“É um desperdício a máquina parada. Seria bom se ela estivesse trabalhando, porque a rua está cheia de buracos” ANTÔNIO FERREIRA, comerciante, sobre paralisação de serviços na Cidade Operária. Em Cidades 2 [email protected] São Luís, Sexta-feira, 16 de outubro de 2015 Responsáveis por creches e escolas comunitárias fazem protesto por verbas De acordo com os manifestantes, Prefeitura não tem repassado valores oriundos do Fundeb para as unidades de ensino e, por essa razão, várias delas estão sem servir merenda escolar Fotos/De Jesus AUDIÊNCIA Quitação com escolas Em maio deste ano, em audiência no Ministério Publico, o titular da Semed, Geraldo Castro, informou que haveria até o fim do primeiro semestre de 2015, a quitação das dívidas do Município com as escolas comunitárias. Na ocasião, o titular da Semed informou também que seriam atualizados até mesmo os pagamentos que estavam pendentes nas gestões anteriores da Prefeitura. Responsáveis por creches comunitárias fizeram manifestação em frente à Prefeitura de São Luís epresentantes de 147 creches e escolas comunitárias da capital maranhense realizaram, na manhã de ontem, um protesto em frente à sede da Prefeitura de São Luís, alegando falta de recebimentos de recursos – há 10 meses – de verbas do Município. De acordo com os responsáveis pelo ato público, por causa da carência financeira, algumas creches não estão mais servindo merenda escolar. Para encontrar uma solução, representantes da Prefeitura, das creches e da Promotoria da Educação terão uma reunião hoje, a partir das 10h, na sede das promotorias do Ministério Público do Maranhão (MP). Ontem, com cartazes e gritos, os professores expuseram durante mais de uma hora sua insatisfação R diante da falta de investimentos voltadas para a educação”, disse. Por volta das 11h30 da manhã para manutenção das creches. De acordo com a professora Te- de ontem, um representante da rezinha de Jesus Martins, da cre- Secretaria Municipal de Educação che comunitária Madalena Sil- (Semed) recebeu, na parte interna veira, no bairro Santa Clara, o da Prefeitura, uma comissão forMunicípio recebeu valores oriun- mada por 10 pessoas e constituída dos do Fundo de Manutenção e por professores que integraram a Desenvolvimento da Educação manifestação. No fim do encontro, ficou acerBásica e de Vatada a reunião lorização dos Professores no MP hoje, e o Profissionais da Município se Educação (Funexpuseram sua dispôs a encondeb) suficientes insatisfação trar uma solupara o funcioção para o caso. namento das Segundo a professora Wandeth creches. “Como se trata de recurso federal, que cai direto no orça- dos Santos Coelho, de uma escola mento municipal, não há como se comunitária do bairro Coroado, alegar que o Município não rece- caso não seja solucionado o probeu. O que há é uma incom- blema, novos protestos poderão preensão clara por parte dos ges- acontecer. “A gente só não faz tores públicos, quanto à greve porque ficamos com pena priorização das políticas públicas dos pais das crianças, que são de baixa renda. Mas, pelo protesto, a gente é mais vista pelas pessoas. Vamos continuar lutando em prol dos nossos direitos”, afirmou. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que as creches comunitárias são de administração privada e que está em fase de celebração de convênio com as instituições para repasse dos valores. A Semed frisou que tem dialogado para agilizar a formalização dos convênios com as comunitárias, inclusive debatendo, com a mediação do Ministério Público, estratégias para simplificar a lista de documentos exigidos dessas instituições. VÍDEO NA VERSÃO DIGITAL oestadoma.com FECHADA Sem recursos, creche é fechada A falta de recursos traz reflexos negativos para a manutenção das creches comunitárias. Uma delas – a Creche-Escola Comunitária Cantinho da Criança, no Radional - deixou de funcionar ontem por falta de condição financeira. Divulgação/Douglas Pinto Profissionais de saúde exigem mais segurança Eles se concentraram em frente ao Hospital Presidente Dutra e pediram mais policiamento; manifestantes afirmam que os assaltos na região são constantes A falta de segurança levou profissionais da saúde do Hospital Universitário Presidente Dutra (HUUFMA), no centro de São Luís, a se manifestarem no início da manhã de ontem, pedindo pela redução da violência na região e em toda a capital maranhense. Durante o ato, eles interditaram por vários minutos a Rua Barão de Itapary, onde está localizada a unidade de saúde. Inicialmente, os médicos se concentraram em frente ao hospital. Em seguida, foram para a pista e, com cartazes, expuseram a sua insatisfação com relação à falta de segurança na região central da ci- dade. Em outro momento, os manifestantes ficaram de mãos dadas e realizaram um abraço simbólico no HUUFMA. Manifestantes fizeram referência a assalto a ônibus Perigo Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, além de outros profissionais do hospital, participaram do ato público. Conforme o relato dos manifestantes, quase diaria- mente são registrados assaltos na região, principalmente no início da manhã, e na maioria das vezes são as pessoas que trabalham ou que vão se consultar na unidade de saúde as vítimas dos criminosos. “Nós já saímos de casa com medo. Quando estacionamos os carros até chegar ao hospital, também são momentos de medo. De noite, quando nós saímos, é a mesma situação. Com isso, nos sentimos desamparados, pois pagamos os nossos impostos e ficamos sem segurança”, disse Karlla Leal, médica do Hospital Presidente Dutra, que relatou ainda que já teve o celular roubado por criminosos, enquanto Manifestação de profissionais da saúde pediu mais segurança se dirigia ao hospital. Durante o ato público, os manifestantes fizeram referência ao assalto a um ônibus que resultou na morte de José Raimundo Brito, de 65 anos, no início do mês. De acordo com os médicos, embora o assalto tenha ocorrido na Camboa, a vítima foi encaminhada para o Hospital Presidente Dutra, que não dispõem estrutura de urgência e emergência. Não apenas os profissionais que trabalham na unidade de saúde, mas também as pessoas que vão em busca de atendimento médico no HUUFMA são penalizadas pela falta de segurança na região. “Quando venho me consultar, desço do ônibus na Praça Deodoro e venho andando até o hospital. É um caminho longo e perigoso, mas eu passo rápido e com medo de ser assaltada”, disse a assistente social Fernanda Abreu. Procurada por O Estado, a Polícia Militar, por meio do Comando de Policiamento de Área Metropolitano I (CPAM), informou, em nota, que equipes do 9º BPM já reforçaram o patrulhamento na região do Centro de São Luis. Ontem, mais duas viaturas do 9º BPM foram deslocadas para cobrir a região do Centro, totalizando cinco viaturas na área. Além das viaturas, mais uma equipe de motocicletas foi empregada no patrulhamento ostensivo nas principais vias da região central de São Luís, com atenção aos horários de maior movimentação durante o dia - de abertura e fechamento das lojas e início e término das aulas nas faculdades e escolas. Homens do Esquadrão Águia e do Batalhão de Choque também fazem pontos-base nas áreas do centro comercial de São Luís. Ainda esta semana, o comando do 9º BPM se reunirá com a direção do Hospital Universitário para tratar das ações que serão realizadas na área.