Informativo
Gerencial
Mercado e Economia
EXTRA
FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A.
Diretoria de Planejamento, Engenharia e Construção - DT
Superintendência de Planejamento - SL.T
Departamento de Estudos Gerenciais e de Mercado - DGM.T
Divisão de Estudos Econômicos e de Mercado - DEEM.T
Setembro de 2003
Com o objetivo de subsidiar os estudos prospectivos do mercado de energia elétrica
brasileiro, o CTEM – Comitê Técnico para Estudos de Mercado do CCPE - Comitê
Coordenador de Expansão dos Sistemas Elétricos da Secretaria de Energia do Ministério de
Minas e Energia, contratou em Outubro de 2002 a empresa MACROPLAN para elaborar um
trabalho denominado Mapeamento das Incertezas e Construção e Análise de Cenários do
Mercado de Energia Elétrica do Brasil. Tal trabalho contou com a coordenação e patrocínio
da ELETROBRÁS e ELETRONORTE e a participação da ANEEL, ONS e concessionárias de
energia. FURNAS, através do Departamento de Estudos Gerenciais e de Mercado, DGM.T,
participou efetivamente de todo o processo
Pela grande relevância das informações no contexto macroeconômico, apresentamos
um resumo gerencial da publicação da MACROPLAN “2ª Avaliação dos Cenários para
2003”, a exemplo do que já havia sido apresentado no Informativo Gerencial Mercado e
Economia – Extra de fevereiro de 2003, quando da publicação da 1ª Avaliação.
Neste estudo são analisados os principais acontecimentos dos primeiros oito meses
do ano e seus impactos na trajetória desenhada pelos cenários definidos nas avaliações
anteriores. São também apresentadas as novas expectativas para o final deste ano. A
MACROPLAN descarta os cenários pessimistas apontados nos estudos anteriores: o avanço
das reformas tributária e da previdência evidenciam que o Brasil evolui segundo o cenário mais
otimista, embora o governo ainda encontre algumas dificuldades na sua política interna.
O quadro internacional, nos primeiros oito meses deste ano, teve duas grandes linhas
de acontecimentos: a primeira foi a “Guerra do Iraque”, com as mudanças que aportou à ordem
política internacional; a segunda, a permanência de dificuldades da economia norte-americana,
embora os dados mais recentes relativos ao seu crescimento sejam um pouco mais
animadores.
Internamente,
os aspectos favoráveis começam a predominar na economia: a
manutenção de uma eficiente e rigorosa gestão macroeconômica, o início da trajetória de
queda das taxas de juros, a expressiva queda do “risco Brasil”, a aprovação em primeiro turno
das reformas da previdência e tributária, o anúncio de grandes descobertas de reservas de gás
e o alcance de resultados expressivos na balança comercial alimentam um clima de moderado
otimismo dos agentes econômicos, das lideranças políticas e da mídia do País e do exterior. A
indústria apresenta os primeiros sinais de recuperação. É muito provável a ocorrência de uma
melhoria no ambiente econômico do País a curto prazo. No entanto, o custo do ajuste ainda é
muito alto: recessão, desemprego recorde e queda no consumo das famílias, entre outros
fenômenos negativos.
Os
pontos fortes deste início de governo Lula, na opinião pública, são a política
econômica, a política externa e a gestão política. O governo obteve uma vitória política com a
aprovação das reformas tributárias e da previdência, repercutindo favoravelmente junto
mercado e aos investidores internacionais.
FURNAS
CENTRAIS ELÉTRICAS S.A.
As
condições para a retomada dos investimentos e do crescimento econômico são
fortalecidas com a queda das taxas de juros, influenciando diretamente a qualidade de vida dos
brasileiros. Em sentido inverso, o quadro social ocupa o lugar de maior insatisfação. O aumento
das taxas de desemprego reflete claramente na segurança pública, onde a crescente
criminalidade se tornou um dos maiores pesadelos da sociedade brasileira.
Já nos setores de energia elétrica e de petróleo e gás, os grandes destaques ficam por
conta da tentativa de revisão do marco regulatório do setor elétrico e da descoberta, pela
Petrobrás, de um campo gigante de gás natural na bacia de Santos. Esta descoberta induz
necessariamente a uma pergunta fundamental para entender como poderá ser o futuro do gás
natural no Brasil nos próximos anos. Alguns analistas do setor entendem como principais
empecilhos para a expansão do uso do gás o preço e a indefinição regulatória. É fato também
que as novas descobertas tornam ainda mais premente uma rediscussão e possível revisão do
contrato com a Bolívia.
A
MACROPLAN, no seu segundo monitoramento de 2003, tem uma expectativa
moderadamente otimista em relação à trajetória real do Brasil nos próximos anos. São fortes as
evidências que o País está reunindo condições para voltar a crescer: estabilidade monetária,
responsabilidade fiscal e redução da vulnerabilidade externa. Há ainda, todavia, sérios
obstáculos a superar como as indefinições dos marcos regulatórios, a definição final do
conteúdo das reformas e a implementação de uma gestão pública eficiente. Em resumo: há
boas pré-condições para o tão esperado “espetáculo de crescimento”. Mas ele ainda vai
demorar a começar pra valer, pois requer, além dos requisitos anteriormente citados, elevados
investimentos produtivos privados, especialmente em infra-estrutura e logística, e isso
pressupõe a conquista de confiança, o que demanda tempo.
Neste monitoramento, as expectativas para os indicadores econômicos em um cenário
de transição para a recuperação, considerado o mais provável em 2003-2004, são as
seguintes:
Indicador
Expectativa Dez./03
Expectativa Dez./04
Risco Brasil
Abaixo de 600 pontos se o
acordo com o FMI for
renovado
Descendente se a
austeridade fiscal e
monetária for mantida
Inflação (IPCA)
8,5%
6,0%
Câmbio (US$/R$)
Fechamento entre 3,00 e
3,10
Média anual em torno de
3,30
Crescimento do PIB Baixo Crescimento (0,8%)
18%
Taxas de juros
3,0%
15%
Boletim Gerencial do Mercado de Energia Elétrica e da Economia na Área de Atuação de FURNAS
Publicação do Departamento de Estudos Gerenciais e de Mercado - DGM.T
da Superintendência de Planejamento - SL.T
tel: 2528-5030 e 2528-4516
Download

Informativo Gerencial Mercado e Economia