ESTADO DE ALAGOAS
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE ALAGOAS
SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA À SAÚDE – SUVISA
DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA – DIVEP
Informe Trimestral sobre Leptospirose
Ano IV
nº. 1
EDITORIAL
Este informe tem como objetivo
fornecer informações trimestrais sobre a
situação epidemiológica da leptospirose.
É de circulação geral e tem
como população-alvo qualquer profissional ou
cidadão que necessita ter acesso as estas
informações, sendo disponibilizado por meio
eletrônico na página da Secretaria de Saúde do
Estado de Alagoas.
As
informações
aqui
disponibilizadas têm como fonte de dados três
meios de informação:
• Sistema de Informação de Agravos de
Notificação – SINAN;
• Tabela diária de notificação imediata de casos
de doenças nos municípios em Estado de
Calamidade Pública (ECP) do Centro de
Informação Estratégicas de Vigilância a Saúde
(CIEVS);
• Informações
fornecidas
pelo
Núcleo
Hospitalar Epidemiológico do Hospital Escola
Helvio Auto (HEHA).
CONCEITOS
É uma doença infecciosa febril de início
abrupto, cujo espectro pode variar desde um
processo inaparente até formas graves.
Acomete o homem e os animais, causada por
uma bactéria chamada Leptospira.
O principal reservatório da doença são os
roedores domésticos (ratazana, rato de telhado
e camundongo) que ao se contaminarem
eliminam a Leptospira no meio ambiente
através da urina, contaminando desta forma,
água, solo e alimentos.
Edição: Trimestral
Março
A infecção humana resulta da exposição
direta ou indireta da Leptospira pela penetração
através da pele lesada ou das mucosas da boca,
narinas e olhos, causando a doença chamada
leptospirose. Pode também ocorrer através da
pele íntegra quando imersa em água por longo
tempo. O contato com água e lama
contaminadas demonstra a importância do elo
hídrico na transmissão da doença ao homem.
Ocorre normalmente nas concentrações
populacionais de baixa renda, residentes à beira
de córregos, em locais desprovidos de
saneamento
básico
(em
condições,
inadequadas de higiene e habitação) coabitando
com roedores infectados (que aí encontram
água, abrigo e alimentos). No inverno, quando
aumentam as precipitações pluviométricas, em
decorrência das chuvas, provocando enchentes,
ocorrem
picos epidêmicos da doença,
aumentando a incidência de casos humanos.
SINTOMAS E TRATAMENTOS
O início dos sintomas pode ocorrer de 1 a
30 dias após contato com a bactéria, mas em
média é de 7 a 14 dias.
A leptospirose pode ocasionar sintomas
leves como febre de início súbito, cefaléia, mal
estar, anorexia, náusea, vômitos e dores
musculares (principalmente na região da
panturrilha).
Nas formas graves podem apresentar ainda
tosse seca, icterícia (pele amarela) e
hemorragias (principalmente nasal), alterações
do volume urinário e de coloração escura.
O tratamento consiste na administração de
antibióticos e medicamento de suporte, que
devem ser iniciados precocemente para evitar
complicações da doença.
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Ano IV
nº. 1
PERFIL EM ALAGOAS
Em Alagoas a doença é considerada
endêmica. No período de 2009 a 2013, foram
notificados
514
casos
suspeitos
de
Leptospirose com confirmação de 66% (332)
desses casos.
A maior frequência foi verificada nos anos
2009 (78 Casos), 2010 (67 Casos) e 2013 (53
casos) .
A faixa etária com maior ocorrência foi a de 20
a 39 anos (22%), onde o sexo masculino
representa 28% dos casos. Os meses de
maior ocorrência são de maio a julho,
correspondendo ao período de maior
precipitação pluviométrica.
No mesmo período houve notificações de
casos confirmados em 50 municípios, onde a
capital do estado concentrou o maior número
de casos (50%).
Edição: Trimestral
Março
Marechal Deodoro, Rio largo e União dos
Palmares , confirmaram 1 caso.
Gráfico 1. Número absoluto de casos de
Leptospirose
notificados
e
confirmados,
segundo mês de ocorrência no período de 2009
a 2013. Alagoas
SITUAÇÃO ATUAL DA LEPTOSPIROSE NO
ESTADO
Em 2014, até a semana epidemiológica 14,
foram notificados 11 Casos suspeitos e 05
confirmados.
Os casos confirmados estão distribuídos em
04 Municípios:
Houve confirmação de 02 casos em Maceió..
2009 a 2013
Notificados
Confirmados
Fonte: SINANnet/DIVEP/SUVISA/SESAU.
Dados Sujeitos a revisão
2009 a 2013: soma total
Mapa 1. Distribuição dos casos de leptospirose no período de Janeiro a Março de 2014. Alagoas.
01 caso
02 casos
Fonte: SINANnet/DIVEP/SUVISA/SESAU
.Dados Sujeitos a revisão
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Ano IV
nº. 1
Edição: Trimestral
Avaliando
a
distribuição
de casos
demonstrada no mapa 1,verificamos uma maior
concentração de casos confirmados em Maceió.
Onde os bairros mais expressivos são: Cidade
Universitária, Vergel do lago e Ouro Preto.
Quadro 1 – Distribuição de Casos Confirmados de
Leptospirose, por bairro ,Janeiro a Março – 2013.
BAIRRO
Março
Alertamos as Vigilâncias Epidemiológicas das
Secretarias Municipais de Saúde que em
situações de desastres naturais, como enchentes,
os indivíduos ou grupos de pessoas que entraram
em contato com lama ou água, contaminadas
pela Leptospira,podem se infectar e manifestar
sintomas da doença, aumentando os números de
casos.
Nº. de Casos
Cid. Universitária
1
Vergel do Lago
1
Ouro Preto
1
Fonte: SINANnet/DIVEP/SUVISA/SES-AL.
Dados Sujeitos a revisão
Na rotina, as medidas mais eficazes são
preventivas, concentradas na limpeza ambiental
e no controle da população das espécies de
ratos que vivem no peridomicílio. Esse controle
é efetivado através de medidas que impeçam o
acesso dos ratos aos alimentos e o uso
sistemático de raticidas.
Os profissionais de saúde devem estar atentos
às situações de risco relatadas pelo paciente e
aos sinais e sintomas da doença
A transmissão da doença ocorreu em 9% dos
casos por contato com água ou lama, 36% com
presença de sinais de roedores, 18% por água de
rio/córrego, 45% por lixo,27% por água de fossa e
esgoto.
Em 2014 no período de Janeiro a Março
foram confirmados 05 casos, em 2013 no mesmo
período foram confirmados 08 casos.
.
Gráfico 2. Distribuição de casos notificados e
confirmados de leptospirose por Município. No
período de Janeiro a Março (Pós enchentes e
alagamento). Alagoas. 2014.
Fonte: CIEVS/SUVISA/SES-AL.
Dados Sujeitos a revisão/ De 09/04/2014
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Ano IV
nº. 1
Edição: Trimestral
Março
•
Manter os alimentos em local
protegido para que os ratos não tenham
contato, principalmente em prateleiras;
RECOMENDAÇÕES
•
Nas áreas consideradas afetadas em
decorrência de casos humanos ou
aumento de proliferação de roedores, os
agentes de saúde devem realizar trabalho
de orientação para prevenir a ocorrência de
novos casos (limpeza, antirratização e
desratização) e encaminhar pacientes
suspeitos para diagnóstico e tratamento.
•
Utilizar água fervida,
clorada, para ingestão;
filtrada
ou
•
Evitar ao máximo o contato com água
suja ou lama proveniente de enchentes,
esgoto ou empoçada em terrenos baldios,
quintais ou margens de córregos, bem
como impedir que crianças nadem ou
brinquem nas águas de enchentes e
córregos;
•
Usar botas e luvas de borracha
durante o trabalho de limpeza da lama, nas
residências e nas ruas ou, na ausência
destes, utilizar sacos plásticos duplos
presos às mãos e pés. Usar também um
pano ou lenço limpo para cobrir a boca e o
nariz.
•
Lavar chão, paredes, objetos caseiros
e roupas atingidas com sabão e água
sanitária, na proporção de 1 litro de
hipoclorito de sódio (2,5%) ou água
sanitária para 4 litros de água, deixando
agir por 30 minutos, caso tenha ocorrido
inundação na residência;
•
Lavar também a caixa D’água com a
seguinte solução: 1 litro de água sanitária
para 1.000 litros de água, aguardar 1 hora
e esvazia-la podendo utilizar essa água na
limpeza da casa;
•
Jogar fora todo alimento que teve
contato com água de enchente e
encontrado com embalagem danificada;
• Acondicionar o lixo em sacos
plásticos e lixeiras bem fechadas,
mantendo-o distante do chão;
• Manter limpos e desmatados os
quintais e terrenos baldios;
• Conservar caixa D’águas, ralos e
vasos sanitários bem fechados;
• Distribuição de materiais educativos
para a população (1.000 cartazes sobre
Leptospirose) e distribuição de folder
para profissionais de saúde.
Expediente
O Informe Trimestral sobre Leptospirose é uma
publicação oficial da Gerência de Agravos
Transmitidos Por Vetores, Zoonoses e Fatores
Ambientais (GATVZSA) da Diretoria de
Vigilância Epidemiológica (DIVEP)
da
Secretária Executiva da Saúde de Alagoas.
Governador do Estado: Teotônio Vilela Filho
Secretário de Estado da Saúde: Jorge Villas
Bôas.
Superintendente de Vigilância à Saúde:
Sandra Tenório Accioly Canuto.
Diretor de Vigilância Epidemiológica: Cleide
Maria da Silva Moreira.
Gerência de Agravos Transmitidos Por
vetores, Zoonoses e Fatores Ambientais:
Marina de Abreu Accioly Canuto.
Área Técnica das Zoonoses: Patrícia
Sarmento.
Editoração Eletrônica: Patrícia Lages Sarmento
Barbosa e Laiza Granja de Souza.
Endereço
para
correspondência:
[email protected]
Disponibilizado na pagina: www.saude.al.gov.br
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