MISSÃO ARTÍSTICA
FRANCESA
No início do século XIX, os exércitos de
Napoleão Bonaparte invadiram Portugal ,
obrigando D. João VI (rei de Portugal), sua
família e sua corte (nobres, artistas,
empregados, etc.) a virem para o Brasil.
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Com a chegada de D. João VI e a corte portuguesa ao Brasil, este recebe forte
influência cultural européia, intensificada ainda mais com a chegada de um grupo de
artistas franceses (1816) encarregado da fundação da Academia de Belas Artes
(1826), na qual os alunos poderiam aprender as artes e os ofícios artísticos. Esse
grupo ficou conhecido como Missão Artística Francesa.
Os artistas da Missão Artística Francesa pintavam, desenhavam, esculpiam e
construíam à moda européia. Obedeciam ao estilo neoclássico (novo clássico), ou
seja, um estilo artístico que propunha a volta aos padrões da arte clássica (grecoromana) da Antigüidade.
Algumas características de construções neoclássicas:
· Colunas (de origem grega): Estrutura de sustentação das construções. Compõe-se
de três partes : base, fuste (parte maior) e capitel (parte superior com ornamentos).
· Arcos (de origem romana): Elemento de construção de formato curvo existente na
parte superior das portas e passagens que serve de sustentação.
· Frontões: Estrutura geralmente triangular existente acima de portas e colunas e
abaixo do telhado. Os frontões podem receber os mais variados tipos de decoração.
Os pintores deveriam seguir algumas regras na pintura tais como: inspirada nas
esculturas clássicas gregas e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael,
mestre inegável do equilíbrio da composição e da harmonia do colorido.
Características do neoclássico
Igreja de Santa Genoveva em Paris
Porta do Brandemburgo, em Berlim
Forte influência da
arquitetura
neoclássica foi a
descoberta
arqueológica das
cidades italianas de
Pompéia e Herculano
que, no ano de 79
a.C., foram cobertas
pelas lavas do vulcão
Vesúvio. Diante
daquelas
construções, num
erro de interpretação,
os historiadores de
arte acreditavam que
os edifícios gregos
eram recobertos com
mármore branco,
ocasionando a
construção de tantos
edifícios brancos.
Exemplo: Casa
Branca dos Estados
Unidos.
A grande odalisca - Ingres
Vênus Anadioneme
_Ingres
A pintura
desse
período foi
inspirada
principalment
e na
escultura
clássica
grega e na
pintura
renascentista
italiana,
sobretudo
em Rafael,
mestre
inegável do
equilíbrio da
composição.
ARTISTAS DA MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA
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Chefiada por Joaquim Lebreton, a missão artística francesa criou,
no Rio de Janeiro, a Escola Real das ciências, arte e ofícios.
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Nicolas-Antonine Taunay: (1775-1830) pintor francês de grande
destaque na corte de Napoleão Bonaparte e considerado um dos
mais importantes da Missão Francesa. Durante os cinco anos que
residiu no Brasil, retratou várias paisagens do Rio de Janeiro.
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Jean-Baptiste Debret: (1768-1848) foi chamado de "a alma da
Missão Francesa". Ele foi desenhista, aquarelista, pintor
cenográfico, decorador, professor de pintura e organizador da
primeira exposição de arte no Brasil (1829). Em 1818 trabalhou no
projeto de ornamentação da cidade do Rio de Janeiro para os
festejos da aclamação de D.João VI como rei de Portugal, Brasil e
Algarve. Mas é em Viagem pitoresca ao Brasil, coleção composta
de três volumes com um total de 150 ilustrações, que ele retrata e
descreve a sociedade brasileira. Seus temas preferidos são a
nobreza e as cenas do cotidiano brasileiro e suas obras nos dão
uma excelente idéia da sociedade brasileira do século XIX.
NICOLAS-ANTOINE TAUNAY
Largo da Carioca em 1816. Museu
Nacional de Belas Artes
Vista do Pão-de-Açúcar a Partir do
Terraço de Sir Henry Chamberlain
Retrato da Marquesa de Belas, 1816.
JEAN-BAPTISTE DEBRET
Em "Viagem Pitoresca ao Brasil", coleção
composta de três volumes com um total de 150
ilustrações, Debret retrata e descreve a
sociedade brasileira. Seus temas preferidos são
a nobreza e as cenas do cotidiano brasileiro. Sua
obra dá uma excelente idéia da sociedade
brasileira do século 19, como se vê na figura
acima.
Debret: Negra vendendo
caju
Detalhe de A Coroação de
D. Pedro I, de J.B. Debret
Debret: Caçador de escravos.
ARQUITETURA
Grandjean de Montigny – Introduziu o Neoclássico na arquitetura
brasileira.
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Grandjean de Montigny – Em 1816, desembarca no Rio de Janeiro.
Impedido de lecionar por falta de lugar adequado, Montigny entregou-se a
vários projetos oficiais e particulares.
Desde sua chegada ao Brasil até sua morte, em 1850, realizou numerosos
projetos de arquitetura e urbanismo, dos quais bem poucos se concretizaram.
Entre os projetos que se concretizaram, figuram a Escola Real de Ciências
Artes e Ofícios
Teatro da Paz, construção em estilo neoclássico que, no tempo do Império, foi
a maior casa de óperas e até hoje permanece entre os mais destacados
teatros do país, por sua tradição artística. Erguido na época áurea da borracha
pelo arquiteto Grandjean de Montigny, o teatro serviu de palco para grandes
figuras do mundo das artes
Em sua fachada e nas laterais erguem-se colunas que lhe dão o equilíbrio de
templo grego. Nas colunatas coríntias, sobre a fachada principal, existem
quatro bustos de mármore representando a música, a poesia, a comédia e a
tragédia. Suas escadarias, adornadas por bustos em mármore de Carrara de
Gonçalves Dias e José de Alencar, ligam o salão de entrada ao pavilhão
superior, onde imensa lâmina ladeia a entrada de um amplo corredor, em
arcadas, que comunica as frizas e as varandas.
GRANDJEAN DE MONTIGNY
Pórtico da Escola Real de Ciências, Artes
e Ofícios, na altura da antiga Travessa do
Sacramento, no Rio de Janeiro. Atual
Escola de Belas Artes, hoje unidade da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, O
pórtico da antiga Academia Imperial de Belas
Artes, hoje no Jardim Botânico
Entrada do teatro da Paz em
Belém do Pará
Projetado por Grandjean de Montigny, para ordenar a feira de pescado do
Largo do Paço, este mercado funcionou de 1840 a 1933, quando a Bolsa de
Valores o demoliu para construir sua sede.
Teatro da Paz, a fachada e detalhe das escadarias:
requinte de arquitetura, retrato do período áureo da
borracha. Projeto de Grandjean de Montigny
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