EDUCAÇÃO
FÍSICA:
POSSIBILIDADES
DE
INTERVENÇÃO
NO
CONTEXTO ESCOLAR E DE FORMAÇÃO
FINCK, Silvia Christina Madrid – UEPG – [email protected]
EIXO: Formação de Professores / n. 10
Agência Financiadora: Sem Financiamento
Introdução
Neste trabalho serão destacadas as ações empreendidas e efetivadas, a partir
do final de 2006, que foram objetivadas no sentido de buscar possíveis
intervenções na área da Educação Física, especificamente no contexto escolar e de
formação de professores tanto inicial como continuada.
Entende-se que essas ações são necessárias e urgentes, pois em estudo
realizado, em nível “strictu sensu” 1, contatou-se através da análise do cotidiano
pedagógico efetivado pelo professor na Escola Pública, que o conhecimento na
área
da
Educação
Física
tem
sido
abordado
de
forma
limitada
e
descontextualizada, tanto na escola como na graduação no Curso de Licenciatura.
Na realização daquele estudo foi possível constatar não apenas a
necessidade de ações voltadas para a formação do professor que atua na escola,
mas também àquelas que possam contribuir para uma formação inicial mais
refletida, contextualizada e compromissada, com objetivos voltados para uma
educação mais significativa e comprometida.
Nesse sentido, no segundo semestre de 2006, buscou-se a elaboração de um
projeto de pesquisa, para ser desenvolvido a partir de 2007, bem como a formação
de um Grupo de Estudos e Pesquisa (GEPEFE), o qual é certificado pela
1
FINCK, S.C.M. A Educação Física e o Esporte na Escola Pública em Ponta Grossa-Paraná/PR (Brasil)
no ensino fundamental no terceiro e quarto ciclo: análise do cotidiano do professor e perspectivas de
mudanças no ensino. Tese (Doutorado). Leon, Espanha: UNILEON, 2006.
2
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e está cadastrado junto ao CNPq.
Tais ações se deram de forma concomitante, tendo como principal objetivo
contribuir para possíveis intervenções na área de Educação Física tanto no
contexto escolar como no de formação de professores inicial e continuada.
A PESQUISA: análise do cotidiano pedagógico e possibilidades de intervenção
O projeto de pesquisa foi elaborado, pelo autor (a), para ser desenvolvido no
período de 2007 a 2009, tendo como objeto de estudo a análise do cotidiano pedagógico
(prática pedagógica) efetivado pelo professor de Educação Física, na educação infantil,
no ensino fundamental e médio, nas Escolas Públicas Estaduais e Municipais, da cidade
de Ponta Grossa, no Estado do Paraná.
A pesquisa se caracteriza como sendo qualitativa, de campo, participativa, e de
cunho etnográfico. A problemática central, norteadora da pesquisa, a ser investigada,
refere-se a seguinte questão:
Como os professores de Educação Física têm efetivado sua prática pedagógica
nas Escolas Públicas Estaduais e Municipais na cidade de Ponta Grossa?
O projeto é desenvolvido tendo como pesquisador (a) responsável o autor (a), e
uma equipe da qual fazem parte os professores de Metodologia e Prática de Ensino de
Educação Física (MPEEF), que atuam no Curso de Licenciatura em Educação Física da
UEPG, e os acadêmicos do 3º e 4º ano do referido Curso, que realizam as atividades de
Estágio Supervisionado no desenvolvimento da referida disciplina.
A participação dos acadêmicos, na pesquisa, se dá pelo envolvimento que
estabelecem com a Escola através da realização do Estágio Supervisionado que efetivam
no 3° e 4º ano do Curso de Licenciatura. Esse envolvimento é justificado pela
necessidade de ampliar as propostas pedagógicas, possibilitando-lhes experiências ricas e
diversificadas, bem como o contato com parte da realidade Escolar, efetivando um
trabalho de parceria com os profissionais atuantes na Escola, a fim de contribuir para a
melhoria da Educação Física, principalmente, no contexto educacional.
3
Entende-se que a disciplina MPEEF é a oportunidade para que o acadêmico
observe a realidade escolar, ultrapassando uma visão estática, para realizar uma
observação participativa com procedimentos adequados, vivenciando uma prática
pedagógica, ao mesmo tempo em que retoma a teoria para refletir, discutir e pesquisar
retornando a Escola para tentar inová-la. 2
Dessa forma “[...] o Estágio não pode ser encarado como uma tarefa burocrática a
ser cumprida formalmente, muitas vezes desvalorizado nas escolas onde os estagiários
buscam espaço. Deve, sim, assumir a sua função prática, revisada numa dimensão mais
dinâmica, profissional, produtora, de troca de serviços e de possibilidades de abertura
para mudanças3
Nesse sentido a disciplina de MPEEF deve: propiciar uma significativa base
conceitual; favorecer a reflexão sobre a realidade escolar e como se dá a transmissão de
conhecimento; possibilitar o confronto e a articulação das teorias analisadas/discutidas
com a realidade vivenciada pelo professor no cotidiano pedagógico da escola,
considerando-o como ponto de partida para sua ação; oportunizar vivências da realidade
escolar.4
O principal objetivo do envolvimento dos acadêmicos na pesquisa está
relacionado com a necessidade que é percebida, principalmente, pelos professores de
MPEEF, de ser estabelecida uma maior proximidade com o contexto escolar, no sentido
de que possam estabelecer relações mais aprofundadas e refletidas entre teoria e prática,
relacionando, organizando e sistematizando os diversos saberes que têm na Graduação
de acordo com a realidade escolar percebida.
Cabe ressaltar que o ponto de partida da pesquisa é a análise do cotidiano
pedagógico, considerando o trabalho desenvolvido pelos professores de Educação
Física, bem como suas dificuldades e limitações.
Pretende-se também estabelecer em conjunto com os professores das escolas,
encaminhamentos metodológicos visando redimensionar o ensino da Educação Física,
buscando o desenvolvimento de um trabalho, nessa área de conhecimento, mais
significativo, comprometido e contextualizado.
2
Idem, p. 103.
KULCSAR, Rosa. “O Estágio Supervisionado como atividade integradora”. In PICONEZ, Stela C.
BERTHOLO (coord.). A prática de ensino e o estágio supervisionado. 2ª ed., Campinas, SP: Papirus, 1994.
3
4
Com o desenvolvimento desta pesquisa objetiva-se também despertar o interesse
do professor de Educação Física, que atua na escola, para estudos e desenvolvimento de
projetos no âmbito escolar e acadêmico.
Para o desenvolvimento da pesquisa foram estabelecidas as seguintes hipóteses:
a) Os conteúdos abordados nas aulas de Educação Física na Escola são pouco
adequados às condições de vida na sociedade contemporânea;
b) Os conteúdos nas aulas de Educação Física são tratados de forma inadequada e
superficial;
c) Há uma maior predominância do Esporte sob os demais conteúdos da Educação
Física na Escola, sendo este tratado de forma limitada e acrítica;
d) A metodologia utilizada pela maioria dos professores de Educação Física é ineficaz,
pouco dinâmica e nada atraente aos alunos;
e) A Educação Física enquanto disciplina escolar é descontextualizada, considera o
aluno desarticulado das suas experiências, não o compreende dentro de suas relações
sociais e muitas vezes não respeita sua cultura;
f) Faltam aos professores de Educação Física conhecimentos teóricos metodológicos
para que possam redimensionar sua prática pedagógica e desenvolver projetos na
escola;
g) A maioria dos alunos gosta das aulas de Educação Física;
h) A maioria dos alunos prefere o Esporte em detrimento dos outros conhecimentos da
Educação Física Escolar;
i) A análise da prática pedagógica efetivada na escola, envolvendo os acadêmicos do
Curso de Licenciatura em Educação Física, contribui no processo de sua formação
inicial.
Alguns Antecedentes Científicos nortearam a elaboração deste Projeto de
pesquisa. Entende-se a Educação Física como uma área de conhecimento da Cultura
Corporal de movimento, que deve cuidar do corpo não como algo mecânico, visando
apenas o desenvolvimento do aspecto físico, independentemente dos demais, mas sim
na perspectiva de sua relação com os outros sistemas: o mental, o emocional, o estético,
4
FINCK, op.cit.
5
o religioso entre outros.
Nesse sentido a Educação Física Escolar é entendida como uma disciplina que
introduz e integra o aluno na Cultura Corporal de movimento, formando o cidadão que
vai reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos
esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em benefício de sua qualidade de vida.
(PCNs, 1998).
Acredita-se que o professor deve ter como objetivo principal norteador de seu
trabalho na escola, localizar em cada um dos principais eixos temáticos da Educação
Física (jogo, esporte, dança, ginástica e luta) seus benefícios humanos e suas
possibilidades de utilização como instrumentos de comunicação, expressão, lazer e
cultura.
Concordamos com o Soares et alli (1992, p. 219) quando diz:
“Desejamos que os alunos apreendam a ginástica em todas as suas
formas historicamente determinadas e culturalmente construídas; o
fantástico acervo de jogos que eles conhecem confrontados com os
que não conhecem; a dança enquanto uma linguagem social que
permite a transmissão de sentimentos e emoções da afetividade vivida
nas esferas da religiosidade, do trabalho, dos costumes etc; o esporte
como prática social que institucionaliza temas lúdicos da cultura
corporal universal, e que se projeta numa dimensão complexa que
envolve códigos, sentidos e significados da sociedade que o cria e o
pratica. Assim, a Educação Física deixa de ser vazia de conteúdo.”
Nos PCNs (1998) os conteúdos da Educação Física são reconhecidos como eixos
da Cultura Corporal e divididos em blocos (esportes, jogos, lutas e ginástica, atividades
rítmicas e expressivas, e conhecimentos sobre o corpo). Tais blocos deveriam ser
considerados como eixos norteadores do trabalho pedagógico desenvolvido na
disciplina da Educação Física na escola, onde outros aspectos deveriam também ser
abordados como àqueles relacionados à corporeidade, a cidadania, a saúde e a qualidade
de vida.
Betti (1992, p. 286) evidencia que:
“[...] é preciso enfim levar o aluno a descobrir os motivos para praticar
uma atividade física, favorecer o desenvolvimento de atitudes
positivas para com a atividade física, levar à aprendizagem de
comportamentos adequados na prática de uma atividade física, levar
6
ao conhecimento, compreensão e análise de seu intelecto todas as
informações relacionadas às conquistas materiais e espirituais da
cultura física, dirigir sua vontade e sua emoção para a prática e a
apreciação do corpo em movimento.”
Embora exista um referencial teórico-científico, bastante significativo, que
indica a necessidade de serem abordados, na escola, outros conhecimentos da Cultura
Corporal além do Esporte, assim como também são apontados encaminhamentos
teórico-metodológicos que devam ir além da simples execução de movimentos, o que se
percebe na maioria das escolas é bem o contrário. O Esporte é conteúdo predominante
das aulas de Educação Física, e a maioria dos professores prioriza na sua abordagem
apenas conhecimentos técnicos referentes à realização de seus fundamentos e do jogo.
Essa predominância é constatada, principalmente, nos relatos dos acadêmicos
sobre o Estágio que efetivam nas escolas, e também pelas observações que os
professores de MPEEF têm realizado no seu acompanhamento e supervisão. Diante
dessas questões, percebemos que a Educação Física no contexto escolar é quase a
mesma de décadas atrás, apesar das mudanças que ocorreram na área em nível de
academia, o que tem sido discutido (teoria) parece que continua longe da escola
(prática).
Assim, entende-se ser necessário, que docentes de um Curso de formação de
professores, construam ações que possam contribuir para possíveis mudanças, visando a
melhoria da Educação Física efetivada na escola, bem como representem possibilidades
de avanços significativos no processo de formação inicial e continuada.
Acredita-se que tais ações poderão contribuir no processo de formação dos
futuros professores, os acadêmicos, pois lhes oportunizará confrontar a teoria estudada
com a prática efetivada, possibilitando-lhes refletir e intervir de forma significativa
através do Estágio que realizam nas escolas.
É de fundamental importância que num Curso de formação de professores, como
a Licenciatura, seja possibilitado ao acadêmico o contato com esse saber-fazer do
professor, mas que seja uma aproximação analisada e refletida, para que possa absorver
os saberes do professor, mas também tenha capacidade de reconstruí-los, tendo como
suporte os conhecimentos adquiridos na Graduação. (FINCK, 2006, p. 127).
Dessa forma, o presente projeto visa contribuir no processo de formação dos
professores, tanto inicial (acadêmicos) como continuada (professor da Escola e da
7
Universidade), oferecendo espaço para a reflexão e discussão de possibilidades
pedagógicas, visando à melhoria do desenvolvimento da Educação Física na escola,
possibilitando aos educadores uma maior amplitude de seus conhecimentos,
fornecendo-lhes subsídios teórico-científicos a fim de que redimensionem sua ação
docente.
O ponto inicial das discussões será o trabalho que o professor desenvolve no seu
cotidiano pedagógico, onde serão consideradas não apenas suas dificuldades e
limitações, mas também suas experiências e seu conhecimento. (SCHÖN, 1992;
PERRENOUD, 1993).
Acredita-se que através desses encaminhamentos o professor poderá ampliar
conhecimentos e trocar experiências com seus pares, perspectivando encaminhamentos
para um redimensionamento pedagógico da Educação Física.
Os Procedimentos utilizados para o envolvimento dos professores e acadêmicos na
pesquisa: possibilidades, dificuldades e limitações
Para o desenvolvimento da pesquisa inicialmente foram estabelecidos alguns
procedimentos, a fim de que fossem utilizados para que tanto os professores como os
acadêmicos se motivassem a participar do estudo.
Primeiramente foi realizada a apresentação da proposta aos acadêmicos, do 3º e
4º ano, do Curso de Licenciatura em Educação Física da UEPG, a mesma foi efetivada
pelos professores pesquisadores responsáveis pela pesquisa, sendo explicitada com a
intenção de informá-los e motivá-los a participarem da sua realização.
Para a participação dos professores das escolas se fez necessária também a
apresentação do projeto de pesquisa. Dessa forma, no início do ano de 2007, a proposta
foi explicitada aos professores de Educação Física da Rede Pública Estadual de Ensino,
que teriam acadêmicos estagiários atuando em suas turmas. Os professores
pesquisadores explicaram a mesma com a intenção de informá-los e motivá-los a
participarem da referida pesquisa. Cada professor pesquisador ficou responsável pela
divulgação do projeto nas escolas onde teria os acadêmicos de sua turma realizando o
Estágio.
8
Em 2007 o Estágio foi realizado e supervisionado pelos professores de MPEEF
apenas nas séries finais do ensino fundamental (5ª a 8ª séries), no ensino médio, e no
Centro de Educação Básica de Jovens e Adultos (CEBEJA), na Rede Pública Estadual
de Ensino. Pois o desenvolvimento da disciplina, nesse caso, segue o que está
estabelecido no currículo anterior.
A partir de 2008, com as mudanças curriculares, o Estágio na Educação Infantil
e nas séries iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª séries) estará também sob a
supervisão dos professores de MPEEF, dessa forma o projeto envolverá os professores
que atuam na Rede Pública Municipal de Ensino.
Pretende-se na continuidade da pesquisa apresentar a proposta aos demais
professores de Educação Física de outras Escolas Públicas Estaduais e Municipais de
Ponta Grossa, isto é, mesmo que nessas instituições não tenhamos acadêmicos
realizando o Estágio Supervisionado.
No projeto está estabelecido que qualquer participante da pesquisa tenha
liberdade para sair da mesma no momento que for de sua vontade, necessidade e
escolha.
Pressupostos Metodológicos
A pesquisa é desenvolvida numa abordagem qualitativa, participativa, o estudo é
de campo e de cunho etnográfico. Estão sendo utilizados os seguintes materiais para a
coleta e registro dos dados: fichas específicas, diário de campo, entrevistas,
questionários, relatórios. São realizadas observações das aulas ministradas pelos
professores de Educação Física nas Escolas Públicas, as mesmas são efetivadas pelos
acadêmicos do Curso de Licenciatura em Educação Física e pelos professores da UEPG,
de MPEEF, do referido Curso, os dados são registrados nas fichas e no diário de campo.
São realizadas também entrevistas com os professores das escolas e aplicados
questionários. Os alunos das escolas também respondem questionários, que são
aplicados pelos acadêmicos ou pelos próprios professores de Educação Física de cada
uma das turmas.
Os dados também são registrados no diário de campo de cada um dos envolvidos
na pesquisa. Foram realizadas reuniões no início do ano letivo, com os acadêmicos e
9
professores das escolas. Durante o desenvolvimento da pesquisa estão previstas
reuniões visando à orientação e avaliação para um melhor encaminhamento do
processo.
Em 2007 as orientações foram realizadas, de forma quase individual, pelos
professores de MPEEF, com cada um dos professores que tiveram acadêmicos
estagiando em suas turmas. Esse procedimento foi utilizado devido à dificuldade em
reunir os professores, fato este justificado pelo acúmulo de atividades dos docentes.
Os dados da pesquisa são registrados também na forma de relatórios, e sua
elaboração ocorrerá durante e no final do processo, este procedimento está sendo
utilizado pelos professores das escolas, pelos acadêmicos e professores de MPEEF, do
Curso de Licenciatura em Educação Física da UEPG.
Um espaço necessário: Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Física Escolar e
Formação de professores-GEPEFE
O Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Física Escolar e Formação de
Professores (GEPEFE) foi instituído, através da certificação da UEPG e cadastramento
no CNPq, em 2006, mas sua idealização surgiu há mais tempo, pois os profissionais
que desencadearam as ações iniciais de sua configuração tem uma caminhada bastante
significativa tanto no contexto escolar como no de formação de professores na área de
Educação Física.
A idealização e criação do Grupo revelam uma intenção comprometida, de
alguns profissionais da área, de efetivar ações acadêmicas que resultem numa
contribuição para a área.
A relevância do GEPEFE está em oferecer um espaço, em nível de academia,
para que profissionais e acadêmicos possam dele usufruir, na busca de ações para a
melhoria da Educação Física no contexto escolar e de formação inicial e continuada de
professores.
O principal objetivo do GEPEFE é possibilitar um espaço para que profissionais
e acadêmicos possam efetivar ações acadêmicas que resultem numa contribuição para
a área de Educação Física no contexto escolar e de formação.
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Os critérios para a participação no GEPEFE são: ser profissional da área de
Educação Física; ser acadêmico do Curso de Educação Física; apresentar Currículo
Lattes; e assumir comprometimento com as ações estabelecidas pelo Grupo.
O trabalho desenvolvido pelo GEPEFE envolve professores da UEPG, que
atuam como docentes no Curso de Licenciatura em Educação Física, principalmente,
na disciplina de Metodologia e Prática de Ensino em Educação Física (MPEEF), os
professores de Educação Física que atuam na área na Educação Básica, e os
acadêmicos do referido Curso de Licenciatura.
O GEPEFE desenvolve reflexões, análises, estudos, discussões e ações que
resultem em pesquisas, publicações e intervenções que venham contribuir para
redimensionar o desenvolvimento da Educação Física tanto no contexto escolar como
no de formação de professores.
As Linhas de Pesquisa priorizadas no GEPEFE são: Corpo, cultura e Educação
Física Escolar; Educação Física e Esporte: metodologia e ensino-aprendizagem;
Manifestações do Esporte no contexto da Escola; Saúde e Educação Física Escolar;
Transversalidade e Educação Física Escolar.
As ações efetivadas pelo GEPEFE desde sua criação, se deram através de
encontros semanais, que foram organizados tendo como temáticas centrais um
referencial científico produzido na área relacionado com as ementas das Linhas de
Pesquisa. Houve um empenho dos integrantes do Grupo no sentido de participarem de
eventos científicos da área, bem como na apresentação e publicação de trabalhos.
Alguns procedimentos foram utilizados durante a realização dos encontros, com
o objetivo de dinamizar as discussões e ao mesmo tempo ter um eixo condutor a fim de
que as mesmas fossem profícuas e todos pudessem contribuir, socializando as
reflexões realizadas em torno das temáticas propostas para cada encontro semanal.
Dessa forma a cada encontro dois integrantes do Grupo atuavam como
coordenadores para mediar às discussões em torno das temáticas estabelecidas, e um
terceiro era designado para registrar as “falas” de cada um, no final do período de
comum acordo o Grupo estabelecia as estratégias para o próximo encontro.
Uma das estratégias utilizadas foi a de “dividir” uma obra/livro, por exemplo, no
sentido de cada participante ficar responsável pela apresentação e análise crítica de um
capítulo. Esse encaminhamento contribuiu para que o Grupo tivesse interpretações do
mesmo livro, obra, sob olhares diferenciados, o que serviu para enriquecer as
discussões em torno das temáticas.
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No decorrer do processo, o grupo decidiu pela realização quinzenal dos
encontros, afim de que fosse mantida a motivação inicial de cada participante e que
também as discussões não se “esvaziassem”. Outro aspecto que também influenciou
nessa decisão foi o acúmulo de atividades profissionais e acadêmicas dos participantes.
Algumas dificuldades foram percebidas neste primeiro ano de atividades do
GEPEFE, entre elas podem ser destacadas: o dia fixo da semana para a realização dos
encontros; a realização do encontro no período da tarde, dificultando a participação de
muitos professores; a concepção de muitos professores de que o GEPEFE é um grupo
fechado; a falta de participação de alguns professores em eventos da área; alguns não
têm produção acadêmica, principalmente publicação de artigos; a dificuldade, de
alguns, em estabelecer a relação entre produção acadêmica e o crescimento do Grupo
como um todo.
Por outro lado, foi possível perceber o crescimento acadêmico da maioria dos
integrantes do GEPEFE, através, principalmente, de participações em eventos
científicos na área educacional, publicações, envolvimentos em projetos, programas de
capacitação, e algumas participações em processos seletivos para estudos em nível de
Mestrado.
O Grupo estabeleceu como perspectivas as seguintes ações a serem
desenvolvidas pelos seus integrantes: encontros periódicos; participações em eventos
científicos e apresentação de trabalhos; ações direcionadas à fomentação do Grupo.
Considerações Finais
Iniciamos uma caminhada compartilhada e compromissada em prol de objetivos
maiores para a área da Educação Física, as ações empreendidas até então, abrem novas
possibilidades e maiores responsabilidades.
O desenvolvimento da pesquisa e a constituição do Grupo de Estudos e Pesquisa
poderão possibilitar encaminhamentos diferenciados e significativos tanto para o
profissional da área da Educação Física, principalmente para o professor, como para o
acadêmico do Curso de Licenciatura.
Tais encaminhamentos poderão ser concretizados na medida em que, ao
professor será possibilitada uma maior proximidade e entendimento do que vem sendo
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abordado e discutido na área, contribuindo assim para motivá-lo a redimensionar sua
prática pedagógica, bem como a desenvolver projetos tanto na escola como em nível
acadêmico. Para o acadêmico a relevância das ações empreendidas está na possibilidade
de sua participação em atividades acadêmicas, que poderão contribuir para que
vislumbre caminhos mais amplos e significativos na sua profissão.
A pesquisa poderá proporcionar reflexões, discussões e encaminhamentos para
uma prática mais significativa e relevante da Educação Física no contexto escolar,
contribuindo também para uma aproximação do acadêmico junto à escola, fornecendolhe dados para que observe, reflita, compare e aponte encaminhamentos metodológicos
mais próximos da teoria abordada no Curso de Licenciatura, possibilitando-lhe uma
formação inicial mais próxima da realidade.
As ações desenvolvidas até então, apontam para um encaminhamento
diferenciado para a Educação Física no contexto escolar e de formação, que está apenas
no começo, os primeiros passos foram dados, a continuidade do processo e o alcance
dos objetivos pretendidos dependem de cada um e também de todos enquanto Grupo, na
realização de um trabalho profissional e acadêmico, que deve ser contínuo, sistemático,
compartilhado e compromissado.
REFERÊNCIAS
BETTI, M. Ensino de Primeiro e segundo graus: Educação Física para quê? In Revista
Brasileira de Ciências do Esporte. Vol. 13, n. 2, janeiro, 1992.
BRACHT, V. et.al. Pesquisa em ação: educação física na escola. Ijuí: Ed. Unijuí,
2003. (Coleção Educação Física).
BRASIL, S.E.F. Parâmetros Curriculares Nacionais-Educação Física. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo:
Cortez, 1992.
FINCK, S.C.M. A Educação Física e o Esporte na Escola Pública em Ponta GrossaParaná/PR (Brasil) no ensino fundamental no terceiro e quarto ciclo: análise do
13
cotidiano do professor e perspectivas de mudanças no ensino. Tese (Doutorado). Leon,
Espanha: UNILEON, 2006.
KULCSAR, Rosa. “O Estágio Supervisionado como atividade integradora”. In
PICONEZ, Stela C. BERTHOLO (coord.). A prática de ensino e o estágio
supervisionado. 2ª ed., Campinas, SP: Papirus, 1994.
PERRENOUD, P. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação. Perspectivas
sociológicas. Lisboa, Portugal: D. Quixote, 1993.
SCHÖN, D.A. Formar professores como profissionais reflexivos. In: NÓVOA, Antonio.
Os professores e a sua formação. Lisboa: Portugal, Dom Quixote, 1992.
SOARES, C.L.; TAFFAREL, C.N.Z; ESCOBAR, M.O. A Educação Física Escolar na
perspectiva do século XXI. In MOREIRA (org.). Educação Física & Esportes:
perspectivas para o século XXI. Campinas, SP: Papirus, 1992.
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