Produção Integrada da Maçã
Curso de Treinamento para Técnicos
Resistência de Fungos aos
Fungicidas Utilizados na Cultura
da Macieira
Resistência: Tópicos Abordados
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Introdução
Definição e Conceito de Resistência
Tipo de Resistência
Mecanismos de Resistência
Indicadores de Risco
Situação dos Fungicidas Curativos
Manejo da Resistência
Monitoramento
Conclusões
Modo de Ação dos Fungicidas
1. Fungicidas Multi-sítios (convencionais)
– Enxofre (1850~)
– Cúpricos (1882~)
– Mercuriais (1914)
– Diticarbamatos (1930~)
• Mancozeb (1961) – inibe mais de 20 enzimas
Sem problema de Resistência
Modo de Ação dos Fungicidas
2. Fungicidas Sítio-específicos (1964~)
– Benzimidazóis (Tecto, Benlate, Cercobin)
– Dodine (Venturol)
– Dicarboximidas (Rovral, Ronilan, Sumilex)
– DMI ou IBE (Vários)
– Estrobilurinas ou QoI (Stroby, Flint)
– Anilinopyrimidinas (Mythos, Unix)
Resistência
9Mudança na constituição genética (Mutação)
9Estável e hereditário
9Pré-existe na população (1x106 a 1x109)
9Não detectável
9Deletéria, quase sempre
Aplicação de Fungicidas Sítio-específicos
9Não induz a mutação
9Pressão de seleção
9Aumento na proporção de resistentes
9Se >X% → problema de controle
9Perda da eficiência
9Rápida – mono ou oligogênica
9Gradativa – poligênica
Rápida: Resistência Qualitativa
120
Um passo, discreta ou
100
descontínua
80
60
Mono ou oligogênica
40
Regride lenta
20
(benzimidazóis/sarna)
ou rapidamente
0
Dose comercial
Antes
Após
(polyoxin/Alternaria)
Lenta: Resistência Quantitativa
120
Múltiplos passos,
100
contínua, ou poligênica
80
60
Lenta e gradual
40
Vários genes
20
Dodine e DMIs
Estrobilurinas?
0
Dose comercial
Antes
Durante
Após
Regressão lenta
Mutação – Tentativa e Erro
9 A mutação é um ensaio da natureza
9 Processo evolutivo (contínuo)
9 Freqüência de 1:1x109
9 Mutantes aparecem e desaparecem
9 Mais aptos predominam
A resistência surge com a introdução do
fungicida em questão.
Mecanismos da Resistência
•
Uma ou mais modificações no sítio primário
de atuação do fungicida
– Ditiocarbamatos (sítios múltiplos)
– DMI (um ou dois sítios apenas):
• Mutação de um gene → Resistência (parcial)
• Várias mutações independentes (cumulativa)
Mecanismos de Resistência
9 Fungicidas DMI:
9 Aparentemente vários mecanismos
a. Aumento do efluxo
b. Redução na absorção do fungicida
c. Tolerância a esteróis tóxicos
d. Detoxificação do fungicida.
Resistência cruzada?
Mecanismos de Resistência
120
• Benzimidazóis
100
– Inibidor da mitose
– Mutação no sítio de
atuação
• Diethofencarb
– Inibidor da mitose
80
60
40
20
– Mutação no sítio de
atuação
0
BS DR
BR DR
BR DS
Mecanismos de Resistência
• Dodine (afeta a membrana celular)
– Desconhecido (foi pouco estudado)
• QoI (inibidor da respiração mitocondrial)
– 1- Mudança no sítio de ação, 2- no metabolismo e
3- um outro desconhecido
• Anilinopirimidinas (inibidor da síntese de metionina
e da secreção de enzimas hidrolíticas)
– ?
Indicadores do Risco de Resistência
1. resistência cruzada
2. fácil obtenção de mutantes
3. boa adaptabilidade do mutante
4. uso contínuo de um fungicida
5. monocultura e cultivo protegido
6. período latente curto – no de gerações
7. alta pressão da doença
Situação dos fungicidas sítio-específicos no Sul do Brasil
1. Fungicidas Benzimidazóis
9
9
Introdução: 1970~.
Resistência na sarna: 1977.
9
Em SC, isolados tolerantes a 1.000 ppm.
9
Alta adaptabilidade competitiva.
9
Não recomendado para sarna.
9
Podridões, cancros, fuligem e sujeira de mosca
Situação dos fungicidas sítio-específicos no Sul do Brasil
2. Fungicida Dodine
9
Introdução: 1970~.
9
Quase 30 anos de uso
9
Muito utilizado como erradicante da sarna.
9
Perda da eficiência relatada em SC
9
Mistura com DMI
Situação dos fungicidas sítio-específicos no Sul do Brasil
3. Fungicidas DMIs (IBEs)
9
Utilizado a partir da década de 1980.
9
Inicialmente triforine e bitertanol,
9
Após fenarimol, tebuconazole etc.
9
Quatro grupos para sarna (piperazinas, imidazoles,
pirimidinas e triazoles) e mais de doze marcas
Situação dos fungicidas sítio-específicos no Sul do Brasil
Fungicidas DMIs
9
Mais de 20 anos de uso no Brasil (± 100 vezes).
9
Perda da eficiência no RS (Valdebenito-Sanhuesa)
9
em SC (Katsurayama & Boneti, 1996; 1997)
9
Necessidade de novo monitoramento
Vida útil é relacionada com o
número total de aplicações.
Abrindo parêntesis para alguns conceitos:
• Dose Efetiva Mediana – ED50
– In vitro:
• Dose para reduzir o crescimento ou germinação pela
metade em relação à dose 0
• 0,02 µg/l para Kresoxym Methyl
– In vivo:
• Dose para obter Índice de Controle de 50%
• 0,35 µg/l para Kresoxym Methyl
Dose comercial do KM é 4 µg/l
Abrindo parêntesis para alguns conceitos:
• Quociente de Sensibilidade (antes da introdução)
– SR = Amplitude da sensibilidade
= 3X para Flusilazole, in vitro (0,21 a 0,59 µg/l)
• Fator de Resistência (após a introdução):
– FR = DL50 Amostra / DL50 Selvagem (<0,1 ppm),
ou ED50 em vez de DL50
– FR = 186X para Flusilazole (ED50 de 0,3 para 55,1 µg/l)
Difere entre os DMIs
Abrindo parêntesis para alguns conceitos:
Baseline (padrão de sensibilidade)
– Proporção de indivíduos com diferentes
sensibilidades na população selvagem
30
Caçador, SC
Selvagem
Freqüência
25
20
15
10
5
0
5
15
25
35
45
55
65
75
85
Crescimento Relativo em Tebuconazole
95
Situação dos fungicidas sítio-específicos no Sul do Brasil
4. Fungicidas QoI
9
Desde 1998 (há 4 anos)
9
3X por ciclo - 12 vezes até agora
9
Risco moderado?
9
Resistência cruzada dentro do grupo
9
9
Kresoxym-methyl, Trifloxystrobim
Monitoramento
Situação dos fungicidas sítio-específicos no Sul do Brasil
5. Fungicidas Anilinopyrimidinas
9 Desde
9 2X
2000
por ciclo
9 Risco
moderado?
9 Pyrimethanil
e Cyprodinil
9 Monitoramento
9 Em
mistura com fungicida protetor?
Manejo da Resistência na
Cultura da Macieira
http://www.gcpf.org
Produto
FRAC
PI
Anilinopyrimidinas
Até 5X, em mistura
2 a 3X, até a floração
DMI
Até 4X
4X, máximo de 6X
QoI (estrobilurinas)
Até 3X, preventivo
Até 3X, em bloco
Dicarboximidas
2 a 3X
? (Botrytis)
Benzimidazóis
Em mistura
Até 3X (ambiental)
Monitoramento da Resistência
• Amostra: 40 a 100 isolados
– 300 se freqüência = 1% (95% de chance)
• In vitro (placa de petri)
– Germinação (Dodine, Benzimidazóis, QoI)
– Diâmetro da colônia (DMI)
• In vivo (plantas em vaso)
– Inoculação e pulverização
Monitoramento da Resistência
9 Doses:
9Quantitativa
910X: 0; 0,01; 0,1; 1,0; ...; 1.000 ppm
9 2X: 0; 0,1, 0,2; 0, 4; 0,8; 1,6;...; 1.000 ppm
9Discriminatória
90,05 ppm para fenarimol (Köller & Wayne)
9Crescimento Relativo - em relação à dose 0
9S (até 60%), MR (61 a 80%) e R (≥80%)
9 Interpretação dos Resultados
9Parte mais difícil
Resistência
Conclusões:
• Resistência é inevitável, exceto ...
• Perda gradual da eficiência com os DMI
– Mistura de tanque desde 1980~
• Difícil de ser observado na prática
• Monitoramento da Resistência
• Seqüência em bloco
• Anilinopyrimidinas (2X) → QoI (3X) → DMI (4X)
• Manejo Integrado das Doenças = Produção Integrada
Literaturas e sites de interesse
•
BRENT, K.J. Fungicide resistance in crop pathogens: How can it be
managed? GIFAP, 1995. 48p. (FRAC Monograph no. 1)
•
DELP, C.J. (ed.) Fungicide Resistance in North America. APS Press,
1988. 133p.
•
GUINI, R. & KIMATI, H. Resistência de fungos a fungicidas. Jaguariúna,
Embrapa Meio Ambiente, 2000, 78p.
•
KATSURAYAMA, Y. & BONETI, J.I. da S. Monitoramento da resistência
de Venturia inaequalis ao fungicida dodine. Agropecuária catarinense
9(1):12-15, Mar 1996.
•
LINHARES, A.I. & GHINI, R. Resistência de fungos fitopatogênicos a
fungicidas inibidores da demetilação (DMI): uma revisão. Jaguariúna,
Embrapa Meio Ambiente, 2001. 64p.
•
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