15/12/09
Eletrosul vence no primeiro leilão de energia eólica
No primeiro leilão de energia eólica do País, que aconteceu ontem (14/12), o
Consórcio Coxilha Negra, formado pela Eletrosul (90%) e a empresa Wobben
(10%) vendeu a energia que será produzida pelas três usinas do Complexo Coxilha
Negra (V, VI e VII), com 30 megawatts de potência instalada cada, localizado no
Rio Grande do Sul. A Wobben é uma empresa subsidiária da alemã Enercon,
reconhecida internacionalmente como a principal fornecedora de tecnologia em
aerogeradores. Entre os projetos que contam com a tecnologia alemã está o
Parque de Osório, também no RS.
O leilão alcançou um deságio médio de 21,49% em relação ao teto estabelecido
que era de R$ 189,00 e representou um acréscimo de 1.805,7 megawatts (MW) de
potência ao Sistema Interligado Nacional. Foram contratados 753 megawatts
médios de energia em 71 empreendimentos. O prazo para entrada em operação
comercial da usinas é julho de 2012 e os contratos serão válidos por 20 anos.
O lance ofertado pelo Consórcio Coxilha Negra foi de R$ 131,00 por
megawatts/hora e representou um deságio de 31,7% - vencia quem oferecesse o
menor preço. A previsão anual de receita é de R$ 1.928.520,00. “ Quase oito
horas e depois de 75 lances conseguimos marcar definitivamente a entrada da
Eletrosul e do Grupo Eletrobrás na área de energia eólica, o que para nós
representa um grande sucesso. E num momento em que o mundo está discutindo
novas alternativas de energia limpa”, comemora o presidente Eurides Mescolotto.
Ele ressalta ainda, que o eólico é um importante segmento no setor de geração de
energia. “Talvez um dos mais promissores na região Sul”.
O preço de venda da energia oferecido pelo Consórcio pode ser creditado a dois
fatores: os investimentos que a Eletrosul vem realizando ao longo dos últimos
quatro anos no estudo e desenvolvimento de projetos eólicos e a engenharia
econômico-financeira da proposta comercial, “que vão resultar numa rentabilidade
adequada e que contribuíram para tornar a nossa participação no certame mais
atrativa”, explica o diretor de Engenharia e especialista em energia eólica, Ronaldo
Custódio.
Desde 2005 a empresa realiza medições sistemáticas na região de Sant´Ana do
Livramento, sudoeste do Rio Grande do Sul, local onde serão instaladas as usinas.
Segundo o diretor Ronaldo, os estudos desenvolvidos na área eólica,
principalmente nos estados do Sul, credenciam a empresa a participar de outros
leilões nesta modalidade. “O próximo passo é transformar o Consórcio Coxilha
Eletrosul Centrais Elétricas S.A
Assessoria de Comunicação Social e Marketing (ACS)
Negra em três Sociedades de Propósito Específico (SPEs)”. As SPEs serão as
responsáveis pela implantação e exploração comercial dos empreendimentos.
Para o diretor, os ventos da região Nordeste são considerados os melhores, mas os
da região Sul são mais constantes. “Outro fator positivo no Sul é que existem mais
acessos de conexões à rede de energia elétrica, o que nos garantiu vantagem
competitiva na formulação do preço”. Ronaldo lembra ainda, que o número
expressivo de projetos participantes garantiu uma disputa acirrada entre os
proponentes. “Com a concorrência a sociedade é quem sai ganhando, porque
teremos tarifas mais adequadas para os consumidores”.
A empresa – A Eletrosul Centrais Elétricas S.A. é a subsidiária da Eletrobrás que
atua na transmissão e geração de energia elétrica nos estados do RS, SC, PR e MS
(nos quatro estados, também coordena o Programa Luz para Todos e as Ações
Integradas). Com sede em Florianópolis (SC), a empresa possui uma série de
empreendimentos em andamento – entre eles, a Usina Hidrelétrica Mauá (361
MW), que está sendo construída nos municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira,
no Paraná, juntamente com a Copel (as duas empresas fazem parte do Consórcio
Energético Cruzeiro do Sul – Copel com 51%, Eletrosul com 49%). Além de Mauá,
a Eletrosul constrói uma usina no RS (Passo São João - 77,1 MW), 10 pequenas
centrais hidrelétricas em SC (142,5 MW, no total), uma usina no MS (São
Domingos – 48 MW) e uma em Rondônia, em sociedade com outras empresas
(Jirau – 3.300 MW).
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