Apresentação
Há algum tempo, uma grande amiga e mística, Mercês Torres, me fez a seguinte observação:
preste atenção especial nas pessoas que oram ou meditam, elas fazem a harmonia do nosso
Planeta Terra.
O Projeto Áreas Sagradas é uma homenagem a essa atitude harmônica que multiplica a paz
interior, tanto para quem pratica quanto para quem recebe essa força magnética divina. Uma
pessoa meditando ou fazendo preces beneficia um bairro inteiro! Imagine inúmeras pessoas
nos quatro cantos do mundo emanando essa onda de luz no mesmo instante em horários
consagrados.
A essência do projeto que está na sua segunda edição, é levar inclusão social através da música
clássica e do belo canto, geralmente só apresentados em teatros dos grandes centros urbanos.
Levando concertos de qualidade à população, formando platéias através do conhecimento
musical para todos. O projeto visa também incentivar às pessoas independentemente de
sua crença ou religião, a conhecer esses locais considerados sagrados, fazendo dessa forma,
intercâmbio sócio-cultural e religioso.
Nesta segunda edição, o Áreas Sagradas contempla dez concertos distribuídos nas cidades de
Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Goiana e Palmares, em duas igrejas católicas, três
centros espíritas, três centros de matriz africana, um Hare Krishna e o teatro-monumento Santa
Isabel, que foi o primeiro prédio construído no estado por braços livres, além de ter a finalidade
de ser uma casa de ópera. O espetáculo tem a direção artística do contratenor Sebastião Câmara
e direção de cena de Williams Sant’anna.
No elenco, o talento da soprano Nadja Souza – pernambucana que brilha nos palcos de São
Paulo; da mezzo-soprano Jessica Soares; do barítono paulista Tiago Bezerra; do tenor Jadiel
Gomes; do pianista Ericson Cavalcanti e do ator Arilson Lopes, que facilitará o entendimento
do público para esse tipo de gênero artístico que une teatro e música. A consultoria do projeto é
assinada por André Brasileiro. O figurino é de Marcondes Lima. A produção executiva de Tadeu
Gondim e Luciana Bispo. O design gráfico do projeto é de Dani Borel.
Nas apresentações serão utilizados Pianos Chateaubriand, fabricados em Pernambuco: o de
meia cauda e o de estante. A escolha dos modelos de tamanhos diferentes foi baseada no espaço
físico de cada área sagrada.
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Para que os sonhos se realizem, necessitamos de anjos. Eles se apresentam das mais diversas
formas, algumas bem concretas.
Quero agradecer ao Governo do Estado que, através da Fundarpe e do Funcultura e Secretaria
de Educação, possibilita a oportunidade de oferecer espetáculos de qualidade, gratuitos para
o público. Também aos líderes de cada área sagrada pela compreensão do alcance do projeto.
E meu muito obrigada emocionado aos nossos parceiros, que funcionam como verdadeiros anjos
da guarda garantindo a qualidade e a funcionalidade do Áreas Sagradas.
Obrigadíssima à Folha de Pernambuco e Rádio Folha na pessoa de Henrique Barbosa; ao
querido amigo Wilson Guimarães; ao meu compadre e grande amigo jornalista André Galvão;
a Ronan Drummond e Aldo Gusmão, da Rede Globo Nordeste, Genivaldo di Pace, Center Video;
Pepe Jordão – Diretor de Cultura de Olinda, Renato L Secretário de Cultura do Recife, Simone
Figueiredo, diretora do Teatro de Santa Isabel e sua equipe, em especial a Joana Constantino e
Dona Célia.
A Jonas Chateaubriand, Pianos Chateaubriand; às prefeituras, em especial aos amigos Secretários
de Comunicação de Olinda – Inácio França, Hamilton Rocha – Jaboatão, Ceça Britto – Recife,
Denis Araújo – Goiana e a Secretária de Cultura e Eventos de Palmares – Lucia Helena Porto; ao
meu Padrinho a minha eterna gratidão pelo impulso na vida; ao meu considerado filho querido
Guto – jornalista Carlos Augusto Percol; a toda Imprensa pelo apoio; para toda a equipe pelo zelo
e dedicação ao projeto e para outros anjos que não foram citados nesse texto, mas que estão
para sempre no meu coração.
Um agradecimento especialíssimo aos meus pais professor Lucas do Espírito Santo (in memorian)
pelos ensinamentos de generosidade e dedicação, a minha mãe Jacira por transmitir força e
determinação. Ambos me deram um belo alicerce espiritual que agradeço eternamente!
E um agradecimento eterno a Deus, O Grande Arquiteto do Universo, pelas sublimes intuições e
a permissão pela vida!
Que todos aproveitem essa oportunidade de celebração e um ótimo espetáculo!
Margot Rodrigues, criação e direção de produção
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Por que Ópera?
A escolha do repertório lírico (de ópera) dá continuidade à brilhante idéia do Projeto Áreas
Sagradas de levar a música dos grandes compositores a um grande público sedento de ouvir
um gênero musical que se ouve no mundo inteiro, há séculos. Esse público que, por um motivo
ou outro, não tem acesso à música chamada “sábia”. Não tem acesso à música que deu origem
a todas as músicas que ouvimos hoje, independente do gênero. A primeira edição do Projeto
focou-se na música barroca, sobretudo no oratório, já que os concertos foram realizados no
período natalino. Para esta segunda etapa, propomos uma viagem pela ópera dos séculos
XVIII e XIX, respectivamente dos períodos clássico e romântico.
distribuído nas casas de ópera do mundo todo e conduzirá o público durante o espetáculo.
Os idiomas são francês, alemão e italiano. A figura de um ator, fazendo a transição de uma
cena para outra, de uma ópera para outra, torna o espetáculo ainda mais cativante.
Sebastião Câmara, direção artística
Quem nunca ouviu falar em Maria Callas? Em Luciano Pavarotti? Mesmo aquele cidadão
que mora bem distante do centro da cidade já ouviu ou viu na TV um desses nomes. Quem
não assistiu à apresentação da soprano Montserrat Cabaillé na abertura das Olimpíadas
de Barcelona? Até aquela comunidade mais distante viu. Porém, quantos desses cidadãos
já entraram no teatro de ópera, para assistir a um espetáculo do gênero, ou numa sala de
concerto para ouvir um quarteto de Beethoven? Muito poucos. Então, por que não apresentar
esse gênero secular da cultura musical universal a quem, de uma forma ou de outra, já se
identifica com ele, mas não tem acesso a ele com frenquência, sobretudo a alguns quarteirões
de sua casa?
A ópera nasceu do teatro, da poesia, da dança. É um gênero eminentemente cênico. Ou
seja, atraente. Os recitativos contam a história, enquanto as arias falam do sentimento.
Os primeiros passam-se em tempo real, enquanto as arias não têm um tempo definido e,
através de repetição de frases e de palavras, transmitem os sentimentos de dor, de cólera,
de júbilo, alegria, entre outros. Os duetos, trios, quartetos, quintentos, sextetos etc, são
construídos de forma interativa e também individual pelos personagens. São vários textos
ditos simultaneamente.
Para organizar tudo isso em cena, a figura do diretor cênico é imprescindível. É ele que vai
organizar todas as informações passadas pelo compositor e colocá-las num quadro físico e
emocional que, junto à música, trará para o público a mensagem que o mestre (o compositor)
queria passar.
Assim construímos um programa, que aqui chamamos de “libreto”, com o texto das peças
que serão cantadas, em seu idioma original, e a tradução ao lado. Este modelo de libreto é
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Sobre a Cena
Repertório
Adentrando em Áreas Sagradas sem ostentação, mas com delicada sofisticação o espetáculo
promoverá a partir de árias de importantes óperas a interação mais que visual e auditiva
do espectador - o compartilhamento espiritual dos universos vivenciados. A ópera-bufa com
seus qüiproquós e a requintada fantasia iluminista nas duas obras de Mozart; as peripécias
do amor, seus sabores e dissabores na delicada e popular obra de Rossini; o frenesi do de
desejo e da sedução da carne que são traídos pelo surpreendente e inusitado amor cigano na
envolvente musicalidade de Bizet; e a transposição para ópera de uma das mais instigantes
histórias de amor pela batuta de Verdi; nas delicadas e vigorosas vozes dos cantores e na firme
e sutil maestria do pianista forjarão instantes sublimes e insurgentes.
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
“As Bodas de Fígaro” e “A Flauta Mágica”
No ambiente apenas um biombo simbolizando passagem, local de transição, de mutação
humana para a representação dos diversos papéis que, necessariamente representamos em
nosso cotidiano.
Conduzindo essa história – uma voz, um corpo e um espírito humano que representa a
própria interferência do público: um Jongleur (Menestrel) que, pedindo licença para entrar
em cada Área envolverá o público no universo do compositor e nas histórias desenvolvidas.
Saindo do “real”, vivenciando momentos cômicos, românticos e trágicos, sem a apropriação
de substâncias externas que sirvam de transporte fútil e efêmero ao prazer.
Apenas as figuras humanas retratadas nas obras e a música. A bela música!
Williams Sant’Anna, direção de cena
Gioachino Rossini (1792-1868)
“O Barbeiro de Sevilha”
Georges Bizet (1838-1875)
“Carmen”
Giuseppe Verdi (1813-1901)
“La Traviata”
Programação
01/12 • Teatro de Santa Isabel, 20h
Praça da República s/n – Recife-PE
02/12 • Escola Espírita Maria de Nazaré, 20h
Rua do Bom Conselho, 248, Arruda – Recife-PE
03/12 • Roça Gegê Oxum Opará Oxóssi Ibulama, 17h
Rua São Paulo, 402, Jardim Brasil I – Olinda-PE
04/12 • Igreja de Nossa Senhora do Carmo, 17h
Praça Frei Caneca s/n – Goiana-PE
05/12 • Lar Espírita Chico Xavier, 17h
Av. Bernardo Vieira de Melo, 7967, Candeias – Jaboatão dos Guararapes-PE
08/12 • Terreiro Obá Ogunté (Terreiro de Pai Adão), 20h
Estrada Velha de Água Fria, 1644, Água Fria – Recife-PE
11/12 • Centro Cultural Hare Krishna, 16h
Rua Bernardo Guimarães, 114, Boa Vista – Recife-PE
12/12 • Igreja de Santa Rosa, 17h
Rua Violeta Griz S/N, Santa Rosa – Palmares-PE
17/12 • Centro Ilê Asé Oloxum, 20h
Rua Natércio de Holanda, 84, Passarinho – Olinda PE
18/12 • Abrigo Espírita Lar de Jesus, 17h
Rua Vitoriano Palhares, 77, Torre – Recife-PE
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Os Compositores
Georges Bizet (1838 - 1875).
Wolfgang Amadeus Mozart 1756 – 1791 (Áustria)
Barbara Kraft: Retrato póstumo de
Mozart, 1819. Abaixo, sua assinatura.
Mozart mostrou uma habilidade musical prodigiosa desde sua infância.
Já competente nos instrumentos de teclado e no violino, começou a
compor aos cinco anos de idade, e passou a se apresentar para a realeza
da Europa, maravilhando a todos com seu talento precoce. Chegando
à adolescência, foi contratado como músico da corte em Salzburgo. Ao
visitar Viena em 1781optou por ficar na capital, onde, ao longo do resto
de sua vida, conquistou fama, porém pouca estabilidade financeira. Foi
autor de mais de seiscentas obras, muitas delas referenciais na música
sinfônica, concertante, operística, coral, pianística e de câmara. Sua
produção foi louvada por todos os críticos de sua época, embora muitos
a considerassem excessivamente complexa e difícil, e estendeu sua
influência sobre vários outros compositores ao longo de todo o século XIX
e início do século XX. Hoje Mozart é visto pela crítica especializada como
um dos maiores compositores do ocidente, conseguindo conquistar
grande prestígio mesmo entre os leigos. Sua imagem se tornou um ícone
popular.
Georges Alexandre César Léopold
Bizet (Paris, 25 de outubro de 1838 Bougival, 3 de junho de 1875).
Giuseppe Verdi (1813 - 1901)
Gioachino Rossini 1792 - 1868
Gioachino Rossini
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Gioachino Antonio Rossini nasceu numa família de músicos em Pesaro,
cidade na costa do mar Adriático, na Itália, em 29 de fevereiro de 1792.
e morreu em Passy, (Paris), em 13 de novembro de 1868. Muito popular
em seu tempo, criou 39 óperas, assim como diversos trabalhos para
música sacra e música de câmara. Entre seus trabalhos mais conhecidos
estão Il barbiere di Siviglia (“O Barbeiro de Sevilha”), La Cenerentola
(“A Cinderela”) e Guillaume Tell (“Guilherme Tell”). A sua mais famosa
ópera foi apresentada em 20 de Fevereiro de 1816, no Teatro Argentina,
em Roma. O libreto de Cesare Sterbini, uma versão da polémica peça de
Beaumarchais, Le Barbier de Séville. Rossini afirmou ter escrito a ópera
em apenas doze dias. Foi um estrondoso fracasso quando fez a sua estreia
como Almaviva. Contudo, pouco tempo depois da segunda apresentação,
a ópera tornou-se sucesso.
Georges Bizet, em 1857, foi agraciado com um prêmio oferecido por
Jacques Offenbach pela ópera Le Docteur Miracle, e obteve o Prêmio
de Roma, onde estudou durante três anos. Lá, Bizet desenvolveu
obras como a Symphony in C Major e a ópera buffa Don Procopio.
Depois da sua estadia em Roma, Bizet voltou a Paris onde se dedicou
totalmente à composição. Em 1863 escreveu a ópera Les pêcheurs de
perles (Os Pescadores de Pérolas), sua primeira grande obra. Em 1875,
Bizet escreve Carmen, sua última e mais famosa ópera, sendo até hoje
uma das mais representadas em todo o mundo. Escrita com base na
novela homônima de Prosper Mérimée, a composição de Carmen teve
a influência de Giuseppe Verdi, usando uma mezzo-soprano como
personagem principal, a cigana Carmen. Bizet não viveu para ver o seu
sucesso. Morreu de um ataque cardíaco aos 36 anos de idade, na data
do seu aniversário de casamento.
Giuseppe Verdi
Giuseppe Fortunino Francesco Verdi (Roncole, 10 de outubro de 1813
— Milão, 27 de janeiro de 1901) foi considerado em sua época o maior
compositor nacionalista da Itália, assim como Richard Wagner era na
Alemanha. Foi um dos compositores mais influentes do século XIX.
Suas obras são executadas com frequência em casas de ópera em todo
o mundo e, transcendendo os limites do gênero, alguns de seus temas
já estão há muito enraizados na cultura popular - como “La donna è
mobile”, de Rigoletto, “Va, pensiero” (O Coro dos Escravos Hebreus) de
Nabucco , “Libiamo ne’ lieti calici” (A Canção da Bebida) de La Traviata e
a “Grande Marcha”, de Aida. Verdi tornou-se mundialmente conhecido.
Surgiam as óperas Ernani, Don Carlo, Un ballo in maschera, Il trovatore.
Uma das óperas, a fracassada (La Traviata), posteriormente tornouse uma das mais encenadas no mundo. Em 1871 estreou Aida, em
comemoração à abertura do Canal de Suez.
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As Óperas
As bodas de Fígaro (Le nozze di Figaro) - Wolfgang Amadeus Mozart
Ópera-Bufa em quatro atos, sobre libreto de Lorenzo da Ponte, com base na peça de mesmo
nome de Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais (Le Marriage de Figaro). Composta entre 1785
e 1786, estreou em Viena, em 1º de maio de 1786. A ação desenrola-se no Castelo do Conde
de Almaviva, em algum lugar perto de Sevilha, no ano de 1785. Fígaro e Susanna, servos do
Conde e da Condessa Almaviva, estão noivos e casam em breve. O Conde mantém um longo
assédio sexual a Susanna, o que a faz duvidar que este venha a cumprir a sua promessa de
abolir o tão odiado Direito do Senhor, que permitia que o patrão deitasse com a serva antes
de a entregar ao futuro marido. Fígaro e Susanna fazem os preparativos para seu casamento.
O criado tira medidas do seu novo quarto para calcular a disposição dos móveis enquanto a
donzela prova o chapéu que usará durante a cerimônia. Cheio de satisfação, Fígaro comenta
que a proximidade do confortável quarto com os aposentos dos condes facilitará o trabalho do
futuro casal. No entanto, Susanna lhe conta o verdadeiro propósito do seu senhor: a localização
do quarto permitirá ao conde estar mais perto da jovem para exercer o seu direito de Senhor.
Susanna e Fígaro enviam uma carta anônima ao Conde, fazendo-o crer que existe outro homem
na vida da condessa. Celebra-se a boda entre Fígaro e Susanna e durante o baile, Susanna dá ao
Conde a carta que escreveu, a pedido da Condessa, marcando um encontro para essa noite. O
plano é que nessa noite não se encontre com Susanna, mas sim com ela - Condessa - que trocou
a sua roupa com Susanna. Chegam a Condessa e Susanna, com as vestes trocadas, e ocasiona-se
um encontro complicado.Para se vingar do Conde, Fígaro começa a cortejar Susanna, pensando
ser a Condessa, mas quando a reconhece declara-lhe o seu amor e esta enfurece-se já que não
se apercebeu que tinha sido reconhecida pelo marido. Quando dá conta, o par abraça-se e isto
ira o Conde, que confunde Susanna com a Condessa. Quando se apercebe da situação, o Conde
pede perdão à esposa pelas suspeitas e pela sua má conduta. A Condessa perdoa-o e acaba tudo
numa alegre festa.
A flauta mágica (Die Zauberflöte) - Wolfgang Amadeus Mozart
Ópera em dois atos, com libreto alemão de Emanuel Schikaneder. Estreou no Theater auf der
Wieden em Viena, no dia 30 de setembro de 1791. Schikaneder era companheiro de loja maçônica
de Mozart. Na época, por influência da Revolução Francesa, a maçonaria adquiria simpatizantes
ao mesmo tempo que era perseguida. A ópera mostra a filosofia do Iluminismo. Algumas de
suas passagens tornaram-se muito conhecidas, como o dueto de Papageno e Papagena, e as
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duas árias da Rainha da Noite. Há dois casais que se formam
na ópera, Papageno-Papagena, simbolizando o lado comum da humanidade, e Tamino-Pamina,
simbolizando o iniciado. O contexto é uma luta entre a Rainha da Noite, que ambiciona o poder,
e Sarastro, o grande sacerdote que só pratica o bem. A obra começa com Tamino perdido na
floresta, onde encontra Papageno, um homem alegre que aprecia os prazeres da vida e trabalha
para a Rainha da Noite. Deste encontro Tamino fica sabendo que Pamina, filha da Rainha da
Noite, foi sequestrada por Sarastro e, apaixonado pela sua beleza e a pedido da Rainha da Noite,
decide resgatá-la. Na sequência, ambos passam por várias provas antes de poderem se encontrar.
Papageno também passa por um tipo de prova antes de encontrar Papagena, e este contraponto
do homem comum que se comporta de modo diferente do príncipe diante das adversidades é o
lado cômico que faz esta ópera tão popular.
O Barbeiro de Sevilha (Gioachino Rossini)
O Conde Almaviva faz uma serenata diante da janela da jovem Rosina, mesmo desconhecendo
o nome da donzela a quem canta. Rosina não lhe responde. O Conde ouve ao longe a voz de um
homem a cantar: é o barbeiro Fígaro, seu amigo, que estranha vê-lo longe de casa àquela hora.
Almaviva explica ao Fígaro o seu intento de cortejar a “filha do médico” que ali mora (embora
Rosina seja tutelada e não filha do médico). Prestativo, Fígaro coloca-se à disposição do conde,
para ajudá-lo, propondo ao conde que use um disfarce, para entrar na casa de Rosina. Fígaro
diz a Rosina que o seu primo Lindoro, um estudante, está apaixonado por ela - “Lindoro” é, na
verdade, o pseudônimo que o conde Almaviva vai usar para aproximar-se de Rosina. Ansiosa,
Rosina escreve um bilhete ao conde. Dom Bartolo entra e surpreende o encontro entre o Fígaro
e Rosina. Muito desconfiado, Dom Bartolo decide-se por manter Rosina presa em casa. Fígaro
faz a barba de Dom Bartolo, enquanto o conde, disfarçado de professor de música (Dom Alonso)
e Rosina simulam uma aula. Almaviva combina uma fuga com Rosina. Avisa que Fígaro já tem
a chave da janela e que ambos lá estarão, à meia-noite, para buscá-la. Dom Bartolo, ao saber
que Dom Alonso e Lindoro são disfarces do Conde, apressa-se para a realização do contrato de
casamento. Dom Bartolo diz a Rosina que Lindoro brinca com seus sentimentos, e para provar o
que lhe diz, mostra-lhe a carta em que Lindoro expõe os planos para a sequestrar e a entregar ao
conde Almaviva. Para vingar-se, Rosina aceita casar com Dom Bartolo. O conde e Fígaro entram
no quarto de Rosina. Ela quer expulsá-los mas o Conde logo se identifica e explica-lhe que
Lindoro jamais existiu. Chega o juiz de paz para celebrar o casamento de Rosina com o Conde.
Dom Bartolo chega com um policial, para prender Fígaro e o Conde, mas Almaviva identifica-se
e Dom Bartolo dá-se finalmente por vencido. Fígaro, o conde e Rosina comemoram.
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Carmen – (Georges Bizet)
Ópera em quatro atos de com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseada na novela
de mesmo nome de Prosper Mérimée. Estreou em 1875, no Ópera-Comique de Paris. A obra
começa numa praça de Sevilha, onde se situa uma fábrica de tabaco e um quartel. Aparecem
em cena os soldados sob comando de Don José. Este manifesta o seu interesse por Micaela,
por quem está apaixonado. A cigarreiras entram em cena a fumar e a conversar animadamente
com um grupo de homens que as espera. A última a aparecer é Carmen, uma bela cigana
que seduz todos os homens que encontra à sua passagem. Carmen canta uma canta para os
presentes, que manifestam a sua admiração por ela, à excepção do indiferente Don José. Antes
de regressar à fábrica, Carmen, em sinal de desafio, atira-lhe uma das suas flores. Um grupo de
trabalhadoras da fábrica comenta que está havendo uma rixa entre as mulheres em que Carmen
interveio, tendo ferido outra cigarreira no rosto, com uma navalha. Don José prende a agressora.
A sedutora cigana convence o cabo de que a liberte, promete-lhe o seu amor a assegura-lhe
que o esperará na taberna de Lillas Pastia. Don José, alvoroçado, decide libertá-la. Em um outro
momento, o famoso toreiro Escamillo conta a Dom José que está à procura de Carmen, dizendo
que ela está cansada do seu amante, um soldado que desertou por ela. Don José, cego de ciúme,
desafia o toureiro para uma luta até à morte com navalhas, que é interrompida graças à volta
dos contrabandistas. Em Sevilha, frente à praça de touros, uma multidão espera a chegada
dos toureiros. Don José retém Carmen quando tenta entrar na praça, suplicando-lhe que volte
com ele. Ela responde-lhe que o seu amor por ele acabou. Do interior da praça soam as vivas a
Escamillo. Dom José tenta deter com violência a cigana, mas ela atira-lhe despeitadamente o
anel que ele lhe tinha oferecido. Furioso, Don José mata a cigana com uma facada. A multidão
que vai saindo da praça assiste à terrível cena. Don José, cheio de tristeza, cai de joelhos junto ao
corpo de sua amada Carmen.
que abandone Alfredo para sempre, ou a reputação de sua família estaria destruída. Violetta
atende às súplicas de Giorgio e parte para uma festa na casa de uma amiga. Desconfiado de que
Violetta possa tê-lo traído, Alfredo vai procurá-la para se vingar. Violetta e Alfredo permanecem
a sós no salão e Alfredo força-a a confessar a verdade. Violetta, mentindo, diz amar um barão
a quem estava prometida. Doente e empobrecida, depois de se desfazer de todos os bens,
Violetta é tomada pela tuberculose. Entrega a Alfredo um retrato seu e avisa-o para que o dê à
próxima mulher por quem ele se apaixonar. Violetta sente os espasmos da dor cessarem, mas
em seguida, morre.
La traviata – Giuseppe Verdi
Em português significa figurativamente, “A mulher caída”. O libreto de Francesco Maria Piave, foi
baseado no romance A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho. Estreou em 6 de março de
1853 no Teatro La Fenice, em Veneza. É noite de festa na casa de Violetta Valéry. Violetta conhece
Alfredo, que declara-lhe o seu amor. Ela responde a Alfredo que, sendo uma mulher mundana,
não sabe amar e que só poderia lhe oferecer a amizade. Após a festa, Violetta permanece só e
começa a dar-se conta do quão profundamente lhe tocaram as palavras de Alfredo, um amor
que ela jamais conheceu anteriormente. Violetta e Alfredo iniciam um relacionamento amoroso
e vão morar em uma casa de campo, nos arredores de Paris. Violetta vende seus bens, para
suportar as despesas da casa de campo. Giorgio Germont, o pai de Alfredo, visita-a e suplica-lhe
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Programa
Susanna
E in questa stanza? Neste quarto?
As Bodas de Fígaro (Le nozze di Fígaro) – W. A. Mozart
“Cinque, dieci, venti, trenta” - duetino
Figaro
Cinque...dieci....venti...trenta...
trentasei...quarantatre!
Cinco...dez....vinte...
trinta..trinta e seis....quarenta e três!
Susanna
Ora sì ch’io son contenta;
sembra fatto inver per me.
Guarda un po’, mio caro Figaro,
guarda adesso il mio cappello.
Agora sim estou contente.
Parece feito exatamente pra mim.
Olha caro Fígaro!
Olha agora o meu chapéu!
Figaro
Sì mio core, or è più bello,
sembra fatto inver per te.
Sim meu coração, agora está mais belo.
Parece feito para ti.
Susanna e Figaro
Ah, il mattino alle nozze vicino
quanto è dolce al mio/tuo tenero
sposo questo bel cappellino vezzoso
che Susanna ella stessa si fe’.
Pela manhã, antes do casamento.
Que doce é para mim, teu terno esposo
Este belo chapeuzinho charmoso,
que Susanna, ela mesma fez.
Susanna
Cosa stai misurando,
caro il mio Figaretto?
O que estás medindo,
caro Figarozinho?
Figaro
Io guardo se quel letto
che ci destina il Conte
farà buona figura in questo loco
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Estou vendo se esta cama
que o Conde quer nos dar
ficará bem neste lugar
Figaro
Certo: a noi la cede Sim: o patrão
generoso il padrone. o cedeu para nós.
Susanna
Io per me te la dono! Dou-o a você!
Figaro
E la raggione? Por que razão?
Susanna (apontando para a testa)
La ragione l’ho qui. A razão está aqui
Figaro (apontando para a própria testa)
Perché non puoi farche passi un po’ qui? E por que não pode mandá-la para cá?
Susanna
Perché non voglio. Porque não quero.
Sei tu mio servo, o no? Você é meu servo ou não?
Figaro
Ma non capisco perché Não estou entendendo por que
tanto ti spiace la più comoda você detesta tanto
stanza del palazzo. o quarto mais cômodo do palácio.
Susanna
Perch’io son la Susanna, Porque eu sou Susanna
e tu sei pazzo. e você é um bobo!
Figaro
Grazie; non tanti elogi! star meglio in altro loco.
Guarda un poco se potriasi Obrigado! Pense um pouco...
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star meglio in altro loco. se poderia estar melhor em um outro lugar.
Figaro
Se a caso madama la notte ti chiama,
din din; in due passi da quella puoi gir.
Vien poi l’occasione che vuolmi il
padrone, don, don; in tre salti lo vado
a servir.
Se por acaso a condessa chamar você à noite,
Din, din, em dois passos você chega ao quarto dela.
Depois, se vem um momento em que o patrão me
convoca, Don, don, dou três saltos
e estou pronto a servir.
Susanna
Così se il mattino il caro Contino,
din din; e ti manda tre miglia lontan,
don don; a mia porta il diavol lo porta,
ed ecco in tre salti...
Assim se bem cedinho o querido condezinho
mandar você a três léguas daqui,
Don, don, à minha porta o diabo o transporta!
Don, don e pronto, em três saltos...
Figaro
Susanna, pian, pian! Susanna, vamos com calma!
Susanna
Ascolta ... Escuta...
Figaro
Fa presto! Diga logo!
Susanna
Se udir brami il resto, Se quer ouvir o resto,
discaccia i sospetti esqueça já as suspeitas
che torto mi fan. injustas que têm de mim
Figaro
Udir bramo il resto, Quero muito ouvir o resto.
i dubbi, i sospetti gelare mi fan. As dúvidas e as suspeitas fazem gelar meu sangue.
Susanna
Or bene; ascolta, e taci! Está bem. Escuta! Cala-te!
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Figaro
Parla: che c’è di nuovo?
Fale! O que está havendo?
Susanna
Il signor Conte,
stanco di andar cacciando le straniere,
bellezze forestiere, vuole ancor
nel castello ritentar la sua sorte,
né già di sua consorte,
bada bene, appetito gli viene...
O senhor Conde,
cansado de correr atrás das estrangeiras,
as beldades forasteiras, quer tentar
a sua sorte aqui mesmo no castelo.
E não é a sua esposa,
veja bem, que lhe desperta o apetite...
Figaro
E di chi dunque?
E quem é então?
Susanna
Della tua Susanetta
A tua Susaninha
Figaro
Di te?
Você?
Susanna
Di me medesma; ed ha speranza,
che al nobil suo progetto
utilissima sia tal vicinanza.
Eu mesma e ele tem esperança
de que a seu nobre projeto
seja utilíssima esta vizinhança.
Figaro
Se vuol ballare Signor Contino,
il chitarrino le suonerò.
Se vuol venire nella mia scuola
la capriola le insegnerò.
Saprò... ma piano, meglio ogni arcano.
Dissimulando scoprir potrò!
L’arte schermendo, l’arte adoprando,
di qua pungendo, di là scherzando,
tutte le machine rovescerò.
Se quer dançar senhor condezinho,
o bandolim eu vou tocar.
Se quer entrar para a minha escola,
a cabriola eu vou ensinar.
Hei de saber. Mas, calma...
para descobrir todos os segredos,
o melhor é dissimular, esgrimindo
com arte. Usando artimanhas,
aqui ferindo, ali brincando.
Todas as maquinações eu vou desfazer.
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A Flauta Mágica (Die Zauberflöte) – W.A. Mozart
Ária do Tamino (Dies bildnis ist bezaubernd shön)
Dies bildnis ist bezaubernd schön,
wie noch kein Auge je gesehn!
Ich fuhl es, ich fuhl es,
wie dies Götterbild mein Herz
mit neuer Regung fullt,
mein Herz mit neuer Regung fullt,
Dies Etwas kann
ich zwar nicht nennen,
doch fuhl ich’s hier wie Feuer Brennen
Soll die Empfindung Liebe sein?
Soll die Empfindung Liebe sein?
Ja, ja Die Liebe ist’s allein,
die Liebe, die Liebe, die Liebe,
ist’s allein.
O wenn ich sie nur finden konnte!
O wenn sie doch schon vor mir stande!
Ich wurde, ich wurde warm Und rein,
was wurde ich?
Ich wurde sie voll Entzukken an diesen
heissen Busen drucken,
und Ewig wäre sie dann mein,
und ewig wäre sie dann mein,
und ewig wäre sie dann ein,
ewig ware sie dann mein,
ewig ware sie dann mein.
18
A beleza deste retrato
conquistou meu coração.
Algo se move nele quando miro
este rosto angelical.
Não sei o que é,
mas queima como fogo.
Será possível que é amor?
Sim, é!Se pudesse encontrá-la...
se ela estivesse diante de mim...
Com uma devoção de coração... eu faria...
O que eu faria?
Em um momento de paixão,
eu a envolveria em meus braços
E, então, seria minha para sempre
O Zittre Nicht (Ária da Rainha da Noite)
O zittre nicht, mein lieber Sohn!
Du bist unschuldig, weise, fromm;
Ein Jüngling, so wie du, vermag am besten
Dies tiefgebeugte Mutterherz zu trösten.
Zum Leiden bin ich auserkoren,
Denn meine Tochter fehlet mir;
Durch sie ging all mein Glück verloren,
Ein Bösewicht entfloh mit ihr.
Noch seh ich ihr Zittern
Mit bangem Erschüttern,
Ihr ängstliches Beben,
Ihr schüchternes Streben.
Ich musste sie mir rauben sehen,
Ach, helft! ach helft! war alles, was sie sprach.
Allein vergebens war ihr Flehen,
Denn meine Hilfe war zu schwach.
Du, du, du wirst sie zu befreien gehen,
Du wirst der Tochter Retter sein.
Und werd’ ich dich als Sieger sehen,
So sei sie dann auf ewig dein.
Oh! Não trema meu querido filho.
Você é inocente, sábio, justo.
O melhor para consolar
o coração ferido de uma mãe.
Estou condenada a sofrer
desde que minha filha partiu.
Toda a minha felicidade
com ela se foi.
Um homem malvado
arrebatou-a de mim.
Ainda vejo como tremia de medo.
E como lutava
desesperadamente.
Tive que ser testemunha
de seu seqüestro.
“Ajuda-me! Ajuda-me!”,
era tudo o que dizia.
E o rogava em vão
pois eu era demasiado frágil
para ajudá-la.
Tu és o homem que deve
salvar a minha filha.
Se triunfares, então ela
será tua para sempre.
19
Der Vogelfänger bin ich ja (Aria do Papageno)
Der Vogelfänger bin ich ja,
Stets lustig heissa hopsasa!
Ich Vogelfänger bin bekannt
bei Alt und Jung im ganzen Land.
Weiß mit dem Lokken umzugehn
und mich aufs Pfeiffen zu verstehen!
Drum kann ich froh und lustig sein,
Denn alle Vögel sind ja mein.
Der Vogelfänger bin ich ja,
Stets lustig heissa hopsasa!
Ich Vogenfänger bin bekannt
Bei Alt und Jung im ganzen Land.
Ein Netz für Mädchen möchte ich;
Ich fing sie dutzendweis für mich!
Dann sperrte ich sie bei mir ein
Und alle Mädchen wären mein.
Wenn alle Mädchen wären mein,
So tauschte ich brav Zukker ein.
Die welche mir am liebsten wär,
der gäb ich gleich den Zukker her.
Und küsste sie mich zärtlich dann,
Wär’ sie mein Weib und ichihrMann.
Sie schlief an meiner Seite ein;
ich wiegte wie ein Kind sie ein.
20
Eu sou o alegre passageiro
Uma figura familiar
para os jovens e velhos
Sei como montar uma armadilha
E cantar como um pássaro
Posso ser alegre e vivo
Pois todos os pássaros me pertecem
Se tivesse uma rede para as garotas,
Eu agarraria dezenas delas,
As colocaria numa jaula
e todas seriam minhas
Se todas as garotas fossem minhas,
as trocaria por açúcar
Daria o açúcar à que mais quisesse
Se me desse um beijo carinhoso,
seríamos homem e mulher
Ela dormiria ao meu lado
e eu a acalentaria como a um bebê.
Der Hölle Rache kocht in meinem Herzen
(Aria da Rainha da Noite)
Der Hölle Rache kocht
in meinem Herzen,
Tot und Verzweiflung
flammet um mich her!
Fühlt nicht durch dich Sarastro
Todesschmerzen,
So bist du meine
Tochter nimmermehr.
Verstossen sei auf ewig,
Verlassen sei auf ewig,
Zertrümmert sei’n auf ewig
Alle Bande der Natur
Wenn nicht durch dich
Sarastro wird erblassen!
Hört, Rachegötter,
Hoert der Mutter Schwur!
A vingança do inferno
ferve em meu coração
A morte e a chama do desespero
estão sobre mim
Ou acabas com Sarastro
Ou deixarás de ser minha filha
Renegada estarás para sempre
Abandonada estarás para sempre
Quebrados estarão
todos os teus laços com a natureza
Se não o deixares (Sarastro)
Pálido (como a morte)
Ouçam deuses da vingança,
Ouçam a maldição de uma mãe!
21
O Barbeiro de Sevilha (Il barbiere di Siviglia) - Gioachino
Antonio Rossini
Largo Al Factótum (Ária do Fígaro)
Largo al factotum della citta.
Presto a bottega che l’alba e gia.
Ah, che bel vivere, che bel piacere
per un barbiere di qualita!
Ah, bravo Figaro! Ah, bravo Figaro!
Bravo, bravissimo!Fortunatissimo per
verita!
Pronto a far tutto,
la notte e il giorno
sempre d’intorno in giro sta.
Miglior cuccagna per un barbiere,
vita piu nobile, no, non si da.
Rasori e pettini
lancette e forbici,
al mio comando
tutto qui sta.
V’e la risorsa,
poi, de mestiere
colla donnetta... col cavaliere...
Tutti mi chiedono, tutti mi vogliono,
donne, ragazzi, vecchi, fanciulle:
Qua la parruca... Presto la barba...
Qua la sanguigna...
Presto il biglietto...
Qua la parruca, presto la barba,
Presto il biglietto, ehi!
Figaro! Figaro! Figaro!,
Ahime, che furia!
Ahime, che folla! Uno alla volta, per
carita!
Figaro! Son qua.
22
Abram alas pro faz-tudo da cidade.
Em breve, uma loja que já é madrugada
Ah, que bela vida, que é um prazer (que lindo prazer)
Para um barbeiro de qualidade!
Ah, bravo Figaro!
Bravo, Bravíssimo! Afortunado o homem de fato!
Pronto para fazer tudo, noite e dia
Sempre redonda sobre o movimento.
Melhor pau de sebo para um barbeiro,
Uma vida mais nobre, não, não tinha de ser.
Navalhas e pentes
lancetas e tesouras,
ao meu comando
está tudo aqui.
Aqui estão as ferramentas
então, as embarcações de
Com as senhoras ... com o senhor ...
Todos me perguntam, todos me querem
mulheres, meninos, meninas de idade:
Aqui está a peruca ... A barba ...
Aqui estão os sanguessugas ... Logo o bilhete ...
rápido o bilhete
aqui a peruca, rápido a barba
Rápido o bilhete
Figaro! Figaro! Figaro!, ecc.
Infelizmente, que ira!
Infelizmente, o que é uma multidão!
Um por um, por caridade
Fígaro, estou aqui
Ei Fígaro, estou aqui
Figaro aqui, Figaro ali
Ehi, Figaro! Son qua.
Figaro qua, Figaro la,
Figaro su, Figaro giu,
Pronto prontissimo son come il fumine:
sono il factotum della citta.
Ah, bravo Figaro! Bravo, bravissimo;
a te fortuna non manchera.
Fígaro em cima, Fígaro em baixo
Estou mais pronto do que pronto,
como o fumo:
Sou o faz-tudo da cidade
Bravo, bravissimo;
Felizmente para você não perder
23
Una Voce Poco Fa (Ária de Rosina)
Una voce poco fa
qui nel cor mi risuonò;
Il mio cor ferito è già,
e Lindor fu che il piagò.
Sì, Lindoro mio sarà;
lo giurai, la vincerò.
Il tutor ricuserà,
Io l’ingegno aguzzerò.
Alla fin s’accheterà
e contenta io resterò
Sì, Lindoro mio sarà;
Lo giurai, la vincerò.
Io sono docile, son rispettosa,
sono obbediente, dolce, amorosa;
mi lascio reggere, mi fo guidar.
Ma se mi toccano dov’è il mio debole
sarò una vipera e cento trappole
prima di cedere farò giocar.
24
Uma voz há pouco
Aqui no meu coração ressoou
O meu coração já está ferido
E Lindoro foi quem o machucou
Se Lindoro, meu, será,
Eu jurei Eu vencerei
O tutor recusará, eu aguçarei
No final se aquietará
E contente ficarei!
Eu sou doce, sou respeitosa,
Sou obediente, doce, amorosa;
Deixo-me comandar, deixo-me guiar.
Mas...se mexem na minha fraqueza,
serei uma víbora e cem armadilhas,
antes de ceder,
jogarei.
Carmen (Georges Bizet)
Votre toast, je peux vous le rendre (Canção do Toreador - Escamillo)
Votre toast, je peux vous le rendre,
Senor, senors car avec les soldats
Oui, les Toreros, peuvent s’entendre;
Pour plaisirs, pour plaisirs,
Ils ont les combats!
Le cirque est plein,
c’est jour de fete!
Le cirque est plein du haut en bas;
Les spectateurs, perdant la tête,
Les spectateurs s’interpellent
à grand fracas!
Apostrophes, cris et tapage
Pousse jusque à la fureur!
Car c’est la fête du courage!
C’est la fête des gens de coeur
Allons! En garde! Allons! Allons! ah!
Toreador, en garde! Toreador, Toreador!
Et songe bien, oui,
songe en combattant
Qu’un oeil noir te regarde,
Et que l’amour t’attend,
Tout d’un coup, on fait silence...
Ah! que se passe-t-il?
Plus de cris, c’est l’instant!
Plus de cris, c’est l’instant!
le taureau s’élance
En bondissant hors du Toril!
Il s’élance! Il entre,
Il frappe! Un cheval roule,
Entrainant un Picador,
Ah! bravo! Toro! Hurle la foule!
Le taureau va, il vient,
il vient et frappe encore!
Vosso brinde, eu posso devolver
Senhor, senhor, pois com os soldados
Os toureiros se entendem;
Por prazer, por prazer
eles têm os combates!
O circo está cheio, é dia de festa!
É dia de festa! O circo está cheio
de cima a baixo;
Os expectadores perdendo a cabeça,
Os espectadores interpelam-se
num grande tumulto!
Xingamentos, gritos, algazarra,
numa ira crescente!
Pois é a festa da coragem!
A festa dos destemidos
Vamos! De guarda! Vamos, vamos!
Toureiro, de guarda! Toureiro, toureiro!
E sonha, sim sonha combatendo,
que um olho preto te olha,
E que o amor te espera,
toureiro, o amor te espera!
De repente, faz-se silêncio…
Ah! O que houve?
Não há mais gritos,
chegou a hora!
O touro lança-se, barulhento,
para fora do curral
Ele se lança! Entra, bate!
Um cavalo cai
Levando consigo o montador;
Ah! Bravo touro! Grita a multidão!
O touro vai e vem
Ele vem e bate mais uma vez!
25
En secouant ses banderilles,
Plein de fureur, il court!
Le cirque est plein de sang!
On se sauve, on franchit les grilles!
C’est ton tour maintenant! Allons!
En garde! Allons! Allons! Ah!
Toreador, en garde! Toreador,
Toreador...
26
Sacudindo as lanças sobre seu lombo,
Cheio de fúria, ele corre!
A Arena está cheia de sangue!
O público foge, pula as grades!
É a tua vez agora! Vamos!
De guarda Vamos! Ah!
Toureiro, de guarda! Toureiro, toureiro!!!...
Habanera
(Aria de Carmen)
L’amour est un oiseau rebelle
Que nul ne peut apprivoiser,
Et c’est bien en vain qu’on l’appelle,
S’il lui convient de refuser.
Rien n’y fait, menace ou prière,
L’un parle bien, l’autre se tait;
Et c’est l’autre que je préfère
Il n’a rien dit; mais il me plaît.
L’amour! L’amour! L’amour! L’amour!
L’amour est enfant de Bohême,
Il n’a jamais, jamais connu de loi,
Si tu ne m’aime pas, je t’aime,
Si je t’aime, prends garde à toi!
Si tu ne m’aimes pas,
Si tu ne m’aimes pas, je t’aime!
Mais, si je t’aime,
Si je t’aime, prends garde à toi!
Si tu ne m’aimes pas,
Si tu ne m’aimes pas, je t’aime!
Mais, si je t’aime,
Si je t’aime, prends garde à toi!
L’oiseau que tu croyais surprendre
Battit de l’aile et s’envola;
L’amour est loin, tu peux l’attendre;
Tu ne l’attends plus, il est là!
Tout autour de toi vite, vite,
Il vient, s’en va, puis il revient!
Tu crois le tenir, il t’évite;
Tu crois l’éviter, il te tient!
L’amour, l’amour, l’amour, l’amour!
O amor é um pássaro rebelde,
Que ninguém pode aprisionar.
Em vão o chamamos, se lhe convém recusar
Nada adianta, ameaça ou oração;
Um fala, outro se cala
E é este que eu prefiro;
Ele nada disse, mas gosto dele
O amor! O amor!
O amor é filho de cigano (ou de boemia)
Ele jamais conheceu alguma lei.
Se tu não me amas, eu te amo,
Se eu te amar, cuidado!
Se tu não me amas,
se tu não me amas, eu te amo.
Mas se eu te amar, cuidado!
O amor! O amor!...
O pássaro que pensavas ter surpreendido
Bateu as asas e voou;
O amor está longe, tu podes esperá-lo;
Tu não o esperas mais,
ele está ao teu lado, rapidamente.
Ele vem, se vai, então volta!
Tu achas que o seguraste, ele escapa.
Tu tentas escapar dele, ele te segura!
O amor! O amor!...
27
“La Fleur que tu m’avais jetée”
(Ária de Dom José)
La fleur que tu m’avais jetée,
Dans ma prison m’était restée.
Flétrie et sèche, cette fleur
Gardait toujours sa douce odeur;
Et pendant des heures entières,
Sur mes yeux, fermant mes paupières,
De cette odeur je m’enivrais
Et dans la nuit je te voyais!
Je me prennais à te maudire,
A te détester, à me dire:
Pourquoi faut-il que le destin
L’ait mise la sur mon chemin?
Puis je m’accusais de blasphême,
Et je ne sentais en moi-même,
Je ne sentais qu’un seul désir,
Un seul désir, un seul espoir:
Te revoir, o Carmen, oui, te revoir!
Car tu n’avais eu qu’à paraître,
Qu’à jeter un regard sur moi,
Pour t’emparer de tout mon être,
O ma Carmen!
Et j’étais une chose a toi
Carmen, je t’aime!
A flor que me jogaste,
ficou comigo na prisão,
Murcha e seca; aquela flor
Guardava ainda seu doce cheiro;
E durante horas, ao fechar os olhos,
eu me embriagava
Com este odor e, à noite, eu te via!
Eu me pegava te maldizendo,
Te detestando, dizendo-me:
por que o destino colocou-a em meu caminho?
Então eu me acusava de blasfemo,
e só tinha dentro de mim um desejo, um só desejo,
uma só esperança:
Rever-te, o Camem, sim rever-te!
Pois tu só precisavas aparecer,
jogar um olhar sobre mim
para te apoderares do meu ser,
minha Camem, e eu era teu.
La Séguidille
(Ária de Carmen – dueto Carmen e Dom José)
Carmen
Près des remparts de Séville
Chez mon ami Lillas Pastia
J’irai danser la Séguedille
El boire du Manzanilla.
J’irai chez mon ami Lillas Pastia.
Oui, mais toute seule on s’ennuie,
Et les vrais plaisirs sont à deux,
Donc, pour me tenir compagnie,
J’emmènerai mon amoureux.
Mon amoureux... il est au diable,
Je l’ai mis à la porte hier.
Mon pauvre coeur très consolable,
Mon coeur est libre comme l’air.
J’ai des galants à la douzaine,
Mais ils ne sont pas à mon gré
Voici la fin de la semaine,
Qui veut m’aimer? Je l’aimerai!
Qui veut mon âme? Elle est à prendre.
Vous arrivez au bon moment;
Je n’ai guère le temps d’attendre,
Car avec mon nouvel amant,
Près des remparts de Séville,
chez mon ami Lillas Pastia
J’irai danser la Séguedille
El boire du Manzanilla.
Oui! J’irai chez mon ami Lillas Pastia.
Perto das fortalezas de Sevilha,
na taberna do meu amigo Lillas Pastia,
irei dançar a Seguidilha e beber Manzanilla.
Sim, mas sozinho não tem graça;
os verdadeiros prazeres são a dois,
então para me fazer companhia,
levarei meu namorado.
Meu namorado...foi pro inferno,
eu o mandei embora ontem.
Meu pobre coração consolável,
meu coração é livre como o ar.
Tenho dúzias de admiradores
mas eles não me convêm.
Já chegou o fim de semana,
quem quer me amar? Eu o amarei!
Quem quer minha alma?
A darei a quem tomá-la.
Você chegou em boa hora;
não tenho tempo a perder,
pois com meu novo amante,
perto das fortalezas de Sevilha,
na taberna do meu amigo Lillas Pastia,
irei dançar a Seguidilha
e beber Manzanilla.
Dom José
Tais-toi! Je t’avais dit de ne pas me parler!
28
Cala-te! Eu te disse para não falar comigo!
29
Carmen
Je ne te parle pas,
je chante pour moi-même,
je chante pour moi-même.
Et je pense!
Il n’est pas défendu de penser.
Je pense à un certain officier,
qui m’aime, et qu’à mon tour,
oui qu’à mon tour,
je pourrais bien aimer.
Não estou falando com você,
estou cantando pra mim mesma.
E pensando.
Não é proibido pensar!
Estou cantando para um certo oficial,
que me ama, e que,
por minha vez, poderia amar.
Carmen
Près des remparts de Séville,
chez mon ami Lillas Pastia
Nous danserons la Séguedille
En buvant du Manzanilla.
Perto das fortalezas de Sevilha,
na taberna do meu amigo Lillas Pastia,
dançaremos a Seguidilha
e beberemos Manzanilla.
Tra la la la la la la la la Tra la la la la la la la la
Tra la la la la la la la la Tra la la la la la la la la
Dom José
Carmen! Carmen!
Carmen
Mon officier n’est pas un capitaine,
pas même un lieutenant.
Il n’est qu’un brigadier!
Mais c’est assez pour une Bohémienne
Meu oficial não é um capitão,
nem mesmo um tenente.
É apenas um brigadeiro.
Mas é o bastante pra uma cigana!
Dom José
Carmen, je suis comme un home ivre,
si je cède, si je me livre,
ta promesse tu la tiendras!
Ah! Si je t’aime,
Carmen, tu m’aimeras!
Carmem, eu estou como que
embriagado. Se eu cedo, se eu ficar livre
,
tua promessa tu
a manterás!
Se
eu te amo,
Carmem, tu me amarás!
Carmen
Oui, nous danserons la Séguidille
en buvant du Mazanilla... Sim, nós dançaremos a Seguidilha,
bebendo Manzanilla
Dom José
Tu le promets!
Promete!
30
31
La Traviata (Giuseppe Verdi)
Abertura - Piano
È strano! È strano... Ah! Fors’è lui...Sempre Libera! (Ária de Violetta)
È strano! è strano!
In core scolpiti ho quegli accenti!
Saria per me sventura un serio amore?
Che risolvi, o turbata anima mia?
Null’uomo ancora t’accendeva
Oh, gioia
chío non conobbi,
esser amata amando!
E sdegnarla poss’io
per l’aride follie del viver mio?
Ah, fors’è lui che l’anima
sloinga ne’tumulti
godea sovente pingere
de’ suoi colori occulti.
Lui, che modesto e vigilie
all’egre soglie ascese,
destandomi all’amor!
A quell’amor ch’è palpito
dell’universo intero,
misterioso, altero,
croce e delizia al cor.
Follie! Delirio vano è questo!
Povera donna, sola, abbandonata
in questo popoloso deserto
che appellano Parigi,
che spero or più?
Che far degg’io?
Gioire!
Di vollutá ne’vortici perir!
Gioir!
Sempre libera degg’io
32
Que estranho! Que estranho!
Essas palavras ainda
ecoam no meu coração.
Será que um verdadeiro amor
seria um erro?
O que deve responder
meu inquieto coração?
Nenhum homem jamais acendeu
em mim a chama da paixão.
Amar e ser amada é uma
alegria por mim desconhecida.
Posso recusá-la em nome dos prazeres
áridos de minha existência?
Talvez seja ele que
minha alma solitária
Gosta de imaginar
em todo o seu mistério.
Modesto e atencioso,
ele veio aqui
quando eu estava doente.
Ele me trouxe uma outra febre,
acordando-me para o amor.
Aquele amor que palpita
no coração do universo inteiro.
Misterioso! Exaltado!
Tormento e prazer no coração.
Loucura, loucura
Delírio em vão!
Pobre mulher, sozinha,
abandonada
neste populoso deserto
folleggiare di gioia in gioia,
vo’che scorra il viver mio
pei sentieri del piacer.
Nasca il giorno, o il giorno muoia,
sempre lieta ne’ ritrovi,
a diletti sempre nuovi
dee volare il mio pensier
chamado Paris.
Que espero eu?
Que posso fazer?
Alegrar-me, perecer
nos turbilhões do prazer.
Sempre livre devo ser,
saltitando de alegria em alegria.
Quero que minha vida
siga o caminho do prazer.
Do amanhecer até o crepúsculo,
sempre alegre onde quer que
eu me encontre sem parar
de pensar com alegria
em novos prazeres.
Alfredo
Amor è palpito
dell’universo intero,
misterioso, altero,
croce e delizia al cor.
Ah! Amor que palpita
no coração do universo inteiro.
Misterioso! Exaltado!
Tormento e prazer no coração.
Violetta
Oh!
Oh! Amore!
Follie!
Gioir!
Oh!
Oh amor!!!
Loucura!!!
Alegrar-se!
Sempre libera degg’io, ecc...
33
Lunge da lei per me non v’ha diletto... De’ miei bollenti spiriti
(Ária de Alfredo)
Lunge da lei per me
non v’ha diletto!
Volaron già tre lune
Dacché la mia violetta
Agi per me lasciò, dovizie, amori
E le pompose feste,
Ov’agli omaggi avvezza,
Vedea schiavo ciascun
di sua bellezza.
Ed or contenta in questi
ameni luoghi
Tutto scorda per me.
Qui presso a lei
io rinascer mi sento,
E dal soffio d’amor rigenerato
Scordo ne’gaudi suoi
tutto il passato.
De’ miei bollenti spiriti
Il giovanile ardore
Ella temprò col placido
Sorriso dell’amor, dell’amor!
Dal dì che disse:
Vivere io voglio
io voglio a te fedel,
Dell’universo immemore
Io vivo, io vivo quasi,
Io vivo quasi in ciel.
Dal dì che disse:
Vivere io voglio a te fedel,
Ah sì…dell’universo immemore
Io vivo, io vivo quasi,
Io vivo quasi in ciel.
Io vivo in ciel.
Dell’universo immemore.
Io vivo quasi in ciel.
Ah sì, io vivo quasi in cielo.
Io vivo quasi in ciel.
34
Longe dela para mim
não pode haver prazer
Há três meses minha Violeta
abandonou,
por mim, a riqueza,
os amores
E as pomposas festas,
onde todos ficavam a seus pés,
escravos da sua beleza.
Ela esqueceu de tudo
neste lugar tranquilo.
E tudo por mim.
Eu, ao seu lado
me sinto renascer,
O sopro do amor
me restabeleceu.
Eu esqueci do meu passado
graças às alegrias
que ela me dá.
O meu espírito fervente,
O ardor juvenil
Ela temperou com o plácido
Sorriso do amor.
Ela disse:
“Eu quero viver contido
e te ser fiel.
Esqueci do mundo
e agora vivo quase no céu.
Brindisi (Dueto Alfredo e Violetta – e coro)
Alfredo
Libiamo, libiamo ne’lieti calici
che la belleza infiora.
E la fuggevol ora s’inebrii
a voluttà.
Libiamo ne’dolci fremiti
che suscita l’amore,
poichè quell’ochio al core
Omnipotente va.
Libiamo, amore fra i calici
più caldi baci avrà.
Bebamos, Bebamos
deste cálice de alegria
Isto reforça a beleza
Que o fugaz instante
Prevaleça sobre a volúpia
Bebamos àquele doce êxtase
Que desperta o amor
O poder do olhar
penetrante
É apontado direto
ao coração
Bebamos ao amor,
e nossas bebidas
Tornarão nossos
beijos mais ardentes
Todos
Ah, libiamo; Ah, Bebamos
amor fra i calici Nossas bebidas tornarão
Più caldi baci avrà nossos beijos mais ardentes
Violetta
Tra voi tra voi saprò dividere
il tempo mio giocondo;
Tutto è follia nel mondo
Ciò che non è piacer.
Godiam, fugace e rapido
e’il gaudio dell’amore,
e’un fior che nasce e muore,
ne più si può goder.
Godiam c’invita un fervido
accento lusighier.
Com todos vocês
Eu vou aprender a compartilhar
meu lazer em minha casa
A vida é uma loucura,
e só o prazer conta
Vamos nos desfrutar,
porque o amor queima rápido
Uma flor que floresce e morre
Nunca foi para durar
Portanto revele e alegre-se
Lance uma sedutora voz!
35
Todos
Godiam, la tazza e il cantico
la notte abbella e il riso;
in questo paradiso
ne sopra il nuovo dì.
Seja feliz, o vinho, os cantos
E os risos embelezam a noite
Deixemos o novo dia
nos encontrar neste paraíso
Violetta
La vita è nel tripudio A vida é celebração
Alfredo
Quando non s’ami ancora. Quando nunca se amou
Violetta
Nol dite a chi l’ignora, Não me diga que nunca teve
Alfredo
È il mio destin così ... Este parece ser meu destino
Todos
Godiamo, la tazza e il cantico
la notte abbella e il riso;
in questo paradiso
ne sopra il nuovo dì.
Seja feliz, o vinho,
o canto e os risos
embelezam a noite
Deixeemos o novo dia
nos encontrar neste paraíso
.............................................
36
Conheça a equipe
MARGOT RODRIGUES, criação e direção de produção
Jornalista e produtora cultural. Como jornalista atua em assessoria
de imprensa com especialidade em cultura. Trabalhou como repórter,
editora e diretora de programa de TV e assinou assessorias nos seguintes
órgãos: Rede Globo Nordeste, Secretaria de Imprensa de Pernambuco,
EMTU-Recife, Secretaria de Cultura e Fundação de de Cultura da Cidade do
Recife, Teatro Apolo-Hermilo, TV Manchete, Rádio Jornal do Commercio,
TV Jornal do Commercio e Diario de Pernambuco. Como produtora
cultural produziu nove espetáculos teatrais de sucesso de público e
crítica, entre eles A Flor e o Sol, de Cícero Belmar, Querido Mundo, de
Miguel Falabella e Maria Carmen Barbosa, A Floresta Encantada, de
Cícero Belmar, Pata Aqui, Pata Acolá de Edmilson Lima e Sidnei Cruz e
criou e produziu o Projeto Social Salve o Mangue além dos espetáculos
musicais Sons da Luz – música também para os olhos e o Áreas Sagradas
concertos em locais considerados sagrados pelas comunidades que está
na sua segunda edição.
SEBASTIÃO CÂMARA, direção artística
Contrantenor, estreou no Teatro Municipal de São Paulo, em 1995,
passando a trabalhar com freqüência com os mais importantes grupos
de Música Antiga do País: Orquestra Barroca do Festival de Juiz de Fora,
Camerata Novo Horizonte de São Paulo, Camerata Antiqua de Curitiba.
Cantou sob a regência de maestros como Martin Ziegenhart, Eleazar
de Carvalho, Roberto Minczuc. Apresentou-se como solista à frente das
orquestras: Osesp, na Missa da Coroação de Mozart e obras do barroco
mineiro, com direção de John Neshling; Rádio e TV Cultura em I Vespri
della Beata Virgine, de Cláudio Monteverdi, com direção de Abel Rocha;
Sinfônica de Santos, no Filius Prodigus de M. A. Charpentier, com direção de
Claudine Mirodathos; Banda Sinfônica do Estado de São Paulo em L’Orfeo,
de C. Monteverdi; Carmina Burana, de Carl Orff, frente ao Coral Lírico do
Teatro Municipal de São Paulo. Recentemente cantou Dido e Enéas, de H.
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Purcell, com direção de Marcelo Faguerlande. Em 1999 instalou-se em
Paris, como bolsista do Programa Virtuosi, do Minc. Apresentou-se ao
lado de expoentes da Música Antiga européia: O Rei Artur, de H. Purcell
com Les Arts Florissants; Cantates Françaises de Moulinié e Du Mont, com
o ensemble Le Motet; Missa em Lá Menor, de J.S. Bach, com a Maîtrise
du Palais Royal; Missa em Si Menor, de J.S. Bach, com a Den Haag
Baroque Orchestra, e direção de Luis Otávio dos Santos. Em 2000/2001,
é contemplado respectivamente com a Première Médaille à l’unanimité
du jury e o Premier Prix de Chant. Estudou Retórica Barroca e História
da Ópera na Universidade Paris-Saint-Denis. Trabalhou repertório com
Nicolau de Figueiredo (Studio de Ópera da Scholla Cantorum de Basel,
Suíça), que o regeu em La Callisto de Cavalli, e finalmente com o maestro
Homero de Magalhães Filho. Foi professor de canto do Madrigal de São
José dos Campos (SP); Ensemble Polyphonyque de la Picardie (França);
Projet Musical (Paris/França); Universidade Federal de Pernambuco; V
Encontro de Música Antiga do Conservatório Pernambucano de Música.
WILLIAMS SANT’ANNA, direção de cena
Arte-educador e historiador especialista em História da Cultura com
atuação nas áreas de pesquisa de artes cênicas – teatro e circo. Artista de
teatro e circo - ator, palhaço, encenador, dramaturgo e figurinista cênico,
iniciou a carreira artística ainda criança no final da década de 1970.
Trabalhou com os mais significativos profissionais das artes cênicas de
Pernambuco nas três últimas décadas. Atuou como oficineiro, orientador
e coordenador de diversos projetos de qualificação profissional, de caráter
social, educativo e cultural, e pesquisas com órgãos públicos, entidades
culturais e outras formas de organizações não-governamentais.Integra
o Núcleo de Teatro para Infância do Teatro Marco Camarotti – SESC/PE
e representa Pernambuco na Rede Nacional de Teatro para Infância e
Juventude.Atualmente preside o Centro Sócio-Cultural de Promoção à
Cidadania – CARCARÁ e responde pela Gerência de Teatro da Fundação
de Cultura Cidade do Recife.
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ANDRÉ BRASILEIRO, consultoria
Iniciou sua atividade artística em 1990 como Assistente de Produção do
espetáculo Mistérios do Sexo. Em 2000, já como sócio da “Atos Produções
Artísticas” assina a produção executiva do espetáculo Querido Mundo –
texto de Miguel Falabella e Maria Carmen Barbosa, com direção de Carlos
Carvalho. Seguiram-se “Senhora dos Afogados” e “Churchi Blues” pela Cia.
Seraphim; “Querida Mamãe” de Maria Adelaide Amaral, continuação do
projeto “Peças de Família”. Fez a produção local dos espetáculos: “Santo
Elvis” co-produção da França com o Brasil (RJ) e “As Artimanhas de Scapino”
Cia Atores de Laura (RJ). Foi diretor de produção do 8º Festival de Dança
do Recife e do premiado espetáculo “Angu de Sangue” de Marcelino Freire.
Assinou ainda a coordenação artística do Carnaval Recife Multicultural
2004, a coordenação de produção do 9º Festival de Dança do Recife e
do VII Festival Recife do Teatro Nacional. Em 2005 compõe a equipe de
coordenação geral do Carnaval Recife Multicultural, assume a direção de
produção do 10º Festival de Dança do Recife e VIII Festival Recife do Teatro
Nacional. Em 2006 torna-se coordenador geral do Carnaval Multicultural
do Recife. Em 2007 realiza a direção de produção do espetáculo Ópera, de
Newton Moreno, direção de Marcondes Lima.
NADJA SOUSA, soprano
Bacharel em Canto pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),
estudou com Márcia Rangel e Sebastião Câmara. É mestranda em
Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Aos 24 anos recebeu o prêmio “Cantora Revelação” do VII Concurso
Internacional de Canto Bidu Sayão. À frente das orquestras Sinfônica do
Recife e Jovem do Recife, interpretou o Requiem (Mozart), Bachianas
Brasileiras N. 05 (Villa-Lobos) e arias de óperas de Verdi. Foi solista de “O
Baile do Menino Deus” (Ronaldo Correia de Brito/Francisco Assis Lima/
Antônio Madureira), sob regência de Nelson Almeida, e apresentou-se ao
lado do pianista Marco Caneca, cantando arias de ópera. Em 2007 mudouse para São Paulo, onde, convidada pela Sociedade Bach, apresentou-se
no Mosteiro de São Bento de Vinhedo (SP). Desde então, tem se dedicado
ao repertório operístico. Atuou como Frasquita na montagem da Carmem
(Bizet), em Araras (SP); Angele, da ópera Le Domino Noir (Daniel Auber),
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no Teatro São Pedro, em 2009, sob regência do maestro João Galindo;
e recentemente a Rainha da Noite em “A Flauta Mágica” (Mozart), na
Pinacoteca do Estado de São Paulo, sob direção de Mauro Wrona.
JÉSSICA SOARES, mezzo-soprano
Natural de Recife-PE, graduanda do curso de licenciatura em música
da Universidade Federal de Pernambuco, ingressou no canto lírico
em 2002, no Coro Madrigal da Universidade Católica de Pernambuco;
em 2003 iniciou curso técnico em canto lírico no CPM (Conservatório
Pernambucano de Música), sob orientação da soprano e professora
Elizete Galvão; em 2007 participou do curso de música antiga do CPM,
sob orientação do contratenor e professor Sebastião Câmara; nos anos
2007-2008 integrou o Coro Contracantos da UFPE, sob a regência do
professor Flávio Medeiros; atuou nas óperas: Carmen de Bizet (2005), O
Cientista de Silvio Barbatto (2007) e O Elixir do Amor de Donizetti (2007)
- todas exibidas no Teatro de Santa Isabel, Recife; participou como solista
no Glória de Vivaldi (2008), além de ter atuado em várias obras como:
Missa da Coroação de Mozart, Glória de Puccini, Réquiem de Cherubini,
Messias de Haendel, entre outras; atualmente integra o Allegretto Grupo de Música Renascentista.
JADIEL GOMES, tenor
É natural de Recife-PE e iniciou-se na música como tubista pelo Centro
Profissionalizante Musical do Recife. Foi coralista e solista do Coral
Madrigal da Unicap. Participou de master-classes com Martin Krasnenko
(Alemanha), Marília Álvares (GO) e Ângelo Dias (GO). Foi finalista de “II
Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão” (Belém-PA). Apresentase regularmente como solista junto à Orquestra Sinfônica do Recife,
sob a regência do maestro Osman Gioia, em obras como “Fantasie” de
Beethoven, “Cantata Natalina” e “Missa Nordestina” de Clóvis Pereira,
“Réquiem” de Mozart, entre outras. Foi solista em “Messa di Gloria”
de Puccini e em vasto repertório camerístico. Interpretou Don José
em “Carmen”, de Bizet e Turiddu em “Cavalleria Rusticana”, de Pietro
Mascagni. É regente da Banda Marcial do Ginásio Pernambucano, Recife40
PE. Apresenta-se, ainda, como tubista em diversas orquestras de frevo do
Recife e Olinda. É membro fundador do Coro Contracantos da UFPE, com o
qual realizou turnês pela Europa e EUA, sob a regência do Professor Flávio
Medeiros. Foi regente do Coro Nossa Música e atualmente rege os coros
Canto Livre da AABB e Canto do Ar da INFRAERO. É Acadêmico do curso de
Bacharelado em Canto da UFPE sob a orientação de Márcia Rangel.
TIAGO BEZERRA, barítono
Em 2003 iniciou seus estudos de Música em Violão Erudito na EMMAPC
Maestro Fêgo Camargo, em Taubaté. Em 2006, começou a estudar Canto
Lírico na mesma instituição, onde recebeu orientação de Lenine Santos,
Ludmila de Carvalho e Luiz Alberto Faria. Participou de diversos concertos
na região do Vale do Paraíba (SP) e das edições de 2007 e 2009 do Festival
Nacional de Canto de Piracicaba. De 2005 a 2009, foi orientador de Canto
coral no Projeto Guri em várias cidades paulistas e em 2009, preparador
vocal do Coro Municipal de São Luís do Paraitinga. Em 2010, ingressou no
curso Ópera Estúdio da EMESP (antiga ULM), onde estuda atualmente sob
orientação do Maestro Mauro Wrona, a soprano Laura de Souza e a atriz
Naomy Schölling. Como integrante deste curso, interpretou Papageno,
da ópera “A Flauta Mágica” de W. A. Mozart em outubro deste ano na
Pinacoteca. Atualmente, é aluno de técnica vocal do tenor Luiz Alberto
Faria e também atua como professor de Canto em diversas instituições
de ensino musical.
ERICSON CAVALCANTI, pianista
Iniciou seus estudos de música aos 9 anos. Aos 12 tornou-se pianista do
coro da igreja que frenquentava, dando início a sua habilidade e gosto
por co-repetição. Em 2002 ingressou no Conservatório Pernambucano de
Música (CPM), sob a orientação do Prof. Fernando Muller, onde também
tornou-se co-repetidor dos alunos de canto, instrumento e coro do CPM,
por dois anos. Devido a seu interesse pela arte da co-repetição, e após
convite do professor de canto Sebastião Câmara para acompanhá-lo,
passou a integrar a sua classe de canto quando este retornou da França
e assumiu a cadeira de professor substituto no curso de Bacharelado em
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Canto da Universidade Federal de Pernambuco. Foi pianista no recital de
conclusão do curso de Bacharelado em canto da soprano Nadja Sousa;
co-repetidor dos solistas e coro na ópera “Cavalleria Rusticana”, ao lado
da Profa. Mônica Martins (SP) e Orquestra Sinfônica do Recife, em 2008,
e também da ópera O Morcego, com direção de José Renato Accioly.
Estuda canto erudito com Sebastião Câmara e ocupa o cargo de professor
na Escola de Música MINAMI.
Ficha Técnica
Criação e Direção de Produção Margot Rodrigues
Direção Artística Sebastião Câmara
Direção de Cena Williams Sant’Anna
Consultoria André Brasileiro
Soprano Nadja Souza
ARILSON LOPES, ator
Começou a carreira em Serra Talhada-PE. Em 1997, já morando em Recife,
participou da Oficina de Arte Dramática, onde fez o espetáculo Curtas
Comédias. Pelo Curso Básico de Formação do Ator, da FUNDAJ, realizou
os espetáculos Chá em Casa dos Prosórov (1999/2000) e Auto das Portas
do Céu (2000). Trabalhou com João Falcão, em A Ver Estrelas (2000);
José Manoel, em Pata Aqui, Pata Acolá (2000-2001) e Opereta de Cordel
(2007); Antonio Cadengue, em Churchi Blues (2002) e Lágrimas de um
Guarda-Chuva (2010); Moncho Rodriguez em Ditirambos e Estórias Mal
Contadas (ambas em 2002). Com Quem Tem, Tem Medo! (2004-2006),
viajou para vários estados brasileiros e Portugal. Em 2006, passou a fazer
parte do elenco dos Doutores da Alegria Recife, atuando como palhaço
em hospitais da cidade. No cinema, atuou em As Três Marias (2003),
Aspirinas e Urubus (2005), O Monge Geral do Teatro (2009), O Diabo no
Copo de Leite (2005), e Uma Coisa de Cada Vez (2009).
Mezzo-soprano Jéssica Soares
Barítono Tiago Bezerra
Tenor Jadiel Gomes
Ator-narrador Arilson Lopes
Figurino Marcondes Lima
Produção Executiva Tadeu Gondim e Luciana Bispo
Plano e Execução de Luz Sávio Uchôa
Fotografia Marcelo Lyra
Assessoria de Comunicação Margot Rodrigues e Alexandre Barbosa
Vídeo Camerino Neto
Locução de vídeo e carro de som Marcelo Gomes
Site e Internet Quarta Dimensão
Designer Daniela Borel
Web: www.margotproducoes.com
Twitter: @areassagradas
Hotsite: www.areassagradas.com.br
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Apresentação - Prefeitura do Recife