Para obter o equilíbrio entre a vida pessoal
e profissional a palavra de ordem é disciplina
No mundo corporativo a
pressão para se fazer cada
vez mais em menos tempo
consome os profissionais
constantemente. Eles ficam
atordoados com o acúmulo de
trabalho e se frustram quando
não alcançam os resultados
esperados. A consequência
dessa árdua jornada não é
nada animadora. No lugar
de ascensão na carreira e
melhor qualidade de vida,
esse profissional está fadado a perder a saúde, a ter
problemas familiares, e até
mesmo a falta de eficácia.
Não é fácil driblar essa
situação. Todos almejam o
equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, mas não
param sequer um estante
para planejar e organizar suas
prioridades sejam elas profissionais ou pessoais. Uma
frase de Benjamin Franklin
nos traz uma ponderação
muito interessante – “Falhar
ao se preparar é preparar-se
para falhar”.
Quem no seu ambiente
de trabalho já não teve a
sensação de viver apagando
incêndios? E isso acontece
por uma falha pessoal e de
liderança, pois deixaram de
priorizar o que é mais importante para a organização. Pesquisas confirmam
que ao dedicar 10 minutos
diários no estabelecimento
de prioridades é possível
economizar mais do que
uma hora, por dia.
Durante palestras e treinamentos que realizo costumo
perguntar aos participantes
o que fariam se tivessem
uma hora a mais no dia, e a
maioria das respostas está
ligada a realizações pessoais
como: convívio com a família
e momentos de lazer. Ninguém diz que ficaria uma
hora a mais na empresa.
O motivo desses desejos é
que as pessoas anseiam por
atividades que lhe proporcionem prazer, e tudo isso é
possível se houver um bom
planejamento.
Infelizmente palavras
como prioridade, planejamento e organização ainda
são vistas de forma genérica e não são absorvidas de
maneira executável no dia
a dia das pessoas. Assim,
quando alguém, seja de seu
convívio profissional ou pessoal diz que “você precisa
escolher suas prioridades”, ou
“planejar melhor”, ou ainda
“organizar-se mais”, muitas
vezes ficamos com a sensação
de que há algo importante a
ser feito, embora não saibamos exatamente o que, nem
como. Nesses momentos,
com frequência cedemos
à tentação de transferir a
responsabilidade.
Há uma frase que de que
gosto muito, “se você não
conduzir a sua vida, alguém
o fará por você”. Seja o seu
cônjuge, o seu chefe ou o
seu subordinado, enfim o
segredo é aprender a conduzir a sua vida. E como se
faz isso? Começando através
de uma lista de prioridades.
Segundo uma pesquisa da
FranklinCovey apenas 17%
dos trabalhadores começam o dia tendo uma lista
de prioridades.
Dedicar alguns minutos
do dia para estabelecer as
Por Paulo Kretly
principais atribuições em seus
diferentes papéis, tem de ser
um hábito diário. Quando
me refiro a papéis não são
apenas ao de gerente, diretor
ou de um colaborador de
uma organização. Também
me refiro ao de pai, mãe,
cônjuge, irmão e filho. Temos
vários papéis em nossa vida
e o equilíbrio entre eles é
que vai fazer com que se
alcance a satisfação pessoal e
profissional. Para que possa
produzir melhor como profissional, é preciso aprender
a equilibrar todos os papéis,
que “disciplina é liberdade”.
Reitero esse conceito, pois
com disciplina será possível
ter liberdade para fazer as coisas que mais importam.
Ficar mais tempo com a
família, por exemplo, faz parte
de um papel importante na
vida. É preciso acordar para
essa necessidade o quanto
antes, já que temos um alto
índice de famílias onde o
marido e a esposa trabalham
e ficam a maior parte do
tempo fora de casa, longe
desse convívio familiar.
Um estudo da FranklinCo-
e quem aprende a fazer isso
rende muito mais.
A competitividade no
mercado de trabalho e nos
negócios tende a afastar as
pessoas de outros papéis
importantes, pois são consumidas por essas pressões
externas. Por isso enfatizo a
importância de conduzir a
própria vida, caso contrário,
seremos conduzidos de um
lado para o outro.
Renato Russo em sua
música Há tempos, já dizia
vey analisou que no período
de dez anos aumentou em
10 horas o tempo que o casal
fica fora de casa. Esses dados
significam que os dois ficam
menos tempo juntos e menos
tempo com os filhos.
Podemos pensar em muitas justificativas para essa
ausência como a necessidade
de se envolver por inteiro
em um projeto ou dedicar
mais horas no escritório
para conquistar uma boa
posição na empresa. Mas
nem sempre mais tempo
no escritório significa maior
produtividade.
Na verdade as pessoas
que ficam mais tempo no
trabalho acabam sendo
menos produtivas do que
seriam naquelas oito horas
de trabalho. A conclusão é
simples: se você precisou
ficar além do expediente,
significa que não foi produtivo nas horas que deveria
permanecer na empresa.
A partir do momento que
você começa a planejar melhor
e focar o tempo, acaba por produzir mais para a organização
e tem a liberdade de sair no
horário estabelecido. Apenas
45% dos funcionários estão
focados no core business da
organização, ou seja, nas prioridades de sua empresa.
Alguns fatores são responsáveis por essa dispersão
durante o horário de trabalho.
Quem nunca foi interrompido
para um bate-papo (gente conversando) durante
a execução de uma tarefa?
Ou procurou por horas um
contato de um cliente ou
fornecedor que não lembra
onde anotou?
São desperdiçadores de
tempo que fazem uma grande
diferença ao final do dia. A
ampla oferta de meios de
comunicação é algo que muito
se discute. Até que ponto essa
oferta é uma ferramenta de
trabalho ou uma inimiga? Se
no seu trabalho o acesso a
redes sociais ou outros recursos é liberado, é preciso
saber escolher qual se adapta
melhor às suas necessidades
e da empresa.
Os e-mails e programas
de mensagens instantâneas
são muito utilizados. Faça uso
de filtros, como programar
horários para a leitura de
mensagens ou usar o status
de ocupado quando estiver
envolvido em um projeto
importante, para assim evitar
interrupções.
Além de consultor também sou executivo de uma
empresa e sei que planejamentos perfeitos não existem, pois estamos sujeitos a
imprevistos, fatos inesperados, contratempos, e não há
planejamento no mundo que
consiga prever todas essas
variáveis. Então, por que
nos organizamos? Porque é
a melhor forma de lidarmos
com essas variáveis. Haverá
mais condições de lidar com
o que não consegue controlar
se já tiver seu planejamento
sob controle.
Paulo Kretly é presidente da FranklinCovey Brasil
(www.franklincovey.com.br), e
autor dos livros Figura de
Transição e Deixe um Legado.
Reconhecido palestrante em
liderança, gestão e produtividade
pessoal e interpessoal e especialista em gerenciamento do
tempo, vem cativando milhares
de pessoas e organizações que
o procuram com o desejo de
manter suas vidas pessoal e
profissional equilibradas.
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