UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
QUALIDADE NO ENSINO DAS ESCOLAS PÚBLICAS
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:
Ensino Fundamental, 1ª a 4ª séries.
Por: Sônia Cristina Martins Mendonça de Oliveira
Orientador : Carlos Alberto Cereja
RIO DE JANEIRO
2003
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
QUALIDADE NO ENSINO DAS ESCOLAS PÚBLICAS
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO:
Ensino Fundamental, 1ª a 4ª séries.
OBJETIVOS: Fornecer subsídios para todos
que estão envolvidos e preocupados com o
insucesso
de
alguns
alunos
do
ensino
fundamental (1ª à 4ª séries) das escolas
públicas do estado do Rio de Janeiro,
Divulgando recursos como a recuperação
paralela,
interferindo
diretamente
melhor qualidade no ensino.
para
3
AGRADECIMENTOS
A todos os professores que compartilharam
seus conhecimentos e suas experiências.
4
DEDICATÓRIA
Dedico essa monografia a minha irmã Suzana
Martins de Mendonça, que me substituiu
como mãe para que eu pudesse realizar esta
pós-graduação.
Sônia Cristina Mendonça.
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RESUMO
A qualidade no ensino fundamental nas escolas públicas do Estado do Rio de
Janeiro foi e sempre será motivo para grandes narrações.
Pais, alunos, professores, diretores, todos, nem sempre estão contentes com a
qualidade no ensino. Cada qual tem o seu motivo e sua dificuldade que interfere
diretamente no resultado final, que é o bom desempenho do aluno.
Vários são os motivos que levam a criança a falhar. A pobreza, o trabalho infantil,
a falta de incentivos para aprimorar a inteligência, a linguagem deficiete, são exemplos
notórios desse contexto.
Diante do insucesso dos discentes, os docentes se perguntam que método devem
usar para diminuir este índice. É chegada a conclusão que os responsáveis pela educação da
criança é um composto formado por pais, professores, diretores e até mesmo da
comunidade. (NERICI, Imídeo.Introdução a didática geral, 1983).
Os recursos como Conselho de Classe e da Avaliação de Alunos são primordiais
para que seja realizada a Recuperação Paralela, ponto cuminante que dará ao aluno uma
nova chance de compreender o que ficou perdido. Equiparando-os aos alunos com bom
desempenho.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada se destina a apoiar professores, diretores, pais e
comunidade que estão realmente preocupados com a qualidade no ensino nas escolas
públicas do Rio de Janeiro, Curso fundamental de 1ª à 4ª séries.
Fora feito um estudo com opiniões de autores gabaritados sobre o assunto
educação. E algumas entrevistas com professores atuais que utilizam o método da
Recuperação Paralela.
Os interessados terão subsídios para melhor compreender por que nem todos os
alunos tem um bom desempenho. Quem realmente são os culpados por essas falhas. Como
as crianças podem e devem ser ajudadas. Passos simples que farão com que se chegue a
qualidade desejada.
Enfim, o que pode ser feito para que haja um bom aproveitamento ao final de cada
ano letivo.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
9
CAPÍTULO I
DEFININDO QUALIDADE NO ENSINO
11
1.1 - Qualidade na Escola
12
1.2 - Qualidade nas Escolas Públicas do Ensino Fundamental
12
(1ª a 4ª séries) do Rio de Janeiro
1.3 - Objetivos de um Ensino de Qualidade
12
1.4 – Ninguém está contente com o Ensino das Escolas Públicas
14
1.4.1
- Os Pais estão preocupados e Insatisfeitos
14
1.4.2
- Os Professores se sentem cansados e frustrados
15
1.4.3
- Os Alunos sentem que a Escola não foi feita para eles
15
CAPÍTULO II
FALHAS QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE ENSINO
2.1 – Por que as Crianças Falham
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18
2.1.1
– Pobreza
18
2.1.2
- O Trabalho Infantil
20
2.1.3
- Inteligência (Falta?)
21
2.1.4
- Linguagem Deficiente
22
2.2 – Que Método adotar para melhor Qualidade no Ensino
2.2.1
- O professor em ação
2.3 – Pessoas envolvidas na Qualidade do Ensino
22
23
24
2.3.1
- Os Pais
26
2.3.2
- O Professor
29
2.3.2.1 – Importância do Professor
29
2.3.2.2 - Qualidades requeridas para o Magistério
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2.3.2.3 - Tipos de Professor
32
2.3.3
- O Diretor
2.3.3.1 – Funções do Diretor
2.3.4
– A Comunidade
32
33
34
8
CAPÍTULO III
COLABORADORES PARA O ENSINO DE QUALIDADE
35
3.1 – Conselho de Classe
36
3.2 – Avaliação
36
3.2.1
– Como o Aluno deve ser Avaliado
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3.3 – Recuperação Paralela
40
3.3.1- Argumentação
40
3.3.2- No que Consiste este Sistema
40
3.3.3 – Importância da Motivação
41
3.3.4 – Como Realizar este tipo de Recuperação
42
3.3.5 – A Prática
42
3.3.5.1 - Aplicação
43
3.3.5.2 – Trabalhando com Exercícios
43
3.3.5.3 – Trabalhando com Pequenos Grupos
45
3.3 – Fatores que jutamente com a Recuperação Paralela melhoraria a
Qualidade no Ensino
46
CONCLUSÃO
48
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
50
ÍNDICE
52
FOLHA DE AVALIAÇAO
54
9
INTRODUÇÃO
A importância do ensino de qualidade nas primeiras séries do Ensino
Fundamental diz respeito à formação da criança-cidadã que deve atuar hoje no âmbito
dessa sua condição.
Espera-se que as crianças desenvolvam autonomia no pensar e no agir,
percebendo também a significação da relação entre sujeito, no grupo, e isso leve a
transformações de atitudes motivadas pelos valores humanos desenvolvidas no mesmo
grupo.
Cada ano letivo que se inicia é um “novo” ano. Novo em expectativas, novas
experiências devem ser incorporadas às passadas, levando à esperança de perspectivias
melhores e mais positivas. É mais ou menos assim que acontece com as pessoas que lutam
para viver e sobreviver, porém, muito mais para quem está no limiar da vida e tem o futuro
pela frente como a criança.
Crescer por dentro, tornar-se cada vez mias consciente de sua identidade,
conhecer suas potencialidades, seus talentos e limites. Adquirir conhecimentos, forjar a sua
personlidade sadia, usar adequadamente a sua inteligência e todos os dons que Deus
concedeu para ser a criatura que ele idealizou, tudo isso tarefa do aluno.
A escola deve fazer um trablho sério, oferecendo ambiente adequado, condições,
organização, colocando a disposição pessoas competentes para total apoio, assitência a
facilitar o trabalho de aprendizagem. Cada professor deve ser um amigo ajudando os
alunos em sua formação global, dando a eles oportunidades e condições de um bom
trabalho.
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Os pais e/ou responsáveis devem ser parceiros na educação e formação de seus
filhos; os responsáveis depositam na escola todo um voto de confiança na formação de seus
filhos, mas é necessário que estendam as mãos amigas, já que a escola tem a função de
colaborada, pois a tarefa da educação compete primordialmente aos pais.
Julgando o método que possui a melhor qualidade no ensino, conclui-se que é
aquele que educa, estabelecendo um diálogo aberto entre professor e aluno, que permite o
enriquecimento de ambas as partes no processo de aprendizagem, sendo assim, instrumento
de crescimento tanto para o aluno, como para o próprio professor.
Considerando que as crianças não são iguais e não apresentam um mesmo rítmo
de aprendizagem, cabe ao professor o compromisso de atender às diferenças individuais de
seu grupo de alunos, adaptando o método segundo sua necessidade.
Qualidade no ensino é um processo difícil, trabalhoso e contínuo e aqui serão
demonstradas algumas formas de se alcançar este objetivo fim.
11
CAPÍTULO I
DEFININDO QUALIDADE NO ENSINO
“A busca para qualidade total deve acontecer a cada segundo em nossas vidas.”
Sônia Mendonça.
12
1.1 -
Qualidade na Escola
A escola de qualidade tem a obrigação de evitar de todas as maneiras possíveis a
repetência e a evasão. Tem que garantir a meta qualitativa do desempenho satisfatório de
todos.
Qualidade para todos, portanto, vai além da meta quantitativa de acesso global, no
sentido de que as crianças, em idade escolar entrem na escola. É preciso garantir a
permanência dos que nela ingressarem. Em síntese, qualidade “implica consciência crítica
e capacidade de ação saber e mudar (DEMO, 1994, p.19)
1.2 - Qualidade nas Escolas Públicas do Ensino Fundamental
(1ª à 4ª séries) – do Rio de Janeiro
Diante dos argumentos sobre qualidade na escola podemos dizer que as escolas
públicas do ensino fundamental (1ª a 4ª séries) – do Rio de Janeiro – tem tudo para serem
um símbolo de pluralidade. Não bastasse a diversidade cultural, que por si só serve de
justificativa para o estabelecimento de diferentes formas de organização do processo de
ensino-aprendizagem, como também pela produção de pesquisas acadêmicas apontando
caminhos variados para um melhor aproveitamento do potencial do aluno.
1.3 - Objetivos de um Ensino de Qualidade
Uma vez que o docente decida ensinar algo, se pretende ter êxito, é imprescindível
que cumpra certos passos de suma importância. Deve, primero, fixar as metas a que
pretende chegar ao fim do curso ou programa. Logo, deve selecionar os procedimentos, o
conteúdo e os métodos que mais se ajustem aos objetivos e deve colocar o aluno em contato
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com a matéria, de acordo com os princípios da aprendizagem. Como último passo, deve
avaliar o aluno na base dos objetivos selecionados no começo.
O primeiro destes passos, a descrição dos objetivos, é o tema a ser tratado. O
interesse no preparo de cursos orientados devem ter seus objetivos bem claros e seu
anunciado não deve conter enganos. Pois não se pode dedicar ao problema de selecionar
melhor caminho possível sem antes saber onde se quer chegar.
Um objetivo é a descrição de uma conduta determinada que o aluno deverá
demonstrar. O enunciado dos objetivos de um curso deve especificar as destrezas
observáveis e mensuráveis que o aluno deverá adquirir. De outra maneira, é imposível
determinar se estão sendo alcançados os objetivos desejados. (MAGER, Robert F.
Objetivos para o ensino efetivo, 1994).
Os Objetivos seriam:
Fazer com que os alunos conheçam, compreendam e desfrute de tudo que foi
ensinado na sala de aula para o acúmulo de conhecimento e aplicação em questões simples
de seu cotidiano.
Os testes ou provas são os sinais que marcam o progresso no caminho da
aprendizagem e se espera que eles indiquem, tanto ao docente como ao aluno, o grau do
êxito por ambos alcançados. Mas o professor não deve deixar de lado o interesse do aluno
em aprender as tarefas (em sala de aula e a domicílio) desenvolvidas, a participação em
sala de aula e tudo que pode ser mensurado para avaliação dos discentes.
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1.4 - Ninguém está Contente com o Ensino das Escolas Públicas
Todo mundo vive se queixando da escola. Pais, professores e alunos reclamam
que ela não está funcionando como deveria e que as coisas não podem continuar desse jeito.
Mas cada um pensa que o culpado desse mau funcionamento são sempre os outros. Daí,
que a discussão sobre a escola parece mais um coro em que cada um acusa o outro, cada
um tem uma parte de razão, mas ninguém consegue se entender nem chegar à raiz do
problema.
1.4.1 -
Os Pais estão preocupados e insatisfeitos
Os pais estão muito preocupados porque, nem todos os filhos conseguem ter vaga
na escola e, mesmo os que conseguem, logo de cara começam a ter resultados muito ruins.
São reprovados, têm que repetir o ano e correm o risco de sair da escola sem ter aprendido
nada. E os pais sabem muito bem que esse fracasso escolar vai pesar muito no futuro dos
filhos porque, sem diplomas e qualificação, quem é que pode arranjar um bom emprego?
Para a maioria dos pais e mães, os responsáveis pelos maus resultados obtidos por
seus filhos são as próprias crianças ou então os professores. Eles acham que as crianças não
tiram boas notas porque são preguiçosas, pouco estudiosas e distraídas. Ou então, acham
que a culpa é da professora que não obriga a criança a estudar. Eles acham que os
professores faltam muito, não ajudam como deveriam, não se interessam realmente pelas
crianças.
Os pais também se sentem, eles próprios, meio culpados porque não são capazes
de ajudar os filhos como gostariam nos deveres de casa e na preparação dos exames. Eles
chegam exaustos do trabalho, ainda têm que se ocupar dos filhos menores e, muitas vezes,
não dominam os conhecimentos e as matérias que a escola exige.
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1.4.2 -
Os Professores se sentem cansados e frustrados
Os professores por sua vez se sentem sobrecarregados e desvalorizados em seu
trabalho. Suas condições de trabalho são, de fato, muito ruins: classes superlotadas, falta de
material didático, programas muito extensos e complicados, etc.
Eles estão também descontentes com os salários irrisórios que recebem e que não
lhes permitem viver dignamente.
De uma maneira ou de outra, quando se encontram diante de uma turma de
alunos, percebem que as crianças têm uma dificuldade enorme de seguir o programa.
Também se dão conta de que eles próprio, professores, foram mal preparados para o
trabalho que têm que fazer.
Cercados por dificuldades de todos os lados,os professores se sentem cansados e
desanimados. Eles têm que resolver sozinhos os problemas que aparecem na sala de aula
sem ter quem os ajude.
Para se defender de tudo isso, eles adotam, por vezes, uma atitude autoritária em
relação aos alunos e aos pais ou então entregam os pontos e se desinteressam da “sorte” de
seus alunos.
1.4.3 - Os Alunos sentem que a Escola não foi feita para
eles
Para os alunos, a escola é um lugar no qual eles não se sentem bem, nem à
vontade. Mesmo aqueles que, fora da escola, são faladores, espertos, curiosos e alegres,
dentro da sala de aula vão ficando calados, passivos e tristes.
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A escola não tem nada que ver com sua vida de todo o dia . Dentro dela não há
lugar para seus problemas e preocupações.
A professora, na maioria das vezes, não é vista como uma pessoa amiga que está
ali para ajudar, mas sim como aquela pessoa que sabe o que eles não sabem, que fala
enquanto eles têm que ficar quietos, que fala bonito e diz que eles se comportam mal, e que
reprova quando eles não conseguem aprender o que tem que ser aprendido. Eles têm medo
dela e, para se defender, se fecham em si mesmos ou tornam-se agressivos e
indisciplinados.
Tudo aquilo que eles sabem de experiência própria e bem vivida não é levado em
conta na escola. A professora corrige sua maneira de falar, seus modos, sua maneira de
vestir e, às vezes, diz abertamente que eles são incapazes de aprender e que não adianta
perder tempo porque, de qualquer jeito, eles vão ser reprovados.
Pouco a pouco, eles vão perdendo a motivação para continuar se esforçando, vão
se sentindo realmente incapazes de aprender e vão se resignando a um fracasso que vai
marcar o resto de suas vidas.
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CAPÍTULO II
FALHAS QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE ENSINO
“O amanhã é outro dia para quem tem a coragem de recomeçar.”
Lovely
18
2.1 - Por que as crianças falham
2.1.1 - A pobreza
A pobreza é destituição, marginalidade e desproteção. Há um desequilíbrio entre o
potencial econômico e a qualidade de vida das crianças.
Fatores como:
§
Atenção e apoio à gestante;
§
Incentivo ao aleitamento materno;
§
Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança;
§
Imunização;
§
Reidratação oral (soro caseiro);
§
Melhoria da nutrição;
§
Identificação precose da criança normal ou deficiente;
§
Controle de infecções respiratórias e doenças comuns;
§
Orientação às mães para espaçamento entre partos ou controle familiar;
nem sempre estão ao alcance dos pais.
A conclusão é que as crianças carentes, quando chegam à escola, já chegam em
situação de desvantagem sobre outras que tiveram a oportunidade de ter todos os fatores
acima. (DREXEL, John. A criança e a miséria, vida ou morte, 1987).
Já está comprovado que a má alimentação durante os primeiros meses de vida
parece indicar uma provável perda de potencial intelectual. Inclusive, pode acontecer que
esses efeitos sejam irreversíveis, caso o período de má nutrição tenha ocorrido
suficientemente cedo na vida da criança.
Como conseqüência de estar sub-alimentada, a criança pode também padecer de
uma série de transtornos que travam seu bom rendimento: apatia, falta de vigor e
19
desinteresse. Além disso, e pelo mesmo motivo, essa criança torna-se mais vulnerável às
enfermidades do que os outros alunos, ato que a obriga a faltar às aulas com freqüência.
Influenciando diretamente em seu rendimento.
As habitações são deficientes e no inverno, as crianças que vivem em casas
precárias e muito úmidas são vítimas de repetidas bronquites e/ou resfriados. Como
conseqüência, faltam repetidamente às aulas e vão se atrasando, em relação ao andamento
do restante da classe. Outras residenciais são invadidas por águas ou terras que deslizam de
morros o que abala profundamente o emocional do aluno. Alguns residem em favelas e em
certos dias são obrigados a ficarem em casa, pois o “chefe do tráfico” determinou o toque
de recolher impedindo que as pessoas circulem pela favela. Ou o “luto” de algum traficante
que impede a abertura da escola.
As diferenças culturais obrigam as crianças dos setores sociais mais baixas
realizarem esforços extra para poder desenvolver-se num mundo onde se sentem estranhas,
enquanto que outros agem como se estivesses em suas própria casa. As crianças das classes
média e alta chegam à escola com uma série de aprendizagens prévias que facilitam as
aprendizagem requeridas pela escola. Isso acontece graças aos estímulos intelectuais que
seu meio lhes ofereceu: conversas, narrações, internet, televisão, professores particulares,
informações que lhes são proporcionadas, atos que foram testemunhados e que são
imitados.
Falta de apoio familiar e a cooperação entre pais e mestres é vital no processo
escolar, na prática, no entanto, as relações muitas vezes estão longe de serem harmônicas.
A função educacional da família refere-se à transmissão dos hábitos,
conhecimentos, informações, atitudes necessárias para a prole participar da vida em grupo.
São os pais os primeiros educadores que irão transmitir conhecimentos, informações,
atitudes, hábitos higiênicos, morais, religiosos e sociais a uma criança.Nos primeiros anos
de vida a criança começa a desenvolver sua afetividade, personalidade,ou seja, o seu
psicológico. Mas as mudanças sociais ocorridas na atualidade faz com que estas coisas
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nem sempre sejam acompanhadas pela família. Hoje, é grande a necessidade da mulher
trabalhar fora do lar, tendo que deixar os filhos a cuidados de terceiros como: avós, amigos,
babás, creches, etc. Estas alternativas auxiliam a família mas não a substitui. A mãe que
trabalha fora o dia inteiro, muitas das vezes, não tem tempo para o filho, quanto do fator
escola. Chegam cansadas e ainda tem que fazer o serviço em seu lar. Outras, além de
trabalharem, estudam à noite e pouco vêem seus filhos, que fará ajuda- los. E ainda há
aquelas que sempre trabalharam fora, desde muito novas, e não tiveram a oportunidade de
estudar, ou concluir os seus estudos, sendo assim, não tem base para dar um reforço em
casa, deixando a criança sozinha par a resolver os exercícios de casa e estudar para os
exames escolares.
2.1.2 - O Trabalho Infantil
Devido às condições financeiras terríveis em que os pais se encontram, algumas
crianças são obrigadas a trabalharem muito cedo. Algumas nem freqüentam a escola.
Outras trabalham e estudam. Conseguem sub-empregos como vendedores ambulantes em
semáforos, ônibus e trens: mini- empregadas domésticas; engraxates; catadores de papéis...
o trabalho infantil sobrecarrega e explora, tirando a oportunidade de instrução, de lazer e
mesmo de descanso. Influenciando diretamente naqueles que não tem ânimo para fazer suas
tarefas de casa e estudar para as provas. Estas crianças ficam expostas a situações perigosas
como atividades insalubres, riscos de serem atropeladas, ao clima, podendo pegar um
resfriado ou uma insolação, e ainda, ficarem estafados com tantos afazeres.
Para a criança despossuída, resta muito pouco da infância, e brincar certamente é
o que desaparece de imediato de seu dia-a-dia. Isso é de fundamental importância, quando
brinca, a criança se desenvolve e faz descobertas, elementos importantíssimos para seu
desenvolvimento cultural. Mas seus talentos e méritos não são reconhecidos pela escola.
Estas crianças aprendem desde cedo a se virar sozinhas, a cuidar dos irmãos menores e
mesmo a trabalhar para ganhar algum dinheiro para ajudar a família. No entanto, essa
mesmas crianças que, na rua, são espertas e faladoras, que improvisam jogos; na escola
não entendem o que o professor diz, fecham-se em si mesmo, tornam-se caladas e passivas
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ou então rebeldes e agressivas. Na escola, elas são vistas em geral como desprovidas de
inteligência, de criatividade, de afetividade, de coordenação motora e muitas vezes
classificadas como “débeis mentais”, “ especiais” , etc.
2.1.3 - Inteligência (falta?)
A inteligência dos alunos influencia na qualidade do ensino? Como avaliar a
inteligência de uma criança?
Todas as pessoas normais são inteligentes, mas apresentam inteligências
“diferentes”, e os que se saem melhor são sempre os que sabem usar sua capacidade de
aprendizagem e suas inteligências diferentes melhor do que os outros (ANTUNES, Celso.
A Grande Jogada. 2001). Logo, é inteligente quem aprende a aprender.
Percebe-se que são inteligentes os que desenvolvem a capacidade de entrar na
compreensão das coisas, escolhendo o melhor caminho.
Mas esse ingresso não é feito pelo mesmo caminho por todos os indivíduos.
Alguns têm um fator intelectual mais desenvolvido que os outros. Destacando-se pelo
gosto da leitura, da matemática, música , biologia, desenho, expressão corporal, etc.
A variação da inteligência de cada aluno varia em primeiro lugar em função da
carga genética que se traz desde o nascimento, mas pode ser ampliada com estímulos,
primeiramente familiar, depois na escola com os professores.
Então não existe aluno “burro” ou desprovido de inteligência, e sim aluno
desestimulado, já que todos possuem um tipo de inteligência específica para determinado
objetivo .
OBS: As crianças que encontram-se clinicamente encaixadas como deficientes
mentais terão uma melhor assistência em núcleos previamente preparados para atende- las.
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2.1.4 - Linguagem Deficiente
A linguagem é, ao mesmo tempo, o principal produto da cultura, e é o principal
instrumento para sua transmissão.
É o uso da língua na escola que evidencia mais claramente as diferenças ente
grupos sociais e que gera discriminações e fracasso: o uso, pelos alunos provenientes das
camadas populares, de variantes lingüísticas sociais escolarmente estigmatizadas provoca
preconceitos lingüísticos e leva a dificuldades de aprendizagem, já que a escola usa e quer
ver usada a variante – padrão socialmente prestigiada.
As crianças das camadas populares chegam à escola com uma linguagem
deficiente, que as impede de obter sucesso nas atividades e aprendizagem: seu vocabulário
é pobre, não sabem o nome de objetos comuns, usam frases incompletas, curtas,
monossilábicas; sua sintaxe é confusa e inadequada à expressão do pensamento lógico;
cometem erros de concordância, de regência, de pronúncia; comunicam-se muito mais
através de recursos não- verbais que de recursos verbais. Isto leva-as a serem consideradas
crianças “ deficitárias” lingüisticamente.
2.2 - Que Métodos Adotar Para Melhor Qualidade No Ensino
Nenhum metodologia de ensino é 100% eficaz. Isto é natural. Não deve-se
imaginar que seja possível a existência de uma metodologia de ensino perfeita, adequada a
todas as crianças, pois isto será contrário a tudo o que se sabe sobre as diferenças
individuais no processo de aprendizagem. Por outro lado, as pesquisas sobre ensino não
permitem selecionar boas e más metodologias, pois todas parecem funcionar para algumas
crianças, mas não para a totalidade dos aprendizes. Pode-se dizer que inúmeras crianças
aprendem com a ajuda de professores, independemente da metodologia de ensino utilizada.
Isto também é natural.. Submetidas a uma ou outra metodologia, as crianças, no contato
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com as disciplinas, vão construindo suas concepões sobre assuntos aprendidos, pondo-os à
prova, reformulando-os e assim aprendendo.
2.2.1 - O Professor em ação
O professor deixa de ser um mero transmissor de conteúdos e técnicas e assume o
papel de orientador, de facilitador a aprendizagem. Para isto, ele necessita, de um lado,
aprofundar-se no conteúdo referente às questões ensinadas, de outro, ter um bom
conhecimento das crianças que lhe são confiadas, um atitude positiva e atenta frente aos
alunos, uma sensibilidade pelos interesses e possibilidades de cada um. Tem também de
conhecer a realidade social de cada aluno; as questões do acesso aos bens culturais
produzidos no passado e no presente. Somente o professor pode intuir o que convém fazer
num determinado momento para ajudar o aluno com dificuldades.
Este papel é muito mais difícil que o já consagrado, exige muito mais esforço do
professor. Mais fácil seria ter um planejamento todo definido para ser cumprido passo a
passo. No entanto, por melhor que seja um planejamento é impossível que ele dê conta de
todas as questões inerentes ao processo de aprendizagem do aluno, uma vez que este
processo é único, individual.
Em sua prática cotidiana, o professor deve demonstrar situações que sirva a
objetivos específicos,nas quais seus alunos possam encontrar sentido, e que ajudem
também as próprias crianças a encontrarem seus objetivos.
Não se dispõe de fórmulas para garantir que o ensino de todas as disciplinas sejam
compreensíveis e prazerosas. Mas o professor pode motivar suas aulas para que se tornem
interessantes para os alunos.
O professor não pode e não deve confiar em uma metodologia especial, milagrosa,
mas na sua experiência, fundamentada por sua competência pedagógica. É ele quem,
observando seus alunos, refletindo sobre sua prática e aprofundando, seus conhecimentos
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pode compreender e atender às necessidades, às dificuldades e ao interesse de cada criança
num dado momento.
É naturalmente necessário que o professor conheça os materiais e técnicas
pedagógicas, assim, como os programas de ensino. Mas para decidir como e quando
utilizar cada um, é fundamental que o professor além destes conteúdos conheça o próprio
aluno. Enfim, para ajudar uma criança em sua aprendizagem é necessário estar
sensibilizado pelas complexidades da infância e dos conteúdos a serem aprendidos.
Para a aprendizagem da criança o professor necessita recorrer a múltiplas
atividades e com recursos de inúmeros materiais. Pode-se utilizar os materiais que já
existem, mas também é bom quando o professor e as crianças escolhem e fabricam os
próprios materiais.
As atividades sempre devem colocar as crianças em situação mais próximas de
sua realidade, nas diversas circunstâncias, utilizando as diferentes estratégias. A
criatividade de cada professor é o limite.
Assim, o professor pode variar os materiais e atividades, criando a cada dia
situações novas, atraentes, afirmando o uso social do que foi aprendido, evitando o
tradicional e não-significativo no uso escolar, sem objetivo ou sentido no ver das crianças.
2.3 - Pessoas Envolvidas na Qualidade do Ensino
Os responsáveis pela educação de crianças são os pais, os professores, os diretores
e até o mesmo a própria comunidade. São os que tem ação intencional direta sobre elas,
com finalidade de educá- las.
É justo que cada um tenha a sua parcela de responsabilidade e cada um tenha
tarefas específicas a realizar, visando à educação da criança.
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Apesar de tarefas diferentes, todos deverão agir em conjunto, harmonizando-se e
coordenando-se, a fim de se tornarem mais eficientes no aspecto comum que é educar.
O educando precisa sentir-se amparado, protegido e orientado pelos pais,
professores, diretores e comunidade. Todos devem trabalhar de comum acordo, não contra
o aluno e sim para melhor orientá- lo.
É indispensável que estas forças se unam e acertem os rumos, para cada um
realizar sua parcela na ação educativa em que estão comprometidos.
O processo de recuperação paralela precisa de total apoio de pais, professores e
diretores senão nada adiantará os esforços introduzidos para a educação.
É preciso que os pais se convençam de que têm obrigação de amparar e orientar
seus filhos, a fim de que eles possam chegar a ser, também outros pais.
Os professores se convençam de que lecionam disciplinas como pretexto para se
aproximarem da criança, afim de promover a sua educação. Que a disciplina deve ser um
meio e não um fim, Devem ser selecionados os tópicos de maior valor funcional ou cultural
da disciplina, para melhor formar o aluno, possibilitando uma ação mais efetiva na
comunidade.
Para formação das crianças, são tão importantes os elementos significativos da
disciplina como o modo de orientar a aprendizagem, as atitudes assumidas em classe, o
sentido moral dado ao uso dos conhecimentos e o reconhecimento das personalidade do
educando, com respeito que lhe é devido.
Os diretores das escolas públicas devem se convencer que na sua gestão deve
haver uma harmonia entre pais, alunos e professores. Essa harmonia gerará os ideais e os
objetivos gerais e específicos da escola.
26
É necessário não esquecer que a escola educará, segundo a fé e a confiança que se
tiver nesses mesmos ideais e objetivos. O diretor deve estar convencido de que a escola é
propriedade pública, não podendo nela imperar, simplesmente, a sua vontade,mas sim à
realidade do aluno, às aspirações da família e às necessidades sociais.
Então fica estabelecida a responsabilidade educacionais de cada parte interessada
na educação da criança como : os pais, os professores, diretores e a ajuda da comunidade.
2.3.1 - Os Pais
Queixam-se os pais da escola, que não educa; dos filhos, que não estudam, não
aprendem e estão ficando piores.
É dever dos pais acompanhar a vida não só escolar, como familiar e social dos
filhos, dever de que não podem e não devem abrir mão.
Sempre que há um fracasso da criança, na escola, as razões de tal fato deve ser
pesquisadas nos setores que estão diretamente relacionados com os pais, professores e
diretores.
Com relação a família, deve-se fazer indagações que delimitarão os setores de sua
responsabilidade, ressaltando os seus deveres.
Tem os pais procurado compreender o filho na sua maneira de ser e nas suas
dificuldades em enfrentar as situações sociais? Tem procurado aproximar-se dele como
amigo e não só como repreensor? Tem procurado animar o filho nos seus fracassos, ou só
tem recriminado essas ocorrências, como se fossem fruto exclusivo de negligência ou má
vontade? Não tem contribuído, nesses momentos desagradáveis da vida, para mais aniquilálo como recriminação e injúrias?
27
Ninguém gosta de fracassar, pois o fracasso torna as pessoas tristes e humilhadas.
A indiferença que a criança possa revelar diante do fracasso, é aparente;
verdadeiramente ele está sofrendo. Depois dos fracassos escolares é comum surgir nelas
idéia de abandonar os estudos; que não gostam de estudar, que já estão crescidos para
trabalhar… Estas atitudes são reveladas, quase sempre, pelo fracasso nos trabalhos
escolares, pela necessidade de fugir aos mesmos.
Os pais não devem dar muita “importância” aos fracassos do filho, procurando
compreender e pesquisar as causas que levaram ao insucessos com o intuito de ajudar a
removê- las, no futuro.
Tem-se lembrado o pai de elogiar algo que de bom tenha feito o filho, dentro ou
fora da escola ou do lar?
Tem procurado fazer sentir que, como pais, estão sempre a seu lado, quer para
reconhecer- lhes as virtudes, quer para aceitar-lhe os defeitos, com o intuito de ajudá- lo a
superar-se?
Tem buscado inteirar-se das reais possiblidades do filho quanto às suas
preferências, aptidões e limitações?
Tem exigido mais ou exigido menos do que ele possa dar? Ou não tem exigido
nada? Muitos pais nutrem verdadeira mania de querer o impossível dos filhos, que sejam
perfeitos tornando a vida dos mesmos insuportável.
Tem tentado, em casa, estabelecer um ambiente calmo, compreensivo, de carinho
e segurança? Os filhos podem ser vítimas do excesso ou falta de carinho dados pelos pais.
O excesso pode convencê- los de que são centro de tudo, e a falta pode ser um convite a
verem o mundo com hostillidade.
28
Tem os pais procurado conhecer, por dentro, a escola em que o filho estuda? Está
a par dos regulamentos da mesma? Os pais devem se inteirar na qualidade de ensino que
vem sendo ministrada a seu filho.
Tem estado presente nas reuniões de pais e professores? Tem atendido aos
chamados da escola, em relação à educação do filho? Deve haver interesse em pedir
informações e inteira-se das questões da escola, relacionadas, direta ou indiretamente com a
educação do filho.
Tem estado em contato com a diretoria da escola e com os professores do filho? É
necessário que isto aconteça, pois é indispensável ouvir o relato das pessoas que atuam
sobre os alunos, quais suas observações e opiniões sobre o comportamento e andamento da
educação dos alunos.
Tem buscado manter conversas, com o filho, sobre a escola, inteirando-se do que
nela se passa, não como fiscal, mas como colaborador,amigo e orientador?
Tem-se interessado em saber quais são os colegas do filho quanto à personalidade
e hábitos dos mesmos? O melhor é tentar os pais serem amigos do filho, entrando em
contato amigável com eles para melhor conhecê-los.
Tem providenciado para que, em casa, haja ambiente para a criança estudar, como
um “cantinho”, que seja seu, calmo e confortável, onde possa dedicar-se às tarefas
escolares?
Tem orientado para que as épocas de maiores obrigações escolares não fique
esquecida?
Agindo assim, estarão os pais colaborando com a escola, na obra comum,
revelando que não abdicou de suas responsabilidades de pais e de supervisor da eduação de
seu filho.
29
2.3.2 - Os Professor
2.3.2.1 - A Importância do Professor
É grande a responsabilidade educacional do professor, uma vez que é ele que
mantém contato mais prolongado, na escola, com o educando. Ele é peça fundamental e e
insubstituível na ação educativa. Não há organização didática que possa substituí- lo.
É possível educar só com o professor, mas é impossível fazê- lo só com material
didático ou métodos. Tudo será insuficiente e ineficiente sem o professor que anima, dá
vida e sentido a toda organização escolar.
O professor do ensino fundamental, 1ª a 4ª séries, desempenha papel decisivo na
formação da criança que está ampliando sua visão de ordem social, moral e religiosa. Para
que possam ver o futuro com esperança, otimismo e coragem.
O professor, apesar de todas as novas concepçõs pedagógicas, continua sendo
elemento indispensável e fundamental no processo educativo. Dele depende, quase sempre,
o sucesso ou insucesso do aluno. De nada vale um projeto de ensino fabuloso se não há por
trás o espírito do professor a animar, a dar vida no processo ensino-aprendizagem.
As relações entre professor e aluno são de suma importância no processo
educativo. Quantos alunos se perdem, por não terem estabelecido estas relações de maneira
conveniente. Muitos alunos têm alcançado a plenitude de suas possibilidades intelectuais,
sociais e afetivas, graças à ajuda prestada pelo professor, pelas boas relações que se
estabeleceram entre os dois.
As tentativas de boas relações devem partir do professor, pois é ele quem está em
condições de pô-las em prática, não só por causa da sua maturidade, como tambem pelas
razões de obrigação profissional.
30
Um professor sem recursos materiais, mas convencido de sua missão de educador
e convenientemente preparado realiza mais do que outro sem estas condições, mesmo
sendo grande conhecedor da sua disciplina e dispondo de todos os recursos materiais
imagináveis.
O professor não deve ser visto com todas as perfeições desejáveis que a tudo tem
de responder precisamente.
É obrigatório ver o professor como criatura humana cheia de ideiais
profissionais,mas também sujeito, como qualquer outro, a deficiências e limitações bem,
como a períodos difíceis em sua carreira profissional.
O professor, também, precisa ser visto com olhos humanos, necissitando, em certo
momentos de sua vida, como qualquer outro, de compreensão, ajuda e simpatia.
2.3.2.2 - Qualidades Requeridas Para o Magistério
Segundo os alunos as qualidades mais admiradas no professor são: justiça,
bondade, polidez, calma, paciência, domínio de si mesmo, senso de humor, inteligência,
simpatia, honestidade, pontualiade e capacidade de ensino.
No ensino fundamental, 1ª a 4ª séries, as qualidades do professor sobressai a
preocupação de ensinar de dirigir a aprendizagem por parte do professor, uma vez que ele
deve: Dar o programa. Ajudar. Explicar bem. Explicar devagarinho e esclarecer. Saber
ensinar. Ter linguagem clara. Ensinar de modo fácil. Ser assíduo. Ser pontual. Pelejar para
que o aluno tenha um bom êxito. Ensinar claramente. Pronunciar bem as palavras. Dar
exercícios todos os dias. Manter a matéria em dia. Adotar um material didático que
satisfaça a turma.
31
Podem ser indicadas como qualidades necessárias para o exercício do magistério:
§
Capacidade de adaptação: sintonia do professor, o aluno e o seu meio.
§
Equilíbrio emotivo: o professor deve apresentar um comportamento e
equilibrado e ponderado, de maeira a poder inspirar confiança em seus alunos.
§
Capacidade intuitiva: perceber dados, movimentos ou disposições de ânimo ou
desânimo de seus alunos, não totalmente manifestados.
§
Senso do dever: responsabilidade leva à compenetração do trabalho a ser
desenvolvido pelo professor.
§
Capacidade de liderança: que deve ser uma liderança democrática, a que
esclarece, anima e estimula o aluno a andar e a pensar por si.
§
Amor ao próximo: a mais importante. A qualidade que revelaria a vocação
para o magistério.
§
Sinceridade: toda ação, para educar, tem de ser autêntica.
§
Interesse científico, humanístico e estético: o professor deve cuidar,
continuamente da sua cultura geral, lendo jornais, revistas, internet,
participando de palestras seminários e estar a par de todos os movimentos
sociais e culturais. Esta atitude ajuda numa inter-relação de disciplinas, tão útil
para melhor integracão dos cionehcimentos.
§
Espírito de justiça: quando a criança julga um professor justo, também faz
cresce o respeito e a admiração por ele.
32
§
Disponibilidade: o professor deve estar pronto a ouvir o aluno com interesse e
o atender ao primeiro sinal de que precisa de ajuda.
2.3.2.3 - Tipos de Professor
§
Instrutor : que se limita a transmitir os conhecimenots constantes aos
programas. Realiza o que os programas pedem, na sua parte de conteúdo,
julgando que os alunos devem estudar o que ele der em classe ou o que
indicar.
§
Erudito: a disciplina é lecionada a fim de que haja mais condições para exibir
a sua sapiência. O professor que dificilmente vê o aluno com um ser em
aprendizagem que requer algumas condições especiais de trabalho para que
algo fique realmente assimilado.
§
Pesquisador: que se esquece do preparo do nível mental de seus alunos que lhe
são confiados, querendo, a todo custo, “continuar seus estudos”, através das
aulas que tem de dar.
§
Educador: é o que consegue dosar os três tipos, tendo presente a realidade
humana de seus alunos, segundo as suas possibilidades, visando a integrá- los
na sociedade, em forma de cidadãos.
2.3.3 - O Diretor
A função de diretor é altamente complexa, tendo em vista as partes interessadas
no processo educativo: alunos, pais, professores e comunidade.
33
Quantas escolas dispondo de tudo para se tornarem atuantes, nada conseguem,
arrastando-se na mais triste mediocridade, devido aos diretores que têm.
O sucesso ou insucesso de uma escola, principalmente a pública, depende
muitíssimo do Diretor, com sua preparação pedagógica, consciência dos problemas de
educação, confiança na ação da escola e capacidade de liderança.
2.3.3.1 - Funções do Diretor
§
Administrativa : desempenha bem as tarefas burocráticas da escola,
observando o que não funciona e providenciando modificações que torne a
escola eficiente.
§
Social: ter a preocupação de integrar o educando na comunidade e formar
cidadão.
§
Pedagógica: ter uma boa formação no magistério, didática para que os
objetivos da escola sejam atingidos.
§
Relações Humanas: talvez a mais importante, onde haverá o empenho para
transformar a escola em autêntica comunidade de ideais e de esforços entre
direção, corpo administrativo e corpo docente e discente.
Enfim, o diretor deve tornar-se amigo dos professores, conversar com eles o mais
possível para sentir os problemas que os afligem, tendo em vista auxiliá- los a resolver esses
problemas.
34
2.3.4 - A Comunidade
A escola deve estar aberta para todos os problemas da comunidade, com o
objetivo de com ela cooperar na melhoria e desenvolvimento da mesma, podendo, assim,
ser chamada escola da comunidade. Com a finalidade voltada para a comunidade,
aproveitando-se dela para educação de seus alunos e predispondo-os com ela a cooperar e
nela se integrar como cidadãos atuantes.
35
CAPÍTULO III
COLABORADORES PARA O ENSINO DE QUALIDADE.
“Só com ensino de qualidade será possível construir uma democracia aceitável e enfrentar
as mudanças sociais pelas quais estamos passando.”
36
3.1 - Conselho de Classe
Os Conselhos de Classe foram instituídos a partir da Lei 5692/71 – lei de
Diretrizes e Base do Ensino de 1º e 2º graus, hoje reformulada pela lei 9394/96 que
regulamenta o ensino fundamental e médio. – para orientar os professores na avaliação
permanente dos alunos e para analisar as causas de rendimentos altos e baixo, criando
condições de assistência aos alunos fracos, aperfeiçoando o trabalho cotidiano do professor
e desenvolvendo a avaliação contínua do próprio trabalho escolar.
Com a reformulação da lei, os conselhos tiveram sua ação ampliada. Ele pode
propor, orientar e planejar a ação pedagógica da escola levando em consideração a
comunidade em que existe a escola e o aluno como sujeito e centro da ação educativa.
O Núcleo Curricular Básico-Multieducação reconhece dos Conselho de Classe e
propõe que eles levem em consideração:
§
perfil do aluno em todas as atividades e disciplinas.
§
desenvolvimento real e o potencial do aluno.
§
trabalho escolar desenvolvido com a turma (LDB-Lei de Diretrizes e Base da
Educação, 1996).
3.2 - Avaliação
A avaliação tradicional é realizada a partir de provas e teste que verificam
conhecimentos adquiridos pelos alunos durante as aulas dadas.
Estas verificações, além de classificar os alunos em bons e maus, fracos e fortes,
permitem que os professores sancionem as aprovações, recuperações. Quando a avaliação é
realizada desta maneira corre-se o risco de restringir os alunos à apreensão de conteúdos
37
previamente escolhidos pela escola e pelo professor. Isto leva o aluno a somente a saber o
que a escola, o professor e o livro didático determinam. O ideal é que isto não ocorra e que
o aluno possa ir além das informações recebidas e previamente organizadas, liberando sua
criatividade e inventividade.
Por estas razões a avaliação tradicional tem sido criticada e, mais ainda, pela
classificação que faz dos alunos a partir de notas ou conceitos e da estagnização do
crescimento dos alunos.
Entretanto, não obstantee todas as críticas existentes, é preciso afirmar que a
avaliação tradicional foi praticada com várias gerações de alunos e deu ceto. Hoje, os
alunos têm horizontes mais amplos, mais criativos e com genialidade. Seus saberes não
podem continuar cristalizados, até porque os saberes socialmente produzidos são precários,
transitórios e, constantemente, precisam ser superados.
Algumas crianças saem melhor se expressando oralmente do que na escrita.
A proposta sugerida é dar oportunidade àqueles alunos que não se saem bem nas
avaliações escritas. Utilizando uma pedagogia dinâmica que transforme a sala de aula num
espaço privilegiado de aprendizagens vivas e enriquecedoras na qual o aluno participa
ativamente na construção de seu conhecimento. O conteúdo é um meio e não mais um fim
em si mesmo. Prevendo um currículo integrado e não mais fragmentado, norteado pelos
princípios pedagógicos da transposição didática, interdisciplinaridade, contextualização e o
apoio da recuperação paralela.
38
3.2.1 - Como o aluno deve ser avaliado
A cada bimestre, os professores devem avaliar o ensino que a escola está
ministrando, e não apenas o desempenho individual dos alunos.
O primeiro Conselho de Classe e Série do ano marca o momento de avaliar o
trabalho realizado no bimestre. Direção, professor e professor-coordenador devem-se reunir
para analisar o desempenho das classes e determinar formas de sanar possíveis falhas.
A equipe escolar deve tornar o Conselho um meio de alcançar a melhoria da
qualidade de ensino analisando os pontos a seguir:
§
Mudança do foco da avaliação individual para o coletivo. A classe deve ser
avaliada como um todo, e não os casos particulares de alunos. O professor não
pode estar satisfeito se 25% dos alunos vão muito bem, 50% se encontram na
media e ‘apenas 25% estejam indo mal”. Todos os alunos devem estar
aprendendo em uma sala de aula. Cabe à escola definir as estratégicas para
que as dificuldades de um grupo específico de alunos sejam superadas.
§
Avaliar o ensino, não apenas a aprendizagem. O tema principal da reunião é a
qualidade no ensino ministrado, relacionada aos resultados obtidos pelas
classes, e não as notas alcançadas pelos estudantes. O trabalho desenvolvido
em sala de aula deve ser analisado, inclusive a prática da avaliação. Relativar
o papel das provas bimestrais somando-as a outros instrumentos, em função
do aprendizado do aluno.
§
Procurar objetividade. É fundamental afastar preconceitos que possam
interferir na avaliação. Os resultados obtidos pelos estudantes em termos do
39
domínio de conteúdos e habilidades devem ser analisados sem estigmatizá- los
por suas caracterísitcas comportamentais, físicas, raciais ou socioeconômicas.
§
Contribuir para a dinâmica do Conselho. O professor-coordenador e o diretor,
responsáveis pela preparação da reunião, deverão montar gráficos, ilustrando o
desempenho das classes nas diferentes disciplinas, o que pode estimular as
comparações. Os debates ficarão mais ricos com o relato de casos estudados
em Conselhos anteriores ou em pesquisas que tiveram como objetivo de
estudo as escolas da Rede. A colaboração do supervisor pode ser útil na
análise da situação da escola.
§
Estabelecer estratégicas de mudanças. Ao final da reunião, a equipe deve estar
ciente de que o problema da não-aprendizagem é da instituição, escola, e não
do aluno. O segundo passo é admitir suas deficiências e determinar o tipo de
capacitação que necessita. Cabe aos docentes sugerir temas para as próximas
reuniões e propor projetos de reforços e recuperação. O grupo deve determinar
formas para aprimorar os instrumentos de avaliação, alterar as sistemáticas de
trabalho e diversificar os recursos utilizados em sala de aula.
§
Preparar-se para reunião de pais. O Conselho é um bom momento para
planejar a reunião de pais. A reunião de pais é a melhor oportunidade para
conhecer a fundo o desempenho dos alunos e tornar-se apto para esclarecer as
dúvidas dos pais. As famílias devem não apenas receber as médias alcançadas
pelos filhos, como também ser informados sobre a forma de ajudá- los em casa
e sobre as ações da escola para sanar falhas detectadas. É essencial que o
diretor e/ou professor participem da reunião, apresentando aos pais o projeto
da escola e seus objetivos e ressaltando a importância de sua participação para
o sucesso escolar do aluno.
40
3.3 - Recuperação Paralela
3.3.1 -
Argumentação
Sempre acontece de alguns alunos não alcançarem os objetivos propostos. Isso
ocorre apesar do planejamento e do esforço desenvolvidopelo professor e pelos próprios
alunos.
Com essa defasagem o aluno não tem mais condições de acompanhar a
programação regular. Por isso há a necessidade de atividades especiais para colocá-lo em
condições de seguir regularmente o curso.
Sendo as atividades acompanhadas por uma visão sistemática e contínua, será
fácil detectar os problemas que forem surgindo, na medida em que se apresentarem. No
momento em que o professor constatar a existência de deficiências em algum aluno ou num
grupo, deverá tratar imediatamente. a fim de recuperar as falhas, para que estes possam
acompanhar normalmente as atividades seguintes. Nisto consiste a recuperação paralela. É
uma espécie de retomada do processo, para pôr os estudantes carentes em condições de
continuar os estudos normalmente.
3.3.2 -
No que consiste este Sistema
A Recuperação Paralela é a assistência ao aluno durante todo o processo ensinoaprendizagem e se destina a:
Rever os conteúdos não assimilados e possibilitar a nova chance de aprendê- los
usando novas técnicas ou métodos;
Propiciar a aquisição de habilidades específicas e necessárias à aprendizagem;
41
Atender a área afetiva possivelmente responsável pela deficiência do desempenho.
(PILETTI, Claudino. Didática Geral, 2001)
3.3.3 -
Importância da Motivação
O aluno que entra na recupearção paralela se sente um tanto desmotivado.
Primeiro por não ter alcançado a média desejada. Segundo por ter que cumprir um horário a
mais do que os demais alunos. Cabe então, ao professor, motivar seus alunos já que a
aprendizagem é um processo sensível, facilmente afetado por alterações no aprendiz ou no
meio ambiente.
A motivação sem aprendizagem redundará, simplesmente, numa atividade às
cegas; aprendizagem sem motivação resultará, em inatividade, como sono.
Recursos como: jornal escolar, troca de correspondências, cantinhos pedagógicos,
trabalho em grupo, aulas-passeio, são mudanças na escola, que é teórica, desligada da vida,
usados pelo professor no intuito de descobrir uma forma de tornar a escola viva, e mais
prática.
O professor observa seus alunos para perceber onde tem de intervir e como
despertar neles a vontade de aprender.
A interação entre o mestre e o estudante também é essencial para a aprendizagem.
O professor consegue essa sintonia levando em consideraçào o conhecimento das crianças,
fruto de seu meio. Estar em contato com a realidade em que vivem os alunos é
fundamental.
A escola traz o que está fora para dentro e procura dar sentido a todo o trabalho
realizado por meio dessa relação de aplicabilidade na vida.
42
3.3.4 -
Como Realizar este tipo de Recuperação
As principais maneiras de realizá- las são as seguintes:
§
Intensificar os exercícios;
§
Concentrar mais atenção sobre os aspectos deficientes;
§
Promover tarefas e estudos individuais;
§
Organizar grupos específicos de estudo.
Esta recuperação deverá constar no calendário escolar, com períodos e horários
bem definidos, e atividades programadas de acordo com as necessidades dos alunos
carentes. Não se trata de repetir simplesmente as aulas ou atividades anteriores. Exige-se
uma programação especial, com métodos diversificados e atendimento às dificuldades
características, apresentadas pelos educando.
3.3.5 -
A Prática
É aplicada para alunos que apresentam dificuldades para compreender as
explicações e correlacioná- las às suas aplicações, desprendendo-as da teoria e associandoas à prática, em tarefas orais ou escritas, conforme a necessdiade no decorrer das aulas. A
assistência dada pelo professro para melhor organização dos conteúdos, é realizada por
disciplina com dias específicos. Assim, a criança possui a oportunidade de atentar para
detalhes antes por ela não descobertos; indagar, questionar e objetivar suas dúvidas.
Com relação ao tempo previsto para as aulas, serão realizadas fora do horário
normal, com duas horas de duração em cada dia, totalizando cinco dias de Recuperação
Paralela e dez horas de revisão de todo aprendizado trabalhado por bimestre.
43
No que diz respeito à frequência de alunos, também depende da disciplina, uma
vez que para
Matemática há sempre nas salas um número superior. Para
Língua
Portuguesa, Estudos Sociais e Ciências observa-se um número razoável de alunos. Então,
deve-se aplicar pelo menos três aulas com apanhado dos pontos principais e mais
importantes, em folhas de exercícios feitos em sala e em casa , um trabalho e uma
verificação, visando que o aluno atinja a nota máxima. Se a criança conseguir um anota
acima da que constou em seu boletim, será automaticamente substituída graças à sua
dedicação e empenho nas aulas extras; Porém, será pré-estipulado que o aluno não ficará
com a nota em grau maior equiparada a excelente, e sim a bom.
3.3.5.1 -
Aplicação
A postura do professor ao ensinar é, em geral, a de orientador dando instruções,
paso a passo, de como fazer. Mas nem sempre este método dá certo. Ás vezes, o professor
deve funcionar como incentivador e moderador das idéias geradas pelos próprios alunos.
Nesse caso, as crianças participam ativamente, e não ficam passivamente “observando”. O
professor deve encorajar o aluno a pensar por si mesmo, a levantar suas próprias hipóteses e
a testá- las, a discutir com seus colegas como e por que aquela maneira se compreende
melhor. Enfim, o papel do professor é manter os alunos pensando e gerando idéias
produtivas.
3.3.5.2 -
Trabalhando com Exercícios
Trabalhando com a classe em recuperação. Apresenta-se a matéria em que o grupo
teve maior dificuldade. Dá-se um tempo razoável para que os alunos leiam e compreendam
o que está sendo exposto e verifique onde está sua maior dificuldade. Facilita-se a
discussão entre eles ou efetua-se perguntas para esclarecer os pontos não compreendidos
pelo grupo. Lembrando de que uma das maiores dificuldades do aluno é ler e compreender
o texto.
44
Aplica-se exercícios, em seguida, dá-se um bom tempo para as crianças
trabalharem, porque a resolução dos exercícios não pode se transformar numa competição
de velocidade, e elas precisam muito mais de tempo para pensarem e trabalhar do que
competir.
Procura-se criar entre os alunos um clima de busca, exploração e descoberta,
deixando claro que mais importante que obter resposta correta é pensar e trabalhar durante
o tempo que for necessário para resolver as questões.
O professor não deve dar respostas diretas, pois do contrário, as questões já
estarão resolvidas e a criança não pensará mais. Copiando as respostas sem se preocupar
em resolvê- las.
O professor deve incentivar o aluno com frases do tipo:
§
Vamos pensar juntos.
§
Pense um pouco mais.
§
O que a questão está pedindo realmente para você fazer?
§
Discuta isso um pouco com seu colega.
§
Mostre ao seu colega o que você fez e peça para que ele também lhe conte
como planeja resolver as questões.
Com essas respostas do professor, os alunos continuam envolvidos com as
questões e pouco a pouco vão perguntando menos e tornando-se mais independentes.
Enquanto as criançaas trabalham , o professor percorre as carteiras ajudando,
encorajando, dando idéias, pequenas “dicas”(sem contar como se chega à solução),
deixando claro quais são os objetivos, os pontos, as condições de êxito.
Depois que a maioria dos alunos solucinaram os exercícios, o professor pede que
alguns venham ao quadro, um de cada vez, explicar o que fizeram e como fizeram, e o por
que o seu método funcionou. O professor pode também, ele mesmo, ir registrando no
45
quadro as sugestões dos alunos. É comum aparecerem maneiras diferentes de resolver o
mesmo exercício, inclusive algumas erradas, e é interessante que todas sejam discutidas e
analisadas, pois isso incentiva as crianças a sempre tentarem vários métodos. Também é
conveniente que todos os alunos copiem no caderno as diversas maneiras de resolver os
exercícios, pois nos exercícios seguintes eles poderão tentar usar algumas dessas
estratégias.
Deve-se observar que um exercício não está necessariamente resolvido quando o
aluno encontrou a resposta certa. Para estar verdadeiramente resolvido, o aluno precisa
saber o que e como fez, e por que sua ação foi apropriada. E isso deve ser parte integrante
da resolução dos exercícios, na etapa de retrospecto e verificação.
3.3.5.3 -
Trabalhando com Pequenos Grupos
Como os alunos são diferentes; as dúvidas e as matérias em dificuldades também,
o professor poderar agrupar os alunos segundo as dificuldades por disciplica. Exemplo: Um
grupo com deficiência em matemática, outro em língua portuguesa, outro em geografia,
outro em história.
Após a classe ser dividida em grupos por disciplina o professor apresenta
exercícios para que discutam e trabalhem nele. A atitude do professor deve ser a mesma
relatada anteriormente: ele circula entre os grupos incentivando-os e auxiliando apenas
naquilo que é absolutamente necessário. Nada que as crianças possam descobrir por elas
mesmas deve ser dito. A discussão entre o grupo sobre diferentes idéias que surgem para
resolver o problema propicia uma integração valiosa.
Quando todo o grupo já tiver chegado à resolução dos exercícios um representante
deve reproduzí- la no quadro, explicando o procedimento adotado. Também aqui todas as
soluções devem ser discutidas. Esse procedimento é muito bom, pois os alunos tentaram se
46
ajudar, um ao outro já que as dúvidas em um determinado assunto não é o mesmo para cada
aluno. Um aluno pode ter dúvida no começo da matéria, outro não ter compreendido o
meio e outro não ter conseguido chegar ao fim. Cada um trocará sua experiência. Assim,
pode-se ter um todo, claro com o auxílio do professor.
3.4 - Fatores que Juntamente com a Recuperação Paralela
Melhoraria a Qualidade do Ensino
§
Proporcionar curso de reciclagem para os professores afim de que estes não
percam o entusiamo de ensinar com qualidade diante de tantas dificuldades
encontradas em sala de aula.
§
Elevar o rendimento do magistério e alcançar aproveitamento mais eficiente
do corpo docente, organizando o ensino de maneira que a dupla matrícula se
faça na mesma unidade escolar. De forma que o professor estará na escola
para aplicar a recuperação paralela mesmo trabalhando em dois horários.
§
Garantir uma refeição completa a cada criança. Já que criança nutrida leva a
criança sadia e criança sadia tem mais disposição, concentração, força de
vontade, ânimo que influencia diretamente em sua aprendizagem.
§
Fazer com que as escolas públicas forneçam assistência média e odontológica
e funcionem como centros de uma ação preventiva de defesa da saúde de seus
alunos.
§
Introdução por parte da escola da criança na cultura da cidade. Reconhecendo
e valorizando a vivência e a experiência da criança pobre. A escola deve servir
de ponte entre o reconhecimento prático que ela já adquiriu e o conhecimento
formal que é exigido pela sociedade letrada.
47
§
Quanto a inteligência, a principal tarefa do professor é ajudar os alunos a
desenvolver seu raciocínio, para que aprendam a se colocar problemas e se
sintam capazes de resolvê- los.
§
Pensamentos, linguagem e comunicação estão sempre interligados. O
professor deve estimular os alunos a participarem das atividades sem medo de
responder errado. Fazer com que alunos calados participem mais, estimulando
seu raciocínio, desbloqueando-o e aumentado sua capacidade de pensar.
§
Brincar é uma atividade essencial no processo de aprendizagem. O recreio não
é um favor que se faz ao aluno e a escola não é prisão. A escola é um lugar de
vida e de alegria; o recreio é tão importante quanto a sala de aula.
§
Conscientizar pais que o aluno na escola terá um futuro melhor. Não tendo
que passar por todas as dificuldades que talvez eles tenham passado. Isto
diminuirá o número de crianças trabalhando ao invés de estarem estudando.
48
CONCLUSÃO
Os assuntos aqui abordados tem o intuíto de melhorar a qualidade no ensino
fundamental ( 1ª a 4ª séries), das escolas públicas do Rio de Janeiro. Visando atender ao
aluno como pessoa humana em seu todo, proporcionando- lhe crescimento integral e pleno
desenvolvimento de suas potencialidades para que alcance auto-realização, dentro de uma
hierarquia de valores, justiça, formando- lhe a consciência crítica e o espírito de família,
comunidade e responsabilidade. A fim de que venha a ser agente de transformação na
relaidade em que está inserido.
Não se deve deixar as crianças carentes de lado, e sim utilizar uma pedagogia
criadora, dinâmica, pessoal, comunitária. Com objetivo maior de formar crianças criativas,
capazes de realizar coisas novas e não simplesmente repetirem o que não conseguiram
compreender. Essas crianças devem pensar, analisar, criticar, questionar a realidade na
tentativa de buscar soluções e mudanças para melhor.
Neste contexto, os professores têm que ser abertos, flexíveis e efetivamente
estarem envolvidos no processo de mudanças. Não temerem passado que dão embasamento
a construção do educando novo. Fazendo com que os alunos tomem consciência de seu
próprio desenvolvimento, favorecendo a descoberta, o intercâmbio e o aprofundamento.
Isto significa dizer que o conteúdo que o professor apresenta precisa ser trabalhado,
refletido, re-elaborado para que venha a se constituir em conhecimento do aluno.
Uma escola envolvida na Filosofia da Qualidade torna claro que trabalha em
função do aluno.
Para tanto, a escola precisa da parceria com os pais, professores e com toda a
comunidade.
49
A partir da consciência de que a obtenção dos resultados só é possível através do
esforço cooperativo das pessoas, torna-se necessário o comprometimento de enriquecer o
aluno como ser humano e como cidadão.
Felizmente, recursos como a Recuperação Paralela, traz um bom retorno àqueles
mais dispostos e interessados a aprimorar seus conhecimentos. O mais gratificante é que
nesse período a criança resgata a auto-confiança e credibilidade em seu potencial. Às vezes,
a Recuperação surge como um sinal de alerta para o aluno; há muitos casos de crianças que
assistem às aulas e melhoram seus rendimentos, porque percebe-se desgastada mentalmente
e não querem passar por isso novamente.
Conclui-se que o aluno-problema merece e deve ter uma nova chance para que
concretize seu objetivo fim, ou seja, o êxito na aprendizagem.
50
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. ANTUNES, Celso. A Grande jogada: Manual Construtivista de como estudar. 8.ed.
Petrópolis: Vozes, 2001. 101p .
2. BARBOSA, josé Iuvêncio. Alfabetização e Leitura, São Paulo: Cortez, 1991. 159 p.
3. CECCON, Claudius; OLIVEIRA, Miguel Darcy de, OLIVEIRA, Rosiska Darcy de. A
Vida na Escola e a Escola da Vida. 2 ed. Vozes, 1987 . 95 p.
4. CUNHA, Luis Antônio. Educação e Desenvolvimento Social no Brasil 4 ed. Rio de
Janeiro: F. Alves,1985. 293 p.
5. DANTE, Luiz Roberto. Didática da Resolução de Problemas de Matemática. São Paulo:
Ática, 2000. 176 p.
6. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança 7 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. 187 p.
7. GONÇALVES, Romanda. Didática Geral. 12 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1992.
243 p.
8. HUNTER, Madeline. Teoria do Reforço para Professores. Petrópolis: Vozes, 1998.
187 p.
9. LEAL, Antonio. Fala Maria Favela: Uma experiência Criativa em Alfabetização. 9 ed.
São Paulo: Ática, 1987. 110 p.
51
10. NERICI, Imídeo Giuseppe. Didática Geral. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1983.
512 p.
11. NIDELCOFF, Maria Teresa. Uma Escola para o Povo. São Paulo: Brasiliense, 1993.
102 p.
12. RIBEIRO, Darcy. Nossa Escola é Uma Calamidade. Rio de Janeiro: Salamandra, 1984.
106 p.
13. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez
e Moraes, 1988. 159 p.
14. SOARES, Magda. Linguagem e Escola: Uma Perspecitiva Social. 10 ed. São Paulo:
Ática, 1993. 95 p.
52
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
9
CAPÍTULO I
DEFININDO QUALIDADE NO ENSINO
1.1- Qualidade na Escola
11
12
1.2 - Qualidade nas Escolas Públicas do Ensino Fundamental
(1ª a 4ª séries) do Rio de Janeiro
12
1.3- Objetivos de um Ensino de Qualidade
12
1.4– Ninguém está contente com o Ensino das Escolas Públicas
14
1.4.1
- Os Pais estão preocupados e Insatisfeitos
14
1.4.2
- Os Professores se sentem cansados e frustrados
15
1.4.3
- Os Alunos sentem que a Escola não foi feita para eles
15
CAPÍTULO II
FALHAS QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE ENSINO
2.1 – Por que as Crianças Falham
17
18
2.1.1
- Pobreza
18
2.1.2
- O Trabalho Infantil
20
2.1.3
- Inteligência (Falta?)
21
2.1.4
- Linguagem Deficiente
22
2.2 – Que Método adotar para melhor Qualidade no Ensino
2.2.1 - O professor em ação
2.3 – Pessoas envolvidas na Qualidade do Ensino
2.3.1 - Os Pais
22
23
24
26
53
2.3.2
- O Professor
29
2.3.2.1– Importância do Professor
29
2.3.2.2 - Qualidades requeridas para o Magistério
30
2.3.2.3 - Tipos de Professor
32
2.3.3
- O Diretor
2.3.3.1 – Funções do Diretor
2.3.4
- A Comunidade
32
33
34
CAPÍTULO III
COLABORADORES PARAO ENSINO DE QUALIDADE
35
3.1 – Conselho de Classe
36
3.2 – Avaliação
36
3.2.1– Como o Aluno deve ser Avaliado
38
3.3 – Recuperação Paralela
40
3.3.1- Argumentação
40
3.3.2- No que Consiste este Sistema
40
3.3.3 – Importância da Motivação
41
3.3.4 – Como Realizar este tipo de Recuperação
42
3.3.5 – A Prática
42
3.3.5.1 - Aplicação
43
3.3.5.2 – Trabalhando com Exercícios
43
3.3.5.3 – Trabalhando com Pequenos Grupos
45
3.4 – Fatores que jutamente com a Recuperação Paralela melhoraria a
Qualidade no Ensino
46
CONCLUSÃO
48
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
50
ÍNDICE
52
54
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Universidade Cândido Mendes
Projeto A Vez do Metre
Pós-Graduação “ Lato Sensu”
Título da Monografia: QUALIDADE NO ENSINO DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO:
Ensino Fundamental, 1ª a 4ª séries.
Autor: Sônia Cristina Martins Mendonça Oliveira
Data da entrega: 22 de fevereiro de 2003.
Avaliado por: Carlos Cereja
Conceito:
Avaliado por:
Conceito:
Avaliado por:
Conceito:
Conceito Final:
55
Oliveira, Sônia Cristina Martins Mendonça de.
Qualidade no Ensino das Escolas Públicas do Estado do Rio de Janeiro : Ensino
Fundamental, 1ª a 4ª séries – Rio de Janeiro: / s.n. / , 2003.
54 p.; 30 cm
1. Qualidade na Educação. 2 . Qualidade no Ensino. I. Título
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