Interconsulta em Psiquiatria Infantil
Natália P. Novo
Médica Psiquiatra
Núcleo de Apoio Terapêutico/ NAT
HMIB
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 13 de maio de 2013
Psiquiatria da Infância e Adolescência
 Especialidade médica que conseguiu sua independência em 1937,
no I Congresso de Psiquiatria Infantil de Paris.
 Primeiras literaturas sobre a criança  no século XVIII, referente
à criação, educação e tratamento de crianças.
 Na França, em 1800 surge o Traité medico-philosophique sur
l’alienation mentale de Pinel e quase na mesma época, o
psiquiatra Jean Marie Gaspard Itard publica seus estudos com o
menino
“ Victor de Aveyron”.
 Em 1905 as descobertas psicanalíticas de Freud aumentaram
o interesse pelo desenvolvimento emocional infantil.
Transtorno Mentais na Infância:
 São o resultado da interação de características
específicas do indivíduo,
ambientais) e sociais.
com
características
 As causas ambientais influenciam muito mais o
desenvolvimento de transtornos psiquiátricos do que
as causas inerentes ao indivíduo, porém podem sofrer
intervenções e com isso serem atenuadas ou até
mesmo excluídas.
Estressores Psicossociais:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
discórdia marital grave,
família numerosa,
baixa renda familiar,
psicopatia de pelo menos um dos pais,
nível de relação entre mãe e filho
estresse fetal
PIG
Toxemia Gravídica
Álcool ou fumo na gravidez
Prematuridade
Mecanismos de ação dos
estressores ambientais:
•Sobre o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
•Atuando no período perinatal ,provocando alterações
hormonais persistentes ao longo do desenvolvimento,
relacionadas a TM.
•Modificando a expressão gênica
 O desenvolvimento dos transtornos mentais é um
processo contínuo, ou seja, o efeito de experiencias
prévias é levado adiante ao longo do desenvolvimento
da criança.
 Há uma tendência inata do indivíduo a adaptar-se ao
meio ambiente, então se esse é patológico, é provável
que a adaptação também seja.
Síndromes genéticas que cursam
com alterações psiquiátricas
•
sindrome de Rett,
•
síndrome do X frágil,
•
esclerose tuberosa,
•
síndrome de Angelman,
•
Prader-Willi,
•
Esclerose Tuberosa
Os fatores genéticos são menos prevalentes, porém mais
persistentes
Psicopatologia Infantil
A criança não é nem uma
tábula rasa nem um adulto
em miniatura, é um ser
humano que vivencia
estágios progressivos de
maturação, com idéias,
desejos e comportamentos
inerentes a cada fase de
desenvolvimento
Psicopatologia Infanto-Juvenil
 A estimativa do Ministério da Saúde é que 10 a 20% das
crianças e adolescentes sofram de distúrbios mentais,
de leves a graves.
 Somente 1 a 2 % dessa população que precisa de
atendimento é identificada pelos pediatras.
Transtornos do Desenvolvimento:
•
Retardo Mental
•
Transtornos de Aprendizagem
•
Transtornos Globais do desenvolvimento
(autismo, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo,
sindrome de Asperger)
Transtornos de Comportamento
Disruptivo:
•
TDAH
•
Transtorno de Conduta
•
Transtorno Desafiador/Opositor
Transtornos de Tiques:
 Transtorno de Tourette
 Outros transtornos de tiques
Transtornos de Excreção:
 Encoprese
 Enurese
Transtornos de Alimentaçao da
Primeira Infância:
•
Pica
•
Transtorno de ruminação
Transtornos psiquiátricos gerais que podem
iniciar na infância ou adolescência:
•
Transtorno de Ansiedade de Separação
•
Mutismo Seletivo
•
Transtornos Depressivos
•
Transtorno Bipolar com Início Juvenil
•
Transtornos de Ansiedade: ansiedade generalizada,
fobias, TOC
•
Esquizofrenia de início precoce e outros transtornos
psicóticos
•
Anorexia e Bulimia Nervosa
•
Transtornos por uso de substâncias
•
Transtornos de adptação
•
Transtornos relacionados com traumas
Circunstâncias Clínicas Especiais:
•
Emergências psiquiátricas em crianças e
adolescentes
•
Negligência e abuso
•
Bullying
Interconsulta Psiquiátrica

prognóstico; planos para cirurgia; previsão de alta
hospitalar e se o paciente sabe que será entrevistado
por um psiquiatra.
 Deve ser solicitada pelo médico assistente
 família e outros membros da equipe
 Sigilo, consentimento informado dos possíveis
desdobramentos que surgirão, a finalidade dos
relatórios solicitados.
Modelos de Interconsulta:
•
Antecipatório: é uma consultoria preventiva que
pretende avaliar os pontos fortes e as vulnerabilidades da
criança e da família diante da iminência de um procedimento
difícil. Ex: transplante de órgão, amputação de um membro,
transfusão, quimioterapia.
•
Modelo de procura de casos: inclui a participação
do psiquiatra nas reuniões clínicas e na rotina à beira do leito.
Busca identificar precocemente pacientes em situação de
risco, problemas de comunicação entre as equipes
responsáveis pelo cuidado do paciente e as dificuldades de
relacionamento entre paciente e equipe médica e
enfermagem
Modelos de Interconsulta:
•
Modelo de instrução e treinamento:
treinamento para pediatras, enfermeiros através de
conferências e discussão de casos clínicos.
•
Modelo de resposta de emergência: visa
intervenção em crise
•
Modelo de Asssitência contínua e cooperativa:
em pacientes com transtornos alimentares e dor crônica
e recorrente.
Motivos para solicitar Interconsulta
•
Diagnóstico diferencial de sintomas somatoformes
•
Atendimento para sintomas psiquiátricos no curso de uma
doença clínica
•
Reações a intervenções terapêuticas: enxertos cutâneos,
transplante de medula óssea
•
Atendimento conjunto de crianças com doenças sensíveis ao
estresse. Ex: retocolite ulcerativa, asma, artrite reumatóide juvenil
•
Doenças crônicas que comprometem a autonomia e causam
dores de difícil manejo
•
Crianças com AIDS, câncer , mal formações congênitas
•
Múltiplas internações
•
Crianças que sofreram abuso sexual
•
Relacionados a família e à equipe cuidadora
•
Suspeita de Síndrome de Munchausen por procuração
Sintomas que mais se associam a
doenças pediátricas:
•
Dor, irritabilidade, distúrbios do apetite, alteração do sono
•
Pedidos ou exigências constantes, maior necessidade de
colo e de contato físico
•
Regressão: sugar o dedo, declínio da linguagem, falha no
controle esfincteriano
•
Passividade: sentimentos de desesperança ou impotência
•
Fantasias aterrorizantes sobre a doença e procedimentos:
medo de punição, medo de mutilação e lesões físicas
•
Ansiedade e Mobilização de Defesas: negação, sintomas
fóbicos, sintomas conversivos
•
Precipitação e agravamento de sintomas psiquiátricos prémorbidos
O psiquiatra...
 permite aos pacientes a expressão de suas vivências,
conflitos e mecanismos de defesa, que interferem com
ou são desencadeados pela doença
 utiliza como intervenções não somente as medidas
farmacológicas,
como
também
psicoterápicas individuais ou familiares
abordagens
O pediatra ...
•
É o profissional que conhece as especificidades de
cada etapa do desenvolvimento da criança
•
Possui habilidade, paciência e tolerância para
realizar o exame físico e a anamnese em crianças,
estabelecendo uma boa relação médico-paciente.
•
Conhece a dinâmica familiar e o modo como a
família lida com o adoecimento da criança
Intervenções Necessárias:
•
Oferecer a criança e aos seus familiares informações à
respeito do diagnóstico, dos procedimentos que venham a ser
adotados e do prognóstico da doença.
•
Permitir que a criança possa ter alguém com quem
falar sobre a morte. “ Morrer dói?”, “O que acontece quando a
gente morre?”
•
Controle da dor
•
Estabelecer relação de confiança com a criança
•
Propiciar um lugar na enfermaria onde a criança sintase a salvo, isto é, um local onde ela saiba que nenhum
procedimento será executado, e ela possa brincar ou realizar
atividades apropriadas a sua condição física.
Obrigada!
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