Se considerarmos o número
de pacientes atendidos e o número
de moléstias sob suspeição, tornase clara a evidência do risco de
contaminação.
Não
é
de
se
estranhar que muitas das moléstias
profissionais na odontologia sejam
moléstias infecciosas.
8
PRINCIPAIS MOLÉSTIAS
VEICULADAS PELA SALIVA
• Parotidite
• Sífilis
• Hepatite
• Varicela
• Herpes simples
• Coqueluche
• Citomegalia
• Herpangina
VEICULADAS PELA
OROFARINGE
• Tuberculose
• Gripe
• Sarampo
• Rinoviroses
• Adenoviroses
VEICULADAS POR
SANGUE OU SORO
• Hepatite B
• AIDS
CONCEITOS
a) ESTERILIZAÇÃO - processo pelo qual todos os
microorganismos são completamente eliminados. A esterilização é
aplicada em instrumental.
b) DESINFECÇÃO - consiste na destruição de grande parte
dos microorganismos patogênicos, mas não necessariamente
matando os esporos. A desinfecção é aplicada em material inerte,
como pisos, paredes, móveis, equipamentos odontológicos e
utensílios.
c ) DEGERMAÇAO OU ANTI-SEPSIA - é a remoção ou
redução das bactérias da pele, seja por meio da limpeza
mecânica (escovação com sabão ou
detergente), ou por meio de agentes
químicos (anti-sepsia). E aplicada sobre
tecidos vivos - pele, mãos e gengivas.
d) ASSEPSIA - é o conjunto de
medidas que tem por finalidade evitar a
chegada de germes em um meio (local)
que não os contenha.
9
II - MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO
1) FÍSICOS 1.1 pelo calor 1.1.1 úmido - autoclave
1.1.2 seco - incineração
- estufa
1.2 por irradiação 1.2.1 - ionizante
2) QUÍMICOS
2.1 glutaraldeído
2.2 óxido de etileno (gás)
MÉTODOS NÃO PRECONIZADOS
FÍSICOS Panela de pressão/ebulidor
Flambagem
Radiação não ionizantes
QUÍMICOS Formaldeído
MÉTODOS FÍSICOS DE ESTERILIZAÇÃO
ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR ÚMIDO
• AUTOCLAVE - VAPOR D'ÁGUA SOB PRESSÃO
A autoclavação é o mais conhecido, mais utilizado e o mais
eficiente método de esterilização usado em todo o mundo, com
exceção do Brasil. O processo é feito em aparelhos denominados
autoclave, fabricados em vários tamanhos e formas, com câmara
simples ou dupla.
A autoclave apresenta grande eficácia na esterilização do
material, porém exige, para o seu manuseio, pessoal treinado e com
conhecimento básico dos princípios de seu
funcionamento, noções de microbiologia,
de contaminação e de infecção.
Para
maior
eficiência
desse
equipamento, é importante a observância
dos mesmos princípios de tempo de
exposição do material à temperatura
máxima exigida para cada tipo de
instrumental a ser esterilizado.
10
Desse modo, 15 ou 30 minutos de exposição a 127°C de
temperatura do vapor são suficientes para esterilização de
qualquer das formas de bactérias.
Por esse processo pode ser submetido qualquer material, não
havendo danos ao efeito da umidade e da temperatura.
PREPARO DO MATERIAL
Depois de o material estar completamente limpo e seco, deve
ser acondicionado em pacotes, tambores, caixas metálicas ou
vidros.
Quando os pacotes são feitos em pano, devem ter tamanho
adequado e permeável ao vapor. Recomenda-se que o pano seja
íntegro (sem furos) e duplo para evitar possível recontaminação.
As caixas, tambores e vidros devem ser colocados semiabertos na autoclave, exigindo, no ato de sua retirada do aparelho,
todo o cuidado para fechá-los a fim de evitar risco de
contaminação.
ESTERILIZAÇÃO NA AUTOCLAVE A 127°C E 1,5 ATMOSFERA
DE PRESSÃO
• roupa e outros tecidos de algodão ...............................30 minutos
• objetos metálicos (instrumental) .................................30 minutos
• vidros e borrachas .....................................................15 minutos
• água destilada em vidros ............................................15 minutos
CUIDADOS APÓS A ESTERILIZAÇÃO:
• observar a completa despressurização da autoclave
• observar se todos os manômetros indicam o término da
operação
• retirar o material, fechado e lacrado com fita crepe, e datá-lo
• a umidade dos pacotes indica defeito da autoclavagem ou
inobservância, pelo operador, do tempo de
secagem. Nesse caso, a esterilização
deve ser refeita
11
ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR SECO
• INCINERAÇÃO
Resume-se na destruição dos germes e do material ao
atingir a carbonização. Em hospitais, é empregado quando o
material é considerado altamente contaminado e sem
possibilidade de aproveitamento posterior, como curativos,
colchões, travesseiros, papéis, etc.
• ESTUFA
Obtido através da circulação do ar quente.
Por ausência de umidade, a destruição das bactérias se dá
pela oxidação das células secas, exigindo, portanto, maior
temperatura e maior tempo de exposição do material que se
deseja esterilizar.
ESTERILIZAÇÃO EM ESTUFA A 170° C:
Material
Tempo de exposição
METAIS .............................................................. 120 minutos
VIDROS ................................................................... 60 minutos
TALCO.................................................................. 120 minutos
VASELINA E ÓLEOS EM GERAL........................... 120 minutos
Como qualquer outro método de esterilização, a estufa
também
merece
atenção
especial
no
preparo,
no
acondicionamento do material no aparelho e na qualidade do
material a ser submetido ao processo.
•
•
•
•
Os cuidados gerais são comuns a qualquer dos métodos de
esterilização: limpeza e secagem do material, acondicionamento
correto, boa disposição das caixas e volumes.
MANUSEIO DA ESTUFA
1. ligar a estufa vazia e fechada.
2. esperar o termômetro atingir 170° C.
3. abrir a estufa e colocar o material
rapidamente para não ocorrer queda
significativa de temperatura
12
4. esperar o termômetro atingir novamente 170° C
5. marcar o tempo desejado
6. depois de marcado o tempo, não abrir a porta nem colocar
outro material dentro da estufa
7. durante
esse
período,
verificar
constantemente
o
termômetro, observando se não há alterações da
temperatura. Caso ocorra alteração, regular o termostato
para a temperatura desejada e recomeçar a marcar o
tempo
8. terminado o tempo necessário, desligar a estufa e deixar a
temperatura abaixar gradualmente, de preferência com o
equipamento fechado
9. caso seja necessário o uso imediato do material, deixar a
porta semi-aberta. O material, entretanto, deve ser resfriado
gradualmente.
ATENÇÃO: Panos, papel, algodão e borracha não deverão ser
esterilizados na estufa porque
• não são bons condutores de calor
• queimam as fibras e perdem sua capacidade de absorção
• as borrachas derretem sob a ação do calor.
• são inflamáveis, pegando fogo com
temperatura elevada.
Para
maior
durabilidade,
recomendase proteger, com papel
laminado,
os
espelhos
bucais
e
o
fio
de
instrumentos
de
corte,
como tesouras e bisturis.
Após a higienização
e
secagem
de
instrumentais
como
fórceps,
pinça,
portaagulha
e
tesoura,
é
recomendável
lubrificar
suas
junções
e
articulações.
facilidade
a
uma
ESTERILIZAÇÃO POR IRRADIAÇÃO
RADIAÇÃO IONIZANTE
É um processo nuclear de destruição de bactérias nas
suas diferentes formas de virulência e de vida.
No caso específico da esterilização de material, são
empregados os raios gama. Eles causam destruição total das
células vivas e desorganizam suas moléculas, além de terem alto
poder de penetração, atravessando o plástico, o papel espesso,
etc.
As relativas desvantagens dos raios gama estão em seu
alto custo e pelo fato de exigir pessoal altamente especializado
para utilizar esse processo, havendo necessidade, ainda, de
controle permanente da equipe, a fim de assegurar a
integridade de sua saúde.
Esse método é utilizado na esterilização de alimentos
conservados.
MÉTODOS QUÍMICOS DE ESTERILIZAÇÃO
Esterilizantes químicos são preparações destinadas à
esterilização de materiais sensíveis ao calor.
Um esterilizante químico deve satisfazer às seguintes
condições:
− ser bactericida, virucida e fungicida
− ser esporicida a frio
− não alterar borracha ou plástico
− não danificar equipamentos
− não ser irritante para mucosas ou pele
É importante estabelecer normas
de conduta na técnica de esterilização
por produtos químicos para que o
resultado seja plenamente alcançado:
• o instrumental a ser esterilizado deve
ser
rigorosamente
limpo
com
desincrostante, sabão ou
14
detergente antes de ser colocado na solução.
• o material deve ser colocado em cuba fechada e totalmente
submerso na solução.
• recomenda-se não colocar juntos, na mesma cuba ou bandeja,
materiais diferentes (aço e alumínio, por exemplo), visando
prevenir corrosão do tipo eletrolítica.
• deve-se evitar abrir sucessivamente a cuba depois de colocada
a solução.
• observar o prazo de validade da solução - a cada sete dias, no
máximo, ela deverá ser trocada, dependendo de quantas vezes
foi usada.
• usar pinça esterilizada para retirar o material da solução.
• enxaguar abundantemente o material com soro fisiológico,
antes de usá-lo no paciente.
• GLUTARALDEÍDO
São utilizadas, atualmente, duas formulações aquosas a
2%:
POTENCIALIZADA - (PH ácido ou PH 3,4 a 3,6) - mantém-se
ativa por 28 dias, mas possui menor poder esporicida.
ATIVA - (PH alcalino ou PH 7,5 a 8,5) - mantém-se ativa por 14
dias, porém com maior poder esporicida.
O tempo de exposição do material deve ser de 10 horas
(esterilização) ou de 30 minutos (desinfecção). A
substância é menos irritante e corrosiva do que o
formaldeído.
• ÓXIDO
DE
ETILENO
(esterilizante químico a gás)
Esterilização
mais
complexa, razão pela qual é
limitada a artigos que não
resistem
ao
calor
(uso
hospitalar).
O
produto
é
altamente inflamável.
15
Durante a esterilização, o óxido de etileno dissolve-se
nos materiais (plástico, borracha, téxteis e couro) e estes,
impregnados, podem provocar queimaduras químicas quando
entram em contato com tecidos humanos. Por essa razão, há
necessidade de uma exposição mínima de 24 horas ao ar,
para garantir a eliminação do gás.
O óxido de etileno destrói todas as formas de
microorganismos, mas tem como incoveniente o alto custo. A
uma temperatura de 54° C, sua concentração deve ser de 500
mg/litro.
I I I - MÉTODOS NÃO PRECONIZADOS
FÍSICOS
• PANELA DE PRESSÃO/EBULIDOR - seu uso é condenado
em todos os países com normas rígidas de segurança.
• FLAMBAGEM - não é um eficiente processo de esterilização
para odontologia, pois o material só pode ser considerado estéril
quando chegar ao rubro. E quando isto acontece, o material
certamente estará danificado porque o processo destempera
as ligas metálicas, tornando-as extremamente friáveis.
O método é desaconselhável, também, pelo perigo de
acidentes ocasionais.
• RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE
- é feita através de raios
ultra-violeta. Não deve ser
usada para instrumental
odontológico, pois os raios
ultravioleta devem incidir
diretamente sobre toda a
superfície a esterilizar. Isso
é praticamente impossível,
uma
vez
que
o
instrumental
16
necessita de apoio em algum ponto.
O método é indicado para manter em condições higiênicas o
local onde se colocam os instrumentos esterilizados (bandejas).
QUÍMICOS
• FORMALDEÍDO - é um gás incolor e cáustico que, em contato
com a pele, pode sensibilizá-la e queratinizá-la. É também irritante
para as mucosas nasal e ocular, podendo ainda ocasionar
bronquite e pneumonia.
IV - MÉTODO DE DESINFECÇÃO PARA
OS PROFISSIONAIS E PESSOAL AUXILIAR
DEGERMAÇÃO E ANTI-SEPSIA
1. Lavagem básica das mãos:
As mãos do profissional de saúde constituem importante
veículo na transmissão de várias doenças. Tal fato justifica uma
maior atenção voltada para a técnica correta de lavagem, uma vez
que reduz populações microbianas, diminuindo, consequentemente,
a possibilidade de contaminações.
2. Soluções anti-sépticas:
Um anti-séptico adequado é aquele que exerce sua atividade
germicida na presença de sangue, pús ou muco, sem irritar a pele
ou as mucosas.
As soluções mais usadas são:
a) solução aquosa de PVP-I a 10% (1% iodo ativo) - por não
ser irritante, é indicada para anti-sepsia das mucosas oral, ocular,
intestinal e vaginal, bem como em feridas e queimaduras.
b) solução alcoólica de PVP-I a 10% (1% iodo ativo) - usada
na anti-sepsia pré-operatória.
c) solução alcoólica de iodo a 1% (álcool iodado) - a
associação desses dois anti-sépticos (álcool + iodo) constitui um
composto de ação semelhante ao PVP-I a 10%. Vem sendo
utilizada, portanto, como forma alternativa, por satisfazer as
exigências de um anti-séptico eficaz, associada a baixo custo e
facilidade de preparo.
17
TABELA PARA ESTERILIZAÇÃO
calor seco
APARELHO/
PRODUTO
estufa
TEMPERATURA
170° C
120 min.
calor úmido
autoclave
135° C
20 min.
químico
glutaraldeído a 2%
TIPO
TEMPO
10 horas
TABELA PARA DESINFECÇÃO
PRODUTO
álcool
a 70%
LOCAL
superfícies
não
metálicas
superfícies
metálicas
glutaraldeído a 2%
material
instrumental
imersão
30 minutos
material
instrumental
imersão
20 minutos
hipoclorito
de sódio
desincrostante
Obs:.não é
desinfectante
18
FORMA
TEMPO
fricção
30 segundos
fricção
30 segundos
V - LEMBRETES TÉCNICOS IMPORTANTES
• A limpeza é o maior potencializador do agente esterilizador ou
desinfetante. O instrumental deve ser rigorosamente limpo e
seco antes de ser iniciado qualquer processo, pois resíduos
orgânicos - nos quais soro, sangue, secreções e saliva são
muito ricos - podem proteger os microorganismos da ação dos
agentes químicos e físicos.
• A escolha do método de esterilização fica condicionada às
vantagens que cada um deles oferece. É preciso pensar nas
particularidades do material a ser esterilizado, em sua vida útil,
em sua resistência, etc.
• Jamais interrompa um ciclo de esterilização ou desinfecção,
sob pena de torná-lo inútil.
• Procure conhecer o elemento básico que compõe o
desinfetante escolhido para poder avaliar sua atividade biocida
e seu tempo de ação.
• Luvas de borracha são a única proteção dos profissionais
contra o contágio através de microtraumas. Depois de usadas,
devem sempre ser descartadas.
• Considere cada paciente como potencialmente de risco.
VI - CONTROLE DA INFECÇÃO NO
CONSULTÓRIO
ODONTOLÓGICO
1. LAVAGEM DAS MÃOS
É
uma
das
medidas
higiênicas mais importantes. Para
tanto, retire relógios, anéis ou jóias
antes de iniciar as atividades do
dia.
19
Use,
de
sabão líquido.
preferência,
Ensaboe as mãos e
friccione-as por aproximadamente
15 segundos, em todas as faces e
espaços interdigitais, articulações,
unhas e extremidades dos dedos.
Enxugue as mãos com
papel toalha descartável.
Feche a torneira, usando
papel toalha descartável, sem
encostar as mãos na pia ou na
torneira.
Na falta de papel toalha, ensaboe a torneira antes de
iniciar o procedimento e enxague-a antes do término.
2. CONTROLE DO AMBIENTE
2.1
DIMINUIÇÃO
DO
NÚMERO
DE
PARTÍCULAS
CONTAMINADAS PRODUZIDAS PELO AEROSSOL
Germes do aerossol podem ser provenientes das
tubulações e reservatórios de água e ar, ou da própria cavidade
oral
do
paciente.
É
recomendada a higienização
prévia da boca do paciente por
qualquer
dos
meios
convencionais - escovação e/ou
bochechos -, pois isso reduz a
contaminação em no mínimo
50%.
2.2 DIMINUIÇÃO DA CONTAMINAÇÃO
DO AR POR EXAUSTOR OU
FILTROS ESPECIAIS NA SALA..
O custo do equipamento e
as despesas com a manu-
20
tenção são bastante elevados.
Como alternativa, considere as
condições de ventilação do
ambiente e a incidência de luz
solar direta.
2.3. USO DE BARREIRAS
PARA IMPEDIR A INALAÇÃO
OU
CONTATO
COM
PARTÍCULAS
CONTAMINADAS
A finalidade é proteger o
profissional e o pessoal auxiliar,
tanto do aerossol, como de partículas maiores, afetadas durante
o tratamento. Para tanto, é imprescindível o uso de máscaras,
gorros, óculos e aventais pelos profissionais e pelo pessoal
auxiliar. Embale o equipamento com filme de P.V.C. transparente,
fazendo o mesmo com as pontas (alta, baixa rotação), a seringa
tríplice, o carte e/ou mesa auxiliar, o espaldar da cadeira (pode
ser usado, também, saco de lixo), o refletor (puxador e
interruptor) e todas as superfícies com as quais o profissional
mantenha contato.
2.4 Para limpeza de pisos, paredes, bancadas, móveis e
equipamentos com superfícies não metálicas, é adequado o uso
de glutaraldeído a 2%.
OBSERVAÇÃO: Esta desinfecção
deve ser feita logo após qualquer
derramamento de sangue e/ou
material infeccioso, ao terminar as
atividades de trabalho de cada
paciente e pelo menos uma vez por
dia, antes de se iniciar o
atendimento.
21
2.5 Todo material usado no
atendimento odontológico (gazes,
algodão, sugadores descartáveis,
luvas e outros) deve ser
desprezado em saco plástico
próprio para lixo séptico e
colocado longe de cães e
roedores. Agulhas, lâminas de
bisturi e todo material cortante
e/ou pontiagudo precisa ser
colocado em latas ou garrafas
plásticas com hipoclorito de sódio
e rotulado como 'contaminado'.
2.6 Todo e qualquer sangue derramado deve ser imediatamente
limpo com solução de hipoclorito de sódio a 1% ou glutaraldeído
a 2%.
2.7 As canetas de alta rotação devem ser colocadas em
movimento para descarga de água dentro de um recipiente ou
pia por 20 a 30 segundos, após o atendimento de cada paciente,
no começo e no final do dia de trabalho, e ainda friccionadas com
álcool a 70% por 30 segundos.
VII - ATENDER SEM MEDO
Uma das maiores preocupações dos profissionais, do
pessoal auxiliar e dos pacientes é o contágio, sobretudo em
relação à AIDS.
Normalmente, os profissionais da área odontológica,
quando
se
deparam
com
pacientes
soropositivos
para
HIV, ou mesmo contaminados
com o vírus da hepatite B,
sentem-se inseguros em como
proceder ao atendimento.
Em
muitos
casos,
acabam dispensando seus pa-
22
cientes por um único motivo: medo.
Mas não é preciso ter receio.
É só seguir as normas de biossegurança.
A
princípio
pode
parecer
complicado. Mas se for criada uma
rotina no consultório, essa sistemática se mostrará muito mais
simples e barata cio que parece.
É uma questão de hábito.
Siga estas orientações para
iniciar o seu dia de trabalho:
CIRURGIÃO-DENTISTA
Ao atender o primeiro paciente, tome as seguintes
providências:
• colocação de gorro, máscara e óculos de proteção
• anti-sepsia das mãos com sabão líquido e/ou PVP-I
degermante; enxugar as mãos e fechar as torneiras com papel
toalha; vestir o avental e calçar as luvas
• efetuar o exame clínico
• promover o ato operatório
• desprezar gaze e algodão com sangue em invólucro próprio
ou separar na cuba-rim até o descarte
• desprezar objetos perfuro-cortantes em latas ou garrafas
plásticas com solução de hipoclorito de sódio a 0,5%
terminado o atendimento:
• retirar óculos, máscara gorro
• retirar luvas e avental
• lavar as mãos
• preencher a ficha clínica
• descansar
Siga esse mesmo esquema ao
atender cada um dos pacientes
seguintes.
23
AUXILIAR ODONTOLÓGICO
Para atender o primeiro
paciente, é responsabilidade da
auxiliar odontológica:
• embalar o equipamento, equipo,
pontas, espaldar da cadeira e refletor com filme PVC transparente
• recepcionar o paciente
• posicioná-lo na cadeira
• providenciar guardanapo ou campo
• paramentar-se, seguindo a mesma seqüência do cirurgiãodentista
• auxiliar o ato operatório
• desprezar gaze e algodão com sangue em invólucro próprio ou
separar na cuba-rim até o descarte
• desprezar objetos perfuro-cortantes em latas ou garrafas plásticas
com solução de hipoclorito de sódio a 0,5%
• acompanhar o paciente na saída da sala
• colocar o instrumental utilizado no desincrostante ou em
glutaraldeído a 2% por 30 minutos
• desembalar todo o consultório
• desinfetar o consultório:
- superfícies metálicas - fricção com álcool a 70% por 30
segundos
- superfícies não metálicas - hipoclorito de sódio ou glutaraldeído.
• desparamentar-se
• lavar as mãos.
SEGUNDO PACIENTE
Embalar o consultório,
seguindo a seqüência anterior
para cada um dos demais
pacientes a serem atendidos.
24
VIII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DA MATA, Dilma Ferreira - Universidade Federal de Minas
Gerais - Faculdade de Medicina - Apostila de Esterilizarão
ROSETINI, SMO - Contágio no Consultório Odontológico - 1ª
edição - São Paulo - Editora Santos - 1985
AIDS E OUTRAS INFECÇÕES VIRAIS NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA, Brasília – 1985
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE ODONTOLOGIA: Normas de biossegurança
para manejo de pacientes e indivíduos infectados pelo HIV
CALMES, ROBERTO B. E LILLICH, THOMAS - Desinfecção na
a
prática odontológica - 1
edição, McGraw Hill do Brasil São Paulo, 1979
AUXILIAR ODONTOLÓGICA - apostilas - cursos III, IV e V Associação dos Cirurgiões-Dentistas de Santos e São
Vicente - vários autores.
NORMAS TÉCNICAS PRECONIZADAS PELA OMS E OPAS
GENEVESE, E.J. E LOPES, ATTILIO - Doenças profissionais
do cirurgião-dentista – 1ª edição - Pancast Editora
COSTA, ANITA DE OLIVEIRA & GALVÃO, MARIA S.S. &
MASSA, NILZETE GOMES - Esterilização e desinfecção 1ª edição - Cortez Editora, 1990
25
Manual elaborado por
Alcino Antônio Campos Golegã, C.D.
Regina Maria C. Tellini, C.D.
Fotografias
Ernesto Papa
Projeto gráfico e ilustrações
Artphício - Criação e Produção Gráfica
Coordenação
Rosangela B. Vieira de Menezes e Silva Mtb. 12.816
26
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