Corneal Indentation in the Early Management of Acute Angle Closure
Autores: Katherine Masselos, MBBS, MPH, Allan Bank, FRANZCO, Ian C. Francis, FASOPRS, PhD, Fiona
Stapleton, PhD.
Artigo comentado pelo Dr. Edevardson Vidal Júnior*
O artigo em questão tem como propósito descrever o uso de indentação corneana (CI) no tratamento
de pacientes com fechamento agudo de ângulo (AAC). É um estudo retrospectivo, consecutivo e não
comparativo de casos de 7 pacientes nos quais foram feitas abordagens em 8 olhos através da CI,
como uma das abordagens iniciais do AAC.
A CI pode ser realizada por alguns instrumentos. Entre os quais, temos: lentes de gonioscopia
(Susmam) e lente de 4 espelhos (Zeiss) onde se realiza um CI central de modo a ampliar o ângulo
periférico. Como alternativa, pode-se usar um cotonete ou um bastão de vidro e até mesmo um
afastador de músculo reto oftalmológico (fig. 1). Deve-se pressionar o suficiente para forçar o aquoso
perifericamente no ângulo, empurrando a íris posteriormente. Caso se use uma lente de gonioscopia,
deve-se pressionar até que se torne visível o trabeculado ou, se houver edema corneano, até que a íris
tome a forma da superfície anterior do cristalino, assemelhando-se a um vulcão, conhecido como
“Vesuvius sign”. Caso seja usado um cotonete, um bastão de vidro ou um afastador de músculo, devese pressionar na região inferior da córnea (fig. 2), prevenindo lesões no epitélio superior para posterior
aplicação de laser (iridotomia), até que a borda pupilar venha a se mover.
A pressão é realizada por 30 segundos, com intervalo de outros 30 segundos, quando então,
realizando de 3 a 4 repetições, espera-se que já exista alguma resposta hipotensora.
Os resultados mostram que a pressão intraocular (PIO) foi reduzida de maneira estatisticamente
significativa, quando 5 dos 8 olhos obtiveram redução da PIO de 20 mmHg ou mais após a CI. Três de 4
pacientes com forte dor relataram alívio após a CI, levando a uma média de redução da PIO de 20,9
mmHg (variando de +1 a -45). Todos os pacientes foram tratados subsequentemente com iridotomia a
laser ou facoemulsificação. Observou-se que 3 pacientes tratados somente com CI (sem outros
medicamentos) obtiveram uma redução média de 21 mmHg (variando de 20 a 23) após a CI.
De acordo com o artigo, o autor conclui que a CI é um método rápido, prático e eficiente para reduzir a
PIO num estado de AAC, além de ser feito com instrumentos de fácil acesso, proporcionar um rápido
alívio da dor e poder tornar a córnea transparente, de modo a permitir a iridotomia a laser
posteriormente.
O autor também coloca em discussão a presença de sinéquia anterior periférica em um dos casos, o
que pode ter levado ao insucesso da CI e sugerindo que seria, também, o motivo da falha do
tratamento com iridotomia a laser.
Fig. 1 - Afastador de músculo, cotonete, bastão de vidro e lente de gonioscpoia.
Fig. 2 - Local de identação com bastão de vidro.
Fonte : Ophthalmology – volume 116 – numero 1 / 2009 - ISSN 0161-6420 – página 25
* Dr. Edevardson Vidal Júnior
Médico Assistente da Clínica de Olhos da Santa Casa de Belo Horizonte
Coordenador do serviço de Oftalmologia do CISMEP (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio
Paraopeba - Betim -MG )
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