Grécia
Aí, meus deuses!
Imaginação era o que não faltava na Grécia Antiga! Além de filósofos
incríveis e artistas hiper-talentosos, os gregos também tinham uma das
mitologias mais ricas de todos os tempos! Esse negócio de ter um único
deus, como no catolicismo, devia parecer muita falta de criatividade para
os gregos: é que eles eram politeístas, ou seja, acreditavam em um
montão de deuses. A mitologia grega é tão rica que, na hora de rezar, os
gregos deviam dar um nó na cabeça! ;-)
E como eram ativos os tais deuses gregos:
casavam, tinham filhos, descasavam,
brigavam. Para o antigo povo grego, os
deuses não eram perfeitos, não: eles tinham
um monte de sentimentos humanos, como
raiva, inveja e paixão. Mas vamos começar
essa história do começo…
O mundo nasceu do Caos!
Para a mitologia grega, tudo começou com o Caos. O Caos era uma
massa cheia de forças, uma fonte geradora de vida. E, um belo dia,
essa fonte deu origem a dois deuses: Gaia, a Terra; e Urano, o Céu.
Do casamento entre Céu e Terra, nasceram os Titãs, que apesar do
nome, não eram uma banda de rock, mas sim criaturas
superpoderosas. Mas não foram só esses o "filhotes" de Urano e Gaia,
não: eles também deram à luz as Titânias, os Cíclopes e os
Hecatônquios.
Só que Urano, que não era lá um pai muito bonzinho, resolveu prender
os Cíclopes e Hecatônquios no interior da Terra, e não deixar nenhum
deles ver a luz do Sol!
A mamãe Gaia, incoformada com a maldade de Urano, se juntou a um
dos seus filhos-titãs, o Cronos (deus do tempo), para se vingar do pai
malvado. Depois de muita luta, Cronos vence! Mas, quem diria…vira
malvado também! Sabe-se lá por que, ele resolve que vai sair
devorando tudo…até os próprios filhos! Da "comilança", só um filhote
de Cronos escapou: Zeus!
Valha-me, Zeus!
Para fugir do pai guloso, Zeus foi criado em uma ilha grega chamada
de Creta, e alimentado com mel e leite de cabra. Quando ficou grande
e forte, lá se foi o deus acabar com a farra do papai Cronos. De
mansinho, Zeus deu para Cronos um bebida mágica, que fez o deus
do tempo "vomitar" todos os filhos que tinha devorado!
Depois dessa supervalentia, Zeus virou o maioral, o chefão supremo
dos deuses gregos e teve um batalhão de filhotes-deuses: Ares, o
deus da Guerra, Apolo, deus do Sol, Dionísio, deus do vinho e do
teatro, Ártemis, deusa da caça, Atena, deusa da sabedoria… ufa, com
tanto deus assim, os gregos deviam estar muito bem protegidos!
Ah, a mitologia grega também explica a origem da Via Láctea, em
uma imagem muito bonita.
A Grécia é hoje um país formado por ilhas,
praias e cidades antigas.
Mas há 2500 anos, a Grécia não era um
país: as ilhas e as cidades eram
independentes. As pessoas que moravam
lá eram amigas, falavam a mesma língua
(o grego), tinham costumes parecidos
(gostavam das mesmas comidas, de poesia, de esporte) e tinham a
mesma religião. A Grécia era uma civilização, ou seja, um povo que se
entendia e tinha muitas coisas em comum. Cerca de 14 séculos antes
de Cristo, os poetas gregos começaram a narrar o que se tornaria uma
das mais ricas mitologias dessa civilização especial. Nessa época tão
distante, deuses e semideuses, monstros e heróis povoavam a
imaginação das pessoas para explicar coisas incompreensíveis, como
a criação do mundo e os mistérios da vida e da morte. Surgiram assim
os mitos gregos, fonte infinita de inspiração para a arte e a literatura até
hoje. O Partenon, um templo magnífico feito de mármore, foi
construído em homenagem à deusa Atena. E a cultura grega produziu
coisas que até hoje fascinam o mundo... até as Olimpíadas!
DEUSES E HOMENS
Os gregos inventaram os Jogos Olímpicos há mais de 3 mil anos.
Durante esse tempo, muitas histórias foram criadas para explicar como
surgiu um dos eventos esportivos mais importantes do mundo.
Uma delas diz que Hércules, filho de Zeus, o deus supremo, matou um
homem em um dia difícil, por um motivo bobo. Arrependido, ele criou as
Olimpíadas para pedir desculpas ao pai e aos outros deuses.
Na verdade, os gregos inventaram os jogos para exibir suas
habilidades e agradar aos deuses do Olimpo, um monte sagrado que
era a morada das antigas divindades gregas. Criaram então quatro
grandes festas, das quais as Olímpias - que aconteciam na cidade de
Olímpia, onde havia um templo dedicado a Zeus - eram as mais
importantes. O primeiro registro desses jogos é de 776 a.C. (antes de
Cristo).
Os gregos foram
impedidos de continuar a festa
quando os romanos dominaram
a Europa, por volta do século II antes de Cristo.
Os implicantes romanos achavam que as Olimpíadas não
tinham a menor importância e que os gregos deviam
trabalhar para eles... como escravos!
Os jogos entraram em decadência, até que um imperador
mandou derrubar os templos e o estádio de Olímpia.
Você sabe quem resgatou a tradição dos Jogos Olímpicos
para os dias de hoje? Foi um barão que era louco por
esporte...
O BARÃO QUE AMAVA O ESPORTE
Resgatar os jogos para os dias de hoje foi idéia do parisiense Pierre de
Fredy, conhecido como Barão de Coubertin (1863-1937).
Provável autor da frase "o importante não é vencer, é competir", ele
queria trazer de volta a tradição olímpica para incentivar o esporte e,
quem sabe, ajudar na união dos povos.
Em 1894, o Barão de Coubertin criou, junto com representantes de 15
países, o Comitê Olímpico Internacional, o COI. Foi uma correria, mas
em 1896 tudo estava pronto para a realização dos primeiros Jogos
Olímpicos da era moderna.
Os jogos foram abertos no estádio de Atenas pelo rei George I, da
Inglaterra, com a participação de 285 atletas. A partir de então, as
Olimpíadas são realizadas sempre de quatro em quatro anos. Esse
também era o intervalo entre uma Olimpíada e outra na Grécia antiga.
O barão e seus colegas do COI criaram várias regras
e símbolos, que são usados até hoje. A bandeira
olímpica, com cinco anéis representando os
continentes, entrelaçados sobre um fundo branco, é o
símbolo da integração dos povos. Ela traz o lema
olímpico "Citius, Altius, Fortius" (Mais Rápido, Mais
Alto, Mais Forte). Para reviver o espírito dos jogos
gregos, criou-se a tradição da tocha olímpica, que é
acesa todos os anos no lugar onde existiu a cidade de
Olímpia, descoberto pelo arqueólogo Ernst Curtius. A
tocha sempre é levada de Atenas, capital da Grécia,
até a sede dos jogos, se possível por terra, por meio
de um revezamento de atletas. Um atleta do país
organizador é então encarregado de acender a pira
olímpica com a tocha, que permanecerá acesa
enquanto durar a competição.
Foi também Coubertin que teve a idéia de criar a
cerimônia de premiação depois de cada prova,
quando os melhores atletas recebem medalhas
de ouro, prata e bronze.
O COI decidiu ainda que apenas quatro
modalidades de esportes poderiam registrar
recordes olímpicos: tiro, atletismo, natação e
halterofilismo (levantamento de peso).
Muitos deuses eram cultuados na Grécia, há muito tempo, cerca de
cinco séculos a.C.. Eram deuses parecidos com os homens e eram
ligados com os elementos da Natureza e da vida. E um deus muito
especial era Dioniso, ou Baco. Dioniso era o deus do vinho, do
entusiasmo, da fertilidade e do teatro. Em sua homenagem, eram feitas
grandes festas, em que as pessoas cantavam e narravam em coros
uma poesia chamada ditirambo. Tinha até concurso!
Destes nasceu outra festa para homenagear Dioniso, as Dionísias
Urbanas. Foi lá que surgiu o 1º teatro como conhecemos hoje: um dos
atores do coro se desligou e disse ser um deus, ou um herói, e não ele
mesmo, e assim começou a dialogar com o coro. Foi assim que
surgiram os primeiros atores, e este foi o primeiro passo para as peças
de teatro escritas. Então surgiram as famosas tragédias e comédias
gregas!
As peças de teatro contavam histórias dos mitos, onde os deuses
eram muito importantes. Elas passaram a ser representadas em
espaços especiais, que são parecidos com os teatros de hoje. Eram
construções em forma de meia-lua, cavadas no chão, com bancos
parecidos com arquibancadas, chamados teatros de arena.
Um dos mais famosos está em pé até hoje, em Atenas e se chama
Epidaurus. Uma coisa curiosa nas encenações é que só os homens
podiam atuar, já que as mulheres não eram consideradas cidadãs. Por
isso, as peças gregas eram encenadas com grandes máscaras!
Existiam dois tipos de peças: as tragédias e as comédias. As
tragédias eram histórias dramáticas, e mostravam homens que, por
não aceitarem a vontade Divina, acabavam em maus bocados. Os
autores de tragédia grega mais famosos foram Ésquilo, Sófocles e
Eurípides. As comédias eram histórias engraçadas chamadas sátiras,
que são gozações da vida. Um grande autor de comédia grega foi
Aristófanes. Todos esses autores influenciaram muito o teatro que veio
depois, e suas peças são encenadas até hoje.
DEMOCRACIA É PRESENTE DOS
GREGOS
Era uma vez, na antiga Grécia,
no século 7 a.C., um povo muito
organizado que já dava um belo exemplo de como praticar a política e a
cidadania. Os gregos que moravam em Atenas e em algumas outras
cidades da Grécia se reuniam para tomar decisões que afetavam toda
a comunidade. Os cidadãos aprovavam as leis e decidiam todos os
assuntos importantes do governo. Essa maneira de governar foi
chamada por eles de democracia. Tudo bem que eles não eram tão
democráticos assim, pois os escravos, que eram bastante numerosos,
e as mulheres não participavam dessas assembléias (reuniões). Mas
até no Brasil acontecia isso: as mulheres também não podiam votar
antigamente. Absurdo? Pois é a pura verdade. Foi um direito que elas
adquiriram em uma das Constituições. A palavra democracia vem do
grego demos, que significa povo, e kratia, que quer dizer governo ou
poder. Assim, democracia é o governo do povo.
Um antigo presidente dos Estados Unidos (Abraham Lincoln) foi mais
além na definição e disse uma vez que a democracia é o governo do
povo, para o povo e pelo povo. Esse modelo de governo deu origem à
democracia atual, adotada por muitos países, incluindo o Brasil.
COM DEMOCRACIA, A VIDA PODE SER BELA
A democracia nem sempre é praticada como deveria .
.
Ser. Quase todos os governos se dizem democráticos,
.
.
mas poucos conseguem cumprir esse
papel de verdade.
Para que exista a democracia é preciso a participação de todos:
governo e comunidade. E o que é uma democracia no verdadeiro
sentido da palavra? Aquela que reconhece a igualdade e a
dignidade de todas as pessoas, independentemente de etnia
(origem racial), religião, sexo ou posição social.
A democracia tem o dever de garantir que todos sejam iguais
perante a lei e que exista a liberdade de opinião, de imprensa, de
reunião e de crença religiosa. A nação que consegue dar conta do
recado em todos esses sentidos, faz com que as
pessoas que nela vivem tenham uma
vida decente. Mas a democracia não
é só isso. Tem muito mais...
Você já ouviu a voz da maioria?
LIBERDADE, O PRIMEIRO PASSO
É preciso botar a boca no mundo para ter
uma participação ativa na democracia. Estar
bem informado é importantíssimo nas
discussões e para entender os assuntos e
problemas que envolvem nossa comunidade.
Para estimular a troca de idéias, a democracia
deve garantir:
· Liberdade de opinião: direito de cada um de dizer seus pensamentos, suas idéias e
convicções.
· Liberdade de imprensa: liberdade dos meios de comunicação de publicar ou noticiar
alguma coisa sem necessidade de autorização nem de passar pela censura antes de
chegar ao público.
· Liberdade de reunião: direito que todas as pessoas têm de discutir e refletir sobre
qualquer assunto, em público, sem necessidade de pedidos de autorização.
· Liberdade de religião: direito do cidadão de praticar livremente a religião em que
acredita.
É só com esses direitos assegurados que os cidadãos podem mostrar
sua independência e vontade própria, pela liberdade de escolha. E a
mais importante escolha que os cidadãos podem fazer é a de seus
representantes no governo, por meio do voto - que é a maior expressão
de cidadania. Mas ainda faltam algumas coisinhas até chegar às
eleições...
Uma pessoa só vai ter condições de exercer a cidadania se
suas necessidades básicas não estiverem gritando mais alto.
Por exemplo, você consegue fazer uma redação se estiver
morrendo de fome?
É o que acontece com a população. Ninguém vai poder
exercer a cidadania, votando conscientemente, se não tiver
suas necessidades mínimas atendidas.
E quais são essas necessidades? Alimentação, saúde,
trabalho, cultura, lazer, emprego, meio ambiente saudável tudo isso são direitos do cidadão que estão na Constituição. A
igualdade também tem de existir, não apenas nos assuntos da
lei, mas de oportunidades. Uma pessoa deve ter condições de
melhorar seu salário, sua profissão e posição social.
A educação é importantíssima, pois a democracia precisa de
cidadãos bem informados, que saibam pensar sozinhos. Se
não for assim, ninguém vai votar de maneira inteligente. Se a
democracia não puder oferecer todas essas condições, então
ela não existe. É claro que não podemos ficar de braços
cruzados esperando as coisas acontecerem.
Temos o dever de assumir nossa responsabilidade como
cidadãos e exigir que os governantes façam sua parte.
Fim, por enquanto...
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