MATÉRIA/SOMBRA
Este pr oj et o dá c o n t i n u i d ad e ao p r o j e t o a p r es en ta do em ma rç o /
abril de
1988, na EA V-P arq ue L a g e , c o m o tema "Le Dej eu ne r
C o n s is t ia aquele tra bal ho, na
sur L'Art!'.
leitur a e re le itu ra do qu ad r o
"Le
Dej eu ne r sur L ' h e r b e " , de M a n e t ,f o c a l i z a n d o ,como i d é i a , e , f i s i c a ­
mente,
o uso da luz.A ino va çã o na té cn ic a de M a n e t ,e m " De je un er
sur L ' h e r b e " , era a luz fo t o g r á f ic a d i r e c i o n a d a ,como no uso do
f l a s h , sôbre as figuras r e p r e s e n t a d a s na t e l a . Em "Dejeuner
L ' A r t " , tra ns fo rm o esta
sur
luz em luz r e al ,p r o j e t a d a em slide e d i ­
re ci on a da através de um foco sobre a t e l a . O detal he
in cl uid o no
todo.
A i n o v a ç ã o ,tanto em "Dejeuner
sur L'Art"
So mb ra ", es tá no uso do s l i d e - s o m b r a
qua nt o em "Ma téria/
t r a n s f o r m a da em luz ,ma té ri a-
co m p l e m e n t a n d o a p i n t u r a - o b j e t o ,f u n d o ,c e n á r i o .
Em " M a t é r i a / S o m b r a " ,pr oc u r o lidar com o d e s e n v o l v i m e n t o de
id ei as ,c o n c e i t o s , q u e
f u n c i o n a m como p o n t o de partida e de r e f e ­
rência para toda a obra que se
p r e t e n d e pr od u z i r . A t r a v é s
da
l in ea ri d a d e ( i n í c i o , m e i o e f i m ) c o m o p r o c e s s o , m o v i m e n t o , d e n t r o de
alguns con ceitos b á s i c o s ,dá- se um a s p e c t o n a r r at iv o à obr a, el a
deve
ser lida não somente como uma
s u ce ss ão de ima ge ns ,m as t a m ­
bém, e, principalmente, como um e n c a d e a m e n t o de idéias que tenta
tra ns mi ti r uma dete rmi nad a v i s ã o do ar tis ta
sobre o seu r e l a c i o ­
na me n t o com os elementos que c o m p o ê m a sua obr a. Al gu ns dess es
co nc ei to s básicos que f o r m a m / i n f o r m a m o d e s e n v o l v i m e n t o da obra
são a Luz,a Ma té ri a, a T r a n s p a r ê n c i a e a S o m b r a . 0 que st io na me nt o,
ou ponto de v i s t a ,p or qu e tod o q u e s t i o n a m e n t o implica na e x i s t ê n ­
cia de um po nto de vista, é o de tent ar
cap tur ar a ess ên ci a dos
e fe ito s da luz sobre a ma té ri a e sobre ela m e s m o d u z
tambem é
m a t é r i a ),r es ul ta nd o na sombra e na tra nsparência.
A pes quisa desses e l e m t n t o s - l u z , s o m b r a , m a t é r i a , t r a n s p a r ê n c i a já revelou
inúmeras
ta nto ,nu nca
linguag ens de r e p r e s e n t a ç ã o p i c t ó r i c a . N o e n ­
se pôde chegar a suas v e r d a d e i r a s
toda re pr es e n t a ç ã o pictórica
de eleme nto s
e s s ê n c i a s ,p o r q u a n t o
é sempr e mi mé t i c a , u m a
físicos de um tipo para ou tr o,l uz
transposição
e sombra para m a ­
téria (tinta ),matéri a de um tipo para ma té r i a de ou tro ti po .Es sa
transposição
interrompe o m o v i m e n t o , o
fluxo natural
dos e l e m e n ­
tos que cer ca m o artista e f o r m a m / i n f o r m a m a sua ob ra ,n um a
ten­
dência que as artes têm de p e r p e t u a r o mo v i m e n t o atravé s do seu
a p r i s i o n a m e n t o ,c o n g e l a m e n t o .
T e nt an d o m e x er
com alguma s dessas
i d é i a s ,pr o c u r o d e s en vo lv er
um tra bal ho onde touos os fatores d e t e r m i n a n t e s em re l a ç ã o à obra
es te j a m p r e s e n t e s ,in for ma nd o o e s p e c t a d o r ,como antes
inf or ma ra m
o a r t i s t a .B a s i c a m e n t e ,o tr ab a l h o é uma p r o j e ç ã o de slides
sobre
fundo b r a n c o (pode ser uma pa r e d e ) , o n d e os o b je to s que fo ra m fo ­
to gra fa do s ,uma c ade ir a e um q ua dr o( ve r
fotos em a n e x o ) ,es tão p r e ­
sentes ,coloc ado s à frente do f u n d o ,c e n á r i o .
As si m, o uso do p r o je t o r de slides para ilumin ar os ob jet os do
c en ár io com suas pró pr ia s
imagens
f o t o g r a f a d a s ,u n e ,em um só m o ­
mento, os ob jet os que est ão r e p r e s en ta do s na pr o d u ç ã o ar tí sti ca
com a própria r e p r e s e n t a ç ã o , e ,c u l m i n a n d o ,e l e s (o b j e t o s )são ilu ­
mi na d o s pela t r a n s p a r ê n c i a (s l i d e s ),fi lt ran do a l u z ,s o m b r a .
0 m o v i m e n t o da c a d e i r a (ver fotos em a n e x o ) , v o a n d o em arco
la s a l a ,co nt ras ta
pe­
com a im ob ili dad e da c a d e i r a - o b j e t o ,p o r é m c o m ­
pl em en ta o u n i v e r s o de inf orm açõ es de que di s põ e o esp ec ta do r
para c o m p r e e n d e r ,ao menos um p o u c o ,a v i s ã o do a r t i s t a .De uma c e r ­
ta m a n e i r a ,o es pe c t a d o r
sente as p o s s i b i l i d a d e s de uma m a n i f e s t a ­
ção de c r i a t i v i d a d e ,a c a d e i r a - o b j e t o ,p r e s e n t e ,funciona como um
co nvi te à im ag in a ç ã o , d a m es ma
ta
forma que in spirou a obra do a r t i s ­
(c a d e i r a - p r o j e ç ã o ),q u e ,t a mb ém p r e s e n t e ,est im ul a
o de se n c a d e a r
do p r o c e s s o ,m o v i m e n t o . A pre sen ça do q u a d r o , i l u m i n a d o por êle m e s ­
mo,é como se fosse a pr es en ça do a r t i s t a ,ou do p r óp r i o espectador,
p a r a d o ,o b s e r v a n d o .
Por fi m, sur ge o a r c o - í r i s ,b a n h a n d o o a m b i e n te com luz e côr,
a l t e r a n d o por alg un s m o m e n t o s os o b j e t o s , e c r i a n d o o i n e s p e r a d o ,
o m o v i m e n t o ,a v i s ã o do a r t i s t a ,i n t e r f e r i n d o e o r i g i n a n d o uma n o ­
va re la çã o en tre os vários el e m e n t o s
f o r m a t i v o s / i n f o r m a t i v o s da
obra.
Rio de J a n e i r o ,9 de abtll de 1988
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