UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E AVALIAÇÃO DA
ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA DE NOVOS DERIVADOS DA
TIAZOLIDINA-2,4-DIONA BROMADOS E FLUORADOS
MARIA ANDRÉA DE SOUZA CARMINO
RECIFE
2008
MARIA ANDRÉA DE SOUZA CARMINO
SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E AVALIAÇÃO DA
ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA DE NOVOS DERIVADOS DA
TIAZOLIDINA-2,4-DIONA BROMADOS E FLUORADOS
Dissertação
apresentada
à
Banca
Examinadora do Programa de PósGraduação em Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Pernambuco,
como exigência parcial para obtenção do
título de Mestre em Ciência Biológicas.
Orientadora:
Profª Drª Suely Lins Galdino
Co-orientadora:
Profª Drª Maria do Carmo Alves de Lima
RECIFE
2008
Carmino, Maria Andréa de Souza
Síntese, caracterização estrutural e avaliação da atividade
antiinflamatória de novos derivados da Tiazolidina-2, 4-diona bromados e
fluorados / Maria Andréa de Souza Carmino – Recife: O Autor, 2008.
127 folhas: fig., tab.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de
Pernambuco. CCB. Departamento de Ciências Biológicas, 2008.
Inclui bibliografia.
1. Atividade Antiinflamatória 2. Tiazolidinas I Título.
615.276
615.31
CDU (2.ed.)
CDD (22.ed.)
UFPE
CCB – 2009- 058
OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO
“Estive pensando muito na fúria cega com que
os homens se atiram à caça do dinheiro. É
essa a causa principal dos dramas, das
injustiças, da incompreensão da nossa época.
Eles esquecem o que tem de mais humano e
sacrificam o que a vida lhes oferece de
melhor: as relações de criatura para criatura.
De que serve construir arranha-céus se não
há mais almas humanas para morar neles?
É indispensável trabalhar, pois um mundo de
criaturas passivas seria também triste e sem
beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido
humano ás nossas construções. E quando o amor
ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando
cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios
do campo e as aves do céu.
Há na terra, um grande trabalho a realizar. É
tarefa para seres fortes, para corações
corajosos.
Não podemos cruzar os braços.
É indispensável que conquistemos este mundo, na com
as armas do ódio e da violência e sim com as do amor e
da persuasão.
“Quando falo em conquista, quero dizer a conquista
duma situação decente para todas as criaturas
humanas, a conquista da paz digna, através do espírito
de cooperação.”
Érico Veríssimo
iii
DEDICO
A minha mãe Maria Anunciada de Souza, minha
companheira, que mesmo sem perceber ajudoume imensamente nesta jornada.
A meu esposo, Fernando Carmino
companheirismo dedicação e amor.
iv
pelo
AGRADECIMENTOS
A Profa. Dra. Suely Galdino, pela orientação e generosidade em todas as
etapas desse trabalho.
A Profa. Dra. Maria do Carmo Alves de Lima, pela orientação, paciência e
amizade.
Ao Prof. Dr. Ivan da Rocha Pitta, pela oportunidade de desenvolver esta
pesquisa.
A profa Dra. Teresinha (UFPE), pela sua ajuda competente e constante no
desenvolvimento dos bioensaios.
A Adenilda, pelo trabalho realizado junto a secretária do Programa de Pósgraduação.
Ao CNPq pela concessão da bolsa de mestrado.
A minha mãe, Maria Anunciada de Souza, pelo brilho de seu olhar com meu
ingresso na universidade e por este mesmo brilho ao fim do meu curso.
A minha irmã, Maria José de Souza, que além de seu carinho, desde o
principio desta caminhada vem contribuindo para meu êxito.
Aos meus pais e irmãos que iniciaram esta jornada comigo e mesmo sem
entender bem o que isso significa animaram-me inúmeras vezes a continuar.
A meu esposo, Fernando Carmino, por seu carinho nos meus momentos de
vacilação, por sua paciência nas minhas ausências e por seu amor e dedicação.
v
Aos amigos de outrora, que iniciaram esta caminhada comigo especialmente
Ednilsom José (Misso), Fernanda Muriel, Humberto Batista, Alexandra Mergulhão,
Maria José (Sinha), Rosa Marise.
Eles que ajudaram com os livros, estudos e
muitas vezes financeiramente.
Aos companheiros do Laboratório de Planejamento e Síntese de Fármacos,
Departamento de Antibióticos da UFPE, Andréa Cristina Apolinário da Silva, Cleiton
Diniz, Daniel Tárcio, Diana Malta, Luiz Carlos Apolinário, Aracelly de França Luis,
Francimary Guedes, Janaina Couto, Juliana Kelle Limoine, Anekécia, Leila Cabral,
Manuela Carvalho, Micheline Mirandada Silva, Ricardo Olímpio de Moura, Diogo
Felipe, Luiza Daniele, Breno Moacir Alboquerque, Sara Lira Vasconcelos, Sandra
Paula Botelho Sarinho, por toda colaboração e agradável convívio.
Aos colegas do Laboratório de Bioensaio para Pesquisa de Fármacos Thiago
Ubiratan Lins e Lins; Sílvia Rafaelli Ramos; Anna Sofya V. S. da Silva; Rodrigo
Felipe; Marília Maria Sitônio; Pedro Canuto V. da Costa; Sirlene Lucena de Moura e
Katariny Calheiros pela colaboração e pelo convívio amigo;
Ao
companheiro
Moises,
que
me
encaminhou
ao
Laboratório
de
Planejamento e Síntese de Fármacos, Departamento de Antibióticos da UFPE, e
com isso me deu não só orientadores, mas também amigos.
A todos que de uma forma ou de outra contribuíram para a realização desse
trabalho, meu muito OBRIGADA.
vi
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
x
LISTA DE FIGURAS
xiii
LISTA DE ESQUEMAS
xv
LISTA DE TABELAS E DIAGRAMAS
xvi
LISTA DE ANEXOS
xvii
RESUMO
xviii
ABSTRACT
xix
1. INTRODUÇÃO
20
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
24
25
2.2. Específicos
25
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1. A ciência médica moderna
26
27
3.2. Química Medicinal
28
3.3. Tiazolidina-2,4-dionas
30
3.3.1. Reatividade de Tiazolidina-2,4-dionas
3.3.1.1. Reação de N-alquilação das Tiazolidina-2,4-dionas
31
32
3.3.1.2. Reação de Condensação entre Aldeídos aromáticos
e Tiazolidina-2,4-dionas
3.4. Atividade Antiinflamatória
32
34
3.4.1. Inflamação: Considerações Gerais
34
3.4.2. Mediadores inflamatórios
36
3.4.2.1. Citocinas
36
3.4.2.2. Cininas
37
3.4.2.2. Eicosanóides
38
3.5. Fármacos que atuam na inflamação
40
vii
3.5.1. Antiinflamatórios esteroidais – Corticosteróides
40
3.5.2. Antiinflamatórios não-esteroidais
41
3.5.2.1. AINEs não-seletivos
41
3.5.2.1.1. Reações adversas relacionadas aos AINEs
não-seletivos
42
3.5.2.2. AINEs seletivos
43
3.5.3. Inibidores Duais da COX/5-LOX
46
3.6. Potencial antiinflamatório do PPAR
48
PARTE QUÍMICA
50
4. SÍNTESE DE DERIVADOS TIAZOLIDÍNICOS 3,5-DISSUBSTITUÍDOS
4.1. Material
51
51
4.1.1. Reagentes e solventes
51
4.1.2. Cromatografia
52
4.2. Equipamentos
52
4.3. Metodologia
53
4.3.1. Obtenção da tiazolidina-2,4-diona
54
4.3.2. Síntese dos ésteres 2-ciano-3-fenil-acrilatos de etila
(LPSF/IP).
54
4.3.3. Síntese dos intermediários 3-benzil-tiazolidina-2,4-diona
(LPSF/GQ)
55
4.3.4. Método geral para a obtenção dos derivados
tiazolidinônicos 3,5-dissubstituídos (LPSF/GQ)
4.4. Resultados e Discussão
56
57
4.4.1. Análise Espectroscópica
59
4.4.1.1. Espectroscopia no Infravermelho (IV)
59
4.4.1.2. Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de
Hidrogênio
61
viii
PARTE BIOLÓGICA
65
5. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE INTIINFLAMATÓRIA DOS
DERIVADOS TIAZOLIDÌNICOS
66
5.1. Material e método
67
5.1.1. Equipamento
67
5.1.2. Animais
67
5.2. Metodologia
68
5.2.1. Medida da peritonite induzida por carragenina em camundongos
68
5.3. Resultados e Discussão
69
6. CONCLUSÕES
75
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
77
8. ANEXO
89
ix
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AINEs
Antiinflamatórios não-esteroidais
Anvisa
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AVC
Acidente vascular cerebral
CCD
Cromatografia em Camada Delgada
COX
Ciclooxigenase
COX-1
Ciclooxigenase1
COX-2
Ciclooxigenase-2
COX-3
Ciclooxigenase-3
d
Dublete
dd
Duplo Dublete
ddd
Duplo Duplo Dublete
DM2
Diabetes mellitus 2
DMSO-d6
Dimetilsulfóxido deuterado
dt
Duplo Triplete
EDTA
Ácido etilenodiaminotetracético
EETs
Ácidos epoxieicosatetraenóicos
FDA
Food and Drug Administration
GPIT
Glicogênio sintetase 3 quinase
HETEs
Ácido hidroxieicosatetraenóicos
HPETEs
Hidroperoxieicosatetraenóicos
IkB- 
Quinase inibidora do fator nuclear Kb
IL
Interleucina
IL-1
Interleucina-1
IL-4
Interleucina-4
IL-6
Interleucina-6
IL-8
Interleucina-8
x
IL-10
Interleucina-10
IL-13
Interleucina-1 3
IV
Espectroscopia no infravermelho
LIKA
Laboratório de imunopatologia Keizo Asami
5-LOX
5-lipoxigenase
LPSF/IP
2-ciano-fenil-acrilatos de etila
LPSF/GQ-54
3-(2-bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-diona
LPSF/GQ-175
3-(2,6-difluor-benzil)-tiazolidina-2,4-diona
LPSF
Laboratório de planejamento e síntese de fármacos
LTs
Leucotrienos
LXs
Lipoxinas
m
Multiplete
MM
Massa molecular
MCP-1
Proteína-1 monocitária
NFκB
Fator de transcrição kappa B
PAF
Fator ativador de plaquetas
PBS
Salina tamponada com fosfato
PG
Prostaglandinas
PGE2
Prostaglandina E2
PGI2
Prostaciclinas l2
PMN
Neutrófilos polimorfonucleares
PPAR
Peroxisome proliferator-activated receptor gamma
Receptor ativado por proliferadores de peroxissoma gama
PPRE
Elementos de resposta ao PPAR
Rdt
Rendimento
Rf
Razão de frente
RMN1H
Ressonância magnética nuclear de hidrogênio
s
Singlete
t
Triplete
TGF-b
Fator transformador de crescimento b
TNF
Fator de necrose tumoral
xi
TNF-
Fator de necrose tumoral –
TXs
Tromboxanas
TZDs
Tiazolidinadionas

Deslocamento químico
xii
LISTA DE FIGURAS
– Figura 1 –
Estruturas químicas de alguns princípios ativos isolados de
plantas.
28
Figura 2 –
Percentual de fármacos sintéticos (Montanari, 2001).
30
Figura 3 –
Tautomerismo da tiazolidina-2,4-diona
31
Figura 4 –
Lesão induzida por corte com bisturi levando à liberação de
mediadores (LENT, 2001).
35
Figura 5 –
Exemplos de mediadores químicos da Inflamação (KAY, 2005).
36
Figura 6 –
Ácido Acetilsalicílico
42
Figura 7 –
Estruturas químicas dos inibidores não seletivos da COX,
Meloxicam e Nimesulide.
44
Figura 8 –
Estrutura química de alguns dos inibidores da COX-2.
45
Figura 9 –
Estruturas químicas dos inibidores seletivos da COX-2,
Valdecoxib e Refecoxib.
46
Figura 10 –
Estrutura química do Benoxaprofen.
47
Figura 11 –
Exemplos de inibidores duais derivados da indometacina
(LEVAL et al., 2002)
Figura 12 –
48
Administração por via oral das substâncias em teste (LPSF/GQ)
e administração de 1 ml de carragenina (1%)
Figura 13 –
Lavagem da cavidade peritoneal com solução de PBS
heparinizada e coleta do exsudato inflamatório.
Figura 14 –
Estrutura
química
do
Estrutura
química
do
69
3-(2,6-Diflúor-benzil)-5-(4-metilsufonil-
benzilideno)- tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ-192).
Figura 15 –
68
71
3-(2,6-Diflúor-benzil)-5-(4-metilsufonil-
benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ-192), 3-(2-Bromobenzil)-5-(4-metilsufonil–benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona
(LPSF/GQ-125) e o 3-(2-Bromo-benzil)-5-(4-flúor-benzilideno)tiazolidina-2,4-diona (LPSF/ GQ-115).
xiii
72
Figura 16 –
Estrutura
química
do
5-(4-Cloro–benzilideno)-3-(2,6-diflúor-
benzil)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ-193).
xiv
73
LISTA DE ESQUEMAS
Esquema 1 –
Obtenção da tiazolidina-2,4-diona a partir da isomerização
do ácido tiocianoacético
30
Esquema 2 –
Formação do sal da tiazolidina-2,4-diona
32
Esquema 3 –
Formação da 3-benzil-tiazolidina-2,4-diona
32
Esquema 4 –
Formação do ânion da tiazolidina-2,4-diona
33
Esquema 5 –
Condensação de aldeídos aromáticos com a tiazolidina-2,4diona
33
Esquema 6 –
Biossíntese de Eicosanóides.
39
Esquema 7 –
Esquema simplificado das vias do metabolismo do ácido
araquidónico sobre ação de AINEs.
Esquema 8 –
Esquema 9 –
42
Diagrama de síntese dos derivados bioisósteros da tiazolidína2,4-diona
53
Ionização do cianoacetato de etila
55
Esquema 10 – Reação de condensação entre o cianoacetato e o benzaldeído
55
Esquema 11 – Formação do éster 2-ciano-3-fenil-acrilato de etila
55
xv
LISTA DE TABELAS E DIAGRAMAS
Tabela 1 –
Estrutura
geral
e
intermediários
(LPSF/GQ-54)
características
físico-químicas
dos
3-(2-Bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-diona
e
3-(2,6-Diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4-diona
(LPSF/GQ-175).
Tabela 2 –
56
Estrutura geral dos derivados tiazolidinônicos 3,5-dissubstituídos
(LPSF/GQ)
Tabela 3 –
57
Características dos derivados tiazolidinônicos 3,5-dissubstituídos
(LPSF/GQ)
Tabela 4 –
58
Freqüências de absorção no infravermelho, em cm-1, dos 5benzilideno-3-(2-bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ)
Tabela 5 –
60
Freqüências de absorção no infravermelho, em cm-1, dos 5benzilideno-3-(2,6-diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ) 61
Tabela 6 –
Deslocamentos químicos () dos derivados 5-benzilideno-3-(2bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ)
Tabela 7 –
Deslocamentos químicos () dos derivados 5-benzilideno-3-(2, 6diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4-dionas (LPSF/GQ)
Tabela 8 –
63
64
Atividade Antiinflamatória apresentada pelos derivados das
séries
5-benzilideno-3-(2-bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-diona
(LPSF/GQ) e 5-benzilideno-3-(2,6-diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4dionas (LPSF/GQ) com respectivas doses em mg/Kg.
Diagrama 1 –
Percentual de inibição da migração celular na dose de 3 mg/Kg
dos derivados tiazolidínicos (LPSF/GQ)
Diagrama 2 –
70
72
Percentual de inibição da migração celular dos derivados
tiazolidínicos (LPSF/GQ) nas doses de 3; 0,3; 0,03 mg/Kg.
xvi
74
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1 –
Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-115
90
Anexo 2 –
Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-116
91
Anexo 3 –
Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-119
92
Anexo 4 –
Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-120
93
Anexo 5 –
Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-122
94
Anexo 6 –
Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-123
95
Anexo 7 –
Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-125
96
Anexo 8 –
Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-128
97
Anexo 9 –
Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-192
98
Anexo 10 –
Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-193
99
Anexo 11 –
Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-115
100
Anexo 12 –
Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-116
101
Anexo 13 –
Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-119
102
Anexo 14 –
Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-120
103
Anexo 15 –
Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-122
104
Anexo 16 –
Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-123
105
Anexo17 –
Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-125
106
Anexo 18 –
Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-128
107
Anexo 19 –
Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-192
108
Anexo 20 –
Artigo a ser submetido
109
xvii
RESUMO
Dando continuidade aos estudos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa do
Laboratório de Planejamento e Síntese de Fármacos – LPSF/GPIT, Departamento
de Antibióticos, UFPE, sobre o núcleo tiazolidínico, foram obtidos 10 novos
derivados da tiazolidina-2,4-diona 3,5-dissubistituídos candidatos a novos fármacos
antiinflamatórios tendo seus rendimentos variando de 39 a 85%. Esses novos
derivados foram obtidos através de uma via sintética convergente a partir da
substituição em posição 3 do anel heterocíclico que foi realizada pela utilização de
haletos bromados e fluorados. Em seguida, os intermediários N-alquilado obtidos
(3-(2-bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-diona
LPSF/GQ-54
e
3-(2,6-difluor-benzil)-
tiazolidina-2,4-diona LPSF/GQ-175) foram submetidos à reação de adição de
Michael na posição 5 do anel tiazolidínico com o 2-ciano-fenil-acrilatos de etila
(LPSF/IP) substituídos. As estruturas químicas dos compostos sintetizados foram
devidamente comprovadas por espectroscopia de infravermelho e de ressonância
magnética nuclear de hidrogênio. A avaliação da atividade antiinflamatória dos
derivados tiazolidínicos foi realizada pela análise da medida da inflamação por
peritonite induzida por carragenina. A rosiglitazona na dose de 3 mg/kg foi utilizada
como substância padrão nos bioensaios. Os resultados obtidos indicaram que os
compostos 3-(2,6-diflúor-benzil)-5-(4-metilsufonil-benzilideno)- tiazolidina-2,4-diona
(LPSF/GQ-192),
3-(2-bromo-benzil)-5-(4-metilsufonil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-
diona (LPSF/GQ-125) e 3-(2-bromo-benzil)-5-(4-flúor-benzilideno)-tiazolidina-2,4diona (LPSF/ GQ-115) apresentaram uma inibição da migração celular de 89%,
73% e 69%, respectivamente na dose 3 mg/Kg.
Palavra-chave: Atividade Antiinflamatória; Tiazolidinas.
xviii
ABSTRACT
Continuing to studies undertaken by the group's search laboratory Planning and
Summary of drugs - LPSF / GPIT, Department of Antibiotics, UFPE, about the
thiazolidinic nucleus, were synthesized ten new benzylidene-thiazolidinediones
derivatives candidates for new anti-inflammatory drugs taking their yelds ranging
from 38.83 to 85.14. These new derivatives were obtained through a convergent
synthetic path from the replacement at position 3 of the heterocyclical ring which
was performed by the use of replaced halides. Then, the intermediate N-alkylated
obtained (LPSF/GQ-54 and LPSF/GQ-175) were submitted to the reaction of
addition of Michael in position 5 of the thiazolidínic ring with ethyl-(2-cyano-phenyl)acrilates (LPSF / IP) replaced. The chemical structures of the compounds
synthesized were duly attested by the infrared spectroscopy and nuclear magnetic
resonance of hydrogen. The evaluation of the anti-inflammatory activity of the
thiazolidínics derivatives was performed by analysis of the measure of inflammation
by peritonitis induced by carrageenan. Rosiglitazone at a dose of 3 mg / kg was
used as the standard substance in the bioassays. The results indicated that the
compounds LPSF/GQ-192, LPSF / GQ -125 and LPSF / QA-115 showed an
inhibition of cell migration, 89.06%, 73.32% and 68.89% respectively in the dose 3
mg / kg.
Keywords: Thiazolidine; anti-inflammatory.
xix
Introdução
Introdução
1. INTRODUÇÃO
Desde os tempos antigos, os povos do mundo tinham uma ampla
coleção de produtos naturais que eram usados com objetivos medicinais.
Esses produtos eram obtidos a partir de fontes minerais, animais e vegetais,
tornaram-se uma importante ferramenta terapêutica no tratamento de muitas
enfermidades, sendo responsáveis pela melhora da qualidade de vida das
pessoas.
Dessa forma, quando foi possível dar início ao progressivo avanço
tecnológico que propiciou sua quimiosíntese industrial, a indústria farmacêutica
redirecionou todo o processo de seleção de produtos bioativos, dando origem,
a Química Medicinal (MONTANARI, 2000).
A Química Medicinal surgiu para aperfeiçoar a busca por compostos
bioativos de maneira racional. Sendo necessário para isso, o trabalho em
conjunto de profissionais das mais variadas áreas. O planejamento racional de
fármacos baseia-se, entre outros conceitos, no mecanismo de ação
farmacológica pretendida e na modificação molecular de substâncias com
conhecida atividade biológica. Para isso, é necessário considerar as
características estruturais farmacofóricas de modo a preservar o seu
reconhecimento pelo bioreceptor, assim como, sua atividade farmacológica.
A tiazolidinadiona (TZD) é o exemplo de um composto sintético que vem
despertando cada vez mais o interesse dos pesquisadores devido a sua alta
reatividade química. As substituições apropriadas dos grupamentos químicos
presentes nas posições 3 e 5 do anel tiazolidínico oferecem a oportunidade de
obtenção de compostos análogos potencialmente bioativos.
Este heterociclo apresenta diversas atividades biológicas, sendo
particularmente importante como agente terapêutico. Dentre essas, pode-se
destacar a atividade antiinflamatória (JEONG et al., 2004) e hipoglicemiante
(MOURÃO et al., 2005; LEITE et al., 2007).
O processo inflamatório consiste na resposta orgânica mais precoce
diante de lesão tissular ou infecção, sendo que este processo fisiológico
21
envolve uma ação coordenada entre o sistema imunológico e o tecido no qual
ocorreu à lesão (PARISOTTO et al., 2005).
O primeiro grande passo para a constituição de uma classe de inibidores
do processo inflamatório ocorreu com a produção industrial do ácido
acetilsalisílico, também denominado aspirina. Desde então, os diferentes
laboratórios farmacêuticos vêm fabricando uma grande variedade de
antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs) a partir de protótipos que foram bem
sucedidos na prática terapêutica, tais como: fenilbutazona e indometacina
(OLIVEIRA JUNIOR et al., 2007). Tais mudanças estruturais tinham o objetivo
de melhorar a eficácia e diminuir a toxicidade através da relação estrutura
atividade sempre conservando seus grupos famacofóricos (LUENGO, 2005).
Em 1971, VANE e seus colaboradores identificaram o mecanismo de
ação da aspirina, através da inibição da síntese das prostaglandinas a partir do
ácido araquidônico pelo bloqueio da enzima ciclooxigenase. O ácido
araqüidônico é liberado pela fosfolipase A2 e servirá como substrato para duas
vias enzimáticas distintas: a via das ciclooxigenases, que desencadeia a
biossíntese das prostaglandinas e dos tromboxanos, e a via das lipoxigenases,
responsável pela síntese dos leucotrienos, lipoxinas e outros compostos.
As ciclooxigenases (COX) existem como três isoformas a COX-1 é
expressada constitutivamente no organismo, a COX-2 induzido principalmente,
em locais de inflamação (GILROY et al., 1998), e a COX-3 que é uma variante
da COX-1 (SIMMONS et al., 2004).
Com a descoberta da via de ação da aspirina foi proposto que todos os
antiinflamatórios não-esteróidais atuavam inibindo a COX e dessa forma, foram
atribuidas as ações terapêuticas e efeitos colaterais do grupo (LUENGO, 2005).
Com o objetivo de eliminar a maior parte dos efeitos não desejados
causados pelos AINEs clássicos surgem os antiinflamatórios seletivos COX-2
(BALAJI et al., 2007). Esses fármacos ficaram conhecidos como Coxibes e
representavam potencialmente, vantagens em relação os AINEs não-seletivos,
pois, permaneciam a eficácia antiinflamatória, sem o aparecimento dos efeitos
adversos conseqüentes á inibição da enzima não-seletiva.
Infelizmente pouco tempo depois esses fármacos mostraram um
significativo aumento no risco de eventos cardiovasculares sendo esses efeitos
22
responsáveis pela retirada do mercado do rofecoxib e do valdecoxib (CHEN et
al., 2006).
As vantagens e desvantagens dos AINEs levaram a proposição de outra
classe desses fármacos com atividade dual para a COX e 5-LOX. A introdução
dessa nova classe de substâncias baseava-se no pressuposto de que a
inibição 5-lipoxigenase é considerada de vital importância no tratamento de
desordens relacionadas com asma alérgica em que os inibidores da COX
induzem reações adversas nos pacientes com asma (FIORUCCI et al., 2001).
Essa nova classe de substância foi proposta com o objetivo de ampliar a
resposta biológica mantendo as atividades analgésica, antiinflamatória e
antipirética (CELOTTI e DURAND, 2003).
Diante disso, diversos compostos com potencial para inibir dualmente as
enzimas COX e 5-LOX foram projetados a partir de modificações estruturais de
diversos AINEs conhecido como inibidores de COX (LEVAL et al., 2002). Essa
classe de fármacos continua a ser investigada visando, cada vez mais, o
aprimoramento dessas substâncias.
Porém, a descoberta da participação de agonistas dos PPARs no
processo inflamatório (OLIVEIRA et al., 2007) gerou novas possibilidades para
a obtenção de fármacos antiinflamatórios.
Diante disso, Pereira (2007), sabendo do potencial das tiazolidina-2,4dionas como agonistas do PPAR sintetizou novos derivados das TZDs e
testarou sua atividade antiinflamatória tendo obtido resultados promissores com
potencial bioativos no tratamento dessas desordenes.
Com o objetivo de ampliar as descobertas nessa área propôs-se, nesse
trabalho, a síntese de novos derivados tiazolidínicos 3,5-disubstituídos
(LPSF/GQ) com potencial atividade antiinflamatória.
23
Objetivos
Objetivos
2. OBJETIVOS
2.1. GERAL

Obtenção de novas moléculas derivadas da tiazolidina-2,4-diona
candidatas a fármacos antiinflamatórios.
2.2. ESPECÍFICOS

Síntizar novos derivados das séries 5-benzilideno-3-(2-bromo-benzil)tiazolina-2,4-diona e 5-benzilideno-3-(2,6-diflúor-benzil)-tiazolina-2,4diona (LPSF/GQ);

Caracterizar estruturalmente os compostos sintetizados através das
análises espectrofotométricas no infravermelho e na ressonância
magnética nuclear de hidrogênio;

Avaliar a atividade antiinflamatória dos compostos sintetizados através
do modelo de peritonite induzida por carragenina.
25
Revisão da Literatura
Revisão da Literatura
3.1. A ciência médica moderna
Na busca de alívio para suas dores e enfermidades, o homem foi
impelido, através dos séculos, a analisar os fenômenos da natureza e a buscar
soluções que o ajudassem a diminuir seus sofrimentos. O processo de
evolução da arte da cura se deu de forma empírica, em processos de
descobertas por tentativas, erros e acertos.
O consumo de plantas medicinais teria sido a primeira forma de uso de
medicamento de que se tem notícia. Muitas descobertas foram feitas pela
necessidade de se obter novas fontes de alimentos, mas provavelmente um
número expressivo deveu-se à curiosidade humana (MOTA et al., 2004).
Os metabólitos secundários produzidos por plantas tiveram um papel
fundamental no desenvolvimento da química orgânica sintética moderna.
Historicamente, o desenvolvimento da química orgânica ocorreu paralelamente
ao estudo de plantas, principalmente a partir do século XIX, quando foram
registrados os primeiros estudos sobre plantas, com base científica. Isso
resultou no isolamento de alguns princípios ativos de plantas, já então
conhecidas como medicinais. Desses estudos foram obtidas algumas
substâncias que se consagraram como princípios ativos eficazes, e que até
hoje, ainda são muito empregados no tratamento de certas doenças, a exemplo
de morfina, cânfora e cocaína (Figura 1) (MONTANARI e BOLZANI, 2001).
27
HO
O
O
H
H
H
N
CH3
HO
Cânfora
Morfina
CH3
O
O
O
N
O
Cocaína
Figura 1 - Estruturas químicas de alguns princípios ativos isolados de plantas.
3.2. Química Medicinal
No século XX, o surgimento dos antibióticos produzidos por fermentação
microbiana aliado ao desenvolvimento marcante de fármacos sintéticos
produzidos pela indústria farmacêutica, logo depois da primeira Grande Guerra,
foram causas marcantes no declínio do uso de plantas medicinais e
consequentemente,
no
investimento
em fármacos
de origem
vegetal
(MONTANARI e BOLZANI, 2001).
A indústria farmacêutica não despreza o potencial que as plantas
possuem em fornecer substâncias novas. Entretanto, para otimizar a busca por
princípios bioativos de maneira racional, por volta dos anos 80, a indústria
farmacêutica redirecionou todo o processo de seleção de produtos bioativos,
28
no que se denominou de “busca racional de drogas”, hoje denominada Química
Medicinal (MONTANARI, 2000).
A Química Medicinal, em suas inúmeras atribuições, engloba o
planejamento
racional
de
novas
substâncias
bioativas,
como
citado
anteriormente, envolvendo a síntese ou a modificação molecular de
substâncias; o isolamento de princípios ativos naturais como, por exemplo,
plantas, animais e minerais; a identificação ou elucidação da estrutura; a
descrição das moléculas desde a sua constituição atômica, passando por
relações entre a estrutura e propriedades, até suas características estruturais
quando das interações com os diferentes sistemas biológicos; a compreensão
em nível molecular de processos bioquímicos, farmacológicos, toxicológicos e
farmacocinéticos (AMARAL e MONTANARI, 2002). E, finalmente, a proposição
e validação de modelos matemáticos através dos estudos de relações entre a
estrutura química e a atividade farmacológica e/ou toxicológica, permitindo
então a proposição de novas entidades de interesse.
Este é um exemplo de uma área que requer um trabalho em equipe,
envolvendo não somente químicos, mas também especialistas das mais
variadas
áreas,
tais
como:
biólogos,
bioquímicos,
farmacologistas,
matemáticos, profissionais de informática, médicos e estatísticos (AMARAL e
MONTANARI, 2002).
No tocante à química, o conhecimento da estrutura molecular é
fundamental, uma vez que, a estrutura de um composto afeta propriedades que
estão
intimamente
inter-relacionadas
à
sua
atividade
biológica
(KOROLKOVAS, 1988).
Neste contexto, o bioisosterismo, compostos ou grupos de átomos que
têm o mesmo número e disposição de elétrons, caracterizando-se por
propriedades físicas semelhantes (LANGMUIR, 1919), apresenta-se como uma
das mais importantes ferramentas de modificação molecular de compostos
biologicamente ativos. Mediante essa modificação obtêm-se não só produtos
de ação idêntica a dos compostos que serviram de modelo, mas também
antagonistas (KOROLKOVAS, 1988).
Esses conhecimentos propiciaram ao homem atual a preparação de
inúmeros compostos de seu interesse nas mais diversas áreas. Um exemplo
29
são os fármacos, que são em sua maioria de origem sintética, cerca de 80%
(Figura 2) (MONTANARI e BOLZANI, 2001).
Figura 2 - Percentual de fármacos sintéticos (Montanari, 2001).
3.3. Tiazolidina-2,4-dionas
Um exemplo de composto sintético bastante citado na literatura, devido
ao seu grande expectro de ação, é a tiazolidina-2,4-diona (TZD). As TZDs são
compostos estruturalmente relacionados e caracterizados por um anel
heterocíclico, ao qual, os diferentes reagentes são ligados para obtenção dos
derivados TZDs (DESMET et al., 2005).
De acordo com Lima (1998), são descritos na literatura vários métodos
de obtenção das TZDs, sendo o mais comumente utilizado o descrito por
Brown em 1961 e por Sprague e colaboradores em 1957.
A TZD foi a primeira molécula obtida na qual o núcleo tiazol foi
caracterizado.
A
síntese
ocorreu
através
da
isomerização do
ácido
tiocianoacético (BROWN, 1961) (Esquema 1).
Cl
COS
R NH 2
KOH
R NH CO S
O
R NH CO S CH2
COO
H
CH 2 COO
R
N
S
R = H; Alquil
O
Esquema 1 - Obtenção da tiazolidina-2,4-diona a partir da isomerização
do ácido tiocianoacético
A estrutura da TZD foi elucidada por Liberman e colaboradores (1848
apud LIMA, 1998) que chamam à atenção para uma possível tautomeria,
30
demonstrando que a TZD poderia reagir também sob a forma de diidrohidroxitiazol (Figura 3). Entretanto, as propriedades físicas e químicas desse
núcleo, bem como as de seus derivados, favorecem a forma tiazolidina, uma
vez que nenhuma molécula apresenta as propriedades do ciclo tiazol aromático
(SPRAGUE e LAND, 1957 apud LIMA, 1998).
O
H
HO
N
S
N
S
O
OH
Figura 3 - Tautomerismo da TZD
3.3.1. Reatividade da Tiazolidina-2,4-diona
As TZDs possuem uma alta reatividade. Essa reatividade permite a
obtenção de diversas substâncias, que pode ser evidenciada, entre outros
fatores, pelos vários tipos de reação que o núcleo tiazolidínico permite (LIMA,
1998), tais como:

Em posição 3: reações de substituição nucleofílica de segunda
ordem (SN2 – reações de N-alquilação) e reação de Mannich;

Em posição 4: reações de tionação;

Em posição 5: reações de condensação com aldeídos, cetonas e
aromáticos (reações de Knoevenagel), reações de adição do tipo
Michael e reações com sais de diazônio (acoplamento diazo).
Para o desenvolvimento desse trabalho foram utilizados as reações de
N-alquilação e reações de condensação com aldeídos aromáticos.
3.3.1.1. Reação de N-alquilação das Tiazolidina-2,4-dionas
O mecanismo reacional de obtenção dos derivados N-alquilados ocorre
em duas etapas (FINKBEINER, 1965). Primeiramente o átomo de hidrogênio
ligado ao nitrogênio na posição 3 do anel TZD é suficientemente ácido para ser
31
suprimido em presença da base, no caso hidróxido de potássio ou hidróxido de
sódio (Esquema 2).
O
O
NK
H
N
S
S
KOH
O
O
Esquema 2 – Formação do sal da TZD
Segundo Brown (1961), a reação de N-alquilação, tem melhor
rendimento quando o sal da TZD é formado isoladamente e em seguida tratado
com haleto de alquila de escolha para formar os derivados 3-benzil-tiazolidina2,4-diona (Esquema 3).
O
NK
S
O
X C
H
H
O
H
N
S
R
C
H
R
O
Esquema 3 – Formação da 3-benzil-tiazolidina-2,4-diona
3.3.1.2. Reação de condensação entre aldeídos aromáticos e tiazolidina2,4-diona
O grupo metilênico em posição 5 da TZD comporta-se como um
nucleófilo, e as reações ocorrem normalmente em presença de uma base, a
TZD reage como um ânion. A formação deste ânion é facilitada pela presença
do grupamento carbonílico na posição 4 e do heteroátomo (S) visinho (LIMA,
1998).
Segundo Lima (1998), os compostos heterocíclicos que apresentam o
fragmento –S-CH2-CO permitem reações de condensação com aldeídos
aromáticos ou seus derivados. A reação pode ocorrer com TZD N-alquiladas ou
não.
32
Os compostos são obtidos através da reação de condensação do tipo
Knoevenagel. A reação ocorre basicamente em duas etapas:

Ionização do grupo metileno em presença de uma base (Esquema 4):
H
O
BASE
N
H
H
S
H
O
O
O
N
H
H
N
S
O
H
S
O
Esquema 4 – Formação do ânion da TZD

Adiciona-se o enolato formado a carbonila do aldeído e o álcool obtido sofre
em seguida uma desidratação (Esquema 5).
R
O
R
O
N
N
CHO
H
S
O
S
CH
O
O
|
H
O
C
O
R
R
N
N
S
O
CH
H2O
S
O
OH
H
Esquema 5 - Condensação de aldeídos aromáticos com a tiazolidina-2,4-diona
Ainda segundo Lima (1998), após serem devidamente caracterizadas,
pode-se observar que as reações de condensação levam a formação de um
único isômero. Sendo esse um fator importante na descoberta de novos
fármacos, levando-se em conta os resultados indesejados de um segundo
isômero que foi evidenciado em 1961 no caso da tragédia da talidomida, que
originou o nascimento de aproximadamente 4000 crianças com deformações
congênitas em todo o mundo (DALLY, 1998; LIMA et al., 2001).
33
Estudos recentes mostraram que as TZDs influenciam muitas cascatas
moleculares no organismo humano, sobretudo aquelas que regulam processos
inflamatórios (BUCKINGHAM, 2005).
A intensa reatividade das TZDs facilita a preparação de composto
análogo com atividade biológica em diversas áreas tais como: antimicrobiana,
antifúngica, amebicida, anticovulsivante, antineoplástica, hipoglicemiante e
antiinflamatória além, das atividades pesticida e narcótica (BLANCHET e ZHU,
2004; MURTHY e SRINIVASA, 2003).
3.4. Atividade Antiinflamatória
3.4.1. Inflamação: Considerações Gerais
A inflamação é uma resposta orgânica local ou geral que tem como fim
proteger o indivíduo contra qualquer tipo de agressão, através de um processo
de regulação que mantenha o equilíbrio das diversas funções e composições
químicas do corpo (SANTOS JÚNIOR, 2003). Pode ser desencadeada por
diversos fatores: agentes físicos (trauma mecânico, radiação, calor, frio),
agentes químicos (substâncias irritantes, álcalis e outros) ou fatores biológicos,
provocada por microorganismos (fungos, bactérias, vírus ou protozoários)
(BALBINO et al., 2005) (Figura 4).
34
Figura 4 - Lesão induzida por corte com bisturi levando à liberação de mediadores (LENT 2001)
O processo inflamatório caracteriza-se pela sua complexidade e
dinamismo,
sendo
multimediado
com
a
participação
de
eventos
interdependentes, podendo manifestar-se de forma diversa tanto no tocante à
duração quanto na intensidade da resposta inflamatória, que por sua vez
depende do tipo de injúria ou estímulo nocivo. Basicamente, a reação
inflamatória aguda caracteriza-se por dilatação arteriolar, aumento de
permeabilidade vascular, acúmulo de leucócitos e dor. Os leucócitos são
atraídos ao local da lesão por mediadores inflamatórios com atividade
quimiotática, denominados mediadores químicos (WERNER e GROSE, 2003).
Muito embora este mecanismo de defesa seja geralmente benéfico,
efeitos indesejáveis são comuns. Estes são ocasionados por uma resposta
excessiva que pode causar lesão tecidual progressiva, em alguns casos a
utilização de fármacos antiinflamatórios ou imunossupressivos podem ser
necessárias para modular o processo antiinflamatório (ABAAS et al., 2002;
CECCON e VAZ, 2004).
35
3.4.2. Mediadores inflamatórios
Os principais mediadores envolvidos nas alterações vasculares são
histamina, fator ativador de plaquetas (PAF), prostaglandinas (PG)E2 e PGI2
(origem celular) ou o sistema das cininas que tem como exemplo bradicinina,
fatores do complemento (C3a e C5a), fatores do sistema de coagulação e ou
sistema fibrinolítico que são derivados diretamente do plasma (HENSON, 2005;
HATANAKA e CURI, 2007) (Figura 5).
Figura 5 – Exemplos de mediadores químicos da Inflamação (KAY, 2005)
3.4.2.1. Citocinas
Dentre os mediadores endógenos, liberados, primeiramente, pelas
células residentes e, posteriormente, pelas células recrutadas para o foco
infeccioso, as citocinas desempenham um papel primordial na resposta do
hospedeiro (BENJAMIM, 2001).
36
As citocinas são um grupo heterogêneo de proteínas de baixo peso
molecular, extremamente potentes, que iniciam sua ação através da ligação a
receptores específicos (KRAYCHETE et al., 2006; ALI et al., 2007), provocando
alteração da síntese do RNA e de proteínas de diferentes células do organismo
(KRAYCHETE et al., 2006). Podem agir no local onde são produzidas, em
células próximas ou são secretadas para circulação, com efeitos à distância
(SHEERAN, 1997).
As citocinas podem ser divididas, basicamente, em pró-inflamatórias e
antiinflamatórias. Fazem parte das citocinas pró-inflamatórias o Fator de
Necrose Tumoral (TNF-), interleucina 1 (IL-1), interleucina 6 (IL-6),
interleucina 8 (IL-8), interferon gama e a proteína-1 monocitária (MCP-1), que
funcionam como mediadores endógenos do sistema imune (CECCON e VAZ,
2004; SOARES NETTO, 2004).
Dentre
as
conhecidas
como
citocinas
antiinflamatórias
estão:
interleucina 4 (IL-4), interleucina 10 (IL-10), interleucina 13 (IL-13) e o fator
transformador de crescimento b (TGF-b) (CECCON e VAZ, 2004).
De
acordo
com
Momoi e
colaboradores (1999)
e
Desmet e
colaboradores (2005), vários outros estudos citam na literatura as TZDs como
agentes inibidores de várias citocinas incluindo a IL-1 e o TNF.
3.4.2.2. Cininas
O termo cininas é um nome genérico atribuído a um grupo de pequenos
polipeptídeos endógenos de 9 a 11 aminoácidos que apresentam grande
número de efeitos biológicos, incluindo o controle da pressão arterial,
motilidade
intestinal,
angiogênese,
indução
de
dor,
hiperagelsia,
antinocicepção, febre, aumento de permeabilidade vascular e broncoconstrição
(BHOOLA et al., 1992).
Dentre as cininas com atividade biológica, a bradicinina constitui seu
principal representante, sendo um nonapeptídeo formado a partir de moléculas
precursoras. Em células endoteliais, a bradicinina estimula a produção de óxido
nítrico promovendo o relaxamento das células do músculo liso vascular que,
juntamente com seu efeito arteríolo-dilatador, promove extravasamento de
fluídos e proteínas plasmáticas. Além disso, a bradicinina promove efeitos
37
quimiotáticos
e
(principalmente
estimulatórios
macrófagos
e
sobre
células
neutrófilos),
do
sistema
estimula
de
defesa
degranulação
de
mastócitos, promove proliferação celular, estimula fibras nervosas simpáticas
induzindo reflexo vascular, contrai uma variedade de músculos lisos, excita e
sensibiliza neurônios nociceptivos provocando a dor e hiperalgesia entre outros
efeitos (HALL, 1992; SANJULIANI, 2002).
3.4.2.2. Eicosanóides
A liberação dos mediadores químicos originados nos tecidos lesados e
nas células migratórias, que provocam a ativação da fosfolipase A2 e
consequentemente, à liberação do ácido araquidônico e seus metabólitos que
dão
origem
a
inúmeras
substâncias
biologicamente
ativas
como
prostaglandinas (PGs), tromboxanas (TXs), ácido hidroxieicosatetraenóicos
(HETEs) e hidroperoxieicosatetraenóicos (HPETEs),
leucotrienos (LTs),
lipoxinas (LXs) e ácidos epoxieicosatetraenóicos (EETs), estes têm importante
papel na fisiopatologia da inflamação (LEVAL et al., 2002).
As PGs são sintetizadas a partir de um precursor primário, o ácido
araquidônico (MILLER, 2006) (Esquema 6). Este ocorre a partir das duas vias
principais do ácido araquidônico:

Via da cicloxigenase: as PGs, TXs e prostaciclinas (PGI2) são obtidas
através da ação catalítica das enzimas cicloxigenases. Primeiramente,
foram identificadas duas cicloxigenases, a COX-1, que é constitutiva e
amplamente distribuída e a COX-2, que é produzida em resposta a um
estimulo inflamatório (GILROY et al., 1998; HEATHER et al., 2003;
NAKANO et al., 2006). A COX-2 também esta presente em diversos
órgãos e tecidos normais e esta envolvida em processos fisiológicos e
patológicos (BRICKS et al., 2005).

Via da lipoxigenase: as lipoxigenases podem atuar sobre o ácido
araquidônico para formar dependendo do tecido, leucotrienos (LT) ou
lipoxinas (LEVAL et al., 2002).
38
Existe ainda, uma outra isoforma da cicloxigenases, que é conhecida por
COX-3. Essa isoforma é possivelmente, uma variante da COX-1 tendo em vista
que é derivada do mesmo gene dessa isoforma. Encontra-se distribuída
principalmente no córtex cerebral, medula espinhal e coração, sendo mais
sensível ao paracetamol do que a COX-1 e COX-2 (CHANDRASEKHARAN et
al., 1999; CARVALHO et al., 2004; SIMMONS et al., 2004). O interessante é
que
a expressão desta
variante não originaria prostaglandinas
pró-
inflamatórias, mas um membro da família das ciclopentanonas que é agonista
dos receptores ativadores de proliferação do peroxissomo (PPARs), com
atividade antiinflamatória (DESMET et al., 2005; VANE et al., 2003).
Fosfolípides
Fosfolipase A2
Ácido araquidônico
5-Lipooxigenase
15 - HPETE
Ciclooxigenases
5 - HPETE
PGG2
Peroxidase
Lipoxina
A
Lipoxina
B
Leucotrieno A4
(LTA )
Leucotrieno B4
(LTB4)
PGH2
LTC4
Tromboxane Prostaciclina Prostaglandina
(TxA2)
(PGI2)
PGE2
LTD4
PGD2
PGF2
Esquema 6 – Biossíntese de Eicosanóides.
.
A ação antiinflamatória de muitos fármacos acontece pela inibição da
síntese das PGs, que são ácidos graxos insaturados contendo 20 átomos de
carbono e uma estrutura cíclica incorporada, e o entendimento da biossíntese
desta substância é fundamental para a compreensão da ação desses fármacos
antiinflamatórios.
Estudos realizados por Unangst e colaboradores (1993) mostraram que
derivados das tiazolidinas possuíam ação sobre a via das cicloxigenases.
39
No entanto, outro produto do metabolismo do ácido araquidônico, o
leucotrieno B4, é uma substância quimiotática muito potente.
A participação dos leucotrienos também possui poderoso efeito
quimiotático sobre os eosinófilos, neutrófilos e macrófagos e promovem
broncoconstrição e alterações da permeabilidade vascular (LUENGO, 2005;
BASILE FILHO et al., 2001).
3.5. Fármacos que atuam na inflamação
Os principais agentes antiinflamatórios podem ser classificados em dois
grupos: antiinflamatórios esteroidais, também denominado de Corticosteróides
e os não-esteroidais (AINES) (RANG et al., 2001).
3.5.1. Antiinflamatórios esteroidais - Corticosteróides
Os corticosteróides são substâncias endógenas que estão quimicamente
classificadas como esteróides, e são originalmente identificados no córtex da
glândula adrenal. O córtex adrenal produz vários hormônios potentes, todos
derivados esteróides possuindo o núcleo ciclopentanoperidrofenantreno
característico (RANG et al., 2001).
A resposta antiinflamatória ocorre por ação local, tanto na fase precoce
quanto na fase tardia do processo inflamatório (DAMIANI et al., 2001).
Os glicocorticóides têm a capacidade de modificar o processo
inflamatório reduzindo dramaticamente a resposta inflamatória e suprimindo a
imunidade. A conseqüência dessas poderosas ações dos glicocorticóides é que
esses agentes podem assumir grande valor quando utilizado no tratamento de
certas
condições
nas
quais
ocorrem
hipersensibilidade
e
inflamação
indesejável. Os glicocorticóides apresentam o risco de suprimir as respostas
protetoras necessárias à infecção e de reduzir os processos essenciais à
cicatrização (RANG et al., 2001).
40
3.5.2. Antiinflamatórios não-esteroidais
3.5.2.1. AINEs não-seletivos
Seis décadas após a descoberta, por Johann A. Buchner, do princípio
ativo ao qual denominou Salicilina, a Bayer introduz o novo fármaco com o
nome de "aspirina", em 1899 (BOTTING, 2006). Desde então, os diferentes
laboratórios farmacêuticos vêm fabricando uma grande variedade de
antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs) a partir de protótipos que foram bem
sucedidos na prática terapêutica tais como: os derivados dos ácidos propiônico
(ibuprofeno, naproxeno, fenoprofeno, cetoprofeno, flurbiprofeno, fembufeno,
indoprofeno, suprofeno e oxaprozin). Os derivados dos ácidos indol-acéticos
(neste grupo de fármacos está a indometacina e o naproxeno) e a família dos
oxicans (piroxican, tenoxican, meloxican) (LUENGO, 2005).
Os fármacos antiinflamatórios não-esteroidais constituem um grupo
heterogêneo
de
substâncias,
que
em
geral
não
estão
relacionados
quimicamente, e que apesar disso, têm em comum certas ações terapêuticas,
como atividade antipirética, analgésica e antiinflamatória e são prescritos como
fármacos de primeira escolha no tratamento de desordens reumáticas e outras
doenças degenerativas inflamatórias comuns (FIORUCCI et al., 2001).
Os AINEs atuam na biossíntese das PGs, agindo diretamente na inibição
de enzimas da via cicloxigenase (PARISOTTO et al., 2005; CAMARGO et al.,
2007; PETRUZZELLI et al 2007). Porém, segundo Luengo (2005), esses
fármacos, não atuam na via lipoxigenase, via esta que dá origem aos
leucotrienos (Esquema 7).
41
Esquema 7 - Esquema simplificado das vias do metabolismo do ácido araquidónico sobre ação de AINEs
Do ponto de vista geral, a aspirina é o protótipo dos AINEs é o fármaco
mais usado e aquele com o qual todos os demais agentes antiinflamatórios são
comparados (Figura 7).
O
C
OH
O
C
CH3
O
Figura 6 – Ácido Acetilsalisílico
3.5.2.1.1. Reações adversas relacionadas aos AINEs não-seletivos
A atividade antiinflamatória dos AINEs tem mecanismo similar ao da
aspirina, sendo mediada principalmente pela inibição da síntese das PGs. Em
graus variáveis, a maioria dos AINEs são inibidores da síntese de protrombina;
são analgésicos, antiinflamatórios e antipiréticos; inibem a agregação
42
plaquetária. São também, irritantes gástricos, embora componentes desse
grupo tendam a causar menor irritação gástrica que a aspirina.
Essa classe de fármacos conquistou a popularidade mundial no alívio de
sintomas dolorosos relacionados a cefaléias, cólicas menstruais, artrite,
traumas, dor pós-operatória e em uma enorme variedade de dor de intensidade
variável (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2007).
Porém, segundo dados demonstrados por Gajraj (2003), eventos
gastrintestinais relacionado ao uso dos AINEs é uma das mais comuns reações
adversas relacionadas a esses fármacos. Estudos mostraram uma prevalência
de 15 % - 30 % das úlceras no estômago ou duodeno em pacientes que fazem
uso de AINEs regularmente. As reações adversas gastrintestinal ocorriam
porque as prostaglandinas, mais especificamente a isoforma COX-1, esta
envolvida na manutenção e integridade da mucosa gastrintestinal. Ficando
claro, nesse caso, que a toxicidade dos AINEs estava relacionada à inibição da
atividade COX-1.
Os
AINEs
são
responsáveis por
outras
reações
adversas.
A
hipersensibilidade ao AINEs está presente em aproximadamente 10 % dos
adultos asmáticos e em 30 - 40 % dos pacientes com asma e rinosinusite. Em
pacientes com urticária crônica, a prevalência de hipersensibilidade a AAS e
dos AINEs varia entre 21 e 30 % (PICHLER, 2001). Os AINEs podem causar
manifestações clínicas respiratórias, dermatológicas, urticária e anafilaxia
(PERUCHI et al., 2004).
Sendo assim, a perspectiva de fármacos com inibição seletiva para a
COX-2 certamente causaria menos efeitos colaterais que os AINEs
convencionais (GAJRAJ, 2003).
3.5.2.2. AINEs seletivos
No período curto de oito anos após a descoberta de COX-2, inibidores
seletivos
desta
enzima
foram
desenvolvidos
buscando-se
drogas
antiinflamatórias com menos efeitos prejudiciais do que as terapias existentes
(SIMMONS et al., 2004). Os primeiros fármacos de inibição seletiva de COX-2
surgiram na década de 1980 (meloxican e nimesulide). Esses AINEs foram
43
denominados de coxibes (LUENGO, 2005; CARVALHO et al., 2004; GAJRAJ,
2003) (Figura 7).
S
HO
O
CH3
O S
CONH
NH
N
N CH3
S
O
O
O2N
Meloxicam
O
Nimesulide
Figura 7 – Estruturas químicas dos inibidores não seletivos da COX, Meloxicam e Nimisulide
De acordo com Hoefler (2004), os coxibes foram desenvolvidos
baseando-se na hipótese de que a COX-1 sintetizaria, no epitélio gástrico, as
mesmas prostaglandinas que a COX-2, proporcionando assim, citoproteção
(CARVALHO et al., 2004).
Sendo assim, três coxibes (celecoxibe, rofecoxibe e valdecoxibe) foram
aprovados pela FDA (Food and Drug Administration) para uso nos EUA; um
quarto, o etoricoxibe, foi aprovado pela autoridade reguladora Européia e no
Brasil seis coxibes foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) os anteriormente citados o lumiracoxibe e o parecoxibe
(HOEFLER, 2004) (Figura 8).
44
SO2NH2
F3 C
N
SO2CH3
N
S CH2C C(CH2)3CH3
O
O C
O
CH3
O
CH3
APHS
Refecoxibe
Celecoxibe
O
SO2NH2
CH3
O
CH3
N
SO2CH3
CH3
Cl
Na
O
N
S
N
N
N
Valdecoxibe
Parecoxibe sódico
CH3
Etoricoxibe
Figura 8 - Estrutura química de alguns inibidores da COX-2.
Apesar de inicialmente os inibidores da COX-2 terem sido amplamente
recomendado por causaram menos efeitos colaterais comparado com os
AINEs convencionais, a FDA, que é um órgão governamental norte-americano
que controla a introdução e o uso de medicamentos nos EUA, realizaram
estudos e concluíram que a redução de risco em eventos gastrointestinais
adversos, de um modo geral, não foi observado (BRASIL, 2004).
Estudos realizados por Fitzgerald, em 2003, mostraram que agentes
terapêuticos não-esteroidais, tais como celecoxib e rofecoxib suprimiam a
formação de prostaglandina (PGI) dependente de COX-2 em voluntários sadios
e provocavam efeitos cardiovasculares adversos. Estes efeitos que são
atribuídos a diminuição do nível PGI2 e um aumento no nível do tromboxanas
e, dessa forma, promovem uma cascata de eventos potencialmente
trombóticos que levam a um aumento significativo no risco de eventos
cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC)
45
oclusivo (HOEFLER, 2004; ENGH, 2001). Esses eventos foram responsáveis
pela retirada recente do rofecoxib e do valdecoxib (CHEN et al., 2006) (Figura
9).
O
N
O
O
CH3
O
NH2
O
S
S
O
H3C
Valdecoxib
O
Refecoxib
Figura 9 - Estruturas químicas dos inibidores seletivos da COX-2, Valdecoxib e Refecoxib.
Como se pode observar todos os AINEs possuem vantagens e
desvantagens uns em relação aos outros desta forma a escolha do fármaco
aplicável a cada tratamento é uma combinação de necessidades e resposta
terapêutica particular a cada paciente.
3.5.3. Inibidores Duais da COX/5-LOX
A 5-lipoxigenase (5-LOX) é a enzima chave para a formação dos
leucotrienos (LEVAL et al., 2002). Sua inibição é considerada de vital
importância no tratamento de desordens relacionadas com asma alérgica
(FIORUCCI et al., 2001).
Em contrapartida, sabe-se que os inibidores da COX induzem reações
adversas nos pacientes com asma devido ao aumento da síntese do LTs pela
via do ácido araquidônico através da 5-LOX (FIORUCCI et al., 2001).
Sendo assim, os fármacos que conseguem inibir ciclooxigenase e
lipoxigenase possuem ação antiinflamatória superior (LUENGO, 2005;
FIORUCCI et al., 2001). Além disso, inibidores duais do mecanismo da COX/5LOX podem exibir atividade antiinflamatória para as quais os AINEs são
ineficazes (HORIZOE et al., 1999). Diante disso, a busca por fármacos que
46
inibam a via de obtenção desses mediadores parecia ser o caminho mais
lógico no tratamento de estados inflamatórios agudos e crônicos.
Sendo assim, surgi o Benoxaprofen, primeiro composto comercializado
como inibidor dual da COX/5-LOX. Infelizmente, esta droga demonstrou-se
muito tóxica, sendo conseqüentemente, retirada do mercado (Figura 10)
(LEVAL et al., 2002).
O
Cl
N
O
OH
Figura 10 – Estrutura química do Benoxaprofen.
Segundo Leval e colaboradores (2002) diversos compostos com
potencial para inibir dualmente as enzimas COX e 5-LOX foram projetados a
partir de modificações estruturais de diversos AINEs conhecidos como
Inibidores de COX, destacando-se aqui a indometacina (Figura 11). Testes
demonstraram claramente, que estas drogas possuem potentes efeitos
antiasmático, antipirético, analgésico e antiinflamatório sem apresentar risco de
se obter úlcera no decorrer do tratamento, ao contrário a AINEs clássicos
(LEVAL et al., 2002).
47
H3C
CH2COOH
O
CH3
N
Cl
O
Indometacina
OH
O
H3C N
H3C
O
H2 N
O
HN CH2
H3C
CH3
O
N OH
H2C CH2
CH3
N
N
Cl
O
Cl
O
Figura 11 - Exemplos de inibidores duais derivados da indometacina.
A modificação molecular para a descoberta de novos fármacos
inibidores potentes das enzimas COX e 5-LOX é sem dúvida uma ferramenta
importante. Tendo em vista que as modificações acarretam alterações na
atividade farmacológica e/ou toxicológica permitindo então a proposição de
novas entidades de interesse.
Porém, como o processo inflamatório é altamente complexo, à medida
que surgem, na literatura, novas evidencias da atuação de outros mediadores
inflamatório, surgem também, novas possibilidades para a obtenção de
fármacos antiinflamatórios, mais potente e menos tóxicos.
3.6. Potencial antiinflamatório dos PPARs
Os PPARs são membros de uma superfamília de fatores da transcrição
ligantes dependentes que regulam aspectos diversos da reprodução,
desenvolvimento e homeostase. Três subtipos principais são identificados:
PPAR-α, PPAR-β e PPAR-γ (TSUKAMOTO et al., 2004; RIZZO, 2006).
48
Segundo
Tsukamoto
e
colaboradores
(2004),
diversos
estudos
mostraram que os PPARs estão envolvidos em uma grande variedade de
funções fisiológicas e farmacológicos tais como o câncer, aterosclerose,
metabolismo de lipídios e diabetes mellitus causado pela resistência a insulina
(DM2). O envolvimento desses receptores nas funções fisiológicas e
farmacológicas ocorre porque, segundo Buckingham (2005), os PPARs são
expressados em muitos tecidos nos seres humanos.
Estudos recentes mostraram que agonistas do PPARα e do PPARγ
desenvolvem papel importante em processos inflamatórios (OLIVEIRA et al.,
2007), levantado a hipótese de que ligantes do PPAR, tais como o TZDs,
poderiam ser eficiente no tratamento de desordem inflamatória (DESMET et al.,
2005).
Tsukamoto e colaboradores (2004) relataram que o PPAR, induzido por
TZDs inibem fatores de transcrição tais como o fator nuclear-kB e o ativador de
proteína-1, que estão ligados à indução de COX-2. Estas evidências sugeriram
que as TZDs poderiam modular a produção do prostanóides.
Pereira (2007), sabendo do potencial das TZDs como agonistas do
PPAR sintetizou novos derivados e testou sua atividade antiinflamatória tendo
obtido resultados promissores com potencial bioativos no tratamento dessas
desordenes.
Com o objetivo de ampliar as descobertas nessa área propôs-se, nesse
trabalho, a síntese de novos derivados TZDs 3,5-disubstituídos (LPSF/GQ)
com potencial atividade antiinflamatória.
49
Parte Química
Parte Química
4. SÍNTESE DE DERIVADOS TIAZOLIDÍNICOS 3,5-DISSUBISTITUÍDOS
4.1. Material
Para a síntese e comprovação estrutural dos novos derivados das séries
5-benzilideno-3-(2-bromobenzil)-tiazolidina-2,4-diona
e
5-benzilideno-3-(2,6-
diflúorbenzil)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ) utilizou-se reagentes e solventes
específicos, placas cromatográficas e equipamentos.
4.1.1. Reagentes e solventes
Para a síntese dos derivados 5-benzilideno-3-benzil-tiazolidina-2,4-diona
foram utilizados os seguintes reagentes e solventes:

Acetato de etila

Dimetilssulfóxido deuterado

Acetona

Etanol absoluto

Ácido monocloroacético

4-Flúor-benzaldeído

Benzeno

Hidróxido de sódio

4-Bifenil-carboxaldeído

Metanol

2-Bromo-benzaldeído

4-Metilsufonil-benzaldeído

Cianoacetato de etila

4-Metil-benzaldeído

4-Cloro-benzaldeído

n-Hexano

3-Cloro-benzaldeído

4-Nitro-benzaldeído

2-Cloro-benzaldeído

Piperidina

Cloreto de 2-bromo-benzil

Tiouréia

Cloreto de 2,6-diflúor-benzil

2, 3, 5-Trimetóxi-benzilideno
51
Todos os reagentes e solventes acima mencionados são de marcas
Aldrich, Merck, Nuclear, Sigma ou Vetec, e foram utilizados dentro do prazo de
validade.
4.1.2. Cromatografia
Na cromatografia em camada delgada foram utilizadas placas Merck
Sílica gel 60 F254, de 0,25mm de espessura, reveladas em luz ultravioleta (254
ou 366 nm). Na cromatografia em coluna flesh utilizou-se a sílica gel 60 Merck
(230-400 Mesh) como adsorvente.
4.2. Equipamentos
Para elucidação estrutural, na espectrofotometria de absorção no
infravermelho (IV), utilizou-se um espectrofotômetro FTIR Bruker Modelo IFS
66, em pastilhas de KBr. Os espectros de ressonância magnética nuclear de
hidrogênio (RMN1H) foram efetuados em espectrofotômetro Varian Modelo
Plus 300 MHz. Determinou-se os pontos de fusão em aparelho Quimis Modelo
340.27.
52
4.3. Metodologia
O Esquema 8 representa o diagrama de síntese para a obtenção dos
novos derivados TZDs bromados e fluorados (LPSF/GQ).
H
ClCH2CO 2H
C
CS(NH2)2
O
R
O
CN
H
N
Br
H2C
S
COOCH2CH3
CN
O
N
COOCH2CH3
R
R1
CH2
O
CH C
S
O
CH
CH2
O
R1
CH2
N
S
O
R1
R
R = 4-CH3; 4-F; 4-NO2; 4-C6H5; 4-Cl; 4-SO2CH3; 3-Cl; 3-Br; 2-Br; 2-Cl
R1 = 2-Br; 2,6-F;
Esquema 8 - Diagrama de síntese dos derivados da tiazolidína-2,4-diona.
53
4.3.1. Síntese da tiazolidina-2,4-diona
Em um balão de fundo redondo adicionou-se a tiouréia (5 g - 0,0658
mols) e o ácido monocloroacético (6,335 g - 0,0673 mols) previamente
dissolvido em água. Aqueceu-se a mistura por 18 horas. Com a obtenção de
cristais brancos.
C3H3NO2S
MM = 117
Rendimento: 84%
Ponto de fusão: 121-122oC
Ponto de fusão na literatura: 122 °C (KOCHKANYAN; ISRAELYAN;
ZARITOUSKII, 1978)
Rf: 0,51; CHCl3/CH3OH (96:4)
4.3.2. Síntese dos Ésteres 2-Ciano-3-fenil-acrilatos de etila (LPSF/IP)
Em um balão de fundo redondo acoplado à Dean-Starck adicionou-se
benzaldeídos substituídos e cianoacetato de etila, além da piperidina como
catalisador e benzeno como solvente. A mistura reacional foi aquecida a uma
temperatura de 110°C, durante 4 horas. Os precipitados obtidos, os ésteres 2ciano-fenil-acrilatos de etila (LPSF/IP), foram concentrados e purificados por
recristalizações em etanol absoluto.
4.3.3. Síntese dos intermediários 3-benzil-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ)
Em um balão de fundo redondo, contendo uma solução etanólica de
tiazolidina-2,4-diona adicionou-se solução etanólica de hidróxido de sódio
Deixa-se reagir à temperatura ambiente por 10 minutos. Ao sal da tiazolidina2,4-diona formado adiciona-se o haleto de benzila substituído, a mistura
reacional foi aquecida a temperatura de 78ºC. A reação foi acompanhada pela
análise de cromatografia em camada delgada (CCD) através do sistema
eluente adequado.
54
A estrutura geral e as características físico-químicas obtidas para os
derivados 3-benzil-tiazolidina-2,4-diona encontram-se na Tabela 1.
Tabela 1 – Estrutura geral e características físico-químicas dos intermediários 3-(2-Bromo-benzil)tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ-54) e 3-(2,6-Diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ-175).
Molécula
F.M.
M.M.
P.F. (ºC)
Rdt.(%)
Rf
Eluente
C10H8BrNO2S
285
60-61
43,61
0,44
n-hex/AcOEt
Br
O
CH2
N
S
O
7:3
LPSF/GQ-54
F
O
C10H7F2NO2S
CH2
N
243
83-85
54
0,60
7:3
F
S
n-hex/AcOEt
O
LPSF/GQ-175
2.3.4. Método geral para a obtenção dos derivados tiazolidinônicos 3,5disubstituídos (LPSF/GQ)
A
mistura
equimolar
dos
derivados
3-benzil-tiazolidina-2,4-diona
bromados (LPSF/GQ-54) ou fluorados (LPSF/GQ-175) e dos derivados 2ciano-3-fenil-acrilatos de etila (LPSF/IP), em presença catalítica de piperidina
(12 gotas) e etanol absoluto (8 mL) como solvente, foi aquecida lentamente até
a temperatura de 60ºC. A reação foi acompanhada pela análise de
cromotografia em camada delgada (CCD) através do sistema eluente
adequado.
Após
resfriamento
ocorre
a
cristalização
dos
derivados
tiazolidinônicos 3,5-disubstituídos, que foram purificados através de lavagens
sucessivas com água destilada e álcool etílico absoluto (Tabela 2).
55
Tabela 2 – Estrutura geral dos derivados tiazolidinônicos 3,5-dissubstituídos (LPSF/GQ).
ESTRUTURA GERAL
O
CH
R
COMPOSTO
CH2
N
S
O
R1
SUBSTITUINTE
SUBSTITUINTE
R1
R
LPSF/GQ-115
2-Br
4-F
LPSF/GQ-116
2-Br
4-NO2
LPSF/GQ-119
2-Br
3-Cl
LPSF/GQ-120
2-Br
4-CH3
LPSF/GQ-122
2-Br
2-Cl
LPSF/GQ-123
2-Br
3-Br
LPSF/GQ-125
2-Br
4-SO2CH3
LPSF/GQ-128
2-Br
3,4,5-(OCH3)3
LPSF/GQ-192
2,6-F2
4-SO2CH3
LPSF/GQ-193
2,6-F2
4-Cl
4.4. Resultados e Discussão
A comprovação estrutural dos compostos obtidos inicialmente propostos
na metodologia deste trabalho foi realizada através das características físicoquímicas e análises espectroscópicas de infravermelho (IV) e ressonância
magnética nuclear de hidrogênio (RMN1H). Os dados apresentados não só
indicam a obtenção, como também a pureza dos produtos finais.
Os dados físico-químicos aqui discutidos compreendem os espectros de
RMN1H e IV.
As características físico-químicas obtidas para os derivados 5benzilideno-3-benzil-tiazolidina-2,4-diona encontram-se na (Tabela 3).
56
Tabela 3 – Características físico-químicas dos derivados tiazolidinônicos 3,5-dissubstituídos (LPSF/GQ)
Molécula
O
CH2
N
CH
F
Br
S
F.M.
M.M.
P.F. (ºC)
Rdt.(%)
Rf
Eluente
C17H11BrFNO2S
392
173-175
39,9
0,65
n-hex/AcOEt
9:1
O
LPSF/GQ-115
O
CH2
N
CH
O2N
Br
S
C17H11BrN2O4S
O
419
188-190
56,2
0,62
7:3
LPSF/GQ-116
O
Cl
CH2
N
CH
Br
S
C17H11BrClNO2S
O
408,5
146-147
57
0,74
LPSF/GQ-119
O
7:3
Br
S
CH
O
C18H14BrNO2S
388
152-154
63,24
0,75
O
CH2
N
C17H11BrClNO2S
408,5
139-140
40,74
0,86
Br
S
CH
n-hex/AcOEt
7:3
LPSF/SGQ-120
Cl
n-hex/AcOEt
CH2
N
H3C
n-hex/AcOEt
n-hex/AcOEt
7:3
O
LPSF/GQ-122
O
Br
CH2
N
CH
C17H11Br2NO2S
Br
S
451
159-160
38,83
0,82
O
n-hex/AcOEt
7:3
LPSF/GQ-123
O
H3C
CH2
N
O
S
CH
O
Br
S
C18H14 Br NO4S
O
420
207-210
50,96
0,47
7:3
LPSF/GQ-125
OCH3
O
N
CH
H3CO
OCH3
S
n-hex/AcOEt
CH2
Br
C20H18 Br NO5S
O
464
199-200
60,75
0,74
LPSF/GQ-128
n-hex/AcOEt
7:3
F
O
N
O
H3C
S
CH
CH2
C18H13F2NO4S2
F
S
O
409
158-160
85,14
0,36
n-hex/AcOEt
7:3
O
LPSF/GQ-192
F
O
N
Cl
CH
S
CH2
F
C18H13F2ClNO4S
O
365,5
154-155
80,78
0,88
n-hex/AcOEt
7:3
LPSF/GQ-193
57
4.4.1. Análise Espectroscópica
4.4.1.1. Espectroscopia no Infravermelho (IV)
Os espectros no infravermelho foram realizados em pastilha de KBr. A
partir dos espectros de infravermelho (IV) foi possível verificar as bandas de
absorção características dos grupos funcionais presentes nos derivados
sintetizados.
Observou-se as freqüências de absorção referentes às vibrações de
estiramento da C=O entre as banda de absorção de 1750-1674 cm-1 e a
vibração da ligação dupla C=C foi observada entre as freqüência de 16371620cm-1 (Tabela 4 e 5).
Os
resultados
relativos
aos
espectros
de
infravermelhos
aqui
apresentados são referentes aos derivados 5-benzilideno-3-(2-bromo-benzil)tiazolidina-2,4-diona
(LPSF/GQ)
e
tiazolidina-2,4-dionas (LPSF/GQ).
58
5-benzilideno-3-(2,6-diflúor-benzil)-
-1
Tabela 4 - Freqüências de absorção no infravermelho, em cm , dos derivados 5-benzilideno-3-(2-bromobenzil)-tiazolidina-2,4-diona, (LPSF/GQ).
Br
O
CH
CH2
N
S
O
R
COMPOSTO
R
-CH=
C=O
C=O
LPSF/GQ-115
4-F
1591
1750
1675
LPSF/GQ-116
4-NO2
1616
1750
1697
1603
1750
1679
1597
1738
1680
1603
1744
1686
1603
1744
1688
LPSF/GQ-119
3-Cl
LPSF/GQ-120
4-CH3
LPSF/GQ-122
2-Cl
LPSF/GQ-123
3-Br
LPSF/GQ-125
4-SO2CH3
1603
1744
1677
LPSF/GQ-128
3,4,5-(OCH3)3
1597
1738
1677
Pastilhas de KBr - Espectrofotômetro FTIR Bruker, modelo IFS66
59
-1
Tabela 5 - Freqüências de absorção no infravermelho, em cm , dos derivados 5-benzilideno-3-(2,6diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4-dionas (LPSF/GQ).
F
CH2
O
N
F
S
CH
O
R
COMPOSTO
R
-CH=
C=O
C=O
LPSF/GQ-192
4-SO2CH3
1603
1750
1691
LPSF/GQ-193
4-Cl
1610
1744
1688
Pastilhas de KBr - Espectrofotômetro FTIR Bruker, modelo IFS66
Os
espectros
IV
dos
derivados
5-benzilideno-3-(2-bromo-benzil)-
tiazolidina-2,4-diona e 5-benzilideno-3-(2, 6-diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4-dionas
(LPSF/GQ) analisados encontram-se no anexo.
4.4.1.2. Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio
A espectroscopia de ressonância magnética nuclear de hidrogênio
(RMN1H) permitiu verificar as absorções características dos prótons presentes
nos compostos das séries 5-benzilideno-3-(2,6-difluor-benzil)-tiazolidina-2,4dionas e 5-benzilideno-3-(2-bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-dionas (LPSF/GQ).
Os espectros de RMN 1H foram realizados utilizando-se como solvente o
DMSO-d6, marca Acros Organics. As multiplicidades dos sinais são indicados
pelas seguintes abreviações: singlete (s), dublete (d), duplo dublete (dd), duplo
duplo dublete (ddd), duplo triplete (dt), triplete (t), multiplete (m). Os
deslocamentos químicos () foram expressos em ppm e os acoplamentos em
Hz.
Os
derivados
TZDs
obtidos
e
caracterizados
apresentaram
deslocamentos químicos entre 7,1 – 8,39 ppm, correspondentes aos
60
hidrogênios aromáticos do grupamento benzilidênico e do benzílico substituído.
Os sinais característicos dos grupos CH3, CH2 e CH aparecem como singleto
nas regiões entre 2,29 – 2,37; 4,86 – 4,93 ppm e 7,96 – 8,11 ppm,
respectivamente(Tabela 6 e 7).
Os resultados relativos aos espectros de ressonância magnética nuclear
de hidrogênio aqui apresentados, são referentes aos derivados das séries 5benzilideno-3-(2,6-difluor-benzil)-tiazolidina-2,4-dionas
bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-dionas (LPSF/GQ).
61
e
5-benzilideno-3-(2-
Tabela 6 – Deslocamentos químicos () dos derivados 5-benzilideno-3-(2-bromo-benzil)-tiazolidina-2,4diona (LPSF/GQ).
Br
O
CH
CH2
N
S
O
R
Molécula
LPSF/GQ-115
R
4-F
CH
CH2
SCH3
OCH3
(s)
(s)
(s)
(s)
8,02
4,86
CH3
Hidrogênios Aromáticos
(s)
-
-
Benzilidênicos
Benzílicos
7,75 (2H, dd) J=8,7 Hz
7,67 (1H, dd) J=7,49 Hz e J=1,49 Hz
e J=5,4 Hz
7,42 (1H, t) J=8,49 Hz
7,37(2H, dd) J=7,5 Hz
7,27 (1H, dt) J=7,49 Hz e J =1,49Hz
e J=1,5 Hz
7,21 (1H, d) J=7,49 Hz
7,69 (1H, dd) J=7,79Hz e J=1,19Hz
LPSF/GQ-116
4-NO2
8,11
4,88
-
-
8,39 (2H, d) J= 8,99 Hz
7,37 (1H, dt) J=7,49 Hz e J=1,49 Hz
7,95 (2H, d) J= 8,99 Hz
7,27 (1H, dt) J=7,79 Hz e J=1,79 Hz
7,26 (1H, dd) J=7,79 Hz e J=1,49 Hz
7,69 (1H, dd) J=7,99 Hz e J=1,49 Hz
LPSF/GQ-119
3-Cl
7,99
4,86
-
-
7,76 (1H, m)
7,36 (1H, dt) J=7,79 Hz e J=1,49 Hz
7,62-7,59 (3H, m)
7,26(1H, dt) J=7,79 Hz e J=1,49 Hz
7,21 (1H,dd) J=7,79 Hz e J=1,49 Hz
7,67 (1H, dd) J=7,79 Hz e J=1,19 Hz
LPSF/GQ-120
4-CH3
7,96
4,86
-
2,37
7,56 (2H, d) J=8,1 Hz
7,34 (1H, dt) J=7,79 Hz e J=1,19 Hz
7,38 (2H, d) J=7,8 Hz
7,26 (1H, dt) J=7,79 Hz e J=1,49 Hz
7,18 (1H, dd) J=7,79 Hz e J=1,49 Hz
7,64-7,70 (1H, m)
LPSF/GQ-122
2-Cl
8,09
4,87
-
-
7,64-7,70 (2H, m)
7,38 (1H, dt) J=7,49 Hz e J=1,19Hz
7,53-7,59 (2H, m)
7,28 (1H, dt) J=7,49 Hz e J=1,49Hz
7,25 (1H, dd) J=7,79 Hz e J=1,49
Hz
7,89 – 7,90 (1H, m)
LPSF/GQ-123
LPSF/GQ-125
3-Br
4-SO2CH3
7,98
8,08
-
4,86
4,87
3,29
-
7,67 (1H dd) J=7,79 Hz e J=1,19 Hz
7,72 (2H, ddd) J=8,1Hz, 7,37 (1H, dt) J=7,49 Hz e J=1,19 Hz
J=1,8 Hz e J=0,9 Hz
7,27 (1H, dt) J=7,79 Hz e J=1,49 Hz
7,64 – 7,35 (1H, m)
7,21(1H, dd) J=7,49 Hz e J=7,49 Hz
8,08 (2H, d) J=8,39 Hz
7,69 (1H, dd) J=7,49 Hz e J=1,49 Hz
7,91 (2H, d) J=8,39 Hz
7,37 (1H, dt) J=7,49 Hz e J=1,49 Hz
7,29 (1H, dd) J=7,49Hz e J=1,49 Hz
7,22 (1H, dd) J=7,49 Hz e J=1,49 Hz
7,17 (1H, dd) J=7,79 Hz e J=1,49 Hz
LPSF/GQ-128
3,4,5-OCH3
7,94
4,86
-
3,84 (6H, s)
-
6,98 (2H, s)
3,74 (3H, s)
7,26 (1H, dt) J=7,49 Hz e J=1,49 Hz
7,37 (1H, dt) J=7,49Hz e J=1,49 Hz
7,67 (1H, dd) J=7,79 Hz e J=1,49 Hz
DMSO-d6 – Espectrofotômetro Varian modelo Unity Plus-300 MHz
62
Tabela 7 – Deslocamentos químicos () dos derivados 5-benzilideno-3-(2, 6-diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4dionas (LPSF/GQ).
F
O
CH2
N
F
CH
S
O
R
Molécula
R
-CH= (s)
CH2 (s)
SCH3
Hidrogênios Aromáticos
(s)
LPSF/GQ-192
LPSF/GQ-193
4-S02CH3
4-Cl
8,02
7,94
4,93
4,92
3,27
-
Benzilidênicos
Benzílicos
8,05 (2H, d) J=8,39 Hz
7,44 (1H, dt) J=8,39 Hz e J=2,09 Hz
7,87 (2H, d) J=8,39 Hz
7,12 (2H, dd) J=8,09 Hz
7,66 – 7,59 (4H, m)
7,43 (1H, dt) J=8,39 Hz e J=2,09 Hz
7,11 (2H,dd) J=8,09 Hz
DMSO-d6 – Espectrofotômetro Varian modelo Unity Plus-300 MHz
Os espectros de RMN1H dos derivados 5-benzilideno-3-(2-bromobenzil)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ) e 5-benzilideno-3-(2, 6-diflúor-benzil)tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ) analisados encontram-se no anexo.
63
Parte Biológica
Parte Biológica
5. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE INTIINFLAMATÓRIA DOS DERIVADOS
TIAZOLIDÍNICOS
Quando a ação de uma determinada substância puder ser associada a
um receptor particular no organismo, nos fornecera um valioso meio para a
classificação e o aprimoramento ao desenvolvimento de novos fármacos
(RANG et al, 2001).
Para avaliar a potencialidade biológica de uma substância são utilizados
protocolos experimentais específicos, tais como air pouch, peritonite induzida
por carragenina, nocicepção induzida por ácido acético e nocicepção induzida
pela formalina, entre outros. Esta técnica é denominada bioensaio (RANG et al,
2003). Neste trabalho utilizou-se para avaliar o processo inflamatório o modelo
da peritonite induzida por carragenina.
Segundo Coelho e colaboradores (2007), a cavidade peritonial é um
espaço fechado, estéril e altamente eficaz contra infecção. Porém, a invasão e
proliferação de agentes infecciosos na cavidade abdominal provocam processo
inflamatório intenso.
Na literatura são citados diversos modelos animais de indução de
peritonite utilizados para estudo de estratégias terapêuticas. Os modelos
utilizados contribuem não só na avaliação de novos compostos como também
permite o estudo do processo infeccioso peritoneal e prover dados para melhor
avaliar a terapêutica em humanos (KREIMER et al., 2005).
Segundo Süleyman e Büyükokuroglu (2001), a carragenina é indicada
como um bom meio para indução do processo inflamatório experimental. Por
isso, o processo inflamatório produzido pelo modelo da peritonite induzida por
carragenina foi escolhida para a investigação dos efeitos antiinflamatórios das
novas TZDs obtidas neste trabalho.
65
5.1. Material
O protocolo experimental selecionado foi realizado de acordo com
algumas modificações no procedimento descrito por Gokhale e colaboradores
(2002). Para a realização do bioensaio foram utilizados: 0,25 mL de
carragenina, Salina tamponada com fosfato (PBS), solução salina 0,1 %,
anticoagulante EDTA e solução de Turk.
Os derivados TZDs testados foram:
 3-(2-bromo-benzil)-5-(4-flúor-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona
(LPSF/
GQ-
115);
 3-(2-bromo-benzil)-5-(4-metilsufonil–benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona
(LPSF/GQ-125);
 3-(2,6-diflúor-benzil)-5-(4-metilsufonil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona
(LPSF/GQ-192)
 3-(2,6-diflúor-benzil)-5-(4-cloro–benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ193).
5.1.1. Equipamento
Para a contagem do número de leucócitos polimorfonucleares presentes
no exsudato utilizou-se a Câmara de Newbauer.
5.1.2. Animais
Foram utilizados camundongos Swiss (Mus musculus) machos, pesando
entre 25 a 30 g, com idade média de 60 dias, provenientes do Biotério do LIKA
da Universidade Federal de Pernambuco. Os animais foram mantidos em
pequenos grupos no Laboratório de Oncologia Experimental e Inflamação do
Departamento de Antibióticos/UFPE. Os animais foram separados em gaiolas
de polipropileno acondicionadas em estantes com ventilação com filtro de
exaustão de ar renovado, ambiente aclimatado entre 25°C ± 3° C, fotoperíodo
de 12/12 horas, ração e água ad libitum. Os experimentos foram executadas
segundo as diretrizes aprovadas pela Comissão de Ética para Experimentos
com Animais/UFPE (Processo N°016098/2006-13).
66
5.2. Metodologia
5.2.1. Medida da peritonite induzida por carragenina em camundongos
Os animais, adultos machos, em jejum de 8 horas foram divididos em
grupos de oito cada. Os animais do grupo I, utilizado como controle, foram
tratados com veículo (salina e twenn, v.o.). Os animais do grupo II, utilizado
como padrão, foram tratados com roseglitazona (v.o.). Aos animais dos demais
grupos foram administrados as TZDs sintetizadas na forma de emulsão
twenn/soro fisiológico, por via oral (GRISWOLD et al., 1987). Após, 60 minutos
todos os animais foram administrados por via intraperitonial 0,25 mL de
carragenina na cavidade peritoneal, para indução do processo inflamatório
agudo (Figura 12) (VINEGAR et al., 1973).
Figura 12 – Administração por via oral das substâncias em teste (LPSF/GQ) e administração de
1 mL de carragenina (1%)
Quatro horas mais tarde, foi induzido óbito dos animais por
deslocamento cervical. A cavidade peritoneal foi posteriormente lavada com 2
mL da solução PBS heparinizada, com a finalidade de coletar material para
análise, o PBS permaneceu 1 minuto misturada às secreções peritoneais. Em
seguida, o lavado foi removido. Para contagem do número total de células
foram retirados 20 μL de cada amostra, os quais foram diluídos em 40 μL de
solução de Turk. A contagem global de células foi feita em câmara de
Newbauer (Figura 13).
67
Figura 13 – Lavagem da cavidade peritoneal com solução de PBS heparinizada e coleta
do exsudato inflamatório.
Os resultados foram expressos como médias do número de leucócitos
totais (x10³/mm³) de cada grupo comparado ao grupo controle (BARROS et al.,
2004), as variáveis quantitativas foram expressas por suas médias e
respectivos desvios padrão, calculados de acordo com a equação abaixo:
Atividade Antiinflmatória (%) = [(n – n’) /n] x 100
Onde n e n’ indicam a média ± erro padrão do exsudato retirados do
grupo controle e dos grupos teste respectivamente em uma determinada hora
(PALASKA et al., 2003).
5.3. Resultados e Discussão
Quatro novos compostos das séries 5-benzilideno-3-(2-bromo-benzil)tiazolidina-2,4-diona
(LPSF/GQ)
tiazolidina-2,4-dionas
(LPSF/GQ)
antiinflamatória
no
modelo
e
foram
peritonite
5-benzilideno-3-(2,6-diflúor-benzil)testados
induzido
para
por
a
atividade
carragenina
em
camundongos, nas doses de 0,03; 0,3 e 3 mg/Kg administrados oralmente.
Todos os representantes das séries LPSF/GQ testados demonstraram
interessante atividade antiinflamatória, com um percentual de inibição da
migração celular variando entre 31a 88 % (Tabela 6).
68
Tabela 8 - Atividade Antiinflamatória apresentada pelos derivados das séries 5-benzilideno-3-(2-bromobenzil)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ) e 5-benzilideno-3-(2,6-diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4-dionas
(LPSF/GQ) com respectivas doses em mg/Kg.
Derivado
Substituinte
no anel
benzílico
LPSF/GQ-115
ED50 – 1,44 mg/Kg
LPSF/GQ-125
ED50 – 1,14 mg/Kg
LPSF/GQ-192
ED50 – 1,1 mg/Kg
LPSF/GQ-193
Substituinte no
anel
benzilidênico
2-Br
Concentração
molar
4-F
2-Br
4-SO2CH3
4-SO2CH3
2,6-F
2,6-F
4-Cl
Salina + twenn
Total de
PMN
5
(x 10 /mL)
Percentual
de inibição
da migração
celular
7,65 x 10
-6
3
29,40 ± 4,05
67
7,65 x 10
-7
0,3
61,66 ± 5,43
30
7,65 x 10
-8
0,03
70,08 ± 6,70
21
7,14 x 10
-6
3
25,21 ± 3,02
72
7,14 x 10
-7
0,3
56,80 ± 3,66
36
7,14 x 10
-8
0,03
71,58 ± 7,30
19
7,33 x 10
-6
3
10,33 ± 4,83
88
7,33 x 10
-7
0,3
56,50 ± 3,1
36
7,33 x 10
-8
0,03
74,50 ± 6,6
16
8,21 x 10
-6
3
60,8 ± 7,01
31
3
17,50±2,4
81
10
Rosiglitazona + twenn
Dose
mg/Kg
-5
88,5 ± 5,95
PMN = Leucócitos polimorfonucleares. Camundongos tratados oralmente com os novos derivados
tiazolidínicos nas doses mencionadas. Cada valor representa a média ± erro padrão de n = 8 animais. O
percentual de inibição foi calculado de acordo com a equação: Atividade antiinflamatória % = (m-m’/m) x
100
A peritonite avalia a migração leucocitária, por meio da contagem de
leucócitos (x 103/mm3), presentes no exsudato liberado na cavidade peritoneal,
após a administração de carragenina, 4 horas antes da contagem das células.
Neste
experimento
o
composto
3-(2,6-diflúor-benzil)-5-(4-metilsufonil-
benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ-192) (Figura 14) revelou-se o mais
efetivo dentre os testados na dose de 3 mg/kg, alcançando um nível de inibição
(88 %) da migração celular superior ao da rosiglitazona, droga padrão (81 %).
Observou-se também uma redução satisfatória da migração celular com os
69
compostos
3-(2-Bromo-benzil)-5-(4-metilsufonil–benzilideno)-tiazolidina-2,4-
diona (LPSF/GQ-125) (72 %) e o 3-(2-Bromo-benzil)-5-(4-flúor-benzilideno)tiazolidina-2,4-diona (LPSF/ GQ-115) (67 %) na dose de 3 mg/Kg.
F
O
O
H3C
CH2
N
S
F
S
CH
O
O
Figura 14 – Estrutura química do 3-(2,6-diflúor-benzil)-5-(4-metilsufonil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona
(LPSF/GQ-192).
Os resultados acima mencionados demonstraram que a introdução dos
grupamentos halogenados (bromo, cloro e flúor) no anel benzílico pode ser
responsável pelo aumento ou diminuição da resposta biológica.
A presença do bromo ou do flúor nos compostos 3-(2,6-diflúor-benzil)-5(4-metilsufonil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ-192), 3-(2-bromobenzil)-5-(4-metilsufonil–benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ-125) e o
3-(2-bromo-benzil)-5-(4-flúor-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ-115)
(Figura 15) não apresentaram efeitos significativos, visto que, o percentual da
migração celular não apresentou grande variação (Diagrama 1).
O
N
F
CH
S
O
CH2
N
O
Br
H3C
O
S
CH
S
CH2
Br
O
O
(LPSF/GQ-125)
(LPSF/ GQ-115)
F
O
N
O
H3C
S
CH
CH2
F
S
O
O
(LPSF/GQ-192)
Figura 15 – Estrutura química do 3-(2,6-diflúor-benzil)-5-(4-metilsufonil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona
(LPSF/GQ-192), 3-(2-bromo-benzil)-5-(4-metilsufonil–benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ-125) e
o 3-(2-bromo-benzil)-5-(4-flúor-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/ GQ-115).
70
100
90
88
81
80
70
% IMC
72
67
Rosiglitazona
60
LPSF/GQ-115
50
LPSF/GQ-125
31
40
LPSF/GQ-192
LPSF/GQ-193
30
20
10
0
Dose 3mg/Kg
Diagrama 1: Percentual de inibição da migração celular na dose de 3 mg/Kg dos derivados tiazolidínicos
(LPSF/GQ).
Contrariamente, a presença do cloro em para no anel benzilidênico do 5(4-Cloro–benzilideno)-3-(2,6-diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4-diona (LPSF/GQ-193)
ocasionou uma redução do percentual da migração celular. Corroborando com
estudos realizados por Ottaná e colaboradores em 2005, demonstraram que a
presença cloro em posição para reduziram a atividade antiinflamatória em teste
in vivo (Figura 16).
F
O
N
Cl
CH
S
CH2
F
O
Figura 16 – Estrutura química do 5-(4-cloro–benzilideno)-3-(2,6-diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4diona (LPSF/GQ-193).
Os dados obtidos neste experimento com os derivados das séries 5benzilideno-3-(2-bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-diona
benzilideno-3-(2,6-diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4-dionas
(LPSF/GQ)
(LPSF/GQ)
e
5-
sugerem
que estes compostos são dose-dependentes, visto que, a atividade inibitória
relacionada à migração de PMN diminuiu com a diminuição da dose
administrada (Diagrama 2).
71
100
88
90
81
80
72
67
70
% IMC
60
50
40
36
30
30
36
21
19
16
20
10
)
e
se
(d
os
(d
o
LP
SF
/G
Q1
92
92
Q1
0,
03
m
g/
Kg
g/
Kg
)
)
0,
3m
3m
g/
Kg
)
e
os
92
LP
SF
/G
LP
LP
SF
/G
25
Q1
(d
os
(d
e
0,
03
m
g/
Kg
g/
Kg
)
)
se
(d
o
SF
/G
Q1
Q1
25
25
LP
SF
/G
Q1
SF
/G
0,
3m
3m
g/
Kg
)
e
os
(d
e
os
(d
LP
SF
/G
Q1
15
15
Q1
LP
LP
SF
/G
0,
03
m
g/
Kg
g/
Kg
)
0,
3m
(d
o
(d
15
Q1
SF
/G
LP
se
os
e
Ro
si g
lita
zo
n
3m
g/
Kg
)
a
0
Diagrama 2: Percentual de inibição da migração celular dos derivados tiazolidínicos (LPSF/GQ) nas doses
de 3; 0,3; 0,03 mg/Kg.
O resultado aqui apresentado não nos permite sugerir um mecanismo de
ação
antiinflamatória.
Porém,
esses
resultados
mostram-se
bastantes
significativos, fato que sugere um estudo mais aprofundado destas séries.
72
Conclusões
Conclusões
6. CONCLUSÕES
Foram obtidos 10 novos derivados TZds sendo 8 compostos da série 5benzilideno-3-(2-bromo-benzil)-tiazolina-2,4-diona e 2 compostos da série 5benzilideno-3-(2,6-diflúor-benzil)-tiazolina-2,4-diona (LPSF/GQ):
 3-(2-bromo-benzil)-5-(4-flúor-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (GQ-115);

3-(2-bromo-benzil)-5-(4-nitro-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona (GQ-116);

3-(2-bromo-benzil)119);

3-(2-bromo-benzil)-5-(4-metil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona
120);
(GQ-

3-(2-bromo-benzil)-5-(4-cloro-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona
122);
(GQ-

5-(2-bromo–benzilideno)-3-(2-bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-diona
123);
(GQ-

3-(2-bromo-benzil)-5-(4-metilsufonil–benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona
(GQ-125);

3-(2-bromo-benzil)-5-(2,3,5-trimetóxi-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona
(GQ-128);

3-(2,6-diflúor-benzil)-5-(4-metilsufonil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona
(GQ-192);

5-(4-cloro–benzilideno)-3-(2, 6-diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4-diona (GQ193).
5-(3-cloro-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona
(GQ-
Todos os compostos obtidos tiveram suas fórmulas estruturais
comprovados através dos espectros de ressonância magnética nuclear de
hidrogênio e infravermelho.
74
O rendimento na última etapa dos compostos da série 5-benzilideno-3(2-bromobenzil)-tiazolina-2,4-diona (LPSF/GQ) variaram de 39 % a 63 % e o
rendimento dos compostos da série 5-benzilideno-3-(2,6-diflúorbenzil)-tiazolina2,4-diona (LPSF/GQ) variaram de 81 % a 85 %.
Foram escolhidos quatro representantes das séries LPSF/GQ que
tiveram sua atividade antiinflamatória investigada no modelo de inflamação
peritonite induzido por carragenina em camundongos. Todos os derivados
TZDs testados demonstraram uma atividade antiinflamatória, com um
percentual de inibição da migração celular variando entre 31 a 88 % para a
dose de 3 mg/Kg. Destaca-se o derivado 3-(2, 6-diflúor-benzil)-5-(4-metilsufonilbenzilideno)- tiazolidina-2,4-dionas (LPSF/GQ-192) demonstrou ser o composto
mais ativo dentre os testados na dose de 3 mg/kg, com um nível de inibição da
migração de PMN de 88 % e com perfil de atividade superior ao fármaco
rosiglitazona.
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Anexos
Anexos
O
N
F
Anexo 1 – Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-115
89
CH
S
CH2
Br
O
O
N
O2N
Anexo 2 – Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-116
90
CH
S
CH2
Br
O
O
Cl
N
CH
Anexo 3 – Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-119
91
S
CH2
Br
O
O
N
H3C
Anexo 4 – Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-120
92
CH
S
CH2
Br
O
O
Cl
N
CH
Anexo 5 – Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-122
93
S
CH2
Br
O
O
Br
N
CH
Anexo 6 – Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-123
94
S
CH2
Br
O
O
N
O
H3C
S
O
Anexo 7 – Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-125
95
CH
S
CH2
Br
O
OCH3
H3CO
N
CH
OCH3
Anexo 8 – Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-128
96
O
S
CH2
Br
O
F
O
N
O
H3C
S
O
Anexo 9 – Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-192
97
CH
S
CH2
F
O
F
O
N
Cl
Anexo 10 – Espectro de RMN1H do composto LPSF/GQ-193
98
CH
S
CH2
F
O
GQ-115
1,0
Abesorbance
0,9
0,8
3477,66846
0,7
748,24512
1383,35352
1144,22363
0,6
0,5
0,4
1675,19482
0,3
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
Wavenumbres (cm-1)
O
N
F
S
CH
CH2
Br
O
Anexo 11 – Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-115
99
500
GQ-116
1,00
0,95
Absorbance
0,90
750,81641
1028,51563
0,85
0,80
0,75
1339,6416
0,70
1697,05078
3448,09863
4000
3500
3000
2500
2000
1500
Wavenumbres (cm-1)
O
N
O2N
CH
S
CH2
Br
O
Anexo 12 – Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-116
100
1000
500
GQ-119
1,2
Absorbance
1,0
0,8
749,53076
3414,67188
0,6
1144,22363
1382,06787
0,4
0,2
1679,05176
4000
3500
3000
2500
2000
1500
Wavenumbres (cm-1)
O
Cl
N
CH
S
CH2
Br
O
Anexo 13 – Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-119
101
1000
500
GQ-120
1,0
0,9
Absorbance
0,8
0,7
0,6
748,24512
0,5
0,4
1148,08057
1375,63965
0,3
1680,3374
0,2
4000
3500
3000
2500
2000
1500
Wavenumbres (cm-1)
O
N
H3C
CH
S
CH2
Br
O
Anexo 14 – Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-120
102
1000
500
GQ-122
1,2
Absorbance
1,0
1073,51318
0,8
755,95898
0,6
1382,06787
0,4
1686,76563
0,2
3445,52734
0,0
4000
3500
3000
2500
2000
1500
Wavenumbres (cm-1)
O
Cl
N
CH
S
CH2
Br
O
Anexo 15 – Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-122.
103
1000
500
GQ-123
1,0
Absorbance
0,8
0,6
0,4
743,10254
1077,37012
0,2
1374,354
1688,05127
0,0
4000
3500
3000
2500
2000
1500
Wavenumbres (cm-1)
O
Br
N
CH
S
CH2
Br
O
Anexo 16 – Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-123.
104
1000
500
GQ-125
0,9
0,8
Absorbance
0,7
0,6
761,10156
3410,81494
0,5
0,4
1306,21484
0,3
0,2
1149,36621
0,1
1677,76611
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
Wavenumbres (cm-1)
O
N
O
H3C
S
CH
S
CH2
Br
O
O
Anexo 17 – Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-125.
105
500
GQ-128
1,0
Absorbance
0,8
0,6
748,24512
2937,69775
3460,95508
0,4
1006,65967
0,2
1127,51025
1333,21338
1677,76611
0,0
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
Wavenumbres (cm-1)
OCH3
O
N
CH
H3CO
S
CH2
Br
O
OCH3
Anexo 18 – Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-128.
106
500
GQ-192
1,0
Absorbance
0,8
0,6
3423,67139
0,4
786,81445
1346,06982
0,2
1149,36621
0,0
1691,9082
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
Wavenumbres (cm-1)
F
O
N
O
H3C
S
CH
S
CH2
F
O
O
Anexo 19 – Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-192.
107
500
GQ-193
1,1
1,0
Absorbance
0,9
502,68701
0,8
0,7
1281,7876
781,67188
0,6
1016,94482
0,5
1339,6416
1688,05127
0,4
0,3
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
Wavenumbres (cm-1)
F
O
N
Cl
CH
S
CH2
F
O
Anexo 20 – Espectro de infravermelho do composto LPSF/GQ-193.
108
500
SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE
ANTIINFLAMATÓRIA DE NOVOS DERIVADOS DA TIAZOLIDINA-2,4-DIONA
Maria Andrea de Souza Carmino, Rafaella Michelle de Lira Miranda, Rodrigo Felipe
Rodrigues do Carmo, Terezinha Gonçalves da Silva, Maria do Carmo Alves de Lima,
Suely Lins Galdino, Ivan da Rocha Pitta*
Departamento de antibioticos, universidade federal de Pernambuco, centro de ciências
biológicas, 50670-901 Recife, Brasil
Artigo a ser submetido à Revista Química Nova
ISSN: 0100-4042
Qualis: B
Fator de impacto: 0,72
* e-mail: [email protected]
109
SUMMARY, CHARACTERISATION STRUCTURAL AND EVALUATION OF
ANTIINFLAMMATORY ACTIVITY OF NEW DERIVATIVES OF
THIAZOLIDINE-2,4-DIONE
ABSTRACT
New benzylidene-thiazolidinediones (TZDs) was synthesized by nucleophilic addition
of cyanoacrylates. Their structural elucidation was carried through by IR and 1H NMR.
The a antiinflammatory activity of the compounds 4a,g and 5a,b were evaluated in
mice.
Keywords: Thiazolidine; anti-inflammatory; Medicinal Chemistry, peritonitis
* e-mail: [email protected]
110
INTRODUÇÃO
A síntese de fármacos é um importante capítulo da química orgânica, uma vez
que permite a construção de moléculas, em seus diversos níveis de complexidade. Nesse
contexto, a Química Medicinal surgiu para aperfeiçoar a busca por compostos bioativos
de maneira racional. Sendo necessário para isso, o trabalho em conjunto de profissionais
das mais variadas áreas1. Esta área de conhecimento, utilizando diferentes estratégias
metodológicas
complementares,
é
tradicional
e
reconhecidamente
usada
no
planejamento de fármacos.
A TZD é o exemplo de um composto sintético que vem despertando cada vez
mais o interesse dos pesquisadores devido a sua alta reatividade química. As
substituições apropriadas dos grupamentos químicos presentes nas posições 3 e 5 do
anel tiazolidínico oferecem a oportunidade de obtenção de compostos análogos
potencialmente bioativos 2.
Este heterociclo apresenta diversas atividades biológicas, sendo particularmente
importante como agente terapêutico. Dentre essas, pode-se destacar a atividade
antiinflamatória 3,4,5 e hipoglicemiante 6,7,8.
A inflamação é uma resposta dos organismos vivos a uma agressão sofrida. Esta
resposta padrão é comum a vários tipos de tecidos e é mediada por diversas substâncias
produzidas pelas células danificadas que se encontram eventualmente nas proximidades
da lesão 9.
A TZD é o ligante farmacológico do receptor ativado por proliferador de
peroxissome (PPAR)-g que é usado extensivamente no tratamento do diabetes tipo II
2,10,11,12,13
. Os PPARs são fatores transcricionais pertencente a super família de
receptores nucleares ligante ativado. E coexistem como três principais subtipos: PPAR-
111
α, PPAR-β e PPAR-γ
para as TZDs
2,16,17
14,15
). Recentemente, um potencial antiinflamatório foi sugerido
gerando novas possibilidades para a obtenção de fármacos
antiinflamatórios.
Diante disso, Pereira18, sabendo do potencial das tiazolidina-2,4-dionas como
agonistas do PPAR sintetizou novos derivados e avaliou a sua atividade antiinflamatória
tendo obtido resultados promissores com potencial bioativos no tratamento dessas
desordenes.
Com o objetivo de ampliar as descobertas nessa área propôs-se, nesse trabalho, a
síntese de novos derivados tiazolidínicos 3,5-disubstituídos com potencial atividade
antiinflamatória.
PARTE EXPERIMENTAL
Todos os compostos sintetizados tiveram suas estruturas químicas elucidadas por
espectroscopia de IV, RMN1H. Os espectros no infravermelho foram realizados em
pastilha de KBr 1% e 2% em um espectrofotômetro FTIR Bruker Modelo IFS 66 ou
Bomem Modelo MB 100. Os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio
(RMN 1H) foram efetuados em espectrofotômetro Varian Modelo Plus 300 MHz,
utilizando-se como solvente o DMSO-d6. Os pontos de fusão foram determinados em
um aparelho Quimis Modelo 340.27. Na cromatografia em camada delgada foram
utilizadas placas de sílica gel 60 Merck F254, de 0,25 mm de espessura, reveladas em
luz ultravioleta (254 ou 366 nm) ou através de vapores de iodo.
112
Procedimentos experimentais
Tiazolidina-2,4-diona (1)
Adicionou-se em um balão a tiouréia à solução aquosa de ácido
monocloroacético. Aqueceu-se a mistura por 18 horas. Em seguida, o produto obtido foi
cristalizado em geladeira. Formaram-se cristais brancos, cuja purificação foi feita por
cristalizações sucessivas em água destilada. A tiazolidina-2,4-diona, de fórmula
molecular C3H3NO2S (MM = 117), após purificação, apresenta-se na forma de cristais
brancos. Este composto foi obtido com rendimento de 84%, apresentando ponto de
fusão 121-122ºC (ponto de fusão na literatura 122°C)22 e Rf = 0,51, em sistema de
eluição CHCl3/CH3OH 96:4.
Procedimento geral de obtenção dos derivados 3,5-dissubstituídos
Quantidades equimolares da 3-(2-bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-diona (2) ou 3(2,6-diflúor-benzil)-thiazolidina-2,4-diona (3) e dos derivados 2-ciano-3-fenil-acrilatos
de etila substituídos dissolvidos em etanol, em presença de 350 μL piperidina como
catalisador, foram aquecidas sob refluxo durante 4 horas. Após resfriamento, ocorre a
cristalização dos derivados tiazolidina-2,4-diona-3,5-disubstituidos, 4a-h e 5a-5b, que
foram purificados através de lavagens sucessivas com água destilada e álcool etílico
absoluto.
113
3-(2-bromo-benzil)-5-(4-flúor-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona, 4a
C17H11BrFNO2S, rendimento: 39,9%. Mp. 175 °C. TLC n-hexeno: acetate de etila (9:1)
Rf: 0,65. IR cm-1 (KBr): ν 1750, 1675, 1591. 1H NMR (δ ppm, DMSO-d6): 8,02 (s,
CH), 4.86 (s, CH2), 7,75 (dd, 2H Benzilideno), 7,37(dd, 2H Benzilideno), 7,67 (dd, 1H
benzil), 7,42 (t, 1H benzil), 7,27 (dt, 1H benzil), 7,21 (d, 1H benzil).
3-(2-bromo-benzil)-5-(4-nitro-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona, 4b.
C17H11BrN2O4S, rendimento: 56,2%. Mp. 190°C. TLC n-hexeno: acetate de etila (7:3)
Rf: 0,62. IR cm-1 (KBr): ν. 1750, 1697, 1616. 1H NMR (δ ppm, DMSO-d6): 8,11 (s,
CH), 4.88 (CH2), 8,39 (d, 2H Benzilideno), 7,95(d, 2H Benzilideno), 7,69 (dd, 1H
benzil), 7,37 (dt, 1H benzil), 7,27 (dt, 1H benzil), 7,26 (dd, 1H benzil).
3-(2-bromo-benzil)-5-(3-cloro-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona, 4c
C17H11BrClNO2S, rendimento: 57%. Mp. 147 °C. TLC n-hexeno: acetate de etila (7:3)
Rf: 0,74. IR cm-1 (KBr): ν 1750, 1679, 1603. 1H NMR (δ ppm, DMSO-d6): 7,99 (s,
CH), 4.86 (s,CH2), 7,76 (m, 1H Benzilideno), 7,62-7,59 (m, 3H Benzilideno), 7,69 (dd,
1H benzil), 7,36 (dt, 1H benzil), 7,26 (dt, 1H benzil), 7,21 (dd, 1H benzil).
3-(2-bromo-benzil)-5-(4-metil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona, 5d.
C18H14BrNO2S, rendimento: 63%. Mp. 154 °C. TLC n-hexeno: acetate de etila (7:3) Rf:
0,75. IR cm-1 (KBr): ν 1738, 1680, 1597. 1H NMR (δ ppm, DMSO-d6): 7.96 (s, CH),
4.86 (s, CH2), 2,37 (s, CH3), 7,56 (d, 2H Benzilideno), 7,38 (d, 2H Benzilideno), 7,67
(dd, 1H benzil), 7,34 (dt, 1H benzil), 7,26 (dt, 1H benzil), 7,18 (dd, 1H benzil).
114
3-(2-bromo-benzil)-5-(4-cloro-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona, 4e.
C17H11BrClNO2S, rendimento: 41%. Mp. 140 °C. TLC n-hexeno: acetate de etila (7:3)
Rf: 0,86. IR cm-1 (KBr): ν 1744, 1686, 1603. 1H NMR (δ ppm, DMSO-d6): 8,09 (s,
CH), 4.87 (s, CH2), 7,64-7,70 (m, 2H Benzilideno), 7,53-7,59 (m, 2H Benzilideno),
7,64-7,70 (m, 1H benzil), 7,38 (dt, 1H benzil), 7,28 (dt, 1H benzil), 7,25 (dd, 1H benzil
5-(2-bromo–benzilideno)-3-(2-bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-diona, 4f.
C12H11Br2NO2S, rendimento: 39%. Mp. 160 °C. TLC n-hexeno: acetate de etila (7:3)
Rf: 0,82. IR cm- 1 (KBr): ν 1744, 1688, 1603. 1H NMR (δ ppm, DMSO-d6): 7.98 (s,
CH), 4.86 (s, CH2), 7,89 – 7,90 (m, 1H Benzilideno), 7,72 (ddd, 2H Benzilideno), 7,64 –
7,35 (m, 1H Benzilideno), 7,67 (dd, 1H benzil), 7,37 (dt, 1H benzil), 7,27 (dt, 1H
benzil), 7,21 (dd, 1H benzil).
3-(2-bromo-benzil)-5-(4-metilsufonil–benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona, 4g.
C18H14 Br NO4S, rendimento: 51%. Mp. 210 °C. TLC n-hexeno: acetate de etila (7:3)
Rf: 0,47. IR cm-1 (KBr): ν 1744, 1677, 1603. 1H NMR (δ ppm, DMSO-d6): 8,08 (s,
CH), 4.87 (s, CH2), 3,29 (s, SCH3), 8,08 (d, 2H Benzilideno), 7,91 (d, 2H Benzilideno),
7,69 (dd, 1H benzil), 7,37 (dt, 1H benzil), 7,29 (dt, 1H benzil), 7,22 (dd, 1H benzil).
3-(2-bromo-benzil)-5-(2, 3, 5-trimetóxi-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona, 4h.
C23H16N2O4S, rendimento: 51%. Mp. 203 °C. TLC n-hexeno: acetate de etila (7:3)
Rf: 0,60. IR cm-1 (KBr): ν 1745, 1682, 1604. 1H NMR (δ ppm, DMSO-d6): 7.94 (s,
CH), 4.86 (s, CH2), 3.84 (s, 6H OCH3) e 3.74 (s, 3H OCH3), 6,98 (s, 2H Benzilideno),
7,67 (dd, 1H benzil), 7,37 (dt, 1H benzil), 7,26 (dt, 1H benzil), 7,17 (dd, 1H benzil).
115
3-(2,6-diflúor-benzil)-5-(4-metilsufonil-benzilideno)-tiazolidina-2,4-diona, 5a.
C18H13F2NO4S2, rendimento: 85%. Mp. 160 °C. TLC n-hexeno: acetate de etila (7:3)
Rf: 0,36. IR cm-1 (KBr): ν 1750, 1691, 1603. 1H NMR (δ ppm, DMSO-d6): 8.02 (s,
CH), 4.93 (s, CH2), 3,27 (s, SCH3), 8,05 (d, 2H Benzilideno), 7,87 (d, 2H Benzylic),
7,44 (dt, 1H benzyl), 7,26 (dd, 2H benzyl
5-(4-cloro–benzilideno)-3-(2, 6-diflúor-benzil)-tiazolidina-2,4-diona, 5b.
C18H13F2ClNO4S, rendimento: 81%. Mp. 155 °C. TLC n-hexeno: acetate de etila (7:3)
Rf: 0,88. IR cm-1 (KBr): ν 1744, 1688, 1610. 1H NMR (δ ppm, DMSO-d6): 7.94 (s,
CH), 4.92 (s, CH2), 7,66 – 7,59 (m, 4H Benzilideno), 7,43 (dt, 1H benzil), 7,11 (dd, 2H
benzil).
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA
Para realização da atividade antiinflamatória todos os compostos foram
dissolvidos em salina com 2% de Tween 80 (veículo).
Atividade antiinflamatória - peritonite induzido por carragenina
A inflamação foi induzida em ratos albinos suíços (Mus musculus) machos, com
peso entre 25 ± 5 g, oriundos do Biotério do LIKA da Universidade Federal de
Pernambuco. Os animais foram separados em gaiolas de polipropileno acondicionadas
em estantes com ventilação com filtro de exaustão de ar renovado, ambiente aclimatado
entre 25°C ± 3° C, fotoperíodo de 12/12 horas, ração e água ad libitum. O procedimento
116
experimental foi aprovado pelo Comitê Local de Ética Animal / UFPE (Processo
N°016098/2006-13). Os animais em jejum de 8 horas receberam por via oral, os
compostos testes (4a, 4g, 5a e 5b) em doses de 0,03, 0,3 e 3 mg/kg, o controle (veículo)
e o padrão (rosiglitazona), numa dose de 3 mg / Kg, dissolvida na solução de Tween
80/água destilada (1:99 v / v) considerado como o veículo. 1h após a Inflamação foi
induzida através de uma injeção intraperitoneal de 0,25 mL de carragenina 19.
Quatro horas mais tarde, os animais foram eutanasiados (deslocamento cervical)
e 2 ml de Ca2+ e Mg2+ Solução salina tampão fosfato (PBS) foi injetado na cavidade
peritoneal. Na sequência de uma massagem peritoneal suave, os exsudatos foram
removidos, o total de leucócitos foi determinado em câmara de Newbauer e o %
inibição do recrutamento de leucócitos foi calculada em relação ao controle.
Estatística
Os dados foram analisados estatisticamente por meio de análise de variância
(ANOVA) e Bonferroni teste com um intervalo de confiança de 95%, utilizando o
software Origem 7,0. A percentagem de inibição da migração celular dos compostos
testados foi calculada de acordo com a equação: Atividade antiinflamatória% = (mm '/
m) x 100. Onde m e m" representam a média do número de células do grupo controle
(veículo) e tratados, respectivamente. O diferencial do número total de células no grupo
controle (veículo) corresponde a 100% da inflamação. Tomando-se por referência o
valor do grupo controle (veículo), estima-se a percentagem de inibição da inflamação
dos outros compostos. Todos os valores descritos nas imagens e texto foram expressos
como média ± erro padrão da média (EPM), para o número de animais estudados (n =
7).
117
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As tiazolidina-2,4-diona-3,5-disubstituidas, 4a-h e 5a-b, foram preparadas a
partir da reação de adição de Michael entre a tiazolidina-2,4-diona-3-benzil substituída
(2 e 3), com ésteres cianocinâmicos
20, 21
, de acordo com Daboun et al
22
. A via de
síntese está demonstrada no Esquema 1. A tiazolidina-2,4-diona (1) foi N-(3)-alquilado
em presença de hidróxido de potássio, formando o sal potássio da tiazolidina, que reage
com o haleto de benzila em meio alcoólico aquecido 23.
O
O
H
N
S
Benzil/ Haletos
KOH / MeOH
O
N
O
CH2
R ArCH(CN)COOC2 H5
Piperidina / EtOH
S
O
N
H
S
R
2e3
1
CH2
O
R
4a-1h e 5a-b
R1
2 ---- R = 2-Br
3 ---- R = 2,6-F2
4a ---- R = 2-Br; R1 = 4-F
4b ---- R = 2-Br; R1 = 4-NO2
4c ---- R = 2-Br; R1 = 3-Cl
4d ---- R = 2-Br; R1 = 4-CH3
5a ---- R = 2,6-F2; R1 = 4-SO2CH3
4e ---- R = 2-Br; R1 = 2-Cl
5b ---- R = 2,6-F2; R1 = 4-Cl
4f ---- R = 2-Br; R1 = 3-Br
4g ---- R = 2-Br; R1 = 4-SO2CH3
4h ---- R = 2-Br; R1 = 3,4,5-(OCH3)3
Esquema 1. Rota sintética das tiazolidina-2,4-diona-3,5-disubstituidas.
118
O método reacional utilizado proporcionou bons rendimentos sendo considerado
de mais fácil manuseio.
A comprovação estrutural dos compostos obtidos inicialmente propostos na
metodologia deste trabalho foi realizada através das características físico-químicas e
análises espectroscópicas de infravermelho (IV) e ressonância magnética nuclear de
hidrogênio (RMN1H). Os dados apresentados não só indica a obtenção, como também a
pureza dos produtos finais.
A partir dos espectros de infravermelho (IV) foi possível verificar as bandas de
absorção características dos grupos funcionais presentes nos derivados sintetizados.
Observou-se as freqüências de absorção referentes às vibrações de estiramento
da C=O entre as banda de absorção de 1750-1674 cm-1 e a vibração da ligação dupla
C=C foi observada entre as freqüência de 1637-1620 cm-1
A espectroscopia de ressonância magnética nuclear de hidrogênio permitiu
verificar as absorções características dos prótons presentes nos compostos das séries 5benzilideno-3-(2,6-difluor-benzil)-tiazolidina-2,4-dionas (5a-b), e 5-benzilideno-3-(2bromo-benzil)-tiazolidina-2,4-dionas (4a-h).
Os espectros de RMN 1H foram realizados utilizando-se como solvente o
DMSO-d6, marca Acros Organics. Os deslocamentos químicos () foram expressos em
ppm e os acoplamentos em Hz.
Os derivados TZDs obtidos e caracterizados apresentaram deslocamentos
químicos entre 7,1 – 8,39 ppm, correspondentes aos hidrogênios aromáticos do
grupamento benzilidênico e do benzílico substituído. Os sinais característicos dos
grupos CH3, CH2 e CH aparecem como singleto nas regiões entre 2,29 – 2,37; 4,86 –
4,93 ppm e 7,96 – 8,11 ppm, respectivamente.
119
No que concerne à avaliação biológica, os compostos 4a, 4g, 5a e 5b foram
submetidos ao estudo da atividade antiinflamatória.
Os efeitos das novas TZDs obtidos após a administração oral foram avaliados
utilizando o modelo experimental de inflamação induzida por carragenina na cavidade
peritoneal
19,25
. Os resultados dos análogos da thiazolidina, 4a-4g e 5a-5b, testados em
inflamação induzida em camundongos estão resumidos na Tabela 1
120
Tabela 1 – Resultados do teste antiinflamatório dos compostos 4a-g, 5a-b e ROSIGLITAZONA
Derivado
O
CH
1,44
Br
S
O
Total de
PMN
(x 105/mL)
Percentual
de inibição
da migração
celular
7,65 x 10-6
3
29,40 ± 4,05
67
7,65 x 10-7
0,3
61,66 ± 5,43
30
7,65 x 10-8
0,03
70,08 ± 6,70
21
7,14 x 10-6
3
25,21 ± 3,02
72
7,14 x 10-7
0,3
56,80 ± 3,66
36
7,14 x 10-8
0,03
71,58 ± 7,30
19
7,33 x 10-6
3
10,33 ± 4,83
88
7,33 x 10-7
0,3
56,50 ± 3,1
36
7,33 x 10-8
0,03
74,50 ± 6,6
16
8,21 x 10-6
3
60,8 ± 7,01
31
10-5
3
17,50 ± 2,4
81
CH2
N
O
S
Dose
mg/Kg
O
(4a)
H3C
Concentração
molar
CH2
N
F
ED50
mg/Kg
CH
Br
S
O
1,14
O
(4g)
F
O
H3C
CH2
N
O
S
CH
F
S
1,1
O
O
(5a)
F
O
N
Cl
CH
S
CH2
F
O
(5b)
O
Me
H N
S
O
N
O
N
ROSIGLITAZONA
Salina + twenn
88,5 ± 5,95
Camundongos tratados oralmente. Cada valor representa a média ± erro padrão de n = 6 animais. Os valores
apresentados são significativos para o intervalo de confiança de 95% (ANOVA, teste de Bonferrori.
121
A peritonite avalia a migração leucocitária, por meio da contagem de leucócitos
(x 103/mm3), presentes no exsudato liberado na cavidade peritoneal, após a
administração de carragenina, 4 horas antes da contagem das células controle
26
. Neste
experimento o composto 5a revelou-se o mais efetivo dentre os testados na dose de 3
mg/kg, alcançando um nível de inibição (88 %) da migração celular superior ao da
Rosiglitazona, droga padrão (81 %). Observou-se também uma redução satisfatória da
migração celular com os compostos 4g (72 %) e 4a (67 %) na dose de 3 mg/Kg.
Os resultados acima mencionados demonstraram que a introdução dos
grupamentos halogenados (bromo, cloro e flúor) no anel benzílico pode ser responsável
pelo aumento ou diminuição da resposta biológica.
A presença do bromo ou do flúor nos compostos 5a, 4a e 4b não apresentaram
efeitos significativos, visto que, o percentual da migração celular não apresentou grande
variação
Contrariamente, a presença do cloro em para no anel benzilideno do composto
5b ocasionou uma redução do percentual da migração celular. Corroborando com
estudos realizados por Ottaná et al 27, que demonstraram que a introdução do cloro em
para reduziram a atividade antiinflamatória em testes in vivo.
Os dados obtidos neste experimento com os derivados 5a, 4a e 4b sugerem que
estes compostos são dose-dependentes, visto que, a atividade inibitória relacionada a
migração de PMN aumentou com o aumento da dose administrada (DIAGRAMA 1).
122
100
90
88
81
80
70
% IMC
72
67
60
50
40
36
30
21
30
36
19
16
20
10
0
Figura 3. Percentual de inibição da migração celular dos diferentes grupos experimentais, aferido 240
min (efeito máximo) após administração da carragenina.
0,3 e 3 mg/kg; vo),
4b (0,03; 0,3 e 3 mg/kg; vo),
Rosiglitazona (3 mg/kg; v.o.),
4a (0,03;
5a (0,03; 0,3 e 3 mg/kg; vo).
CONCLUSÃOS
Dez novos derivados tiazolidínicos sendo 8 da série 5-benzilideno-3-(2bromobenzil)-tiazolina-2,4-diona
(4a-h)
e
2
da
série
5-benzilideno-3-(2,6-
diflúorbenzil)-tiazolina-2,4-diona (5a-b).
Através dos dados obtidos para as propriedades físico-químicas, que neste
estudo compreenderam o ponto de fusão, a determinação do Rf em cromatografia de
camada delgada, os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio e
infravermelho foi confirmada a obtenção dos compostos inicialmente propostos em
elevado grau de pureza.
O rendimento dos compostos da série 5-benzilideno-3-(2-bromobenzil)tiazolina-2,4-diona (4a-h) variaram de 38,83% a 63,24% e o rendimento dos compostos
123
da série 5-benzilideno-3-(2,6-diflúorbenzil)-tiazolina-2,4-diona (5a-b) variaram de
80,78% a 85,14% sendo todos, de forma geral, considerados bons.
Quatro compostos tiveram sua atividade antiinflamatória investigada no modelo
de inflamação peritonite induzido por carragenina em camundongos. Todos os
derivados tiazolidínicos testados demonstraram uma atividade antiinflamatória, com um
percentual de inibição da migração celular variando entre 31 a 88% para a dose de 3
mg/Kg. O análogo 5a apresentou uma atividade superior a rosiglitazona, droga de
referência.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, Brasil).
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127
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universidade federal de pernambuco centro de ciências biológicas