Universidade Federal da Bahia
Faculdade de Medicina
Serviço de Anatomia Patológica – HUPES
DOENÇA ENXERTO-VERSUSHOSPEDEIRO
Luciano Espinheira Fonseca Júnior
Igor Campos da Silva
CONCEITOS E FISIOPATOLOGIA
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Linfócitos T do doador reagem a
(alo)antígenos do receptor
Mecanismos inflamatórios no receptor
(condicionamento, infecção e doença de
base) estimulam linfócitos do doador
Transplante de medula óssea, menos
frequente em tranplantes de órgãos sólidos
Antígenos incompatíveis não-MHC
CONCEITOS E FISIOPATOLOGIA
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Etapas
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(1) Ativação de células apresentadoras de
antígeno do receptor
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(2) Estimulação de células T do doador
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Moléculas de alarme (TNF, IL-1)
Etapa mais importante
Órgãos linfoides secundários
CD4 e CD8
Treg
(3) Lesão de tecidos-alvo
ASPECTOS CLÍNICOS
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GVHD aguda (<100 dias)
Aguda de inicío tardio
Sintomas
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Rash cutâneo maculo-papular
Náuseas, Diarréia, Dor abdominal, íleo paralítico
Pele (81%), TGI (54%), fígado (50%)
Extensão clínica = gravidade (I, II, III, IV)
ASPECTOS CLÍNICOS
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GVHD crônica
Principal causa de mortalidade (nãoremissão)
Pele e mucosas: Despigmentação,
esclerodermia-símile, erupções liquenoides
TGI: Estenoses esofágicas
Medula óssea: Trombocitopenia, anemia,
neutropenia
PREVENÇÃO
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Ex vivo: seleção negativa de células T,
seleção positiva de linfócitos imaturos
In vivo: antocorpos anti-linfócitos T
Efeitos benéficos da reação enxerto-versushospedeiro
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Neoplasia
EBV e doença linfoproliferativa pós-transplante
CASO CLÍNICO
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Identificação: masculino, 29 anos, estudante de nutrição, natural e procedente de
Salvador Bahia.
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Queixa principal: lesões na pele após transplante de medula óssea (TMO).
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HMA: Paciente relata acometimento por linfoma de Hodgkin em 2003, sendo
submetido a TMO autólogo em 2005. Apresentou recidiva da doença 11 meses
depois, sem infiltração da medula óssea. Feito tratamanto de resgate com
gemcitabina+cisplatina e dexametasona. Após 10 meses, exame cintilográfico
revelou recidiva da neoplasia em medula óssea. Foi submetido a novo tratamento
quimioterápico e TMO alogênico em 2008 . Após o transplante apresentou várias
complicações infecciosas; no momento (2009), surgiram lesões em pele.
EXAME FÍSICO
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Pele apresentando placas violáceas
liquenóides em face, pápulas hipercrômicas
com liqueinificação e hipercromia perifolicular.
Exames Laboratoriais (15/12/2008)
Hemácias
3.61
VLDL
79
Hb
12.3
LDL
110
Ht
36.2
Colesterol total
229
Leucócitos
5700
Triglicérides
396
Linfócitos
1026
Magnésio
1.4
Uréia
51.8
Ácido Úrico
7.2
Creatinina
1.5
SUSPEITAS DIAGNÓSTICAS
Reação Enxerto Versus Hospedeiro?
Ceratose folicular?
Liquenificação?
BIÓPSIA DE PELE
HUPES. 506.09
HUPES.506.09. Atrofia epidérmica. Liqueinificação.
HUPES.506.09. Atrofia epidérmica. Liqueinificação. Fenda sub-epitelial.
HUPES.506.09. Fenda sub-epitelial.
HUPES.506.09. Atrofia epidérmica. Incontinência pigmentar da camada basal. Degeneração hidrópica.
HUPES.506.09. Atrofia epidérmica. Incontinência pigmentar da camada basal. Degeneração hidrópica.
Diagnósticos Anatomo-Patológico
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Quadro histológico compatível com
alterações secundárias a reação enxertoversus-hospedeiro
REAÇÃO ENXERTO VERSUS
HOSPEDEIRO
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REVH intestinal grau II, pele grau II agudos no +20 TMO
Tratado com tacrolimus, myfortic e prednisona. Após 12
semanas de desmame progressivo de CE e diminuição de
dose de myfortic o paciente reagudizou o REVH. Apresentou
REVH que ficou grau I de pele e controlado de intestino.
IRA pré renal e cistite hemorrágica ( poliomavírus e
adenovírus), quadro que apareceu associado a reagudização
do REVH no desmame do CE além de toxicidade por
tracolimus.
Desnutrição por REVH reagudizado TGI.
A resposta ao tratamento REVH reagudizado e a melhora das
condições nutricionais permitiu que o paciente recebesse alta
com desmame de CE.
HP.13725.07. Edema e necrose em mucosa de intestino grosso.
HP.13725.07. Edema e necrose em mucosa de intestino grosso.
HP.13725.07. Edema e necrose em mucosa de intestino grosso.
HP.13725.07. Edema e necrose em mucosa de intestino grosso.
HP.13725.07. Edema e necrose em mucosa de intestino grosso.
HP.13725.07. Edema e necrose em mucosa de intestino grosso.
HP.13725.07. Edema e necrose em mucosa de intestino grosso.
HP.13725.07. Edema e necrose em mucosa de intestino grosso.Deposição de exsudato.
HP.13725.07. Edema e necrose em mucosa de intestino grosso.Deposição de exsudato.
HP.13725.07. Edema e necrose em mucosa de intestino grosso.
HP.13725.07. Edema e necrose em mucosa de intestino grosso.
HP.13725.07. Edema e necrose em mucosa de intestino grosso.
REAÇÃO ENXERTO VERSUS
HOSPEDEIRO
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A REVH é a maior complicação dos transplantes
alogênicos de células hematopoiéticas (HCT). Como
há uma tendência de aumento dos transplantes a
partir de pessoas sem vínculo familiar, a prevalência
de REVH tende a crescer.
Alternativa para diminuição da REVH:
desenvolvimento de técnicas de dirigidas à
fisiopatologia e transfusão a partir de cordão
umbilical.
REAÇÃO ENXERTO VERSUS
HOSPEDEIRO
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1.
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3.
4.
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Tipos de REVH agudo:
Leve
Moderado
Severo: possui 25% de sobrevivência em 5 anos
Muito severo: possui 5% de sobrevivência em 5
anos
GVHD agudo atinge 35 a 45% dos receptores com
pareamento total de HLAs e 60 a 80% dos
hospedeiros com diferença de 1 antígeno
(principal).
REAÇÃO ENXERTO VERSUS
HOSPEDEIRO
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1.
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3.
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REVH crônico: é a maior causa de morte tardia sem recaída
após um HCT
Apresentações:
Progressiva: trata-se de um REVH agudo evoluindo para a
forma crônica
Quiescente: trata-se de um REVH agudo resolvido
previamente e que retorna na forma crônica
De novo
Idade avançada e histórico de REVH são os principais fatores
de risco para esta apresentação
Os sintomas são de natureza auto-imune, geralmente
começando na mucosa bucal.
Referências Bibliográficas
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Edinger M, Powrie F, Chakraverty R. Regulatory
mechanisms in graft-versus-host responses. Biol
Blood Marrow Transplant. 2008 15(1 Suppl):2-6.
Hansen JA. Genomic and proteomic analysis of
allogeneic hematopoietic cell transplant outcome.
Seeking greater understanding the pathogenesis of
GVHD and mortality. Biol Blood Marrow Transplant.
2008;15(1 Suppl): 1-7.
Ferrara JLM, Levine JE, Reddy P, Holler E. Graftversus-host disease. Lancet 2009; 2009; 5: 539-545.
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