Luta contra a privatização do petróleo continua Entidades se mobilizam pela
anulação do Leilão de Libra e para barrar a venda do gás brasileiro
Nos dias 28 e 29 de novembro, será realizada a 12ª Rodada de Licitação do Petróleo no Rio
de Janeiro. Até o momento, 21 empresas estão habilitadas para participar deste leilão que
pretende ofertar blocos com foco em gás natural, o xisto, além do petróleo. A CSP-Conlutas,
a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e suas entidades filiadas seguem com a
campanha contra os leilões do petróleo e lutarão também contra realização da 12ª Rodada do
Leilão. De acordo com o dirigente da FNP, Clarckson Araújo, a campanha continua aliada à
anulação do leilão de Libra. “Estamos organizando a realização de um dia nacional de luta
contra os leilões”, explica. As iniciativas contrárias à venda dessas reservas já começam a
surgir. Nesta terça-feira (12), entidades da Campanha O Petróleo tem que ser Nosso
realizaram plenária para debater as mobilizações para barrar o leilão de xisto. Uma reunião
entre os sindicatos de petroleiros no Nordeste também está sendo organizada e será realizada
em Salvador, ainda sem data definida, com o intuito de fortalecer a
Campanha. “Chamamos os sindicatos da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e FNP a
participar da reunião amanhã, bem como da que realizaremos em Salvador para reunir os
sindicatos do Nordeste na luta contra esse leilão”, informa Clarckson. Ainda segundo o
dirigente, no dia 21 de novembro o Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos
realizará um seminário que discutirá a Campanha Contra o Leilão do Petróleo. De acordo
com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), serão leiloados 240 blocos terrestres para
extração do gás no Amazonas, Acre, Tocantins, Alagoas, Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás,
Bahia, Maranhão, Paraná, São Paulo. A área totaliza será de 168.348,42 quilômetros
quadrados. O gás de xisto é considerado o gás do século XXI por especialistas. É utilizado nos
Estados Unidos e representa 50% da oferta de energia no país. Alerta Este leilão está
menos divulgado. Há polêmica acerca dos malefícios que esse gás, extraído das rochas, pode
causar ao meio-ambiente. A comunidade científica, ligada à Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência (SBPC) e à Academia Brasileira de Ciências (ABC), em carta enviada à
presidente da Republica Dilma Rousseff, adverte sobre a falta conhecimento para extração do
gás, apesar de seu aparente sucesso nos EUA, e alerta sobre os riscos e danos ambientais que
essa extração pode acarretar. Em países como a França, Bulgária e Alemanha a extração de
xisto está suspensa. Até mesmo em alguns estados dos EUA, há em curso mobilizações
populares para impedir a extração imediata do produto. Em Nova Iorque, estado que fica ao
lado da Pensilvânia, considerado o paraíso do xisto, sua extração foi proibida. Nesta carta,
os cientistas ressaltam que a obtenção de xisto exige grandes volumes de água e, sem a
tecnologia necessária, o líquido pode retornar à superfície poluído por metais presentes na
rocha, assim como pelos próprios aditivos químicos utilizados na extração do gás. De acordo
com os especialistas, a purificação e o descarte dos resíduos exigem caríssimas técnicas e, por
isso, questionam o custo beneficio da extração desse gás. A anulação da 11° Rodada
de Leilão de Libra também é tarefa da Central A CSP-Conlutas também está com a
campanha pela anulação da 11° Rodada do Petróleo, o leilão de Libra. O último leilão
conseguiu ser realizado mediante forte aparado policial. O governo chegou a convocar a
Força Nacional e usou toda sua repressão contra entidades que realizaram protestos. Assim,
foi dado de bandeja ao capital estrangeiro uma reserva que valia 1,5 trilhão de dólares por
apenas 15 bilhões de reais. De acordo com especialistas contrários ao leilão, o país ficou 60%
mais pobre. A FNP também se contrapõe a prática da Petrobras de venda de ativos da
empresa o que ocasiona a demissão de contratados diretos e a contração de terceirizados. A
empresa possui 24 mil trabalhadores diretos e 440 mil terceirizados. De acordo com
Clarkson, as entidades que compõem a Campanha “O Petróleo tem Que Ser Nosso”
continuam com a exigência de que Dilma cancele o leilão. “Agora estamos com a Campanha
pela anulação do leilão de libra. Estamos com liminares na justiça questionando sua
realização”, ressaltou. * Com edição do ANDES-SN
* Foto: site CSP-Conlutas
Fonte: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDESSN
13/11/2013
Disponível em http://www.andes.org.br/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=6441
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