O CONTEÚDO CURRICULAR DAS ESCOLAS MILITARES NA PREPARAÇÃO
DE OFICIAIS TUTORES EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
TÍTULO: O CONTEÚDO CURRICULAR DAS ESCOLAS MILITARES NA PREPARAÇÃO
DE OFICIAIS TUTORES EM UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM.
Alairto Almeida Callai
RESUMO
O caminho para o desenvolvimento do Ensino a Distância – EAD passa pela internet. O
EAD significa a aprendizagem descentralizada em relação ao tempo e ao local, além de
sugerir uma nova pedagogia. Esta se apóia no compartilhamento do conhecimento,
através de bases de dados a que todos precisam ter acesso. A interação tutor-aluno se
dará na rede interna das Instituições Militares de Ensino Superior (IMES) que deve-se
deixar acessar pela internet, de forma segura e com 100% de disponibilidade. As
ameaças que a rede mundial pode trazer para os recursos de Tecnologia da Informação
(TI) de uma instituição sempre dizem respeito aos seus ativos, quais sejam, dados,
equipamentos, conhecimentos e pessoas. Verificar quais as dificuldades que o aluno
destas instituições poderá encontrar, após formado, para tutoriar um curso de EAD, no
tocante às ferramentas de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), usadas no
ambiente virtual de aprendizagem (AVA), foi o objetivo do estudo elaborado para
conclusão do Curso Docência do Ensino Superior/2008. A metodologia empregada
baseou-se em pesquisas bibliográfica e documental, além de questionário à Divisão de
Ensino das Escolas de Formação. Por fim, verificou-se a necessidade do estabelecimento
de parâmetros da governança de TI, para se embasar os currículos das IMES nos
indicadores de desempenho que permitam alinhar os CORE dos Planos de Disciplinas ao
planejamento estratégico organizacional das Escolas, conforme as melhores práticas de
gestão, de modo que a eficácia das ações de ensino promovam o ensino continuado pelo
encadeamento dos diversos cursos do Exército, com a correspondente economia de
tempo e de recursos.
Palavras-chave: Exército. Sistema de Ensino e Cultura. Tecnologia da Informação.
1. A PROPOSTA
Considera-se o estudo do currículo importante para a formação docente, já que
professor e alunos são os “agentes” principais da vida escolar, a quem cabe, portanto, a
dinâmica da realização curricular. Entendendo-se que o currículo, um projeto educativo e
ao mesmo tempo um projeto didático, encerra três idéias-chave: “de um propósito
educativo planificado no tempo e no espaço em função de finalidades; de um processo de
ensino/ aprendizagem, com referência a conteúdos e atividades; e de um contexto
específico – o da escola ou organização formativa” (PACHECO, apud SIANO, 2007,
p.14); (grifo nosso).
A evolução tecnológica que envolve o mundo moderno, as organizações e as
pessoas atinge, praticamente, todas as atividades e favorece a veiculação livre e rápida
de grande volume de informações graças ao rápido crescimento da rede mundial de
computadores (internet) – a “world wide web”, que estabeleceu uma infra-estrutura de
compartilhamento do conhecimento, e a identificação do conhecimento como sendo
mais um fator chave de produção, além do trabalho e do capital.
A tecnologia da informação (TI), que é gerada e explicitada devido ao
conhecimento das pessoas, tem sido, ao longo do tempo, cada vez mais intensamente
empregada como instrumento para os mais diversos fins. É utilizada por indivíduos e
organizações, para acompanhar a velocidade com que as transformações vêm ocorrendo
no mundo. Para aumentar a produção, melhorar a qualidade dos produtos. Como suporte
à análise de mercados. E para tornar ágil e eficaz a interação com mercados, com
clientes e até com competidores. É usada como ferramenta de comunicação e gestão
empresarial, de modo que organizações e pessoas se mantenham competitivas nos
mercados em que atuam.
Em face disso, além de sua rápida evolução, é cada vez mais intensa a percepção
de que a tecnologia de informação e comunicação (TIC) não pode ser dissociada de
qualquer atividade, como importante instrumento de apoio à incorporação do
conhecimento como o principal agregador de valor aos produtos, processos e serviços
entregues pelas organizações aos seus clientes.
Essa TIC foi dividida para fins didáticos em “softwares e hardwares”, ou programas
e máquinas pelos quais se pagam royalties aos seus criadores, pela autoria e concepção,
normalmente, oriundos de países do primeiro mundo, os quais conseguem manter sob
sigilo os códigos-fonte1 dos programas e o “modus operandi” de fabricação dos
equipamentos que permitem aos primeiros funcionar.
1
É o conjunto de palavras ou símbolos escritos de forma ordenada, contendo instruções em uma das linguagens de
programação existentes, de maneira lógica. (WiKi)
O oligopólio da indústria de TIC vem sendo ameaçado por redes de pessoas
(desenvolvedores) que usam os códigos abertos e aceitam sugestões para melhoria,
confirmando a tese da sinergia do trabalho colaborativo e quebrando os paradigmas das
soluções proprietárias e exclusivas. O LINUX é um sucesso como sistema operacional de
software livre e o pacote do BR Office fornece as ferramentas de escritório similares ao
Microsoft Office, com potencial de significativa economia às Instituições de Ensino
Superior (IES), no geral, e às Instituições Militares de Ensino Superior (IMES),
particularmente, a Escola Naval, a AMAN, o IME, a AFA e o ITA.
Na área do ensino a distância (EAD) não poderia ser diferente. Várias ferramentas
interativas para tutoria, fórum, correio eletrônico, sala de bate-papo e outras opções do
sistema, são constantemente aperfeiçoadas e disponibilizadas aos gestores da TI, que
deixam de renovar as licenças dos softwares proprietários e causam euforia no
departamento financeiro das IES pela redução do custo-aluno-curso e aumento
quantitativo da produtividade.
Apreensivos ficam os gerentes de redes das IES quando os ataques para negação
dos serviços2 pela internet encontram portas vulneráveis (backdoor) nos sistemas de
segurança da informação (SI) provocando travamentos e inconveniências que tornam
indisponíveis
os
programas
aplicativos
e
causam
prejuízos
não
mensurados,
normalmente, aos usuários. Para fazer frente a estas ameaças, as IES devem estabelecer
Sistema de Gestão eficiente de seus ativos.
“ [...] a parte do sistema de gestão global, baseado na abordagem de riscos do negócio,
para estabelecer, implementar, operar, monitorar, analisar criticamente, manter e melhorar
a segurança da informação. Sistema de Gestão inclui estrutura organizacional, políticas,
atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e
recursos.” ( ASCIUTTI, 2003).
Daí a necessidade da alta cúpula das IES participar das decisões sobre TI para
racional distribuição dos recursos e para opinar a respeito dos riscos inerentes aos
processos, particularmente, nos cursos do EAD, já que estes dependem da conexão à
internet para seu funcionamento. As melhores práticas consagradas para o ideal
assessoramento ao decisores das IES, quanto às aquisições de TI, promovem uma
adequada Governança de TI.
Entende-se por Governança de TI como sendo:
“Conjunto de estruturas organizacionais e processos que envolvem a alta direção,
2
Ataque que consiste em impedir o acesso autorizado a recursos de um sistema, seja através de uma grande
sobrecarga no processamento de dados de um sistema computacional, da saturação de um ponto de acesso
através de um grande tráfego de dados para uma rede, ou da indisponibilidade de um ou mais serviços desse
sistema. Também chamado: Denial of Service – DoS. (WiKi).
gerentes de TI e gerentes de negócio na tomada de decisões sobre o uso de TI, na
coordenação das ações decorrentes de tais decisões e no monitoramento de seus
resultados, com o objetivo de promover o alinhamento entre estratégias e operações das
áreas de TI e de negócios.” (DSIC In CALLAI, 2007). (grifo nosso).
Neste trabalho buscou-se apresentar as conclusões a respeito da capacidade dos
docentes das IMES interagirem eficazmente com o computador, sem colocar em risco a
segurança dos bancos de dados; mostrar as conclusões sobre as ameaças e
vulnerabilidades que a internet pode trazer para a rede interna das instituições de ensino;
e apontar competências técnicas que devem possuir os alunos dos IMES, para se
tornarem professores eficientes do Ensino à Distancia.
Houve, também, a pretensão de identificarem-se as ferramentas de softwares livres
empregadas no EAD; apontar-se as características do EAD que tornam específicos o
estudo das tecnologias e a forma de interação professor-aluno pela assimetria de tempo e
de ponto-estação (site); caracterizarem-se as redes de dados internas das IMES e sugerir
mecanismos para o eficiente controle da segurança da informação; compreender-se o
papel da Tecnologia da Informação na estratégia de ensino das IMES; além de criticaremse os planos de disciplinas dos currículos das IMES em relação ao ensino das tecnologias
empregadas no EAD; e distinguir-se os conteúdos trabalhados nas disciplinas técnicas
dos cursos.
Buscou-se levantar as principais dificuldades que os professores do EAD têm
encontrado em sua rotina diária para usar as ferramentas disponíveis e investigou-se a
verdade de que o ambiente virtual vem potencializando estas dificuldades.
O caminho para assegurar a integridade dos dados das IMES, pela correta gestão
da informação, e a forma de motivar o futuro docente do EAD, exercer suas funções com
o nível de excelência do “estado da arte”, constituiu-se no fulcro do trabalho.
Há matérias do ramo da informática que devem ser incluídas no currículo da
graduação destes discentes, que sejam instrumentais e arcabouço para consolidar,
eficazmente, a gestão do conhecimento gerado nas IMES. Ou, talvez, estas matérias
fossem melhor aplicadas na pós-graduação, especialização, ou no aperfeiçoamento de
oficiais.
A inclusão da matéria: Gestão Estratégica da Informação, nos currículos de todos
os discentes do ensino superior e o levantamento dos benefícios que esta medida pode
trazer para o alinhamento dos planos, projetos e maturidade dos processos nas IMES
foram propostas.
Por fim, houve proposta de uma governança de TI para as IMES que proporcionará
a máxima disponibilidade de serviços, segundo os critérios das melhores práticas
consagradas internacionalmente, mediante ações práticas que envolvam a cultura da
segurança da informação e motivem os discentes para ingresso no sistema militar de
ensino continuado.
A metodologia aplicada à pesquisa visou dar cunho científico à investigação, de
modo a amparar a contribuição do autor sobre a modelagem do ensino militar, presente
no EAD-UCB/CEP (do Exército) e sua possível aplicação nas Forças Armadas e no
Ministério da Defesa, para a difusão da cultura no meio militar por meio do EAD, como
modalidade de ensino continuado, após a formação e antes do aperfeiçoamento de
oficiais, e a racionalização dos recursos para redução do período presencial em cursos
específicos das três Forças, como as especializações em Comunicações, Material Bélico
do Exército e todos os demais, que tal processo se aplicar.
Em suma, verificou-se: até que ponto a tecnologia de softwares livres pode
interferir (positiva ou negativamente) na SI – segurança da informação – que circula pelas
redes internas das IMES; quais as dificuldades que o aluno das IMES poderá encontrar
para ser “tutor” em um curso de EAD, no AVA; e qual a possibilidade das Escolas das
Forças Singulares implantarem a sistemática do EAD em seus cursos de especialização
e/ou aperfeiçoamento.
Portanto, urge conhecer as ferramentas, terceirizar sua manutenção e empregá-las
na plenitude de suas capacidades, para a otimização do tempo e para aproveitar-se o
“valor agregado” às informações organizacionais.
O que parece faltar aos alunos, na realidade, é o conhecimento das
potencialidades da utilização dessas ferramentas na educação e a compreensão de como
podem ser interrelacionados os fundamentos tecnológicos aos pedagógicos, em uma
nova prática educativa militar.
Daí correlacionarem-se sinergicamente, o valor da informação na produção do
conhecimento; a eficaz gestão deste conhecimento para agregar valor às informações
organizacionais; a maturidade da sistemática e a qualidade dos serviços prestados aos
discentes no ensino a distância; a eficiência dos meios de comunicações e os artifícios
técnicos que permitem as trocas informacionais com segurança; os web-services e as
ontologias3 constituindo-se no domínio comum, não apenas de técnicos e analistas de
3
Uma ontologia é um modelo de dados que representa um conjunto de conceitos dentro de um domínio e
os relacionamentos entre estes. Ela é empregada para realizar inferência sobre os objetos do domínio,
sendo utilizadas em inteligência artificial, web semântica, engenharia de software e arquitetura da
informação, como uma forma de representação de conhecimento sobre o mundo. (o autor em CALLAI,
2008).
sistemas mas, principalmente, para os alunos empregarem os softwares de código aberto
nas Instituições Militares de Ensino Superior, de modo que todas estas considerações
venham a impactar os conteúdos das disciplinas instrumentais (tecnologia da informação
e comunicações) componentes dos currículos dos cursos militares de formação de oficiais
das Forças Armadas.
Este artigo apresenta as conclusões a que chegou o autor em seu Trabalho de
Conclusão de Curso entregue à Universidade Castelo Branco para aprovação no Curso
de Docência do Ensino Superior/2009, ainda não corrigido.
2. OS PROBLEMAS
Santos & Blásquez (2005, p. 60) informam que o professor precisa estar consciente
de “como e quando” deve utilizar o computador, mas os cursos de licenciatura não
oferecem o necessário suporte nessa área.
A abordagem pedagógica denominada por Valente (2003) de “Estar Junto Virtual”
permite que a interação professor-aluno seja intensa de modo a possibilitar a solução de
problemas do cotidiano dos alunos, usando as TIC. O papel do professor passou a ser de
tutor e avaliador do aprendizado.
Além da independência do tempo e local, cinco características deste ambiente
digital de aprendizagem são levantadas por Harasim (2003):
a) são assíncronos – implicam em otimização do uso do tempo;
b) são baseados na comunicação escrita – fonte para acompanhamento e
avaliação;
c) fluxo de dados de muitos para muitos – replicação colaborativa e de dupla via;
d) independentes de local – alcance superior ao da sala de aula (o mundo www);
e) mediados por computador – uma interface de domínio popularizado.
Pela internet, que é a rede mundial de computadores, seja via satélite, por cabo
ótico, rádio ou cabo ADSL4, as distâncias podem ser superadas e o aluno comunica-se
com todo o mundo de forma rápida, direta e com baixo custo, destacando-se, nesse
mister, o papel desempenhado pelo sistema de cabos submarinos entre os continentes.
Quando se aglutina o Outsourcing com o Opensource (software livre) nas OM do
Exército, tem-se uma parceria com certas vantagens. Financeira, pela substituição do
4
ADSL: Asymmetric Digital Subscriber Line: modo de transmissão de dados, sobre rede telefônica, sem
interferência da voz no computador e vice-versa. (o autor em CALLAI, 2006).
software de licenciamento pago pelo livre, e a adequação às suas peculiaridades, pois
uma das características do software livre é a flexibilidade e capacidade de customização.
O Moodle permite que a sala de aula se estenda para a Internet. Este programa
fornece um ambiente para que os estudantes acessem muitos dos recursos da sala de
aula. Usando o Moodle o professor pode publicar anúncios e notícias, estabelecer e
recolher trabalhos, publicar jornais eletrônicos e recursos, e muito mais. No Moodle é
possível disponibilizar páginas de texto nos formatos: html, texto e wiki, inserir links para
arquivos ou páginas web. As atividades são um dos pontos fortes do Moodle, ele oferece
um conjunto de ferramentas de comunicação e discussão (fórum, bate-papo, diálogos),
assim como de avaliação e construção coletiva (teste, trabalhos, workshops, wikis,
glossários), e de disponibilização de materiais (lições, livros) ou de pesquisa (pesquisa de
opinião e questionários).
O currículo proporciona informações concretas sobre “o que” ensinar, “quando”
ensinar, “quanto” ensinar e “que, como e quando” avaliar. Um dos problemas encontrados
na elaboração do currículo encontra-se em decidir como concretizar esses diferentes
elementos e em assegurar a coerência de todos eles. Surge, então, a necessidade de
diretrizes que venham a harmonizar os interesses da práxis pedagógica, que se
confrontam na composição dos conteúdos a ministrar.
A atividade do docente no Ensino Superior centra-se em experiências
profundamente humanas. Tem como foco a dimensão do conhecimento, o sentimento de
aceitação do outro, a interação, a intersubjetividade, no qual a família sempre foi
fundamental para a sobrevivência e organização da sociedade, acompanhando a
evolução histórica e social de seu tempo, e dentro deste contexto, a educação inclusiva,
fonte de socialização e cidadania, desempenha função prioritária para o docente das
IMES. Irão trabalhar com cidadãos (os soldados/recrutas) provenientes das diversas
camadas sociais e níveis intelectuais, devendo prepará-los para um combate com alto
risco de morte. Exploram-se os limites por meio do estresse físico e emocional, a fim de
imitar o combate. Os Jogos de Guerra e as simulações do combate empregam os
fundamentos do EAD para o sucesso dos desafios lançados aos instruendos.
A arregimentação do potencial humano está essencialmente calcada na liderança
exercida pelo comandante e pela liderança dos diversos níveis hierárquicos das IMES no
cumprimento do Plano Geral de Ensino, uma vez que toda mudança de mentalidade
requer grande esforço e perseverança.
O EAD tem mostrado a importância do auto-estudo, da aprendizagem dirigida. O professor
não precisa concentrar toda a sua energia em transmitir a informação. Pode disponibilizar
materiais para leitura individual e realização de atividades programadas, pesquisas,
projetos, combinando o seu papel de informador com o de mediador e o de
contextualizador. (MORAN, 2006).
Não há um modelo padrão de tutoria. Depende da forma de EAD adotada pela
Escola. Importa que o tutor desenvolva a sensação de trabalho em equipe e desperte a
solidariedade dos mais avançados em ajudar os companheiros. Isso vai poupar-lhe
tempo.
A disseminação do conhecimento e sua conseqüente transformação em uma
diversidade de capacitações, produtos ou serviços e melhorias das atividades
organizacionais, impulsionará o desempenho da IMES, reforçará a crença de que
compartilhamento de conhecimento melhora desempenho. Dessa forma, a IMES sentirse-á estimulada a investir no processo de Gestão do Conhecimento, buscando melhorias
nos sistemas de informação e desenvolvimento de políticas de recursos humanos que
favoreçam o compartilhamento e socialização do conhecimento, desenvolvendo espaços
para a aprendizagem coletiva.
A necessidade de se disponibilizar informação em diversos Centros de Instrução e
Estb Ens no país fez com que os sistemas e bancos de dados fossem expostos a
vulnerabilidade de ataques de hacker e vírus. A segurança é um ponto de grande
relevância para os gestores de TI do Sistema Ensino, pois as informações representam a
manutenção do sigilo do conhecimento organizacional, para efeito de dissuasão, não
podendo correr o risco de ter as avaliações (provas) reveladas.
Alguns exemplos de incidentes de segurança computacionais são:
1. Tentativa (falha ou não) de obter acesso não autorizado a um sistema ou seus dados;
2. Ataque de negação de serviço não desejado;
3. Acesso não autorizado a um sistema para processamento ou armazenamento de
informações;
4. Alterações das características de hardware, firmware ou software sem conhecimento,
instrução ou consentimento do responsável;
5. Disseminação de vírus, worms5 ou outras pragas virtuais;
5
Programa capaz de se propagar automaticamente através de redes, enviando cópias de si mesmo de
computador para computador. Diferente do vírus, o worm não embute suas cópias em outros programas
ou arquivos e não necessita ser explicitamente executado para propagar-se. Esta se dá através da
exploração de vulnerabilidades existentes ou falhas na configuração de softwares instalados em
computadores. (Wiki).
6. Violação de regras da política de segurança; e
7. Invasão ou acesso não autorizado a sítios de terceiros. (BRASIL, 5º CTA, 2008).
O Exército vem atuando na área da segurança da informação com graus diferentes
de maturidade e vem criando mentalidade de segurança para defesa proativa no setor.
O tutor do EAD não pode alegar desconhecimento das regras de segurança no manuseio
das ferramentas de trabalho, nem pode descuidar-se enquanto navega pela WEB, haja
vista a elevada ênfase com que a Força vem tratando o assunto em todos os níveis de
comando.
A EBNet possui nível de segurança elevado, em virtude de o EB realizar auditoria
no centro de gerência da prestadora de serviço. A rede possui tráfego isolado da Internet,
utiliza criptografia e outras técnicas de segurança, prioriza a utilização de meios físicos
cabeados e conta com acordo de nível de serviço que a disponibiliza vinte e quatro horas,
sete dias por semana.
Disponibiliza-se no Portal do Exército as seguintes funcionalidades: RITEx, Redes
Rádio Fixas, correio eletrônico, sistema de legislação, informações organizacionais,
boletins, biblioteca virtual, banco de dados geográficos e sistemas corporativos, protocolo
eletrônico de documentos (SPED), entre outros.
De acordo com os principais padrões mundiais disponíveis atualmente, os
componentes básicos do processo de gestão da segurança da informação são:
a) Planejamento estratégico (política e normas) – elaboração e execução do
planejamento alinhado com os objetivos da organização;
b) Estrutura (e definição de papéis e responsabilidades);
c) Monitoração e métricas;
d) Auditoria / verificação de conformidade - limitar custos e assegurar
efetividade;
e) Cultura de segurança (sensibilização, conscientização, treinamento e
educação);
f) Sistemáticas / processos de segurança definidos e adotados (por exemplo,
gestão de riscos, classificação da informação, plano de continuidade dos
negócios, cultura de segurança, aplicação de correções);
g) Ciclo da segurança – forma de integrar todos os componentes do
processo de gestão da segurança de uma organização.
Estes componentes devem ser estabelecidos de acordo com as necessidades
específicas, processos e cultura da organização. Obrigatoriamente devem estar
integradas às demais atividades e processos do Estb Ens. Daí a necessidade de
adotarem-se as melhores práticas consagradas de GOVERNANÇA de TI, a fim de se
identificarem as respostas às questões descritas na ilustração abaixo:
Ilustração 1: Governança de TI
Fonte: Cobit Foundation
Há dificuldade do pessoal militar em conseguir assimilar novas metodologias de
gestão e processos de diagnósticos, quando estes são simplesmente importados do meio
acadêmico ou empresarial. Deve-se, portanto, adaptá-los à cultura militar, que possui
modelos mentais e linguajar próprios, para que tais metodologias sejam bem aceitas e
obtenham sucesso semelhante aos dos modelos que as consagraram.
As IMES apresentaram o perfil semelhante ao apontado pelo TCU (Acórdão
1603/2008 – Plenário TCU) ao analisar os questionários remetidos pelos diversos órgãos:
a) Suporte ineficaz da área de TI na consecução da missão da organização;
b) Planos de TI não alinhados às necessidades do negócio;
c) Inexistência de consultas regulares entre gerente de TI e demais gerentes acerca dos
projetos e serviços de TI;
d) Enfraquecimento das ações de TI;
e) Descontinuidade dos projetos de TI;
f) Insatisfação dos usuários;
g) Visão negativa da área de TI;
h) Resultados da área de TI abaixo do esperado;
i) Dificuldade de obtenção de recursos para a área de TI;
j) Investimentos desnecessários em TI; e
k) Desperdício de recursos.
Diretriz do Chefe do DEP: as Diretorias e seus Estb Ens subordinados ou
vinculados deverão estabelecer estudos e ações no sentido de implantar, no mais curto
prazo, a educação continuada, com ênfase para os concludentes dos cursos da EsAO e
das Escolas de Aperfeiçoamento de Sargentos (EsSA, EsIE, EsMB, EsCom, CIAvEx e
EsSEx).
A Diretoria de Extensão e Especialização (DEE) recebeu o encargo de: “aumentar o
intercambio de assuntos comuns e doutrinários entre os Estb Ens/OM subordinados e/ou
vinculados e os Estb Ens da DFA, em coordenação com esta, estreitando laços e obtendo
uma maior integração de currículos e PLADIS; e estabelecer ligações com a Rede
Nacional de Pesquisa (RNP) com a finalidade de facilitar a conexão dos Estb Ens com a
citada Rede e a internet.” (BRASIL. DEP, 2006). (grifo nosso).
Eu creio que para se atingirem os objetivos de integração de currículos e PLADIS
deve-se usar o ambiente virtual do tipo fórum de debates para, reflexivamente, construir o
conhecimento de forma participativa dos vários Estb Ens e das Diretorias que os
enquadram, com prioridade para aqueles que dominam as TIC (EsCom, p.ex.). Quanto já
se fez? Isto pertence ao escopo de um próximo estudo.
Aquelas IMES, comprometidas com a promoção da qualidade em serviços de
tecnologia da informação, em pouco tempo estarão empregando as melhores práticas de
gestão na administração escolar e serão capazes de fornecer serviços diferenciados,
soluções eficientes e inovadoras, podendo, inclusive, antecipar-se às necessidades e as
expectativas de seus alunos.
Sugeriu-se, ainda, difundir ao público interno as informações de gerenciamento das
IMES – os recursos disponíveis e as necessidades – de forma clara, transparente e
objetiva, comparando este desempenho aos padrões de excelência nacionalmente
reconhecidos, mostrando que as decisões são baseadas na experiência acumulada pelos
muitos anos de existência do DEP / DECEx, cujo principal negócio é a cultura e o ensino,
e no emprego eficiente das ferramentas de gestão disponibilizadas pelo EME, por meio do
Sistema de Excelência do EB, permitindo comprovar-se o alinhamento da TI aos objetivos
das Diretorias do Departamento de Ensino e Cultura, segundo as orientações do
Departamento de Ciência e Tecnologia.
3. ESTUDO DE CASO
Estudo de caso: consiste em uma investigação detalhada de uma ou mais
organizações, ou grupos dentro de uma organização, com vistas a prover
uma análise do contexto e dos processos envolvidos no fenômeno em
estudo. O fenômeno não está isolado de seu contexto (como nas pesquisas
de laboratório), já que o interesse do pesquisador é justamente essa
relação entre o fenômeno e seu contexto. A abordagem de estudo de caso
não é um método propriamente dito, mas uma estratégia de pesquisa.
(HARTLEY, 1994).
“O ensino no Exército Brasileiro sempre se destacou pela qualidade, organização e
seriedade com que é tratado pela Força e, sobretudo, pela sua característica de estar em
constante processo de atualização”. (home-page do DEP).
Em 29 de dezembro de 2006 o então Chefe do Departamento de Ensino e
Pesquisa - DEP, tornou pública sua Diretriz na qual afirmava ser a carreira militar [...] um
ofício absorvente e exclusivista, que condiciona e autolimita durante todo o tempo,
exigindo horas de trabalho, de dedicação exclusiva, de patriotismo e de lealdade com os
valores supremos. Aquela Diretriz deveria ser de conhecimento e executada por todos os
integrantes do Departamento, das Diretorias e de seus Estb Ens subordinados ou
vinculados.
Orientava, ainda, que as Diretorias e seus Estb Ens subordinados ou vinculados
estabelecessem estudos e ações no sentido de implantar, no mais curto prazo, a
educação continuada, com ênfase para os concludentes dos cursos da EsAO e das
Escolas de Aperfeiçoamento de Sargentos (EsSA, EsIE, EsMB, EsCom, CIAvEx e
EsSEx).
O amparo legal existia desde 08 de fevereiro de 1999, quando foi aprovada a Lei
de Ensino nº 9.786, regulamentada em 23 de setembro de 1999, pelo Decreto nº 3.182,
dando início à reformulação da legislação do Sistema de Ensino Militar.
Os
estabelecimentos
de
ensino
promoveram
a
reformulação
curricular,
selecionando "o que ensinar", o que permitiu ao DEP aprovar os Planos de Disciplinas
(PLADIS) e de Áreas de Estudo (PLAEST).
O Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO) para as Armas passou a ser
realizado em dois anos, sendo o primeiro a distância e o segundo ano presencial.
Essa atualização foi-se efetivando não apenas nas escolas de formação,
aperfeiçoamento e altos estudos, mas também na Escola Preparatória de Cadetes do
Exército (EsPCEx), nos colégios militares e nos órgãos de formação de oficiais da
reserva.
A Secretaria de Educação a Distância (SEED) do Ministério da Educação (MEC) é
o órgão responsável por formular, propor, planejar, avaliar e supervisionar políticas e
programas de educação a distância, visando à universalização e democratização do
acesso à informação, ao conhecimento e à educação.
A SEED também propõe indicadores de Qualidade de EAD para cursos de
graduação a distância que servem para orientar as instituições e as Comissões de
Especialistas que forem analisar projetos relacionados a esta área.
Para a oferta de cursos de graduação, a Fundação Trompowsky credenciou-se
junto ao Ministério da Educação e solicitou autorização de funcionamento para o curso de
Docência do Ensino Superior – DES, fruto da cooperação entre a Universidade Castelo
Branco e o Centro de Estudos de Pessoal (UCB/CEP).
O processo foi analisado na Secretaria de Educação Superior, por uma Comissão
de Especialistas na área do curso em questão e por especialistas em educação a
distância. O Parecer dessa Comissão foi encaminhado ao Conselho Nacional de
Educação. O trâmite, portanto, foi o mesmo aplicável aos cursos presenciais. A qualidade
do projeto da instituição foi o foco principal da análise.
Para orientar a elaboração de um projeto de curso de graduação a distância, a
Secretaria de Educação a Distância elaborou o documento indicadores de qualidade para
cursos de graduação a distância, disponível no site do Ministério (MEC) para consulta.
O Decreto nº 5.622/05, determina que os cursos de pós-graduação stricto sensu
(mestrado e doutorado) a distância obedeçam às exigências de autorização,
reconhecimento e renovação de reconhecimento estabelecidos no referido Decreto.
Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos a distância deveriam incluir,
necessariamente, provas presenciais (feitas, neste caso, no Colégio Militar de Brasília) e
defesa presencial de monografia ou trabalho de conclusão de curso (TCC), que foi o caso.
A grade curricular informa as disciplinas que compõem o curso. As disciplinas:
Currículo e Formação Docente para o Ensino Superior (60h), e Tecnologia Educacional
(60h) foram as que se destacaram, sob a ótica deste autor, fazendo por merecer esta
pesquisa bibliográfica, na intenção de amparar as premissas do trabalho.
Para atingir os objetivos do Curso, constantes do Plano de Disciplinas – PLADIS,
que buscam capacitar discentes ao perfil profissiográfico proposto pelo curso DES, foram
cumpridas pelo menos 360 horas de carga horária no ritmo individual, característica
marcante desta modalidade de ensino, o EAD.
O material didático é composto de PLADIS e Cadernos de Textos, além dos
variados materiais disponibilizados pelos tutores no Ambiente Virtual de Aprendizagem
(sem quaisquer limites).
O PLADIS é um documento que apresenta o conteúdo programático das disciplinas, os
objetivos que você necessita atingir em cada assunto, a carga horária, a bibliografia e o tipo
de avaliação em cada disciplina. Cada Caderno de Texto está estruturado com a visão geral
da disciplina, textos, sinopses, exercícios, além de sugestões de filmes, leituras e sites na
Internet, de modo a facilitar e diversificar a forma de estudo e o seu planejamento, para que
você obtenha melhor rendimento. (Guia do Aluno, DES/2008).
Para obter o certificado e aprovação em cursos de especialização, a norma legal
determina a realização de um “Trabalho de Conclusão de Curso”. Neste curso o aluno
contou com a competente EB-aula, que é o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do
Portal da Educação do Exército.
Os objetivos da disciplina: “Utilizar instrumentos teórico-práticos para a construção,
gestão, acompanhamento e avaliação do currículo”, foi atingido pelo Conteúdo “6.
Planejamento de currículo e ensino” da Unidade 2 – Modelos de Organização Curricular e
Objetivo específico: - “Formular estratégias curriculares para o ensino superior de
graduação que contemplem a natureza da formação e os eixos estruturadores
estabelecidos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação,
relacionando-os com as exigências e processos das sociedades atuais”. Tudo bem
concatenado e segundo uma carga horária adequadamente distribuída.
A maior dificuldade esteve em não se deixar enganar pelos prazos “alongados” para
entrega dos trabalhos e realizar a leitura diária do excelente material impresso.
Os encontros no “chat” serviam de indicadores pessoais para a convicção de estar
“em dia”, ou atrasado, com o restante da turma. Serviam também para orientar os estudos
para as questões de provas presenciais, sem que os tutores passassem quaisquer “dicas”
do que iria ser pedido em teste. Mas percebia-se que as perguntas esdrúxulas eram
ignoradas, discretamente, como se o retardo da rede permitisse o “arrependimento” da
pergunta, sem ferir suscetibilidades.
“Nos cursos de modalidade a distância, oferecidos pela Coordenadoria de Ensino a
Distância (CEAD) do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), com apoio
da Fundação Trompowsky, há o sistema de tutoria, que contempla o planejamento, a
execução e a implementação de ações, com o objetivo de atender às necessidades dos
alunos. Dessa forma, em todos os cursos, existe o profissional tutor, que é designado para
acompanhar o estudante durante todo o aprendizado.” (página da tutoria no Portal do
Ensino no EB).
Também chamou a atenção deste autor, a educação e fino trato com que os tutores
conduziram as conversas e distribuíram a palavra, impedindo que “as monopolizadoras”
das atenções (sic) bloqueassem atitudes participativas dos mais recatados. Não houve
exposição da intimidade e os alunos comportaram-se adequadamente, mesmo diante das
provocações mais acintosas e ousadas conclamando à participação. Ninguém se
envergonhou ou foi envergonhado por não saber a matéria, mas percebia-se, pela opinião
emitida, que uns e outros (eu inclusive) não havia lido a lição. Motivação para o próximo
encontro. Nunca, a exclusão!
As referências para consulta e pesquisa que propiciaram as pesquisas dos alunos
foram bem escolhidas.
A disciplina TECNOLOGIA EDUCACIONAL mostrou os seguintes Objetivos:
•Desenvolver uma visão crítica sobre Tecnologia Educacional.
•Analisar a relação entre Tecnologia Educacional e concepções de ensino e
aprendizagem.
•Identificar potencialidades e limitações de recursos tecnológicos para uso na prática
pedagógica.
A Unidade 2 – Tecnologia Educacional e o Processo de Ensino-Aprendizagem possui o
Conteúdo:
1. Tecnologia educacional: modismo conservador ou renovação do processo de ensinoaprendizagem?
2. Ambientes construtivistas de aprendizagem apoiados por computador
3. Formação de professores e novas tecnologias
E os Objetivos específicos:
•Relacionar modalidades de uso da tecnologia no processo educacional com
concepções de ensino e aprendizagem.
•Analisar as características de ambientes construtivistas de aprendizagem.
•Apontar mudanças necessárias na formação/atualização de professores devido ao
crescente emprego das novas tecnologias na Educação.
Em 12h Horas de estudo.
A Unidade 3 – Recursos Tecnológicos e sua Aplicação na Prática Pedagógica
possui o Conteúdo:
1. Material impresso para uso em educação
2. Meios audiovisuais na educação
3. Possibilidades de uso do computador na educação
4. Hipermídia na educação
5. O potencial da Internet para a educação
6. Ambientes virtuais de aprendizagem
7. Avaliação de software educacional
E os Objetivos específicos:
•Identificar potencialidades e limitações de recursos tecnológicos para uso na prática
pedagógica.
•Distinguir os diversos materiais, meios e ambientes tecnológicos atuais em uso na
prática pedagógica.
•Identificar a necessidade de avaliar o software educacional e os principais métodos de
avaliação utilizados.
Horas de estudo: 36h (PLADIS, 2007).
É gratificante abrir a tela de notas e verificar que se conseguiu superar a nota de
aprovação: SETE (7,0). Principalmente, quando não se passavam mais que duas
semanas da realização da prova presencial ou da remessa do trabalho pedido.
O pagamento foi agendado no Banco do Brasil pelo internet banking e a
confirmação desse agendamento (o ícone muda de cor) na respectiva tela do curso
DES-2008 proporcionou segurança e tranqüilidade neste aspecto muito delicado: a
inadimplência.
O recurso de mensagens entre os alunos foi pouco utilizado e não houve obstrução
do sistema. A ferramenta pode ser melhorada no sentido de deixar em segundo plano a
relação dos contatos de todos os colegas, para facilitar mensagens circulares.
As orientações do TCC foram prejudicadas pela limitação em 500 Kb no tamanho
dos arquivos para submissão ao orientador da monografia. Foi ampliado para 10 Mb, a
pedido.
Houve, ainda, prejuízo na continuidade dos estudos pelo fato deste autor ser
transferido de sede. Foram 40 dias sem acesso ao HD da máquina, que estava no
depósito de móveis. Há que se pensar em um local (my space-MSN) para hospedagem
dos arquivos produzidos e consultados pelo aluno, durante todo o curso, para não haver
solução de continuidade. O uso de lanhouse minimiza o problema, mas abre risco de
segurança da informação. O pendrive ajuda a rever os trabalhos remetidos e a consultar
a bibliografia. Deve carregar também as configurações da conta no EAD e do AVA, cujas
senhas e “usuário” ficaram esquecidas na memória do navegador de internet (Firefox).
Fator motivador pessoal foi o fato do autor ter sido “patrocinado” por familiar que se
dispôs a pagar a despesa referente ao curso, apesar do valor abaixo do mercado, isso
aumentou consideravelmente o comprometimento com os resultados e reduziu a vontade
de evasão e desistência, nos momentos de estresse. Prestar contas é impositivo para
militares, porque são treinados nas IMES para isso e, este comportamento, é reforçado no
decorrer da carreira.
Deve-se pensar numa forma eficaz de envolver, ainda mais, os comandantes dos
alunos do EAD, de forma a melhor compreenderem suas ausências no expediente dos
três dias de provas presenciais e as eventuais participações em chat (que foram poucos)
durante o horário de trabalho.
Valeu, realmente, a pena e eu recomendo!
4. CONCLUSÕES DO ESTUDO
A integração do Brasil ao concerto das nações depende da correta administração
dos recursos de telecomunicações e de informática disponíveis. A consulta às principais
bibliotecas do mundo é uma facilidade oferecida pela rede mundial aos discentes das
IMES, viabilizada por eficientes redes internas, que devem dar acessibilidade irrestrita e
segura durante as 24h do dia e sete dias por semana.
Projeta-se para os próximos anos uma necessidade ainda maior de banda
passante para os provedores atenderem, com eficiência, às demandas crescentes pelo
uso da rede mundial, e da EBNet, como conseqüência. Contribuem com esse aumento a
migração da telefonia convencional para o sistema Voz sobre IP e os programas sociais
que buscam realizar a inclusão digital, potencializando o uso dos computadores nas
escolas e quartéis.
Os conteúdos disciplinares constituem-se na forma para o desenvolvimento dos
currículos integrados e da abordagem por competências. Verificou-se que a organização
militar é fortemente disciplinar, estruturando os espaços nos Estabelecimentos de Ensino,
os tempos, as práticas e as interferências dos “atores”. É, também, por intermédio das
disciplinas que o conhecimento vem sendo transmitido nas escolas militares.
Não se pode ministrar conteúdos aos alunos sem uma projeção de onde se quer
chegar. O professor trata com vidas, forma o caráter, quebra paradigmas e sofismas,
montando ontologias sobre a disciplina que ministra. Da mesma forma o arquiteto não se
desvia do projeto da obra, sob pena de a construção desabar. Houve, em ambos casos,
um processo mental de preparação do projeto baseado na experiência e nas ferramentas
de tecnologias informacionais que conduziram o planejamento pelo caminho do sucesso
(“happy path”).
Buscou-se correlacionar o valor da informação na produção do conhecimento; a
eficaz gestão deste conhecimento para agregar valor às informações organizacionais; a
maturidade da sistemática e a qualidade dos serviços prestados aos discentes no ensino
a distância; a eficiência dos meios de comunicações e os artifícios técnicos que permitem
as trocas informacionais com segurança; os web-services e as ontologias constituindo-se
no domínio comum, não apenas de técnicos e analistas de sistemas mas, principalmente,
para o os alunos empregarem os softwares de código aberto nas Instituições Militares de
Ensino Superior, de modo que todas estas considerações vieram a impactar os conteúdos
das disciplinas instrumentais (tecnologia da informação e comunicações) componentes
dos currículos dos cursos militares de formação de oficiais das Forças Armadas.
É cada vez mais indispensável refletir-se sobre o “porquê” e o “como” os IMES
fazem a educação. No intuito de embasar a prática pedagógica do EAD, que cada IMES
está implementando, levantou-se como deve proceder o “novo” tutor, com base nos
fundamentos teóricos assimilados no EAD/DES-2008 e muito bem enumerados no livrotexto de Oliveira e Nogueira (2007).
A função básica do tutor é a de orientar as pessoas a fazerem o que as
organizações esperam delas, pela cooptação dos colaboradores desenvolvendo
habilidades e competências, que envolve o convencimento, a motivação e o
acompanhamento que estimule a sua liderança. O desenvolvimento eficaz da organização
depende da sua estratégia, estrutura, cultura, e dos sistemas e processos educacionais,
aí inclusos o EAD e o ensino continuado.
Há necessidade de que os professores não considerem apenas o domínios
específicos de saber dos instrutores, mas invistam na dimensão pedagógica da docência.
A transposição didática, na prática educativa do tutor/gestor das IMES obriga que se
compreenda que a educação superior é diferente da educação básica, tendo estatuto
epistemológico e metodológico específicos.
As mudanças na educação dependem da existência de educadores, gestores e
alunos maduros, completos, seres holísticos, curiosos, entusiasmados, abertos a novas
idéias e confiáveis, que saibam dialogar para motivar; pessoas com quem se tem o
prazer de estabelecer debates, porque deles saem fortalecidos.
É importante que as Seções de educação a distância das IMES deixem o
ostracismo, aproximando-se dos departamentos e dos professores interessados em criar
expectativas de inovação em suas aulas, que busquem no ensino presencial idéias e
conteúdos para o virtual. Todas as IMES precisam investir na aprendizagem significativa,
integrando o presencial e o virtual.
Comprova-se, assim, que falta aos alunos das IMES o conhecimento das
potencialidades da utilização das ferramentas de TIC na educação e o entendimento de
como podem ser interrelacionados os fundamentos tecnológicos aos pedagógicos, em
uma nova prática educativa militar.
A concepção do ambiente Moodle considera que um ambiente de aprendizagem
não deve ser um mero depósito de materiais didáticos, mas destaca as atividades em que
o aluno possa interagir, caracterizando-o como adequado, eficiente e gratuito, qualidades
que o recomendam para a tutoria do EAD nas IMES.
As vantagens econômicas do emprego dos softwares livres indicam reduzir os
riscos sobre a segurança da informação, daí o Exército estar migrando seus sistemas
corporativos e incentivando o emprego do Linux e do Moodle nas IMES. A colaboração
em rede parece ser a tônica da atualidade, onde os Web Services disponibilizarão
conteúdos excelentes aos navegadores em todos os quartéis do país.
Encontrar a informação adequada passou a ser o principal óbice, pois nunca foi tão
difícil e problemático encontrar a informação relevante.
Os profissionais militares devem estar aptos a fazer o gerenciamento,
administração e orientação dos recursos humanos, das instalações, equipamentos e
materiais técnicos, bem como da informação no seu campo de atuação, segundo as
competências gerais do Estatuto dos Militares e dos Regulamentos de cada Força
Armada.
Eles também deverão possuir competências técnico-científicas, ético-políticas,
sócio-educativas contextualizadas que permitam desenvolver e aplicar métodos e
técnicas de ensino em sua área de atuação; conhecer os princípios da metodologia
científica, possibilitando-lhe a leitura crítica de artigos técnicos-científicos e a participação
na produção de conhecimentos; atuar como sujeito no processo de formação de recursos
humanos; usar adequadamente novas tecnologias, tanto de informação como de
comunicação; desenvolver, participar e aplicar pesquisas e/ou outras formas de produção
de conhecimento que objetivem a qualificação da prática profissional.
Verifica-se, portanto, expressiva dependência do domínio das TI, em todas Escolas
que realizam a graduação presencial e, por extensão, aquelas IMES que oferecem o
EAD.
A arregimentação do potencial humano está essencialmente calcada na liderança
exercida pelo comandante e pela liderança dos diversos níveis hierárquicos das IMES no
cumprimento do Plano Geral de Ensino, uma vez que toda mudança de mentalidade
requer grande esforço e perseverança.
A participação eficiente do Exército na educação nacional será reconhecida pela
sociedade quando houver alinhamento da estratégia das IMES com os objetivos
estratégicos da Força.
Como facilitador da aprendizagem o tutor ampara o aluno na construção do próprio
conhecimento. Seu papel de educador identifica-o muito mais como um agente que
produz a própria auto-aprendizagem e um parceiro orientador da caminhada dos alunos,
além da familiaridade com os meios de informática.
Justifica-se, então, a necessidade se estabelecerem-se parâmetros da governança
de TI para embasar os currículos das IMES em indicadores confiáveis de desempenho
que permitam alinhar os CORE dos Planos de Disciplinas ao planejamento estratégico
organizacional das Escolas, segundo as melhores práticas de gestão consagradas,
propiciando o estabelecimento referenciais comparativos nacionais.
A gestão do conhecimento só será eficaz se ocorrer uma ampla mudança nas
normas e valores que orientam a gestão das pessoas na IMES.
A disseminação do conhecimento e sua conseqüente transformação em uma
diversidade de capacitações, produtos ou serviços e melhorias das atividades
organizacionais, impulsionará o desempenho da IMES, reforçará a crença de que
compartilhamento de conhecimento melhora desempenho.
Por outro lado, a DECEx empenha-se em incentivar o ensino continuado por meio
do EAD e busca alinhar os objetivos estratégicos de ensino com as estratégias do
Exército para a área de Comando e Controle, normatizando e provendo meios para sua
execução, de forma integrada à gestão de TIC em implementação pelo DCT e CITEx.
O “estado da arte” em Segurança da Informação se consolidará com a
implementação de indicadores confiáveis no uso das TIC pelo EME, de modo a propiciar
ao DCT cooperar no exercício eficaz da governança de TI, por meio do estabelecimento
de referenciais comparativos para os Órgãos de Direção Setoriais, em particular, para o
DECEx e suas Diretorias / Estb Ens.
Aquelas IMES, comprometidas com a promoção da qualidade em serviços de
tecnologia da informação, em pouco tempo estarão empregando as melhores práticas de
gestão na administração escolar e serão capazes de fornecer serviços diferenciados,
soluções eficientes e inovadoras, podendo, inclusive, antecipar-se às necessidades e as
expectativas de seus alunos.
Com um planejamento alinhado às necessidades do Exército, indiretamente, os
gestores poderão apoiar sua IMES na melhoria da competitividade e na transformação da
área de TI em uma geradora de valor para o ensino. É preciso, acima de tudo, ter em
mente que a excelência dos serviços é o principal fator de diferenciação.
As respostas subjetivas do método aplicado proporcionaram uma radiografia
aproximada dos sistemas EAD no Exército e uma sondagem a respeito da bagagem de
conhecimento de cada indivíduo a respeito do software Moodle, propiciando, ainda, uma
reflexão das facilidades e segurança que o padrão do software livre oferece.
Verificou-se que os docentes das IMES conseguem interagir, eficazmente, com o
computador sem colocar em risco a segurança dos bancos de dados, pela popularização
do uso do hardware e da comprovada inclusão digital levada a efeito pelo aumento
exponencial de usuários com acesso à internet no Brasil. De uma forma geral, os
docentes das IMES estão capacitados a usar o computador de forma segura, devido
principalmente à experiência pessoal adquirida no dia-a-dia de suas atividades de ensino/
pesquisa. Mesmo assim, é recomendável a leitura da Cartilha de Segurança do CERT.br,
localizada no sítio http://cartilha.cert.br/download/cartilha-seguranca-internet.pdf, de forma
a complementar os seus conhecimentos e compreender as melhores práticas de
segurança no nível usuário.
As ameaças que a Internet pode trazer para os recursos de TI de uma instituição
sempre dizem respeito aos seus ativos, ou seja, dados, equipamentos, conhecimentos e
pessoas. Mesmo que a rede da instituição seja administrada por técnicos bem treinados,
o elo mais fraco para segurança continuará nas pessoas, e o único modo de mitigar este
problema é a criação de treinamentos e a conscientização dos recursos humanos. As
vulnerabilidades são as portas de entrada das ameaças. Estas podem ser relativas a
aplicativos mal projetados, mal implementados, mal configurados ou usuários mal
preparados, de modo que a eliminação das vulnerabilidades passa pela capacitação do
pessoal técnico da área de TI e pela aculturação de usuários.
Para que os alunos das IMES possam se tornar professores eficientes do ensino à
distância, estes devem passar por matérias da área pedagógica, de preferência com
disciplina voltada para o EAD durante o seu curso de formação, pois o Estb Ens deve
exigir que o profissional execute atividades para as quais ele foi preparado. A
competência técnica necessária é baseada na aplicação de EAD utilizando o Moodle.
A infraestrutura de internet instalada demonstra estar apta a prover largura de
banda suficiente para conexão dos Estb Ens (tutores e professores) aos usuários do EAD
(alunos), de modo seguro e por meio de redes monitoradas. Porém, é fundamental que os
tutores do EAD recebam treinamento nas ferramentas as quais irão trabalhar.
A Diretriz do Chefe do DEP, hoje DECEx, impulsiona as Diretorias e seus Estb Ens
a implantarem, no mais curto prazo, a educação continuada.
Daí merece a atenção do DECEx as sugestões listadas no Capítulo 5. item 4. com
destaque para a inclusão da matéria: Gestão Estratégica da Informação nos currículos
dos alunos das IMES, com uma carga horária de 24 horas; e a criação da Pirâmide de
Responsabilidade Tutorial para encadear o ensino continuado por meio do EAD com a
carreira militar baseada nas competências.
Há instituições de direção de ensino nacionais (MEC, INEP, CAPES e FNDE) que
são potenciais fontes de competências e recursos para parceria nas áreas de TIC e EAD.
Logo,
as
IMES
devem
estabelecer
seus
planejamentos
estratégicos
organizacionais, de forma a estimular parcerias, integrar currículos e implantar a
educação continuada, criando seus comitês diretivos de TI, para atender ao TCU, e
realizar os planejamentos estratégicos de TI, a fim de proporcionarem a governança de TI
ao Departamento de Ensino e Cultura do Exército.
Fica, portanto, a sugestão para nova pesquisa, no tocante ao impacto promovido
destas tecnologias no modelo de currículos por competências, tendência em voga nas
IMES.
Por fim, a Educação Continuada tem amplas possibilidades de ser plenamente
incorporada aos processos do DECEx, desde que sejam estabelecidas parcerias com
instituições de ensino de referência, que haja formação de massa crítica nas IMES, que
seja adotada sistemática de mapeamento de competências desejáveis para o EAD e que
seja feito monitoramento permanente dos tutores. Assim, o DECEx pode não somente
consolidar sua posição de respeito no Exército, fruto de anos a fio agregando valor ao
conhecimento organizacional dos Estabelecimentos de Ensino, mas também realizar
ações que valorizem as carreiras de seus instruendos, com reflexos muito positivos na
eficiência operacional da Força.
Como se queria demonstrar, os currículos das Instituições Militares de Ensino
Superior não contemplam assuntos de Tecnologia da Informação nos cursos regulares de
graduação, que permitam aos discentes dominar os softwares de tutoria empregados no
processo de ensino a distância, constituindo-se em oportunidade de melhoria a ser
perseguida para implantação do ensino continuado no âmbito das Escolas Militares, e
suas permanências no topo do ranking nacional da educação.
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título: o conteúdo curricular das escolas militares na preparação de