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V Mostra de
Pesquisa da PósGraduação
Formação Continuada de Professores e Projetos Interdisciplinares:
uma experiência no Curso de Tecnologia em Hotelaria da
Faculdade de Tecnologia Senac RS
Marcelo Oliveira da Silva1, Maria Inês Corte Vitória2 (orientadora)
Resumo
A presente pesquisa visa a analisar os projetos interdisciplinares do Curso Superior de
Tecnologia em Hotelaria, da Faculdade de Tecnologia, do Senac RS, como uma possibilidade de
educação continuada para professores. Adotou-se uma abordagem qualitativa com estudo de campo
descritivo-exploratório. A coleta de dados será realizada por meio de observação participante e
entrevista semi-estruturada. Os dados aqui apresentados se referem aos resultados parciais da
investigação, destacando-se a grande diversidade de cursos realizados pelos professores.
Introdução
Como professor do Curso Superior de Tecnologia em Hotelaria das disciplinas de
Instituições de Direito e Legislação Hoteleira, no 3º semestre, e Metodologia da Pesquisa, no 1º
semestre, na Faculdade de Tecnologia Senac RS, faço parte dos dois projetos interdisciplinares em
andamento. Pude perceber que constituímos um espaço propício para a troca de experiências e,
talvez, para a educação continuada. Foi desse contexto que surgiu a inquietação de descobrir qual a
percepção dos professores envolvidos nos projetos multidisciplinares sobre a oportunidade de
formação continuada. Ao ingressar no Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, na linha de Formação, Políticas e Práticas em
Educação, entendi que seria a oportunidade para estudar os grupos interdisciplinares dos quais faço
parte. Portanto, o estudo que proponho visa entender o espaço criado pelas reuniões de professores
membros do projeto interdisciplinar como oportunidade de formação continuada pela troca de
saberes.
Metodologia
1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul (PUCRS), especialista em Educação Brasileira e bacharel em Direito pela Fundação Universidade Federal do
Rio Grande (FURG) Professor pesquisador da Faculdade de Tecnologia Senac RS.
2 Doutora em Educação, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCRS.
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Buscam-se estabelecer os caminhos metodológicos a serem aplicadas na dissertação de
mestrado: abordagem qualitativa e pesquisa de campo exploratória-descritiva. Os instrumentos de
coletas de dados serão a observação participante e a entrevista semi-estruturada. A pesquisa
qualitativa, para Richardson (2007, p. 90), “pode ser caracterizada como a tentativa de uma
compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos
entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou
comportamentos”; dessa forma, diferencia-se nitidamente da pesquisa quantitativa.
Além disso, faz parte deste projeto realizar pesquisa de campo. Segundo Cervo e Bervian
(1974, p. 70), a pesquisa de campo “é realizada na área das ciências sociais”, e suas técnicas
específicas “têm por finalidade recolher e registrar ordenadamente os dados relativos ao assunto
escolhido como objeto de estudo”. O tipo de estudo é o exploratório-descritivo. No entendimento de
Martins Junior (2008, p. 73), o estudo exploratório é utilizado quando há que se aumentar “o
conhecimento do pesquisador acerca do fenômeno que deseja investigar”. Entretanto, segue
afirmando que não há “como se estabelecer hipóteses precisas” (p. 74), pois esse tipo de análise
depende de variáveis nem sempre controladas pelo pesquisador. Já os estudos descritivos, bastante
comuns no campo da educação, têm por foco descrever de forma mais aprofundada as pessoas
inseridas em uma realidade (TRIVIÑOS, 2008). Os dois tipos de estudo serão utilizados de forma
complementar.
Propõem-se dois instrumentos de coleta de dados: a observação participante e a entrevista.
Para que a observação torne-se um instrumento válido e confiável, precisa ser “controlada e
sistemática”, no entendimento de Lüdke e André (1986, p. 25). O pesquisador, seguindo a
orientação de Triviños (2008), faz anotações de campo em sentido restrito. Por isso, a observação
participante fará parte dessa investigação. As observações serão realizadas nos grupos de
professores sujeitos da pesquisa, que se reúnem quinzenalmente, por aproximadamente duas horas,
para a formatação dos trabalhos, a discussão do andamento das atividades, a deliberação sobre
questionamentos e reivindicações dos alunos e o acompanhamento do trabalho de cada professor na
sua disciplina específica.
Para Bauer e Gaskell (2002), a entrevista qualitativa é utilizada para mapear e compreender
a realidade dos respondentes. A entrevista ocorrerá de forma individual e gravada por meio
eletrônico, posteriormente degravada e analisada. Utilizam-se as concepções de Triviños (2008)
para estabelecer o conceito de entrevista semi-estruturada, que evidencia a participação do
pesquisador e, ao mesmo tempo, permite que o entrevistado tenha liberdade e espontaneidade nas
suas respostas.
Formação dos Sujeitos Estudados
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Faz-se uma breve caracterização da formação dos professores com o intuito de mapear um
perfil dos sujeitos da pesquisa. Os grupos de professores, em consulta à Plataforma Lattes, possuem
as formações dispostas nas figuras 1 e 2.
Sujeit
o
1
2
3
4
5
6
Sujeit
o
3
6
7
8
9
10
11
12
13
Graduação
Especialização
Hotelaria
Desenvolvimento Turístico
Turismo
Secretariado Executivo
Comunicação
Relações Públicas
Social
Letras
Ensino da Língua Inglesa
Comunicação
Gestão Empresarial
Social
Direito
Educação Brasileira
Figura 1 Formação dos Professores 1º Semestre
Graduação
Mestrado
Doutorado
Turismo
Turismo
Educação Ambiental
Comunicação Social
Letras
Design (mestrando)
-
Educação (mestrando)
-
Especialização
Comunicação Social
Relações Públicas
Direito
Educação Brasileira
Administração de
Informática;
Empresas
Adm. Hoteleira
Nutrição
S. de Alimentação
Arquitetura e Urbanismo
Gestão da Qualidade
Ciências Contábeis
Letras;
Espanhol
Matemática
Análise de Sistemas
Figura 2 Formação dos Professores 3º Semestre
Mestrado
Doutorado
Educação Ambiental
Educação (mestrando)
-
Comunicação Social
-
Turismo
Contábeis
Letras
Matemática Aplicada
C. Computação
C. Computação
Como se pode observar, o sujeito 3 também atua como professor no 1º semestre. O sujeito 6,
que é o próprio pesquisador, atua nos dois semestres estudados. Pode-se afirmar que os sujeitos
apresentam um espectro bastante amplo na sua formação tanto na graduação quanto nos cursos de
pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado).
Referências
BAUER, M.; GASKELL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes,
2002.
CERVO, A.; BERVIAN, P. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo: Editora
McGraw-Hill, 1974.
LÜDKE, M; ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MARTINS JUNIOR, J. Trabalhos de conclusão de curso: instruções para planejar e montar, desenvolver e concluir,
redigir e apresentar trabalhos monográficos e artigos. Petrópolis: Vozes, 2008.
RICHARDSON, R. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SEVERINO, A. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. São Paulo: Cortez, 2007
TRIVIÑOS, A. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas,
2008.
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