PIRAPÓ
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PIRAPÓ
Na segunda metade do século XIX já havia em Pirapó um povoamento luso-brasileiro, assim como grupos de
indígenas. Mas foi no início do século XX, a partir de 1903, que foi fundada uma colônia alemã, por Ernesto Henrique
Guilherme Wilhelm Sommer e seus familiares. As primeiras doze famílias chegaram no dia 18 de maio de 1904,
provenientes da Região do Vale do Rio dos Sinos (RS). Foi chamado de Colônia Sommer, depois Colônia Pirapó, a
seguir Vila Pirapó e por último, Pirapó.
Na década de 1950, a base da economia dava-se através da intensa exportação, via fluvial, principalmente de
madeira de lei (pau-ferro), produtos agrícolas como a erva-mate, o fumo e o feijão e industrializados agropecuários,
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como a cachaça, o queijo, o couro, a banha e a rapadura. Neste período várias entidades foram solidificadas, como o
Clube e a Paróquia São José, a Escola Paroquial e o Hospital Nossa Senhora do Rosário.
A partir desta época foi cessando a industrialização e a base da economia passou a ser apenas a agropecuária,
cujo escoamento da produção de suínos e de grãos como soja, milho, trigo, feijão e arroz passou a ser rodoviário.
Em 1955 Pirapó passou a ser distrito de São Luiz Gonzaga e, a partir de 1966, passou a ser distrito do município
de São Nicolau. O município de Pirapó foi criado em 30 de novembro de 1987, com a sua instalação efetuada em 1º de
janeiro de 1989. Sua denominação vem do idioma indígena Guarani (pira que significa peixe e pó que significa salto –
salto dos peixes).
O município tem acesso pela BR 392 e RS 561, conta com uma população de 3.000 habitantes, uma área de
291,74 Km² e se localiza a uma distância de 563 Km da Capital. O Município de Pirapó não possui distritos.
Na produção destacam-se as atividades de agricultura com o cultivo de grãos como soja, milho e trigo, também
produz mandioca, hortaliças e frutas. A pecuária com a criação de bovinos, ovinos e grande variedade de animais.
Em relação ao saneamento básico constata-se que no município o abastecimento da água é feito por poço
artesiano e tem um bom fornecimento de energia elétrica. O sistema de saúde está composto por um hospital e dois
postos de saúde.
Na área da cultura e lazer, conta com uma biblioteca, um museu - Memorial Valter José Klein, e um arquivo
histórico, dois clubes sociais, São José e ASERPI. Possui hotel e pequenos restaurantes para o atendimento.
A população deste município é bastante religiosa, demonstrado pelas varias Igrejas e capelas, entre elas vale
ressaltar a Igreja Matriz, chamada de Paróquia do São José de Pirapó.
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Igreja Matriz
O município se caracteriza por possuir um grande e rico conjunto de edificações construídas pelos descendentes
de alemães desde princípios do século XX.
Pode-se dividir sua arquitetura em dois grandes grupos. Um primeiro grupo conformado pelas edificações,
construídas na técnica do enxaimel, possivelmente as mais antigas, com alicerces de pedra e paredes de estrutura de
madeira falquejada e preenchida com tijolos de barro, a maioria das vezes, rebocados com argamassas de cal e areia.
Elas se encontram localizadas não só na área rural como na cidade, sendo esta uma das características mais
importantes deste conjunto, pois na maioria de municípios este tipo de patrimônio se encontra localizado no interior.
Também o fato de que, muitas delas, são propriedade de instituições públicas, ajuda para uma futura valorização deste
patrimônio. Tem que ser assinalado o estado precário deste patrimônio.
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Alguns representantes deste grupo merecem ser destacados no centro urbano.
Lavanderia do Hospital
Residência Backes
Biblioteca Pública
Casa-1
Sede da Brigada Militar
Casa 2
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Pertencente ao mesmo grupo também se destacam algumas edificações na área rural.
Casa Henrique Sommer
Edificação de 1900, em enxaimel, construída como armazém e ainda está em funcionamento, possui
características originais.
Casa Sommer 2
Casa Sphis
Residência João Diel
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Casa Pedro Hoffmann
Construção de 1936, em enxaimel, seu madeiramento ainda se encontra numerado, com cozinha separada do corpo
principal.
Casa Rambo
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Residência Pedro Reisdorfer
Residência Jacó Daves
Residência Alfredo Reisdorfer
Pedro Roht
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O segundo grupo é conformado por edificações, também de influência alemã, mas com características do
ecletismo alemão como seu sistema construtivo em alvenaria de tijolos, rebocadas com argamassa de cal e areia,
utilização de mansardas, telhados altos, beirais e alpendres com avarandados.
No centro urbano destacam-se alguns exemplos.
Casa Paroquial
Construção de 1932, possui pinturas murais nas paredes internas.
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Residência das Enfermeiras
Hospital
Sindicato dos Trabalhadores Rurais
Casa Werle
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Na área rural, também se encontram vários exemplares representantes deste grupo.
Residência Francisco Hoffmann
Residência Evaldo Reisdorfer
Construção de 1940, com pinturas decorativas internas. Se encontra em mal estado de conservação
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Município dedicado a agropecuária, em sua paisagem natural destaca-se a presença do rio Ijui, vertentes e água
mineral, o morro do Itatim e paredões de pedra. As principais causas de degradação ambiental no município são
decorrentes do pisoteio por gado, do desmatamento, do assoreamento e da aplicação de agroquímicos.
Panorâmica Cidade
Cascata do Degrau
Encontro do Ijui com Uruguai
Dentre os eventos destacam-se a Expo-Piarapó, feira comercial bianual, o Rodeio Crioulo, conhecido como
Carnaval Gaudério e a Romaria das Águas, ambas festividades anuais.
No artesanato a cidade não possui Associação de Artesãos, destacam-se trabalhos de pinturas em tela, com
temas ligados a arquitetura em enxaimel, característica do município, tricô, crochê e bordados.
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Como elementos de Patrimônio Humano o município possui uma cantora e compositora, um músico e uma
escritora que já publicou um livro sobre a história do município.
Artesanato
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