ANÁLISE ESPECTRAL DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA EM CRIANÇAS
ASMÁTICAS
ARAÚJO-FILHO, José Candido de*; ROCHA, Luana Padilha da**;
BRASILEIRO-SANTOS, Maria do Socorro***.
*Residente do Programa de Residência Multiprofissional Integrada do Hospital
das Clínicas – Universidade Federal de Pernambuco.
**Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família
– Universidade Federal de Pernambuco
*** Fisioterapeuta, Professora do Curso de Fisioterapia do Departamento de
Fisioterapia – Universidade Federal de Pernambuco - doutora em Ciências pela
UNIFESP.
A asma é uma doença inflamatória crônica pulmonar multifatorial, caracterizada
por diversos mecanismos patológicos que levam a broncoespasmo, edema e
hipersecreção brônquica. A freqüência cardíaca está sujeita a flutuações no
tônus autonômico, quer seja devido à ativação quer seja à inibição simpática e
parassimpática. Esses sistemas têm em comum a capacidade de aumentar ou
diminuir o ritmo dos batimentos cardíacos de acordo com as necessidades
fisiológicas, modulando a freqüência cardíaca e adaptando-a a diversos
estímulos, como o exercício físico, o estresse, a respiração, as alterações
metabólicas, a contração muscular e os graus variáveis de estimulação dos
baroceptores arteriais. Quando se compara indivíduos asmáticos a indivíduos
saudáveis, há evidências de que a atividade autonômica se encontra alterada
no primeiro grupo, tanto nos períodos de remissão quanto nos de exacerbação
da doença. O estudo da variabilidade da frequência cardíaca permite analisar
suas flutuações, refletindo a interação entre os sistemas simpático e
parassimpático Objetivo: Investigar o comportamento da modulação
autonômica cardíaca em crianças asmáticas. Método: Foram selecionadas 15
crianças entre 08 e 12 anos, portadoras e não portadoras de asma brônquica
leve/moderada, divididas em dois grupos pareados por idade, sexo e índice de
massa corpórea: crianças asmáticas (n=9) e crianças controle normais (n=6). A
função pulmonar foi analisada por espirometria e manovacuometria e a
freqüência cardíaca através da análise espectral. O protocolo de estudo foi
apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Centro
de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Pernambuco e foi
devidamente aprovado. Resultados: Crianças asmáticas apresentaram
freqüência cardíaca aumentada, em comparação com as controle normais.
Quanto à modulação autonômica cardíaca, comparando-se os componentes de
alta e baixa freqüência, o tônus simpático foi menor que o parassimpático
dentro do grupo controle; no grupo asma, ocorreu o inverso. Comparando-se
os dois grupos entre si, o tônus simpático foi maior nas crianças asmáticas que
nas normais. Já o tônus parassimpático foi maior no grupo controle. A relação
entre os componentes de baixa e alta freqüência foi maior no grupo asma do
que no grupo controle. Discussão: As crianças com asma leve/moderada
apresentaram freqüência cardíaca maior do que quando comparadas às
crianças controles, o que pode estar relacionado à disfunção do sistema
nervoso autonômico cardíaco. Como esse pode aumentar ou diminuir o ritmo
dos batimentos cardíacos de acordo com as necessidades fisiológicas,
modulando-o e adaptando-o aos diferentes estímulos, essa resposta de
freqüência cardíaca na asma pode estar relacionada a hiperatividade
simpática. Em relação à modulação autonômica cardíaca, as crianças
asmáticas apresentaram maior componente de baixa freqüência, o que é
considerado índex de modulação simpática, em relação ao grupo controle
normal, o que está de acordo com a literatura. Já o balanço autonômico
cardíaco revelou-se aumentado no grupo asma, quando comparado ao grupo
controle, o que permite sugerir um aumento da modulação simpática nas
crianças asmáticas. Conclusão: A modulação autonômica cardíaca está
alterada em crianças asmáticas e essas apresentam uma atividade simpática
cardíaca aumentada, o que pode elevar o risco para doenças do coração.
Palavras-chave: asma; freqüência
variabilidade da freqüência cardíaca.
[email protected]. (81) 8853-7346.
cardíaca;
modulação
autonômica;
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