Convertibilidade e estabilidade cambial:
o padrão divisas-ouro
O sistema monetário entre as guerras: competição
e cooperação
Para além do padrão-ouro clássico, o padrão divisas-ouro,
também pode ser considerado um regime monetário dentro do
contexto da regra do padrão-espécie/mercadoria (a regra é a
convertibilidade).
Período do padrão divisas-ouro aplicação da regra menos bem
sucedida. Durante a maior parte do período as taxas cambiais
flutuantes foram comuns.
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o padrão divisas-ouro
Periodização:
Taxas de câmbio flutuantes
- 1ª metade da década de 1920
- Década de 1930
Reconstrução do padrão-ouro
- 2ª metade da década de 1920
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1ª Guerra Mundial:
- suspensa a convertibilidade (excepto EUA)
- proibida exportação de ouro
=> taxas de câmbio começaram a flutuar
= flutuações limitadas pelos controlos que proibiam a maior
parte das transacções em moeda estrangeira =
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o padrão divisas-ouro
1ª metade da década de 1920:
- Liberdade de flutuação cambial
- Bancos centrais não intervinham no mercado cambial
- Volatilidade das taxas de câmbio e perturbações provocadas por
compras e vendas especulativas
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3 situações:
(1) Países com hiperinflação (Áustria, Alemanha) – inflações
alimentadas pelo papel-moeda usado para financiar os
défices orçamentais. Taxas de câmbio estabilizadas em
1923 e 1924, respectivamente.
(2) Países com inflação moderada (Bélgica, França, Itália) –
Taxas de câmbio estabilizadas em 1925, 1926 e 1927,
respectivamente e restabelecida a convertibilidade.
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(3) Países com inflação controlada em 1920-21 (GB, Suécia,
Suiça, ...) – definição de paridades iguais às vigentes antes da
guerra.
= GB voltou à paridade anterior à guerra em 1925 =
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Reconstrução do padrão-ouro:
(1) Como se reconstruiu
(2) Problemas que enfrentou
-
Regresso à convertibilidade e eliminadas as restrições aos
movimentos internacionais de ouro.
- Formas de aumento das reservas: convertibilidade para
montantes elevados; ouro+moeda estrangeira; reservas em
formas de activos estrangeiros que rendessem juros.
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o padrão divisas-ouro
- Conferências internacionais para a coordenação e cooperação
Conferência de Génova (1922): liderada pela Grã-Bretanha
 Negociação para permitir que os bancos centrais tivessem
reservas ilimitadas em divisas estrangeiras;
 Harmonização das taxas de juro dos bancos centrais.
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= A estrutura conseguida foi mais a soma de arranjos
monetários nacionais do que uma verdadeira reconstrução de
um sistema monetário internacional =
-
Os problemas do funcionamento do padrão-ouro:
 O desequilíbrio na distribuição das reservas de ouro: EUA
e França como os grandes depósitos do ouro mundial
(entre 1926 e 1931 a França quadruplicou as suas reservas)
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Reservas de ouro dos bancos centrais (1926-1931)
(% total mundial)
País
1926
1927
1928
1929
1930
1931
EUA
44,3
41,6
37,4
37,8
38,7
35,9
Inglaterra 7,9
7,7
7,5
6,9
6,6
5,2
França
10,0
12,5
15,8
19,2
23,9
4,7
6,5
5,3
4,8
2,1
7,7
Alemanha 4,7
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 França e Alemanha a absorveram o aumento das reservas
monetárias globais => pressões sobre os outros bancos centrais
=> políticas de ↑i e restrições ao crédito.
 Política monetária dos EUA – o ↑i em 1928 (travar crescimento
da Bolsa e travar diminuição das reservas de ouro)
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Década de 1930:
- movimentos de capital especulativos generalizaram-se
- Diminuição das reservas internacionais (ouro mais divisas
estrangeiras) => ↑i
- suspensão da convertibilidade da libra (1931)
=> problemas na confiança de outras moedas, nomeadamente
no dólar (1933), franco francês (1936), franco suíço (1936)
- o regresso às flutuações, mas flutuações controladas
(intervenção dos bancos centrais no mercado cambial) # 1ª metade
da década de 1920.
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- Iniciativas de coordenação fracassaram - EUA, GB, França - no
sentido de ↓ i e aumentar a oferta monetária para relançar a
economia sem desestabilizar as taxas de câmbio.
- Políticas unilaterais
recuperação.
=>
desvalorização
monetária
=>
= a volatilidade cambial a => incerteza e pressões
proteccionistas =
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