Modalidade: Trabalho Completo
A produção científica sobre a temática etnicorracial em
periódicos indexados na Base de Dados Referenciais de Artigos de
Periódicos em Ciência da Informação (Brapci)
Erinaldo Dias Valério
Tiago José da Silva
Aureliana Lopes de Lacerda Tavares
Leilah Santiago Bufrem
RESUMO
Apresenta a comunicação científica como mecanismo para disseminação e avanço da ciência.
Aponta a importância desse processo para o movimento negro brasileiro, que vem durante décadas
contestando todas as formas de preconceito, discriminação e racismo sofridas pela população negra.
Identifica a existência de artigos científicos indexados na Base de Dados Referenciais de Artigos de
Periódicos em Ciência da Informação (Brapci) que enfocam a temática etnicorracial. Realiza uma
pesquisa exploratória por meio de um levantamento bibliográfico. Realiza uma análise do conteúdo
para uma aferição crítica quanto a essa problemática em corpus de periódicos da Ciência da
Informação – CI contidos na Brapci. Conclui que a quantidade de artigos que tratam do tema
analisado reflete o estado em que se encontra o campo de estudo da CI frente aos aspectos sociais,
notadamente no campo das relações etnicorraciais.
Palavras-chave: Produção científica. Ciência da Informação. Informação etnicorracial. Brapci.
ABSTRACT
This article presents scientific communication as a mechanism for dissemination and advancement of
science. It points out the importance of this process for the Brazilian black movement, which has for
decades challenging all forms of prejudice, discrimination and racism experienced by black people. It
identifies the existence of scientific articles indexed in the Base de Dados Referenciais de Artigos de
Periódicos em Ciência da Informação (Brapci), discussing the topic ethno racial. It conducts
exploratory research through a literature review, with the intention of making explicit the problem and
tries to understand the phenomena that influence. It concludes that the number of articles that address
the topic analyzed reflects the state that is the field of study of Information Science forward to the
social aspects, especially in the field of relations ethno racial.
Keywords: Scientific production. Information Science. Information ethno racial. Brapci.
Grupo Temático nº 2: Produção, Comunicação e Uso da Informação.
1 INTRODUÇÃO
O avanço da informação científica sobre a democratização racial na
sociedade brasileira é fruto das conquistas dos diversos segmentos do Movimento
Negro que, há anos, vem denunciando a desigualdade racial no Brasil em diversos
setores, seja nas questões de moradia, saúde, educação, entre outros.
No que se refere à educação, essa democratização se amplia por ser um
espaço onde se pode priorizar o debate sobre as relações etnicorraciais, com ênfase
na população negra. Entende-se como informação etnicorracial aquela que retrata a
temática negro(a), na intenção de torná-lo protagonista de sua própria história,
afirmando e reconhecendo a contribuição dos(as) negros(as) para a construção da
sociedade brasileira.
Considerando
que
a
necessidade
de
troca
de
informações
entre
pesquisadores da mesma comunidade é fundamental para a obtenção de
conhecimento, defende-se que, sem comunicação, a ciência não tem como se
desenvolver. Na perspectiva de Pecegueiro (2002), a Ciência da Informação - CI
investiga o processo de transferência da informação, no intuito de compreender e
organizar o fluxo dessa informação. Le Coadic (2004) relata que a preocupação do
campo de estudo da CI se reflete nos processos de construção, comunicação e uso
da informação nas diversas áreas.
Dessa forma, a CI pode contribuir para o entendimento das informações
impregnadas de discriminação, preconceito e racismo sofridas pela população negra
na sociedade brasileira a partir do estudo de diversos canais de informação
científica. Meadows (1999) afirma que existem inúmeras formas para a comunicação
das pesquisas científicas, no entanto as duas mais importantes são a fala e a
escrita. Neste sentido, estudar a produção científica registrada de uma determinada
área possibilita ao pesquisador identificar quais são as tendências, percursos e
estado da arte do campo de estudo analisado.
Mueller (2006, p. 27) questiona a quem foi conferida a autoridade para decidir
“quais artigos serão aceitos nas revistas mais prestigiadas”. A autora retoma Cole
(1983, apud MUELLER, 2006) para dizer que os membros de comissões avaliadoras
são ancorados em um prestígio reconhecido pelos demais membros de uma
comunidade discursiva. Questiona-se então: há poucos artigos submetidos a esses
pares sobre a temática etnicorracial dentro dos periódicos da CI ou não existem
estudos sobre esse tema na área em questão?
Conforme Mueller (2006, p. 31),
a comunidade científica não existe em um vácuo social, mas é um dos
muitos poucos grupos sociais que compõem a sociedade contemporânea,
estando, portanto, sujeita às forças presentes nessa sociedade. Assim,
permeando e influenciando a estrutura de seu intricado sistema de
comunicação (...).
Segundo a autora há uma diversidade de interesses por parte de editores,
instituições de pesquisa e universidades, do país, da política, da economia e dos
pesquisadores, quanto a essa comunicação. E, seguindo-se essa linha de
argumentação, pode-se afirmar que em muitos espaços de divulgação de
informação não se costuma retratar os negros como agentes de sua própria história.
Dialogando com Aquino (2011, p. 48), percebe-se que “a ausência da ética na
transmissão de informação sobre a história e cultura africana e afrodescendente
tende a despertar ressentimentos e revoltas por parte daqueles(as) que se sentem
discriminados(as) pelos(as) brancos(as).” Por este e outros motivos, são necessárias
discussões sobre essa problemática para diminuir as relações de discriminação,
preconceito e racismo, sofrido pela população negra(o).
Isso posto, objetiva-se identificar a existência de artigos científicos indexados
na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação
(Brapci1) que versam sobre a temática etnicorracial. Os objetivos específicos
consistem em apontar quais periódicos têm maior representatividade frente a esse
tema, em quais anos a produção científica sobre o assunto foi mais evidente e quais
os descritores que mais recuperam os artigos sobre o conteúdo dentro da referida
base.
A Brapci objetiva contribuir com pesquisas no campo de estudo da CI e, para
tanto, são indexados artigos de 35 periódicos nacionais impressos e eletrônicos, dos
quais 27 estão ativos e oito são considerados históricos.
1
Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação – Brapci.
Disponível em: <http://www.brapci.ufpr.br/index.php>.
A partir da Brapci, tem-se um conjunto de produção de informação científica
em acesso livre, o que permite aos pesquisadores, estudiosos e acadêmicos
fazerem estudos analíticos e descritivos no contexto da CI. “Os saberes e as
pesquisas publicados e organizados para fácil recuperação clarificam as posições
teóricas dos pesquisadores.” (BRAPCI, 2013). É um projeto financiado pelo
Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento – CNPq, e hoje conta com 7551
textos, constituindo-se uma base de dados referenciais.
A presente pesquisa se justifica pelo fato de os estudos de informações que
envolvem a população negra, ainda hoje, se constroem por discursos negativos ao
reconhecimento e valorização de sua cultura. Assim, é que muitos intelectuais que
dialogam contra a discriminação racial têm sua produção voltada para tais questões
no sentido de dar visibilidade às temáticas etnicorraciais de afirmação do povo
negro.
Assim, na intenção de melhor compreender as discussões dessa pesquisa, o
texto se organiza a partir da seguinte estrutura: a introdução apresenta a pesquisa
assim como a problemática, justificativa e objetivos; a segunda parte compreendida
como referencial teórico, propõe aspectos conceituais necessários para o
desenvolvimento do estudo e discute temas como produção e comunicação
científica, como também questões referentes à informação etnicorracial, todas
ancoradas no contexto da CI; na terceira parte, discorre sobre os pressupostos
metodológicos, apresentando os caminhos de investigação científica para a
realização da pesquisa; discutem-se a seguir as análises e interpretações dos
dados, correlacionado as temáticas etnicorraciais e a CI e, no ultimo momento,
apresentam-se as considerações finais da pesquisa, ampliando as possibilidades de
estudos e inserção cada vez mais, dessa temática no campo de estudo da CI.
2 PRODUÇÃO E COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
Ao afirmar que “a informação científica é o insumo básico para o
desenvolvimento científico e tecnológico de um país”, Kuramoto (2006, p. 91)
defende o papel da produção científica geradora de informação e conhecimento.
Sabe-se que esse tipo de informação é produzido nos centros de pesquisas e
universidades e para que as pesquisas se desenvolvam e outras surjam, é
necessário que essa informação seja comunicada, e que por sua vez provoque novo
ciclo de discussão e reflexão acerca das problemáticas, geradoras de soluções para
as questões levantadas. Essas informações são expostas em diversos gêneros
discursivos, que de modo geral, podem ser definidos como produção científica.
A produção científica é considerada um tópico importante dentro das
discussões e estudos da CI. Os olhares dos cientistas da informação estão voltados
para todo tipo de informação, em especial o estudo da informação registrada. De
acordo com Lourenço (1997), a produção científica é toda produção documental que
independente do suporte, aborda temáticas de interesses de uma comunidade
científica específica, e que proporciona desenvolvimento para a ciência na
construção de conhecimento. Neste sentido, Costa (2000) enfatiza que a principal
atividade dos cientistas é a pesquisa, e que independente da área de conhecimento
os estudiosos necessitam de mecanismos para comunicar os resultados de suas
investigações.
A transmissão dos resultados de uma pesquisa de um cientista depende do
veículo empregado, da natureza das informações e do interlocutor (público-alvo)
como aponta Meadows (1999). O veículo pode ser definido como os recursos
utilizados, enquanto a natureza das informações é o tipo de conteúdo que está
sendo disseminado, já o público-alvo são os pesquisadores e interessados em áreas
específicas do conhecimento, que procuram informações especializadas para as
suas necessidades informacionais.
Na perspectiva de Meadows (idem), os processos para comunicação
científica podem ser de natureza formal ou informal. A comunicação formal
apresenta-se a um público amplo e a informação é registrada e armazenada por
muito tempo. Já a comunicação informal tem seu público mais restrito, limitado e em
sua maior parte é um processo oral, ou seja, informação falada. Concordando com
Le Coadic (2004), a informação comunicada pelo processo informal, não tem a
mesma confiabilidade do que a comunicada pelos meios formais, o que se justifica
pelo risco dessa ser modificada na troca de informações pelos cientistas, haja vista
que a mesma se concretiza pela comunicação oral, seja por seminários, por
colóquios ou por outros tipos de eventos em se possa produzir.
Corroborando com os autores supracitados, Mueller (2000, p. 22) conceitua
tais mecanismos para a produção da literatura científica, enfatizando que:
A comunicação informal utiliza os chamados canais informais e inclui
normalmente comunicações de caráter mais pessoal ou que se referem à
pesquisa ainda não concluída, como comunicação de pesquisa em
andamento, certos trabalhos de congressos e outras com características
semelhantes. A comunicação formal se utiliza de canais formais, como são
geralmente chamadas as publicações com divulgação mais ampla, como
periódicos e livros.
Vale ressaltar, que o veículo principal da comunicação científica, é a
sociedade científica. É ela que garante a confiabilidade das pesquisas (LE COADIC,
2004) que depois de serem avaliadas pelos seus pares, oferecem ao pesquisador a
confirmação de cientista. Assim,
Sem produção científica, a disseminação do conhecimento científico se
torna limitada, dificultando o avanço da ciência. A disseminação da
produção científica permite maior visibilidade aos estudos e pesquisas
realizados, impulsionando o desenvolvimento intelectual e a geração do
conhecimento. (BASTOS, 2005, p.72).
Para Targino (2000, p. 54), a comunicação científica favorece à produção
científica e aos pesquisadores, dando-lhes “a necessária visibilidade e possível
credibilidade no meio social” em que estão inseridos. Um dos canais formais de
comunicação científica é o periódico científico que hoje desempenha um importante
papel na seleção e divulgação de informações sobre a ciência.
2.1 PERIÓDICOS
Para Freitas (2006), as informações científicas, técnicas e sobre invenções
eram publicadas em folhetins, em volantes e em jornais até o século XVII, quando se
inventou a imprensa. Contudo a informação mais especializada era comunicada por
correspondências entre cientistas ou grupos científicos, movimento que se passou a
denominar de colégio invisível.
Gonçalves, Ramos e Castro (2006) dizem que a partir do século XVII
surgiram as revistas científicas, que constituem importantes canais de comunicação
formal da ciência. Em 1665, nascem dois periódicos científicos, o primeiro foi o
francês Journal dês Sçavans e o segundo foi Philosophical Transactions of the Royal
Society da Inglaterra. Este serviu como modelo para as revistas científicas hoje.
(MEADOWS, 1999).
Os periódicos científicos se sustentam no princípio da validação do mérito e
do método científico, que foi estabelecido pela comunidade científica. Assim,
constituem uma espécie de instância de consagração, como afirmam Gruszynski e
Golin (2006, p. 1). Essa instância atua como “um filtro seletivo, reproduzindo as
sanções e exigências próprias do campo científico, confere valor às pesquisas e as
situa no seu grau de originalidade em relação ao conhecimento já acumulado em
determinada área do conhecimento”.
Pode-se dizer que os periódicos são importantes canais de publicação de
produção científica, pois hoje são especializados, permitindo aos cientistas a
divulgação e o reconhecimento do seu conhecimento.
Dentre alguns gêneros discursivos publicados em periódicos, estão os artigos
científicos, objeto da pesquisa em questão. Bufrem (2006) aponta a relevância do
artigo científico no processo de comunicação científica, pois é por meio desse
gênero que as expressões dos saberes são mostradas.
Os periódicos da CI começaram a surgir no Brasil a partir da década de 1970
com os cursos de pós-graduação na área, tendo como o primeiro a Revista Ciência
da Informação.
Atualmente, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior conceitua os periódicos científicos de acordo com os critérios Qualis, um
conjunto de procedimento para estratificação da qualidade da produção intelectual
dos programas de pós-graduação. Os periódicos recebem os seguintes conceitos:
A1; A2; B1; B2; B3; B4; B5 e C. O mesmo periódico pode receber conceitos
diferentes, dependendo da área do conhecimento em que ele esteja sendo avaliado,
o que não se “constitui inconsistência, mas expressa o valor atribuído, em cada
área, à pertinência do conteúdo veiculado. Por isso, não se pretende com esta
classificação que é específica para o processo de avaliação de cada área, definir
qualidade de periódicos de forma absoluta” (CAPES, 2013).
Com essa possibilidade de avaliação de um mesmo periódico por áreas
diversas, evidenciam-se temas cujo interesse é abrangente e atingem muitas delas.
É o caso da temática etnicorracial, objeto deste trabalho.
3 INFORMAÇÃO ETNICORRACIAL
O debate sobre as questões etnicorraciais no Brasil, tem crescido de forma
considerável nos últimos tempos, especialmente na literatura especializada. A luta
pelo fim do racismo e de seus efeitos na sociedade pode ser vista na forma em que
as organizações antirracistas se manifestam.
Uma das contribuições concretas para essa luta foi a III Conferência Mundial
de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata –
(III CMR) ocorrida em Durban, África do Sul 31 de agosto a 7 de setembro de 2001,
promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que se constituiu em marco
para as discussões, debates e reivindicações sobre problemas que afetam a
população negra no Brasil.
Nessa perspectiva, no estado brasileiro foram criadas diversas secretarias,
conselhos, e instituições para o combate ao preconceito e a discriminação racial
sofridos pelos negros (as). Organizações essas, em âmbitos federal, estadual e
municipal, que realizam dentre suas atividades diversos congressos e encontros de
formação política, para atender as necessidades da população negra a fim de
intervir nas esferas políticas para a melhoria da sociedade. Neste momento tem-se a
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), criada em 21 de
março de 2003, que atua em abrangência nacional, reconhecida pelas lutas do
movimento negro brasileiro, elaborando políticas públicas que promovam a
igualdade racial no país.
Além dessas secretarias, existem diversas Instituições de Ensino Superior
(IES) que desenvolvem linhas de pesquisas voltadas para a temática supracitada,
tanto em nível de graduação como em pós-graduação mestrado/doutorado. Dessas
IES saem pesquisadores e estudantes que cooperam para a desconstrução do
racismo e das desigualdades sociais, através de metodologias variadas, entre as
quais a produção de informação etnicorracial voltados à cultura afrodescendente.
Diante dessa reflexão apresentada, a informação etnicorracial é definida por
Oliveira (2010, p. 56) como sendo, todo elemento inscrito que independente do
suporte, “tem o potencial de produzir conhecimento sobre os elementos históricos e
culturais de um grupo étnico na perspectiva da afirmação desse grupo étnico e
considerando a diversidade humana.”
Desta forma, a disseminação de informação etnicorracial da população negra,
para acesso e uso, como também da diversidade de pessoal e de temas no meio
acadêmico, é fundamental para a democratização de pensamentos. Uma vez que “o
acesso à informação é um pressuposto da cidadania e da democracia e é um dever
social dos mais relevantes tornar acessíveis aos interessados às informações mais
recentes sobre temas ainda pouco conhecidos e explorados.” (GOMES, 2000, p.
156).
Santos (2006, p. 10) afirma que “o desafio colocado diante do movimento
negro era o de contestar a idéia de um só povo, uma só raça e da inexistência de
conflitos raciais.” O passo importante era tentar desconstruir o mito de que vivemos
em plena harmonia, sem segregações e sem discriminação.
Como resposta de uma luta política do movimento negro, tem-se a Lei
10.639/03, que neste ano completou seus 10 anos, estabelece a obrigatoriedade do
ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos sistemas de ensino, seja
público ou privado. Foi uma das primeiras leis sancionadas pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, em resposta à constatação de que vivemos em estado de
desigualdade racial, com vistas a fortalecer o reconhecimento e importância de
lutarmos contra a questão do preconceito e discriminação racial vivenciadas pela
população negra. Outro passo importante foi à alteração dessa lei para a 11.645/08,
que passa acrescentar a obrigatoriedade do ensino da cultura indígena nas escolas
do país.
Neste sentido, visto que o ambiente escolar é um lugar de formação de
cidadãos, foi desenvolvida uma análise de conteúdos, o estudo da História da África
e Indígena, a cultura negra brasileira e a luta dos negros no Brasil, resgatando sua
contribuição em todas as áreas. Esses conteúdos serão ministrados durante todo
currículo escolar, proporcionando para a escola, professores e alunos a necessidade
de compreender as diferenças e promover a valorização das diversas culturas, não
transformando em reprodução de manifestações de preconceito, racismo e
discriminação.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
No intuito de analisar a produção científica da CI a partir dos artigos
indexados na Brapci foram utilizados métodos e técnicas a seguir descritos.
Este estudo se caracteriza como uma pesquisa exploratória, a qual permite
uma maior familiaridade com o objeto pesquisado. Entende-se que esta é a melhor
forma de compreender a relação da temática etnicorracial com a CI. Para Gil (2006,
p. 46), a pesquisa exploratória é aquela que oferece ao pesquisador maior
intimidade com o problema, permitindo a criação de teorias ou hipóteses,
aperfeiçoando a solução da pesquisa.
De cunho bibliográfico, realiza-se um levantamento de literatura em fontes de
informações primárias e secundárias, como bases de dados, livros, artigos,
dissertações, no intuito de proporcionar uma aproximação entre os estudos
etnicorraciais e a comunicação científica.
A fonte da pesquisa foi a Brapci e o universo pesquisado foram os artigos de
periódicos indexados, do qual foi recortado o corpus aqui analisado. A busca foi
realizada levando em consideração os artigos que abordassem a temática
etnicorracial, com ênfase na população negra. Iniciou-se a pesquisa na Brapci
aplicando o filtro “todos”, que inclui as palavras-chave, título, resumo e autor.
Neste sentido, não foi restringido o período de busca, foram analisadas todos
os artigos que estavam indexados a partir dos seguintes descritores: Negro;
Racismo; Afro; Negra; Racial; Discriminação; Etnia; Preconceito; Candomblé;
Escravidão; África; Etnicorracial; Negritude; Africano e Movimento Social.
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
A comunicação científica proporciona aos pesquisadores a oportunidade de
divulgar seus trabalhos, permitindo que o tema abordado tenha uma continuação e
uma aplicabilidade na sociedade. Assim, os periódicos científicos são um dos canais
dessa comunicação, em que a produção científica passa por um processo de
avaliação por pares. Ou seja, artigos de diferentes temáticas passam pelas
comissões julgadoras que ratificam a aprovação ou não desses trabalhos.
Desse modo, na Tabela 1, apresentam-se a quantidade de artigos que
trabalham a questão etnicorracial em periódicos da CI. Vale ressaltar que nem todos
os trabalhos publicados em periódicos na CI e que dialogam com a temática aqui
estudada estão indexados na Brapci, como por exemplo, o trabalho de Erinaldo Dias
Valério, Maria Cleide Rodrigues Bernadino e Joselina da Silva intitulado A produção
científica sobre os (as) negros (as) nos ENANCIBs sob um olhar cientométrico2,
publicado na revista Informação & Sociedade: Estudos, no segundo semestre de
2012.
Tabela 1: Títulos dos periódicos e a quantidade de artigos publicados sobre a temática etnicorracial
Título do Periódico
Quantidad
e
BIBLOS - Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação
8
ETD - Educação Temática Digital
6
Ciência da Informação Revista
5
ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina
4
Inclusão Social
3
Informação & Sociedade: Estudos
3
Comunicação & Informação
3
Biblionline
2
DataGramaZero
1
Em Questão: Revista da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da
1
UFRGS
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação
1
Revista de Biblioteconomia de Brasília
1
Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação
1
Transinformação
1
Total
40
Fonte: as autores.
Os dados apresentados na Tabela 1 traduzem disparidades entre os
periódicos, cujos efeitos atingem a população negra, uma vez que, o acesso a
informação é uma questão de cidadania. E disseminar informações que dizem
respeito aos interesses informacionais dessa população é fundamental para o
desenvolvimento da mesma.
2
VALÉRIO, Erinaldo Dias; BERNARDINO, Maria Cleide Rodrigues; SILVA, Joselina da. A produção
científica sobre os (as) negros (as) nos ENANCIBs sob um olhar cientométrico. Informação &
Sociedade: Estudos, João Pessoa, v.22, n.2, p. 151-169, maio/ago. 2012.
Conforme se verifica na Tabela 1, a revista BIBLIOS da Universidade Federal
do Rio Grande lidera o ranking dos periódicos que mais se publicam artigos,
retomando a temática etnicorracial com ênfase aos estudos da população negra.
Com essa inclinação a temas correntes da sociedade, o número de leitores
cadastrados cresce a cada ano, como pode ser visto na seção estatística do site
desse periódico3. A BIBLIOS possui o conceito B3 pelo Qualis Capes em 2012, esse
periódico existe desde 1985. (BRAPCI, 2013).
A revista ETD – Educação Temática Digital da Universidade Estadual de
Campinas também demonstra uma consciência de que a temática deve ser debatida
em suas páginas, já que, de acordo com o levantamento apresentado na referida
tabela, ela ocupa a segunda posição com 6 artigos publicados. A ETD possui o
conceito B4 pelo Qualis Capes em 2012 e seu surgimento remonta ao ano de 2001.
A revista Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação
Científica e Tecnológica (IBICT) ocupa a terceira posição com cinco artigos
publicados. O periódico existe desde de 1972 e tem o conceito A2 pelo Qualis
Capes em 2012, sendo a revista mais antiga em vigência da área da CI. A revista
ACB: Biblioteconomia de Santa Catarina tem quatro artigos publicados sobre a
temática, tem o conceito B2 pelo Qualis Capes em 2012 e sua origem data de 1996.
As revistas Inclusão Social - B4 (vigente desde 2005), Informação e
Sociedade: Estudos - A1 (1991), Comunicação e informação - B3 (1998) e
Biblioonline - B3 (2005), publicaram 3 artigos cada. Em contraste, nota-se que a
revista Datagramazero - B1 (1998), a Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência
da Informação - B1 (2008) e a Transinformação - A1 (1989), a revista Em Questão:
Revista da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS - B1 (2003),
revistas bem conceituadas na área não apresentam número considerável de artigos
na temática. Ou seja, apresentam apenas 1 artigo em cada uma. A Revista de
Biblioteconomia de Brasília tem B1 pelo Qualis Capes em 2012 e surgiu em 1973,
mas deixou de ser publicado em 2001, o que isenta a revista da responsabilidade
dos anos posteriores.
3
Disponível em: <http://www.seer.furg.br/biblos/about/statistics?statisticsYear=2007>. Acesso em: 15
jan. 2014.
Se for observado por outro ângulo, esse ranking sofre alteração, pois quando
se divide quantidade de artigos publicados em um periódico pelo tempo de
existência do mesmo (tomando como base o ano de 2012), tem-se a
representatividade da revista para a temática. Assim, as revistas ETD e Inclusão
Social têm uma maior representatividade na discussão da problemática aqui
apontada, enquanto a Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação e a
DataGramaZero estão nas últimas colocações. A revista Ciência da Informação,
mesmo sendo a mais antiga, tem uma representatividade diminuta sobre a temática,
ocupando o 8º lugar, como pode ser visto na Tabela 2.
Tabela 2: Títulos dos periódicos e valor representativo do periódico para a temática etnicorracial
Título do Periódico
Valor
Representativ
o
ETD - Educação Temática Digital
0,545
Inclusão Social
0,428
BIBLOS - Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação
0,296
Biblionline
0,285
ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina
0,25
Comunicação & Informação
0,214
Informação & Sociedade: Estudos
0,142
Ciência da Informação Revista
0,125
Em Questão: Revista da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação
0,111
da UFRGS
Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação
0,07
Transinformação
0,043
Revista de Biblioteconomia de Brasília
0,035
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação
0,025
DataGramaZero
0,007
Fonte: os autores.
Pode-se inferir que os conteúdos da temática etnicorracial não representam
interesse dos pesquisadores em CI, do que decorre um distanciamento gradativo da
problemática do negro. Aquino (2004, p. 1) afirma que “os discursos da ciência, da
política e da religião se articularam para apagar a presença do negro na constituição
da identidade cultural brasileira e anular qualquer forma de resistência [...]”.
Um dado importante refere-se ao fato que a professora Mirian Aquino, do
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da
Paraíba - PPGCI/UFPB, tem oito artigos publicados em três periódicos indexados na
Brapci, o que representa 20% da produção de artigos sobre a temática, colocando-a
em situação privilegiada nessa produção, o que, por outro lado, sugere o isolamento
dos pesquisadores em relação a determinados temas sociais. A referida
pesquisadora, de acordo com seu Lattes,4 vem desenvolvendo pesquisas que
apresentam questões de interesse da população negra. Assim, os discentes sob sua
orientação também seguem o mesmo caminho, seja na graduação ou na pósgraduação. Isso justifica as coautorias nos artigos que aqui foram analisados.
De acordo com a Tabela 3, nota-se que a partir dos anos 1999, houve um
aumento, mesmo que diminuto na publicação de artigos sobre o tema. Talvez se
justifique por conta da crescente disseminação de informações decorrente de
mobilizações da III - CMR como já abordado durante o texto, da aprovação da Lei
10.6390/03 e a criação da SEPPIR, entre outros acontecimentos que impulsionaram
o debate para as relações raciais no Brasil.
Tabela 3: Ano de publicação e quantidade de artigos publicados sobre a temática
Ano de
Quantidade de
publicação
artigo
1979
1
1987
1
1990
1
1993
2
1994
1
1996
1
1999
2
2001
2
2005
1
2006
4
2007
2
2008
5
2009
5
2010
7
2011
3
2012
2
Total
40
Fonte: os autores.
Também se percebe, a partir da Tabela 3, que não há uma gradação na
publicação de artigos ao longo dos anos, pois mesmo com um leve aumento na
produção a partir de 1999, houve anos como 2000, 2002, 2003 e 2004 que não foi
publicado nenhum artigo, isso representa um intervalo de 4 anos. Neste tempo, seria
possível desenvolver no mínimo uma pesquisa para tese de doutorado, ou até
4
Disponível em: <http://lattes.cnpq.br/2023496822513593>. Acesso em: 20 jul. 2014.
mesmo duas pesquisas para dissertação de mestrado por um pesquisador. O que
proporcionaria discussões, resultando em diversos artigos.
O que teria acontecido com os autores que trabalham a temática? O que
houve para que os periódicos não percebessem a falta de discussão sobre esse
tema nesse período (2000-2004)? São questões para as quais as respostas não são
perceptíveis facilmente.
Dialogando com Capurro (2003), através dos didáticos paradigmas, físico,
cognitivo e social, vê-se que a questão social dentro da CI recebeu ênfase a partir
dos anos 90, o que poderia justificar o fato de alguns periódicos mais antigos não
publicarem artigos com a temática nas décadas anteriores.
Na Tabela 4, estão todos os descritores que foram utilizados para recuperar
os artigos que tratem da temática etnicorracial.
Tabela 4: Quantidade de artigos recuperados usando cada descritor
Descritores
Artigos
Artigos que
Artigos que foram
Artigos
recuperados
trabalham a
recuperados nas
não recuperados
temática
buscas anteriores
nas buscas
anteriores
Negro
34
11
0
11
Racismo
08
06
03
3
Afro
17
15
06
9
Negra
23
11
05
7
Racial
12
12
09
3
Discriminação
16
05
05
0
Etnia
01
0
0
0
Preconceito
23
07
07
0
Candomblé
01
01
0
1
Escravidão
08
05
03
2
África
23
16
12
4
Etnicorracial
02
02
02
0
Negritude
0
0
0
0
Africano
08
04
04
0
Movimento
61
0
0
0
Social
Total
237
95
56
40
Fonte: os autores.
Esses descritores foram escolhidos de forma que pudessem se aproximar
cada vez mais dos estudos étnicos que dizem respeito à população negra.
A Tabela 4 demonstra que o descritor “África” é o mais utilizado entre os
pesquisadores, estando presente em 16 artigos, como pode ser visto na terceira
coluna da tabela, o que demonstra que os autores fazem uma remissão geográfica
no intuito de abarcar tanto a história quanto à cultura dos negros advindos desse
continente. Em seguida, tem-se o termo “Afro” que é recuperado como prefixo de
palavras como afrobrasileiro e afrodescendente, abarcando um total de 15 artigos. O
termo “Negro” recupera 11 artigos, a mesma quantidade que o termo “Negra”, o
termo racial consegue elencar 12 artigos. Assim, percebe-se que esses 4 termos
são os mais utilizados pelos autores que trabalham a temática etnicorracial.
Termos como “Movimento Social”, “Negritude” e “Etnia” não recuperaram
nenhum artigo. Vale ressaltar que o primeiro termo, ao recuperar 61 artigos, ele não
aborda artigos que trabalham exclusivamente a temática, porém, nos artigos
apresentados, essa questão é apenas mencionada como argumento auxiliar a
outros problemas. Por exemplo, em um determinado artigo, o autor conta a história
dos movimentos sociais, citando o Movimento Negro como um de tantos exemplos
apresentados no artigo. Assim a temática não é trabalhada em si, mas mencionada
como exemplo de outra temática.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diferentes estratégicas
têm sido
empreendidas
para
o
combate
a
discriminação, preconceito e racismo que atacam a população negra. Entre elas se
inclui a produção científica como forma de enfrentamento a essas práticas.
Através da produção científica as informações etnicorraciais na perspectiva
de afirmação do (a) negro (a) podem mostrar o avanço do debate sobre a temática,
elencando a realidade dessa população no que tange ao acesso a educação, saúde,
economia entre outros. Como exemplos de disseminação de informação científica
são os periódicos científicos.
Sabe-se que os periódicos sofrem três tipos de pressões, que de forma
consequente atingem aos pesquisadores, estudiosos e professores. As pressões
sociais, econômicas e políticas são fatores que induzem a mudança no processo de
comunicação científica, como aponta Costa (2000). Essas pressões podem ser as
responsáveis pela segregação dos artigos etnicorraciais dentro da CI.
Pois quando se fala de pressões sociais, está se falando da relação de poder
existente entre os grupos das comunidades científicas, as quais instituem os
assuntos relevantes de uma determinada área, fazendo com que os temas que
trazem uma reflexão acerca de problemas sociais não tenham uma discussão crítica
que leve a uma mudança social. As pressões econômicas estão relacionadas às
intuições de pesquisa (universidades, centros de pesquisa e agências de fomento),
pois estas dizem a quem os recursos financeiros estão direcionados, fazendo com
que alguns temas não tenham seus projetos financiados por essas instituições. A
essas pressões estão relacionados as pressões políticas que fazem com que o
governos e universidades adotem decisões e estratégias de acordo com o seu
interesse.
Assim, ao longo de toda história da comunicação científica no Brasil, a
temática etnicorracial foi uma das que mais sofreu com as consequências desse
modelo. De acordo com Lara (2006), a comunicação científica promove a evolução
do conhecimento científico.
As revistas ETD e Inclusão Social são as que mais evidenciam a importância
da publicação sobre a temática em suas páginas. Uma das explicações se dá pelo
fato destes periódicos terem como política as questões sociais, o primeiro tem o foco
na educação e pela Lei 11.645/08 se deve trabalhar as questões etnicorraciais,
assim a revista permite aos profissionais da educação acesso à produção científica
sobre o tema. Já a revista Inclusão Social tem o seu foco temático nas questões
sociais, não podendo o conteúdo aqui trabalhado está excluído da sua pauta.
A partir do de 1999, houve uma gradação quanto à produção de artigos que
abordam a temática, tendo um período de quatro anos sem nenhuma produção
(2000-2004), não se sabe o que aconteceu para que esse problema ficasse
evidente.
Os termos descritores que mais recuperam artigos são os considerados
genéricos como África, racial, negro e afro. Estes três últimos fazem relações
estruturais, gramaticalmente falando, com outros termos, sendo assim, exercem
funções adjetivais, o que permite uma abrangência maior de artigos.
Desse modo, a temática aqui apresentada depende da comunicação científica
para que sua evolução seja promovida. Os pesquisadores precisam se informar
sobre os resultados de outras pesquisas para que haja uma reflexão crítica acerca
dos problemas sociais. A comunidade científica não pode apegar a preceitos
estabelecidos pela elite.
O fato é que a história do negro na sociedade brasileira é por muitas vezes
ignorada, a invisibilidade e omissão de estudos desta ordem estão associadas ao
que chamamos de mito da democracia racial.
É necessário destacar, que o
movimento negro brasileiro vem durante décadas chamando a atenção para a
necessidade de estudos direcionados à garantia dos direitos dessa população, esse
movimento discute em sua agenda denúncias da existência do racismo e das
desigualdades raciais na sociedade.
Assim, um marco importantíssimo que ampliou a disseminação de informação
etnicorracial foi a Lei 10.639/03 ampliada pela Lei 11.645/08 como já citada no
decorrer do texto. Através da referida lei, tem-se o volume de estudos e pesquisas
desenvolvidas pelos intelectuais no sentido de autoafirmação da contribuição dos
negros na sociedade brasileira.
Neste sentido, a presente pesquisa, muito contribuirá para tornar visíveis os
estudos sobre a história das populações de descendência africana no Brasil,
proporcionando a democratização do conhecimento como também a materialização
da área de estudos no Brasil, incentivando a formação de novos pesquisadores
aliados à luta antirracista em todos os espaços.
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