ARTRODESE DE ARTICULAÇÕES DO TARSO EM
EQUINOS – RELATO DE DOIS CASOS
Lopes, P.F.R.¹, Araújo, A.L.², Figueiró, G.M.³, Baiotto, G.C.3, Spadeto Jr., O.3, Monteiro,
E.R.3, Tinto, J.R.4, Oliveira, A.P.L.5
1 - Residente Clínica, Cirurgia e Anestesiologia de Eqüinos, Centro Universitário de Vila Velha, ES (UVV), 2 - Médico
Veterinário, Especialista - Centro Universitário de Vila Velha, ES (UVV), 3 - Professor - Centro Universitário de Vila Velha,
ES (UVV), 4 - Professor – Pontifícia Universidade Católica (PUC), Betim, MG, 5 - Acadêmico Centro Universitário de Vila
Velha, ES (UVV). [email protected]
INTRODUÇÃO
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
A artrodese é definida como a fixação cirúrgica de uma
articulação, resultando em fusão óssea. O objetivo da técnica é
eliminar o movimento das articulações envolvidas e permitir a
deambulação sem dor. As indicações para artrodese do tarso
incluem doenças articulares degenerativas, fraturas articulares,
luxações, sub-luxações e alguns casos de ruptura de tendões.
Algumas técnicas são descritas para promover a artrodese em
equinos, dentre elas, a fixação interna utilizando placas e
parafusos, perfuração com broca, artrodese química com
monoiodoacetato de sódio e laser diodo.
Nos dois casos, observou-se boa cicatrização da ferida cirúrgica,
sem complicações, seja por infecção ou deiscência da sutura. No
primeiro caso, notou-se ausência de reação dolorosa à palpação
local, ou claudicação ao passo aos sete dias após o procedimento
cirúrgico, permanecendo sem sintomatologia quando examinado
aos 40 dias. Sobre a técnica cirúrgica, são citadas como
vantagens o curto período de internação e pouca reação dolorosa
no pós-operatório imediato. Estudos mostram retorno às
atividades desempenhadas anteriormente entre 66 a 78% dos
animais submetidos à técnica de perfuração, em um período de
três a seis meses. Passados trinta dias após o procedimento
cirúrgico, o animal relatado no segundo caso, não apoiava
completamente o membro acometido, porém, aliviava o membro
contralateral com mudanças de apoio frequentes. Considera-se a
atrofia muscular, a contratura muscular e aderências tendíneas
como fatores responsáveis por essas limitações. Apesar do
tamanho da placa ser inferior à citada na literatura foi
observada estabilização das fraturas e articulações envolvidas.
Os achados radiográficos após a artrodese com placa e
parafusos são indicativos de consolidação das articulações
acometidas.
DESCRIÇÃO DOS CASOS
Foram atendidos no Hospital “Prof. Ricardo Hippler”, Vila Velha –
ES, em fevereiro de 2010, dois equinos da raça Mangalarga
Marchador. O primeiro caso, macho, três anos, apresentava
osteoartrite bilateral das articulações intertarsianas distais e
tarsometatarsianas, diagnosticados através do histórico, exame
clínico e exames radiográficos. O animal foi submetido à cirurgia
com a técnica de perfuração em três direções, com uma broca
de 3,5 mm no espaço articular. Foi realizado pós-operatório com
aplicação de penicilina com estreptomicina por sete dias,
fenilbutazona no dia da cirurgia e meloxicam por cinco dias
consecutivos. O segundo caso refere-se a um macho, sete anos,
com histórico de traumatismo contra cerca de madeira
provocando luxação da articulação tarsometatarsiana do membro
pélvico direito, com tentativa, por leigos, de redução fechada
por tração realizada trinta dias antes da consulta clínica. No
exame clínico foi observado aumento de volume na região do
jarrete, com consistência endurecida, atrofia muscular grave e
incapacidade funcional do membro pélvico, sem apoio do casco.
Ao exame radiográfico constatou-se subluxação da articulação
intertársica proximal e fratura do terceiro e quarto ossos do
tarso. O animal foi encaminhado à cirurgia, onde uma placa de
compressão dinâmica, com oito parafusos de 4,5 mm, foi
introduzida, através de um acesso látero-plantar, do terço
proximal do calcâneo ao terço médio do metatarso. Foi utilizada
imobilização externa com gesso por um período de quinze dias.
A
B
Figura 1 – (A) Imagem radiográfica do membro pélvico esquerdo do primeiro caso, no
trans-cirúrgico. As setas verdes indicam as agulhas utilizadas como guia para a
perfuração pela broca; (B) Imagem radiográfica do membro pélvico direito do
segundo caso, no pós-cirúrgico imediato. Utilização da técnica de fixação com placa
de compressão dinâmica com oito parafusos. (Fonte: Arquivo CAGP-UVV)
REFERÊNCIAS
AUER, J.A.; STICK, J.A. Equine Surgery. W.B. Saunders Company. 2 Ed. 1999. 939p.
HINCHCLIFF, K.W.; KANEPS, A.J.; GEOR, R.J. Equine Sports Medicine and Surgery. Saunders Ltda., 1 Ed., 2004. 1364p.
STASHAK, T. S.; Sinovite Társica Distal e Osteoartrite (Esparavão Ósseo). Claudicação em Equinos segundo Adams, Editora Roca, 5ª edição,
São Paulo, SP, p. 874 – 885, 2006.
THOMASSIAN, A. Enfermidades dos cavalos. 4ª ed. São Paulo: Varela, 2005, p. 42-43.
ZUBROD C.J.; SCHNEIDER R.K. Arthrodesis Techniques in Horses; Vet Clin Equine 21, 2005, 691–711
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