Nº 430 - Janeiro-Fevereiro/2015
2015 – ANO DA PAZ
O peregrino caminhava pelo deserto,
quando avistou de longe um ser estranho.
Sentiu medo mas não podia deixar de
caminhar. Chegando mais perto, percebeu
que o ser desconhecido era um ser humano.
O medo deixou lugar para a confiança, logo
acompanhada por interrogações: Que língua
falará? De que nacionalidade será? Como se
perdeu neste deserto...? Ao chegar bem
perto, a felicidade tomou conta de seu
coração porque aquele homem era o irmão
que tinha emigrado e que estava voltando
para casa. Abraçaram-se, choraram,
partilharam água e pão para continuar
juntos o caminho.
Como seria lindo se todos nós
fizéssemos do ano novo o tempo em que
tudo se torna fraternidade! Na medida em
que nos aproximamos desarmados das
mentiras, interesses e egoísmos, tudo
ganha outra feição e nascem as condições
para relacionamentos autênticos, alicerces
da paz. O conto é o relato do processo de
convivência que permite a construção da
paz. No deserto da vida olhamos para o que
nos rodeia com sentimentos confusos, onde
facilmente nasce a tensão. Ficamos com
medo. Mas mais nos aproximamos do que
parecia um perigo, nasce a possibilidade de
encontro. Quando o encontro revela o
parentesco, brotam então os sentimentos
de alegria e satisfação que desencadeiam o
processo da partilha e da comunhão.
Caminhar junto torna-se consequência.
É o que Jesus viveu. Logo após a
ressurreição, encontrando os discípulos
aterrorizados, dirá: “A PAZ ESTEJA
CONVOSCO!”. É o que São Francisco
encarnou em sua vida e, diante das
dificuldades de construir a paz, rezará:
Senhor fazei de mim
um instrumento de Vossa paz.
Onde houver ódio,
que eu leve o amor.
Onde houver ofensas,
que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia,
que eu leve a união.
Onde houver trevas,
que eu leve a luz.
Onde houver erro,
que eu leve a verdade.
Onde houver desespero,
que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza,
que eu leve alegria.
Onde houver dúvidas,
que eu leve a fé.
Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado.
Compreender que ser compreendido.
Amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive
para a vida eterna.
Votos que sejamos construtores de paz!
E, então, teremos um ANO NOVO apesar de
toda dificuldade que poderemos encontrar.
Estimados amigos e colaboradores
da Família Pompéia, saudamos a cada
um no início deste novo ano, na espera de
encontrá-los bem.
Mais um ano findou e com ele vem um dos
principais acontecimentos da história da
humanidade: o Natal de N. Sr. Jesus Cristo. Se antes a
lei era o princípio norteador, agora o amor quer ser o
motivo principal de nossa existência e de nossas
relações. O Natal é acima de tudo uma proposta de
vida, que ele esteja presente nas nossas vidas todos
os dias do novo ano.
Nestas poucas linhas queremos agradecer a cada
um pelo ano de 2014, que já passou. Obrigado pela
amizade, partilhas, presença e colaboração. Sem
vocês seríamos muito mais pequenos e não teríamos
realizado uma série de iniciativas em favor da vida de
tantos imigrantes. Que o Senhor retribua todo o bem
feito em saúde e bênçãos.
Que este início de ano seja de descanso e
renovação. Tempo necessário e fundamental para
seguirmos nossa caminhada, tanto a nível pessoal e
familiar como comunitário.
Esperemos que o ano novo continue nos
desafiando, mas especialmente, nos unindo e
reunindo em torno do mesmo objetivo que até agora
estivemos trabalhando: vida digna em favor dos que
não tem. Que no novo ano se fortaleçam: a fé, a
esperança, mas acima de tudo, a caridade.
E como diz Carlos Drummond de Andrade: “O
grande barato da vida é olhar para trás e sentir
orgulho da sua história. Que todos saibamos
transformar tudo em uma boa experiência! Chorar
de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser
humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a
gente se entende e permite olhar o outro e o mundo
com generosidade as coisas ficam diferentes.
Desejo para você esse novo olhar.
O ano que vai entrar pode ser especial, muito
legal, se entendermos nossas fragilidades e
egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas
podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos
entender o outro. O ano que vai entrar pode ser o
bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular...
ou... pode ser puro orgulho! Depende de mim, de
você! Pode ser. E que seja!!!
Feliz olhar novo!!! Que o ano que se inicia seja do
tamanho que você fizer. Que a virada do ano não
seja somente uma data, mas um momento para
repensarmos tudo o que fizemos e que desejamos,
afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade
somente se acreditarmos neles” !!!
FELIZ ANO NOVO.
Que 2015 VENHA COM TUDO DE BOM.
ANNO DI PACE
Cari amici,
Vorrei farvi un regalo. Mettervi sulla mano un
piccolo seme per domandarvi di piantarlo nel giardino
della vostra vita (lavoro, famiglia, vacanze, passeggiate
ma anche nelle malattie, difficoltà, problemi di
convivenza e delusioni). È il seme della pace. La pace è
l'unica pianta che produce tutti i frutti della vita. E,
difatti, diciamo: “Senza la pace, qualunque cosa diventa
insopportabile”. Troviamo nella Bibbia che la pace
contiene tutti i beni, che è la totalità dei beni divini.
“Pace in terra agli uomini amati da Dio” è il canto degli
angeli e diventerà il saluto del discepolo, che predica il
Regno di Dio: “Nella casa dove entrate, augurate la
pace” . Pace è vita.
Quando visito i marinai sulle navi, porto sempre
con me una piccola colomba di metallo, simbolo della
pace. La offro a tutti i marinai. È interessante vedere
come la ricevono con la più grande soddisfazione.
Cadono le barriere culturali o religiose per affiorare quel
sentimento comune di essere un'unica umanità nella
pace. E quando dico a loro: “Vi auguro pace nella mente,
nel cuore, sulla nave, nella famiglia, nel lavoro....”, trovo
da parte di tutti una condivisione di sentimenti. Il
desiderio di pace è il sogno dell'umanità.
Cari amici, vi auguro ogni bene. Auguri di pace e di
fraternità. A tutti benedico con l'augurio che nelle
vacanze non dimentichiamo di pensare, di pregare e di
fare il bene.
Sempre camminando insieme.
P. Giovanni Corso
Collaboratori: Adelina Donadio Gallo, Angelina Anele, Angelo Gerace, Annunziato Di Lorenzo, Carmine e Zelia Gugliotta,
Domenica Scorza, Anunziata Laitano Aronna, Helena Kim, Hilda Schifino Sellito, Leonardo Scorza, Mônica Kim, Pasqualino e Concettina Morelli,
Rosa Rosito Bruno, Francesco Bruno, Santa Laitano Marrone, Mercedes Bolognesi, Ida Anele Guaragna, Humberto Scorza.
Natal das Crianças Migrantes
Para festejar a chegada
do Natal, o Cibai Migrações
reuniu as crianças, filhos de
migrantes, no dia 7 de
dezembro passado, no
Salão de Eventos da
Paróquia da Pompéia, em
Porto Alegre. A festa
natalina contou com o
auxílio dos voluntários e
com crianças das mais diversas nacionalidades: Uruguai,
Peru, Bolívia, Argentina, Equador, Paraguai, Colômbia, Líbano, Síria,
Senegal e Haiti, entre outros países.
Na ocasião, as crianças tiveram a oportunidade de aprender
valores, como o respeito ao próximo, o conhecimento e a
valorização de outras culturas, idiomas e costumes, além de
resgatar a pureza, a inocência e a esperança, representadas pelo
nascimento de Jesus.
Como o dia foi de integração, a festividade reuniu também o
Curso de Liderança Juvenil (CLJ), grupos de jovens católicos, das paróquias São Sebastião e Nossa Senhora da Paz e
o coral de crianças da paróquia São José Vila Nova - Porto Alegre.
“VIRGENCITA DE
GUADALUPE –
MADRE DE
AMÉRICA”
La devoción se hizo
presente más una vez en
nuestra Parroquia el día 12
de Diciembre pasado,
celebrando a Nuestra
Señora de Guadalupe,
“Madre Solícita” que
comparte las alegrías y las
esperanzas, los sufrimientos y las angustias de su
Pueblo Mexicano y de toda América, tierra de
mistura de razas.
Juan Diego, el indio a quien la Virgen apareció
por primera vez, representa cada uno de nosotros,
envueltos y protegidos en su seno materno lleno de
ternura, capaz de respetar la vida humana en todas
sus fases, de perdonar, de conciliar y de acoger a los
migrantes así como a los pueblos, a los pobres y
marginados de todas las épocas.
De rodillas ante LA MORENITA DEL TEPEYAC,
pedimos por la paz en el mundo entero, por el
restablecimiento de la fe y de la esperanza.
SANTA MARIA DE GUADALUPE.
Ruega por nosotros!
Rio Grande: Encontro dos Senegaleses
na Paróquia de São Judas
São mais de 80. Trabalhadores, vivem em
grupos caracterizados por um comportamento
autentico e fraterno. A maioria pratica a religião
muçulmana. No dia 12 de dezembro/2014
celebraram o
MAGAL (grande
homenagem)
de Touba para
comemorar a
data em que
Shaikh Aamadu
Bàmba Mbàkke foi para o exílio no Gabon. A festa
religiosa reúne anualmente em Touba inúmeras
pessoas. A pastoral do migrante ajudou o grupo
para encontrar um espaço celebrativo na Paróquia
de São Judas Tadeu. Houve um grande almoço
oferecido gratuitamente para toda a comunidade,
acompanhado por orações. Participaram mais de
200 pessoas.
Pe. Giovanni Corso.
Mãos à Obra
Os voluntários do grupo Mãos à Obra, que
todas segundasfeiras preparam
aproximadamente
350 refeições para
os moradores de
rua, realizaram, no
passado mês de
dezembro, a
confraternização de final de ano. A eles nosso
muito obrigado pelo testemunho de caridade, mas
principalmente, pelo gesto em favor da vida
humana. Em algumas situações, um prato de
comida não significa apenas “saciar a fome”, mas
uma oportunidade para se continuar vivendo.
Atualmente mais de duas mil pessoas adotaram a
rua como lugar de moradia em nossa capital. “...
pois tive fome, e me destes de comer; tive sede, e
me destes de beber; fui estrangeiro, e vós me
acolhestes” (Mt. 25, 35).
Aulas de Português
Com a cópia de duas unidades de um livro de
Português para Estrangeiros na mão, preparome para dar a primeira aula. Lendo o conteúdo
dessas unidades, pensando nos haitianos que
iria encontrar em sala de aula, enalteceram-se as
listas de palavras do item intitulado fonética. Eu
os faria ler estas palavras. Assim se procedeu.
Com a leitura, entre outras lições, tive a
seguinte: tem a língua francesa na base de sua fala quem lê com maior tonicidade a
última sílaba das palavras terminadas em a ou em o; a língua espanhola, quem
pronuncia como se fechadas fossem as letras e e o abertas do Português. Com
interesse próprio pela língua francesa, um dos objetivos pessoais ao buscar esse
trabalho voluntário, algo diferente do que buscava se opera em mim já na primeira
aula.
“Queríamos braços e chegaram seres humanos” (Max Frisch) – quando li este
pensamento num folder, comecei a me entender, comecei a entender o serviço que a
Igreja da Pompéia, em cada fiel que a constitui, está oferecendo aos imigrantes,
comecei a me colocar no lugar dos empresários que procuram a mão-de-obra
imigrante, comecei a entender o seu papel na sociedade global cada vez mais
dinâmica, comecei talvez a identificar, verbalizar o que significa dar aula de
Português para imigrantes.
“Você está provavelmente com uma alergia porque o ar daqui é
demasiadamente puro” – ouvi isso num país estrangeiro, de primeiro mundo, e não
gostei. Então dar aula pode significar a oportunidade de não fazer ao outro, ao
migrante, o que você não quer que façam a você, a seu filho ou a algum ente querido
que se movimenta mundo afora por razões diversas.
“Quanto melhor estiverem todos, maior a probabilidade de meu filho (sobrinho,
neto, ...) ser bom” – um lema que me empurrou em outras oportunidades a arregaçar
as mangas e colocar a mão na massa. Pensando como descendente de imigrantes
europeus, que vieram para o Brasil em busca de oportunidade para uma vida melhor
para si e suas famílias, como migrante do interior para a capital, movida pelo mesmo
espírito, o significado de dar aula de Português para quem migra vai-se explicitando.
Acolhê-lo, inseri-lo socialmente, não lhe roubar a dignidade humana, ajudar na
capacitação, no aprender a pescar em águas novas e não apenas lhe dar o (muitas
vezes, inicialmente necessário) peixe, eis alguns dos significados.
Enfim, a Igreja expressa, com essa ação, com esse serviço, sobretudo a
concretização do ensinamento de Jesus, isto é, a prática do que prega no que tange à
fraternidade, à sensibilidade e resposta concernentes ao que se passa fora das
paredes de um templo. É muito bom fazer parte!
Vali Inês Mörs, voluntária.
Confraternização marca fim das
aulas de português do ano de 2014
Uma oportunidade, uma nova chance
para recomeçar e um caminho a seguir em
meio a incertezas e esperanças. Com base
nestes três pilares, o CIBAI Migrações
encerrou o ciclo de um projeto-piloto que
viabiliza o ensino de português aos imigrantes
que chegam a Porto Alegre e região
metropolitana. Os alunos das mais variadas
nacionalidades participaram da
confraternização de despedida, encerrando as
aulas de 2014.
Ajude-nos a ajudar. Colabore
com nossas atividades:
Banco do Brasil
Agência: 1276-9
Conta Corrente: 15884-4
frio Dói!
em nome de CIBAIOMigrações
IMPRESSÃO
Horário das Missas
De Terça a Sábado: 18h30 - Domingo: 9h30 e 18h30
1º Domingo - 18h30 - Missa em Italiano
3º Domingo: 11h – Missa em Coreano
GRÁFICA E EDITORA SOLIDUS LTDA
Fone: 3334.0040
MISSA DO MIGRANTE NA CATEDRAL
Último domingo do mês: 18h30
Atendimento aos imigrantes na Paróquia
Segunda (Lunes) a Sexta (Viernes)
das 9h - 11h45 e 13h - 18h
Secretaria:
Seg. a Sex.:das 8h30 - 11h45 e 13h - 18h
Sábado: das 8h - 12h
Download

Boletim Jan Fev