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COMPARAÇÃO DA MODULAÇÃO DA AUTONÔMICA ENTRE GÊNEROS EM INDIVÍDUOS JOVENS SAUDÁVEIS Naiara Maria de Souza2, Thais Roque Giacon1, Camila B Gardim1, Talys Naomi Harada Bonora1, Lucas Ferreira Lima2, Aline Fernanda Barbosa Bernardo2, Anne Kastelianne França da Silva2, Tallita Yossugo de Toledo2, Luiz Carlos Marques Vanderlei3. 1
Graduação em Fisioterapia FCT‐UNESP – Campus de Presidente Prudente. 2 Pós‐graduação em fisioterapia FCT‐
UNESP – Campus de Presidente. 3 Professor Doutor da Fisioterapia FCT‐UNESP – Campus de Presidente Prudente. E‐
mail: [email protected]. Órgão de fomento: CAPES ‐ Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. RESUMO Existem diferenças no controle autonômico do sistema nervoso autônomo (SNA) entre os sexos, porém poucos estudos avaliaram esse comportamento em jovens e seus resultados são controversos. O objetivo deste estudo foi avaliar o SNA de indivíduos jovens saudáveis de ambos os sexos, por meio da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC). Foram avaliados 28 voluntários jovens saudáveis de 18 a 30 anos, os quais assinaram o termo de consentimento (47/2011) e sequencialmente foram divididos em 2 grupos (grupo homem, N 15 e grupo mulher, N 13). Para avaliar o SNA utilizou‐se a VFC, com série de 1000 intervalos RR, analisada por métodos lineares e não lineares. Obteve‐se que o grupo das mulheres apresentou redução da VFC global, assim como menor atuação dos ramos simpático e parassimpático em relação ao grupo homens. Ao analisar a dispersão dos intervalos RR por meio do plot de Poincaré, observou‐se menor complexidade no grupo das mulheres. Palavras‐chave: Sistema nervoso autônomo, jovens, freqüência cardíaca, dinâmica não linear, sistema nervoso parassimpático. INTRODUÇÃO Uma das formas de se avaliar o sistema nervoso autônomo (SNA) é por meio da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC), uma ferramenta simples e não invasiva que descreve as oscilações dos intervalos entre batimentos cardíacos consecutivos (intervalos RR), que estão relacionadas às influências do SNA sobre o nódulo sinusal (Vanderlei et al., 2010). As análises de VFC podem ser realizadas utilizando‐se métodos lineares, analisados nos domínios do tempo e da frequência, e não lineares baseados na teoria de caos (Radespiel‐Tröger et al., 2003), ou seja, fenômenos altamente irregulares, mas não ao acaso (Ferreira et al., 2010). Os métodos não lineares descrevem as flutuações complexas do ritmo mais adequadamente do que os métodos lineares (Voss et al., 1996), pois a teoria do caos apresenta algumas características que são condizentes as encontradas no organismo humano, assim essas análises permitem uma melhor avaliação da condição do SNA e discriminação entre uma pessoa com fisiologia normal ou alterada (Godoy et al., 2005). Colloquium Vitae, vol. 4 n. Especial, jul–dez, 2012
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Estudos mostram que existem diferenças no controle autonômico da freqüência cardíaca entre os sexos e entre diferentes faixas etárias, onde a mulher apresenta uma melhor condição do SNA em relação ao homem em algumas faixas etárias, em outros períodos de vida a mulher apresenta a mesma condição autonômica ou até mesmo uma depressão na atuação dos ramos que compõe esse sistema em relação ao homem (Huikuri et al., 1996; Neves, et al., 2006; Gyung‐
Mee e Jong‐Min, 2011; Perseguini et al., 2011). Porém, são escasso os trabalhos que avaliam a condição do SNA por meio de métodos não lineares entre os sexos (Perseguini et al., 2011) sendo a população jovem menos investigada. Portanto o objetivo do presente estudo foi avaliar e comparar a condição autonômica de indivíduos jovens saudáveis de ambos os sexos, por métodos lineares e não lineares, com o intuito de acrescentar elementos referente a este tema a literatura. OBJETIVO Comparar a modulação autonômica de indivíduos jovens saudáveis de ambos os sexos, por meio de métodos lineares (domínio do tempo, geométricos e da frequência) e método não linear (análise qualitativa do plot de Poincaré). MATERIAIS E MÉTODOS População Para a realização deste estudo foram analisados dados de 28 voluntários jovens adultos, com idade entre 18 e 30 anos de ambos os sexos, os quais foram divididos em dois grupos: Grupo Homens com 15 voluntários do sexo masculino e Grupo Mulheres com 13 voluntárias do sexo feminino. Não foram incluídos no estudo indivíduos que utilizavam medicamentos que influenciem a atividade autonômica do coração, portadores de doenças do sistema cardiorrespiratório conhecidas, tabagistas e etilistas. Os voluntários foram devidamente informados sobre os procedimentos e objetivos do estudo, e após concordarem, assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, aprovado pelo comitê de ética com o número 47/2011, constituindo assim a amostra. Protocolo Experimental O protocolo experimental foi realizado em duas etapas. A primeira consistiu em uma avaliação inicial com o objetivo de obter informações quanto à identificação e anamnese dos voluntários e avaliações clínicas e físicas constituídas por: avaliação do peso, altura, índice de Colloquium Vitae, vol. 4 n. Especial, jul–dez, 2012
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massa corporal (IMC) e frequência cardíaca. Na segunda etapa os indivíduos foram monitorizados por meio de um cardiofrequencímetro para captação dos intervalos RR que foram utilizados para análise dos índices de VFC. Essas etapas foram realizadas no Laboratório de Fisiologia do Estresse da Faculdade de Ciências e Tecnologia – FCT/UNESP com mensuração da temperatura (temperatura entre 21°C e 23° C) e umidade (umidade entre 40 e 60%) no período da tarde, entre 14 e 18h, para minimizar as influências do ritmo circadiano. Para avaliação da composição corporal foram coletadas a massa e estatura para obtenção do IMC. A massa corporal foi obtida por meio da medida em balança da marca Welmy R/I 200 ‐ Brasil, com os indivíduos em posição ortostática com os braços estendidos ao longo do corpo, sem calçados. Para a obtenção da estatura, os voluntários estavam também descalços em estadiômetro Sanny ‐ Brasil. A partir das medidas de massa corporal e estatura, o IMC foi calculado utilizando‐se a fórmula: massa do indivíduo (quilogramas), dividida pela sua altura (metros) ao quadrado. A captação da frequência cardíaca se deu por meio do equipamento Polar S810i (Polar Eletro, Kempele, Finland), o qual é capaz de fornecer valores de FC e utilizado também na análise da VFC, previamente validado para esse ultimo tipo de captação (Marães Vr, 2010). Para avaliação autonômica os voluntários foram orientados para que não consumissem durante o período de 24 horas prévias à avaliação, bebidas alcoólicas e/ou estimulantes do sistema nervoso autônomo como café, chá e achocolatados. No dia da coleta os voluntários foram instruídos a manter‐se em silêncio, acordados, em repouso com respiração espontânea por 30 minutos em decúbito dorsal em um colchonete. Após a explicação dos procedimentos necessários para a coleta de dados, foi posicionada no terço distal do esterno uma cinta de captação e, no punho, o receptor de frequência cardíaca Polar S810i (Gamelin et al., 2006; Porto e Junqueira Jr, 2009). Para análise da variabilidade da freqüência cardíaca, o padrão de seu comportamento foi registrado batimento a batimento durante todo o período da avaliação da autonômica. Para análise dos dados foram utilizados 1000 intervalos RR consecutivos e previamente foi feita uma filtragem digital complementada por manual, para eliminação de batimentos ectópicos prematuros e artefatos, e somente séries com mais de 95% de batimentos sinusais foram incluídas no estudo (Godoy et al., 2005). Para análise da VFC foram utilizados métodos não lineares – e o plot de Poincaré análise qualitativa, estendendo‐se a avaliação também para os métodos lineares analisados nos domínios Colloquium Vitae, vol. 4 n. Especial, jul–dez, 2012
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do tempo (SDNN e RMSSD) e da frequência (LF. HF e LF/HF) e métodos geométricos (RR triangular e SD1 e SD2) . Na análise dos dados, para a caracterização da população, foi utilizado o método estatístico descritivo e os resultados foram apresentados com valores de médias e desvios‐padrão. Para comparação dos índices de VFC e características físicas, inicialmente, foi determinada a normalidade dos dados por meio do teste de Shapiro‐Wilk, e quando aceita a distribuição normal, foi aplicado o teste t de Student para dados não pareados e nas situações onde a distribuição normal não foi aceita, foi aplicado o teste de Mann‐Whitney. Foram consideradas diferenças estatisticamente significantes quando o valor de “p” foi menor que 0,05. RESULTADOS Na tabela 1 está representada a caracterização da amostra de ambos os grupos pela idade, peso, altura, IMC e FC. Tabela 1. Caracterização amostral do grupo homens e do grupo mulheres pela idade, peso, altura, IMC e FC. Idade (anos) Peso (Kg) Altura (m) IMC (Kg/m²) FC (bpm) Grupo Homens (N 15) 21,80±2,70 79,79±11,84 1,80±0,05 24,45±3,78 73,73±10,82 Grupo Mulheres (N 13) 21,76±1,83 53,64±9,28 1,58±0,04 21,38±3,44 76,61±10,93 P valor 0,7114 0,0001 0,0001 0,0341 0,4905 Média±desvio padrão. N: número absoluto; IMC: índice de massa corporal; FC: frequência cardíaca. Na tabela 2 estão os valores dos índices no domínio do tempo, SDNN e RMSSD, os índices no domínio da frequência representados por LF e HF em ms² e a relação LF/HF, além dos índices geométricos RR triangular e os índices extraídos do plot de Poincaré SD1 e SD2. Colloquium Vitae, vol. 4 n. Especial, jul–dez, 2012
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Tabela 2. Valores dos índices do domínio do tempo, da frequência e geométricos de ambos os grupos. Índices SDNN (ms) RMSSD (ms) LF (ms²) HF (ms²) Relação LF/HF RR triangular SD1 (ms) SD2 (ms) Grupo Homens (N 15) 74,14±22,38 57,54±22,22 14441,10±857,73 1213±820,43 1,48±1,24 17,69±4,40 40,72±15,70 96,03±29,54 Grupo Mulheres (N 13) 49,21±20,32* 41,50±17,67* 634,92±476,49* 865,31±722,11 1,06±0,95 13,65±5,34* 29,36±12,52* 62,86±26,37* P valor 0,0050 0,0466 0,0058 0,1972 0,1405 0,0364 0,0465 0,0045 Média±desvio padrão. N: número absoluto; SDNN: desvio padrão de todos os intervalos RR normais; RMSSD: raiz quadrada da média da soma dos quadrados das diferenças entre intervalos RR adjacentes; LF: baixa frequência; HF: alta frequência; relação LF/HF: relação entre a baixa e alta frequência; RR triangular: variância dos intervalos RR; SD1: registro instantâneo de variabilidade dos intervalos RR; SD2: registro de longa duração da variabilidade dos intervalos RR. *p<0,05. Na figura 1 estão representados os plot de Poincaré de indivíduos pertencentes a cada grupo. A escolha desses plots são baseados nos valores mais próximos da média de cada grupo. Figura 1. Plot de Poincaré de um representante do grupo homens e um de uma representante do grupo mulheres. A)
B)
A) Plot Poincaré de homem jovem saudável representante do grupo homens. B) Plot de
Poincaré
de uma mulher jovem saudável, representante do grupo mulheres.
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DISCUSSÃO De acordo com o apresentado nos resultados, há diferenças sobre a modulação autonômica entre os sexos de indivíduos jovens saudáveis, em que se destaca a baixa VFC global para a população feminina em relação ao grupo homens, assim como menor atuação dos ramos parassimpático e simpático. Na análise no domínio do caos o grupo mulheres apresentou perda da complexidade do SNA em relação ao comportamento mais complexo do grupo homens. Os índices que permitiram verificar a VFC global dos voluntários foram SDNN, RR triangular e SD2. Seus valores elevados indicam maior VFC global, relacionados a uma melhor condição do SNA e uma maior eficiência das respostas aos estímulos tanto internos quanto externos do organismo. Já valores baixos desses índices representam baixa VFC, a qual é um indicador de adaptação anormal e insuficiente do SNA (Sinski et al., 2006). Ao comparar o valor desse índice entre os grupos, o grupo mulher apresentou um menor valor em relação ao sexo masculino, sugerindo assim que as respostas desse sistema não são tão eficientes nas mulheres em relação aos homens dessa faixa etária. Ao avaliar o ramo simpático, por meio do índice LF em ms², e o ramo parassimpático, por meio dos índices HF em ms², RMSSD em ms e SD1, foi observado menor atuação de ambos os ramos para o grupo mulheres em relação ao grupo homens. A baixa atuação de ambos os sistema pode gerar alterações complexas na dinâmica do SNA, e associa‐se ao aumento do risco para morbidade e mortalidade e ao desenvolvimento de vários fatores de risco para doenças cardiovasculares (Vanderlei et al., 2010). A análise do domínio do caos referente a visualização do plot de Poincaré, permitiu observar um comportamento do SNA do grupo mulheres menos complexo, com pouca dispersão dos intervalos RR em relação a figura do grupo homens. A baixa dispersão dos pontos se refere a uma perda da característica caótica da dinâmica desse sistema, portanto reflete uma menor VFC (Vanderlei et al., 2009), revelando assim uma disfunção autonômica para o grupo mulheres em relação ao grupo homens. Em resumo, as mulheres jovens apresentam menor modulação do sistema nervoso autônomo em relação aos homens, fato observado por meio dos índices no domínio da freqüência, do tempo e geométrico, além de serem confirmados por meio da análise qualitativa do plot de Poincaré, por meio da teoria do caos. Colloquium Vitae, vol. 4 n. Especial, jul–dez, 2012
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CONCLUSÃO O grupo mulheres apresentou redução da VFC global, assim como menor atuação dos ramos simpático e parassimpático em relação ao grupo homens. Ao analisar a dispersão dos intervalos RR por meio do plot de Poincaré, observou‐se menor complexidade e dispersão para o grupo mulheres em relação ao grupo homens. REFERENCIAS Ferreira, M., M. Messias, et al. Análise comparativa de sáries temporais da Variabilidade da Frequência Cardíaca de indivíduos saudáveis com indivíduos que apresentam insuficiência renal crônica. 2010. Gamelin, F., S. Berthoin, et al. Validity of the Polar S810 Heart Rate Monitor to Measure R‐R Intervals at Rest. Medicine & Science in Sports & Exercise, v.38, n.5, p.887‐893 2006. Godoy, M., I. Tanakamura, et al. Relevância da análise do comportamento dinâmico nãolinear (Teoria do Caos) como elemento prognóstico de morbidade e mortalidade em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica. Arq Ciênc Saúde, v.12, n.4, p.167‐71. 2005. Gyung‐Mee, K. e W. Jong‐Min. Determinants for heart rate variability in a normal korean population. Cardiovascular Disorders, v.26, p.1293‐1298. 2011. Huikuri, H. V., S. M. Pikkujaâ¨Msaâ¨, et al. Sex‐Related Differences in Autonomic Modulation of Heart Rate in Middle‐aged Subjects. Circulation, v.94, n.2, July 15, 1996, p.122‐125. 1996. Marães Vr. Frequência cardíaca e sua variabilidade: análises e aplicações. Rev Andal Med Deporte, v.3, n.1, p.33‐42. 2010. Neves, V., N. Perpétuo, et al. Análise dos índices espectrais da variabilidade da frequência cardíaca em homens de meia idade e mulheres na pós‐menopausa. Revista Brasileira de Fisioterapia, v.10, p.401‐406. 2006. Perseguini, N., A. Takahashi, et al. Spectral and symbolic analysis of the effect of gender and postural change on cardiac autonomic modulation in healthy elderly subjects. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v.44, p.29‐37. 2011. Porto, L. e L. Junqueira Jr. Comparison of Time‐Domain Short‐Term Heart Interval Variability Analysis Using a Wrist‐Worn Heart Rate Monitor and the Conventional Electrocardiogram. Pacing and Clinical Electrophysiology, v.32, n.1, p.43‐51. 2009. Colloquium Vitae, vol. 4 n. Especial, jul–dez, 2012
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Enepe Naiara