WBS
Projeto
s
GESTÃO PMI News
Ano 2 – N° 4 – São Paulo
Março/Abril de 2004
Gerenciamento
Editorial
Prezados colegas,
Nesta 4.a edição da “Gestão PMI News” temos os artigos :
-
“A qualidade no Gerenciamento de Projetos”, que compila os principais conceitos e
postulados dos grandes gurus da qualidade, as ferramentas e técnicas da qualidade
bem como os processos desta disciplina segundo o PMI.
-
“Sugestões para a Análise de Riscos”, que explicita o ganho do uso de “templates” de
gerenciamento de riscos em TI.
-
“Projetos de Software: Em que Ponto da História Estamos?” , que fornece uma visão
histórica entre a comparação das Engenharias em sintonia ao artigo "Projetos e
Engenharias: Alguma Semelhança?", publicado na primeira edição da “NewsLetter”.
Abraços,
Augusto Camargos, PMP.
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Índice Remissivo
EDITORIAL ....................................................................................................................................... 1
SUGESTÕES PARA A ANÁLISE DE RISCOS ........................................................................................... 3
PROJETOS DE SOFTWARE: EM QUE PONTO DA HISTÓRIA ESTAMOS? ..................................... 5
A QUALIDADE NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS....................................................................... 7
1.
2.
3.
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 7
O QUE É QUALIDADE?........................................................................................................................... 7
CONCEITOS ESTATÍSTICOS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE ............................................................... 8
3.1. Sistemas de Controle de Qualidade................................................................................................. 9
3.2. Como ferramentas mais usadas no processo de controle e garantia da qualidade temos:............. 9
4.
O PLANEJAMENTO PARA A QUALIDADE NOS PROJETOS ...................................................................... 10
4.1. Necessidades do Gerente de Projeto ............................................................................................. 10
4.2. Destacam-se ainda como elementos-chave:.................................................................................. 11
5.
O CUSTO DA QUALIDADE ................................................................................................................... 11
5.1. Categorias do custo da qualidade................................................................................................. 12
6.
PESSOAS NA QUALIDADE DOS PROJETOS ............................................................................................ 13
6.1. Parceiros da Qualidade ................................................................................................................ 13
6.2. Gerenciamento do processo .......................................................................................................... 14
7.
PROCESSOS DO GERENCIAMENTO DA QUALIDADE BASEADOS NO PMBOK........................................ 14
7.1. Planejamento da Qualidade .......................................................................................................... 14
7.2. Garantia da Qualidade ................................................................................................................. 15
7.3. Controle da Qualidade.................................................................................................................. 15
8.
CONCLUSÃO : ALCANÇANDO A QUALIDADE NOS PROJETOS ............................................................... 15
9.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 16
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Sugestões para a Análise de Riscos
Enock Godoy de Souza, MSc
Das áreas de conhecimento da Gestão de Projetos, a Gestão de Riscos é ao mesmo
tempo uma das áreas mais críticas e menos aplicadas na prática, em se tratando de
projetos de Sistemas de Informação. Apesar de sua grande importância e utilidade,
enfatizadas pelo PMBOK, a utilização de uma análise de risco rigorosa como forma de
tratar melhor a incerteza inerente aos projetos é largamente negligenciada na área de
Informática. Nesse caso, essa incerteza está relacionada também à algumas
particularidades da tecnologia, das metodologia de desenvolvimento de sistemas e
gerenciamento de projetos utilizadas, além das peculiaridades inerentes a cada
organização.
Cabe aqui explicar que essas peculiaridades tais como cultura organizacional, maturidade
na utilização do processo de desenvolvimento adotado, maturidade na utilização da
tecnologia, entre outros, podem ser fontes de ameaças ou oportunidades. É importante
perceber que essas ameças, muitas delas ocultas, são aplicáveis à maioria dos projetos
de uma determinada organização, o que potencialmente faz com que os gestores gastem
seu tempo de forma redundante, descobrindo riscos semelhantes em projetos diferentes.
Apesar de possuir uma importância muito grande na Gestão de Projetos, a Análise de
Riscos não deveria e não precisaria ser um processo demasiadamente oneroso. Partindo
do pressuposto de que os projetos de Sistemas de Informação de uma determinada
organização possuem diversos riscos semelhantes, a adoção de um template contendo
os riscos mais comuns e as respostas padrão a esses riscos, minimizaria o tempo gasto
com sua análise, possibilitando que o gerente do projeto invista mais tempo na busca dos
riscos específicos do seu projeto.
Dessa maneira, a busca pelos riscos mais específicos proporciona uma maior sofisticação
e profissionalização na análise de risco, potencialmente acarretando uma maior eficácia
na gestão dos riscos e, consequentemente, uma maior produtividade do profissional que
estiver executando a análise de risco. Tudo isso com grandes benefícios para o projeto.
O desenvolvimento desse template poderia ocorrer a partir dos riscos mais comumente
apontados, ou ainda de uma reunião de brainstorming entre gerentes de projeto,
profissionais de metodologia e outros intervenientes.
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Apesar da expectativa de ganho derivada da utilização de um template, devemos tomar o
cuidado para que o mesmo não se torne a análise de riscos padrão dos projetos da
empresa, mas a base de uma análise de riscos rigorosa. A tentação de considerar que os
riscos apontados no template são suficientes para a análiese de riscos do projeto deve
ser evitada, pois isso diminuiria a qualidade da análise de riscos sendo efetuada.
Concluíndo, apesar de fortemente recomendar a utilização de um template de Análise de
Risco em organizações usuárias de sistemas de informação, estas precisam conscientizar
e treinar seus gerentes de projetos para uma utilização adequada do modelo
disponibilizado. Com o desenvolvimento de um template abrangente e sua utilização
responsável a Análise de Risco pode deixar de ser um trabalho oneroso e repetitivo e se
transformar em um exercício de raciocínio e criatividade.
Sobre o autor
Enock Godoy de Souza é formado em Ciência da Computação pela USP, pós-graduado
em Administração de Empresas pela EAESP/FGV, Mestrado em Gerenciamento de
Sistemas de Informação pela London School of Economics and Political Science (LSE) e
atua como líder de projetos em TI na área financeira em São Paulo. O autor é afiliado à
AIS (Association for Information Systems).
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Projetos de Software: Em que Ponto da História Estamos?
Pedro Di Pierro Celestino
A gestão de projetos de software é uma disciplina ao mesmo tempo promissora e
desafiante. Ao mesmo tempo em que pessoas das áreas acadêmica, governamental e
empresarial no mundo inteiro se dedicam à sua pesquisa, aplicação e desenvolvimento,
observa-se uma insatisfação generalizada quanto à obtenção de resultados precisos na
previsão de custo, prazo, escopo e qualidade desses projetos.
A gestão de projetos conta hoje com um conjunto admirável de
ferramentas,
metodologias, processos e práticas, englobando desde o planejamento até o controle e a
execução e levando em conta tanto fatores técnicos quanto pessoais e ambientais. A
aplicação conjunta e
coerente de ferramentas como o PMBOK e o CMM – e seu
sucessor, o CMMI – tem a possibilidade de colocar uma organização na direção do
aperfeiçoamento de seus processos de execução e gestão de projetos de software.
Então, onde está o problema? Rico em potencial para responder a essa pergunta é o
comparativo feito por Augusto Camargos, em seu artigo "Projetos e Engenharias: Alguma
Semelhança?", entre a engenharia de software e a engenharia civil.
A construção civil tem milhares de anos. Sua técnica e seu sucesso são baseados em
uma enorme carga de história, cultura, tradições e
tecnologias milenares. Os tais
métodos paramétricos e as técnicas de construção utilizados na engenharia civil vêm
sendo evoluídos pelo trabalho conjunto de pessoas de todos os tipos e objetivos ao redor
do mundo todo.
Já a engenharia de software é uma disciplina cujo nome foi cunhado há dezenas de
anos. A sua técnica nova e a dificuldade de se estabelecerem princípios fundamentais e
uma estrutura e taxonomia únicas para a disciplina demonstram simplesmente que é uma
iniciativa nova e imatura. A primeira máquina de somar e multiplicar foi desenvolvida por
John Napier em 1641 com hastes e ossos de animais. Passaram-se mais duzentos anos
para que Charles Babbage, matemático inglês, desenvolvesse sua "máquina analítica",
cujo modelo arquitetônico é utilizado hoje no seu micro-computador e no seu telefone
celular, e mais 25 anos para o aparecimento da lógica booleana, base de todos os
processadores (os tais zeros e uns). Mas a engenharia de software tem pelo menos duas
bases milenares: a matemática e o instinto humano de exploração e pioneirismo.
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Há também outros fatores humanos envolvidos: a área de informática está repleta de
disparidades, no que se refere aos níveis de capacitação
técnica, experiência e,
principalmente, visão. Existem sempre várias maneiras de se enxergar um problema e,
via de regra, pessoas diferentes
têm visões diferentes sobre um mesmo problema.
Assim, também serão diferentes suas maneiras de resolvê-lo.
Essa variedade de visões e perspectivas tem os seus motivos. Enquanto a engenharia
civil lida com aço, concreto, e tijolos, a matéria-prima da
engenharia de software é
invisível: alguém já viu um bit? Outro motivo é o nível de complexidade dos projetos de
software, aliada ao alto nível
de especialização dos técnicos, o que dificulta a
visualização global e o aparecimento de um entendimento e uma visão comuns. Sim,
existem também ferramentas que podem auxiliar na formação de uma perspectiva, mas
isso já é uma outra história.
É certo que estamos assistindo – e participando – de uma fase assustadoramente rápida
da evolução da computação . Porém, querer
nouvelle art com altos níveis de
aprender a gerenciar projetos dessa
precisão no cumprimento de prazos e custos, no
entendimento do escopo, na avaliação dos riscos e, como se não bastasse, tudo isso
com qualidade... é um desafio pelo menos empolgante!
Sobre o autor
Pedro Di Pierro Celestino é formado em Engenharia Elétrica, ênfase Microeletrônica, pela
USP. Atua em Governança de TI e na Arquitetura e Planejameto de Sistemas de
Informação para a área financeira.
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A qualidade no gerenciamento de projetos
Augusto Camargos, PMP
1. Introdução
Todo o movimento de Qualidade no mundo pressionado pela competição global
e
consolidado em parte pelos prêmios da Qualidade como o Prêmio de Deming no Japão
baseado na Qualidade Total (TQC) e no Prêmio de Malcolm Baldrige nos Estados Unidos
estabeleceu um novo paradigma corporativo baseado na melhoria da Qualidade e na
perfeição dos processos.
2. O que é Qualidade?
Define-se qualidade como a entrega de produtos e serviços em conformidade com os
requisitos dos clientes mantendo a boa comunicação e relacionamento com o mesmo.
Se a Qualidade será avaliada em função dos desejos e necessidades do cliente destacase o entendimento do cliente como fator crítico de sucesso nesta empreitada. A lição
começa pela análise criteriosa dos Stakeholders e pela tradução do produto a ser
entregue em suas características e atributos. As especificações não podem ficar no nível
abstrato. Devem ser expressas o mais numéricas possível. Pode-se elencar entre os
principais atributos e características do produto a forma, aderência e função que se
traduzem na capacidade de gerar o produto (tecnologia, time, “skills”, etc), usabilidade
(performance, função, condições), confiabilidade, manutenibilidade (tempo de reparo),
disponibilidade, capacidade do produto ser colocado em operação, flexibilidade
(diferentes usos), aceitação social (segurança, impacto no ambiente, aparência) e
viabilidade (capacidade de desenvolver, adquirir, operar e manter).
A moderna qualidade enfatiza :
-
A prevenção sobre a correção.
-
O controle de processos (medições) sobre a inspeção.
-
Fazer correto (a coisa certa) da primeira vez (Philip Crosby).
-
“Know How”, Habilidades, Motivação, Ferramentas, Testes de Integração,
Confiabilidade.
-
A melhoria Contínua (Continuos Improvement Process - CIP).
-
O ciclo de Deming: PDCA : Planejar, Fazer/Executar, Controlar e Agir/Ações
corretivas.
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-
Pensar no projeto como processo que pode conter sub-processos e assim
sucessivamente.
-
Medição do progresso: comparar o desempenho contra os objetivos e padrões;
avaliar a satisfação do cliente; avaliar os resultados dos métodos e documentos
-
Os quatro princípios da melhoria da qualidade de Crosby:
o
Qualidade é definida como a conformidade com os requisitos
o
O sistema de qualidade é baseado na prevenção
o
O padrão de desempenho deve ser “Zero-defeitos”
o
A qualidade é medida pelo custo da não-conformidade
Estabelecendo um novo patamar de eficiência surge a filosofia Seis Sigma que mostra o
lado radical da não tolerância aos erros e falhas: 3,4 defeitos por milhão. O objetivo de
Seis Sigma é aumentar os lucros eliminando a variabilidade , defeitos e desperdício
através da melhoria da capacidade dos processos de negócio.
3. Conceitos Estatísticos e Ferramentas da Qualidade
Quando se fala em medições do processo na verdade fala-se do uso dos conceitos
estatísticos e ferramentas aplicados no contexto do projeto.
O uso de métodos estatísticos e ferramentas da qualidade ajudam a identificar mais cedo
os problemas que afetam a efetividade do projeto.
Através deste controle pode-se medir a variação no produto para avaliação e ações
corretivas. É baseado na curva de distribuição normal (curva sino) onde tem-se na média
da distribuição o alvo/target do processo e a partir do desvio padrão (σ ) calculado temos
o mapeamento e relação de qual cobertura se terá do processo analisado.
Numericamente temos que com um desvio padrão (1 σ) tem-se 68,3% da população
coberta, com dois desvios padrões( 2 σ) tem-se 95,5% da população coberta e com três
desvios padrões (3 σ) tem-se 99,7% da população coberta. Na figura abaixo tem-se a
representação destes valores:
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Figura 1 – Curva Normal
3.1. Sistemas de Controle de Qualidade
Utilizando os conceitos estatísticos como a curva normal e seus desvios padrões com
a conseqüência cobertura do processo, pode-se estruturar sistemas de controle de
qualidade baseados em:
•
Gráfico de Controle de Processo que acompanha o processo ao longo de seu
funcionamento. Para tal se estabelece o limite superior e inferior do processo
(média mais três desvios padrões e a média menos três desvios padrões,
respectivamente), que servem como referência ao controle do processo em
questão. Pode-se ainda levar em consideração as características do produto que
determinam os chamados limites de especificação, tendo da mesma forma o limite
superior e inferior da especificação que usualmente é mais conservador (menor)
que o limite do processo.
•
Amostragem Estatística (sampling) que com base em lotes selecionados (parte da
saída do processo) determinam se o mesmo está em conformidade (sim/não) ou
medem o grau de conformidade e tendências. Para realização da medição são
definidos padrões em termos quantitativos com uma determinada tolerância.
Em TI por exemplo pode-se ter um sistema de controle de qualidade baseado na
análise dos programas (revisão de código) e no teste (manual e/ou automatizado) de
homologação do sistema antes da liberação para a área usuária. Este sistema deve
gerar controles estatísticos que evidenciem a evolução e tendências do processo.
3.2. Como ferramentas mais usadas no processo de controle e garantia da
qualidade temos:
• Diagrama de Pareto – Histograma que classifica os defeitos/ocorrências em ordem
de freqüência. Este diagrama está de acordo com a regra 20-80 na qual apenas
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20% das causas ou itens analisados levam a 80% dos problemas ou resultados
avaliados.
•
Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa ; Fishbone Diagram) que propõe o
levantamento das possíveis causas de um problema sistematizados/organizados
em grandes categorias e detalhados até que se tenha o mapeamento satisfatório
da questão.
•
Diagrama de Dispersão (Scatter Diagram): Correlação entre variáveis (por
exemplo a correlação positiva entre peso e altura).
•
Histogramas: Diagramas em barras verticais que mostram a freqüência de
ocorrência de itens
•
Gráficos em geral: Lineares, pizza, etc.
•
“Check Lists” – Lista de itens ou ações que compõem o processo.
•
Diagramas de fluxo, fluxogramas, que permitem representar o processo em suas
atividades e condições de funcionamento, proporcionam o entendimento e
facilitam as alterações e melhorias no processo.
•
Análise de tendências : técnicas matemáticas para monitorar desempenho técnico
4. O Planejamento para a Qualidade nos projetos
O planejamento no aspecto mais amplo do projeto é chave para a implementação do
processo de qualidade. Dentro desse planejamento temos: o entendimento das
necessidades das pessoas, os planos do projeto, os planos auxiliares, o teste dos
requisitos e a condução do projeto como um processo.
Por planejamento entende-se a antecipação de situações e a preparação de ações para o
resultado esperado. Temos abaixo os principais fatores do planejamento para a
qualidade:
4.1. Necessidades do Gerente de Projeto
O gerente de projetos figura como principal responsável pelo processo da
qualidade no projeto. Dentro deste desafio temos como principais itens:
•
Visualizar relacionamentos entre atividades e identificar atividades críticas
•
Calcular os efeitos das mudanças e iniciar as ações corretivas
•
Decidir como usar da melhor forma os recursos
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•
Comunicar o que é necessário para concluir as atividades no prazo e de
acordo com as especificações
4.2. Destacam-se ainda como elementos-chave:
• Planejamento Inicial composto pela especificação da seqüência das tarefas,
prazo das tarefas e projeto, necessidade de recursos, custos envolvidos,
cronogramas por cenários, relatórios de progresso, gráficos, eventos chave e
datas limites (Deadlines).
•
Itens secundários composto pelas atualizações nas documentações, revisão
da capacidade de produzir, revisão do processo de teste, revisão do aceite dos
requisitos e plano de suprimentos/contratos.
•
Padrões do segmento de atuação
•
Testes –
garantir requisitos, confiabilidade e performance. Testar cada
componente individualmente e integrados
•
Diferenciar e administrar o projeto (processo) e o produto do projeto
(especificação, SOW : Statement Of Work – função, características)
•
Encarar o projeto como um processo que consiste na elaboração progressiva
de requisitos que envolvem: pessoas, energia, tempo, ambiente, materiais,
método, máquinas/ferramentas, medições.
•
Avaliar
o
sucesso
do
projeto
pelo
custo
,
prazo
e
qualidade
(atributos/características) alcançados.
5. O Custo da Qualidade
Entende-se por custo da qualidade os esforços para conclusão do produto com
qualidade. Fazem parte deste custo:
•
Custos para estar em conformidade (processo e produto): Planejamento,
treinamento, controles, testes, validações, auditorias de qualidade.
•
Custo por não estar em conformidade: Rejeições, retrabalhos, aceleração,
materiais
adicionais,
reparos,
reclamações,
julgamentos
(aspecto
legal),
reposições (recalls)
•
Programas de Qualidade
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•
Custo para fazer certo na primeira vez
•
Programas de treinamento
•
Controle estatístico de processo (SPC: Statistical Process Control)
•
Custo da não qualidade: custos adicionais como conseqüência de mau
gerenciamento como o desperdício de tempo e material, retrabalho pela má
qualidade, materiais adicionais pelo retrabalho e atrasos no cronograma que
exigem dinheiro adicional e comprometem a imagem do produto e empresa.
5.1. Categorias do custo da qualidade
As cinco maiores categorias de custo da qualidade são:
•
Custo de Prevenção (“zero-defeitos” no projeto/”error free”): Treinamento, análise
do processo, pesquisa da capacidade os fornecedores, pesquisa dos subcontratados.
•
Custo de Avaliação (“zero-defeitos” no produto): Inspeção e testes do produto
(controle de qualidade), manutenção da inspeção e teste dos equipamentos, custo
do processamento e repasse dos resultados, revisões de design, inspeções “walkthroughs”, revisões de despesas.
•
Custo de Falha Interna: Rejeição e retrabalho, custos por atrasos em pagamentos,
custo de correção de “design”, “mortalidade infantil” (cancelamento em uma fase
inicial do projeto), correção de documentação.
•
Custo de Falha Externa: Garantia, treinamento de serviço em campo, reposição
(recall), aspecto legal, controle de reclamações, perdas negócios futuros.
•
Custo das Medições e Testes dos Equipamentos de Medição
•
Responsabilidade do controle dos custos de qualidade
Segundo Deming 85% ou mais dos custos de qualidade são de responsabilidade da
gerência/administração e apenas 15% no máximo podem ser controlados
pelos
operadores.
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6. Pessoas na Qualidade dos Projetos
O mais importante recurso nos resultados do projeto são as pessoas. As pessoas fazem a
diferença na qualidade através dos seus conhecimentos e habilidades que afetam no
planejamento, implementação e operação do produto.
Os aspectos principais do gerenciamento de pessoas são o recrutamento, a contratação,
a supervisão e a formação de time.
É importante que as pessoas entendam a razão das tarefas e estar motivadas assim
como as atribuições de quem faz e decide o que deve estar especificado na matriz de
responsabilidades / decisão.
6.1. Parceiros da Qualidade
Tem-se abaixo os parceiros da Qualidade:
Cliente
Autoridades
Regulatórias
Gerente Sr.
Gerente de
Projeto
Equipe
Subcontratados
Fornecedores
Figura 2
•
O cliente é responsável por estabelecer os requisitos a serem alcançados.
•
O gerente de Projeto é responsável por definir quem faz o que na equipe e ser o
ponto
focal
do
processo,
traduzindo
as
necessidades
do
cliente
em
especificações, checando o SOW: Statement Of Work, conduzindo auditorias para
determinar a conformidade e mantendo a comunicação e relacionamento com o
cliente. É responsabilidade também por conduzir as auditorias e revisões do
processo como status e progresso do projeto e revisões do produto como revisões
de aderência (fitness).
•
O gerente Sr. provê a base para os programas de qualidade e dá suporte ao
gerente de projetos na disponibilização de recursos.
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•
Os fornecedores fornecem o material, os componentes e agregados em
conformidade.
•
Os sub-contratados devem estar alinhados com os padrões de qualidade na
realização das tarefas.
•
As autoridades regulatórias estabelecem as leis e diretrizes que devem estar
refletidas no planejamento.
•
A equipe são as pessoas do time que são responsáveis por executar as ações
direcionadas, mas que devem ser vistos como clientes que possuem expectativas
de resolução de conflitos, direção, ações e liderança.
6.2. Gerenciamento do processo
Para garantir a fluidez do projeto o processo deve ser gerenciado destacando-se os
itens:
•
Reuniões de trabalho: troca de informação entre os participantes.
•
Comitê executivo (Steering Committee): Gerentes Sr. provendo diretrizes.
•
Sistema de medição de desempenho (cronograma/custo): Tem-se a análise de
valor agregado como ferramenta mais usada e eficiente.
•
Reconhecimentos: recompensas individuais e para o grupo.
•
Comunicações: Entendimento do trabalho e orientação para qualidade refletidos
na documentação, reuniões, organogramas, padrões.
7. Processos do Gerenciamento da Qualidade baseados no PMBOK
O PMI (Project Management Institute) ratificando o corpo de conhecimento dos
grandes gurus da qualidade e das boas práticas usadas no universo dos projetos
formalizou três grandes processos, que visam em última instância garantir que o projeto
satisfaça as necessidades pelas quais foi empreendido. Inclui ainda todas atividades de
gerenciamento, que determinam a política de qualidade, objetivos, responsabilidades e
implementação. Abaixo temos os processos segundo o PMBOK (Project Management
Body of Knowledge):
7.1. Planejamento da Qualidade
O planejamento da Qualidade tem como objetivo mapear todos padrões, tolerâncias,
política, diretrizes, métricas e ações de garantia e controle da qualidade, que
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redundarão no Plano de Gerenciamento da Qualidade, o documento que deve
permear todo o projeto até o produto final garantindo a qualidade de todo o processo.
7.2. Garantia da Qualidade
A garantia da qualidade são as ações que no âmbito do gerenciamento (processo)
contribuirão para a melhoria da qualidade como por exemplo as revisões e auditorias
nos produtos da gestão do projeto (planos gerados). Tem-se ainda numa esfera maior
os programas e sistemas de qualidade como a certificação ISO 9000 nas empresas
em geral e CMM e CMMI nos processos de Software, que tem reflexo direto nos
padrões e na forma com que o projeto é executado.
7.3. Controle da Qualidade
O controle da qualidade são as ações que no âmbito operacional (grande foco no
produto do projeto) contribuirão para a melhoria da qualidade demandando ajustes
nos processos, retrabalhos e solicitações de mudanças. Os testes de produto (testes
do software, por exemplo) são peça mandatória neste tópico.
Nestes três processos do gerenciamento da qualidade em projetos estruturados pelo PMI,
todos os princípios da moderna qualidade bem como as ferramentas e técnicas
mencionados anteriormente são aceitos e usados para o alcance das metas de qualidade
do projeto e do produto do projeto.
8. Conclusão : Alcançando a Qualidade nos Projetos
Em suma, alcançar a qualidade no projeto é um grande desafio e que permeia todas as
áreas de gerenciamento. Destaca-se entre as principais ações:
•
Esforços para definir padrões de trabalho.
•
Entendimento dos requisitos do cliente.
•
Implementar os requisitos na documentação e nas ações.
•
Planejamento, direcionamento e implementação de ações aderentes ao conceito
“Fazer certo na primeira vez”.
•
Uso de ferramentas para acompanhar e avaliar o processo.
•
Melhoria contínua.
•
Transformar os planos em “baselines” que sirvam como base de ações e
mudanças.
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•
Manutenção do contato com o cliente pelo gerente de projeto para acompanhar e
informar.
•
Qualidade é a combinação da entrega do produto em conformidade com a
manutenção da comunicação com o cliente, tanto no posicionamento (status)
quanto na execução de mudanças.
•
O Gerenciamento moderno é baseado em ferramentas e controles estatísticos
(gerenciamento por fatos/dados versus Gerenciamento por exceção/falha) – foco
na prevenção.
Todas estas boas práticas são reconhecidas e estimuladas dentro dos processos de
gerenciamento da qualidade presentes no PMBOK..
Sobre o autor
Antonio Augusto Camargos é formado em Computação pela UFSCar, pós-graduado em
Marketing pela ESPM e Certificado no PMI (Project Management Institute) como PMP.
Atua como Gerente de Projetos em TI na área financeira, como Palestrante, Instrutor do
Curso Preparatório de Certificação PMP da Dinsmore Associates e Professor do Curso de
Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos da FIAP (Faculdade de Informática e
Administração Paulista) .
9. Referências Bibliográficas
Quality Management for Projects and Programs , Lewis R. Ireland, Fellow PMI
PMBOK® Guide 2000 Edition
Memory Jogger – Cartilha de ferramentas para Qualidade; Michael Brassard, ed.
QualityMark
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A qualidade no gerenciamento de projetos