CISTO SINUSAL EM EQUINO: TRATAMENTO POR SINOSCOPIA
Luis Cláudio L. Correia da Silva, Tiago Marcelo Oliveira, Thomas W. Wolff, Ana
Carolina B. C. Fonseca Pinto, Raquel Y. Arantes Baccarin, Gustavo M. Zanotto.
Introdução. Cisto sinusal é uma afecção de etiologia indefinida, podendo ser
congênita ou decorrente de problemas dentários. Geralmente é unilateral, tem início
em seio maxilar, e afeta eqüinos com menos de 1 ano ou com mais de 9 anos de
idade. Os principais sinais que acompanham essa afecção são deformações faciais,
obstruções de vias aéreas superiores e descarga nasal unilateral. O tratamento
consiste na remoção cirúrgica do cisto, que pode ser através de um flap ósseo ou
guiado por sinoscopia. O prognóstico pós-cirúrgico é bom e o índice de recidiva é
baixo. Relato de caso: Um mini-horse, macho, 2 anos e 8 meses, chegou ao HOVET –
USP com o relato do proprietário de dispnéia há 45 dias. O animal apresentava
taquicardia, taquipnéia, estertor na traquéia e linfonodo retrofaríngeo aumentado de
volume. Não apresentava tosse e secreção nasal. Na endoscopia foi observada uma
distensão das conchas nasais dorsais e ventrais, enquanto que na radiografia e na
tomografia foi evidenciada a presença de massa em região de seio frontal e seio
maxilar bilateral. A sinoscopia foi realizada para exploração do seio frontal,
possibilitando a drenagem de 70 ml de secreção purulenta de cada seio frontal. A
abertura e retirada parcial da cápsula que recobria esse conteúdo permitiram a
lavagem dos seios frontal e maxilar e a drenagem pela narina. No pós-operatório foi
realizada antibioticoterapia após cultura e antibiograma a base de sulfadiazina e
trimetoprim, cetoprofeno, lavagem através dos seios frontais utilizando-se de Sonda
de Peezer, com solução fisiológica e mucolítico e limpeza da ferida cirúrgica duas
vezes ao dia até a cicatrização. Discussão e Conclusões: A técnica amplamente
utilizada para correção cirúrgica de cistos sinusais é através de um flap ósseo. Neste
relato mostramos que a sinoscopia é uma técnica segura, pouco invasiva e eficaz
para o tratamento desta enfermidade. O diagnóstico das enfermidades em seios
paranasais deve ser preciso para que o melhor tratamento seja indicado. A sinoscopia
cirúrgica possibilita um pós-operatório com menor probabilidade de complicações e
uma recuperação mais rápida do animal.
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade de São Paulo.
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