MPF arquiva processo sobre livro do MEC que defendia "norma popular" da língua portuguesa ‐ Agência Brasil Amanda Cieglinski Repórter da Agência Brasil Brasília ‐ O Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito civil instaurado contra o Ministério da Educação (MEC) para apurar irregularidades na distribuição para turmas de jovens e adultos do livro didático Por uma vida melhor. O livro causou polêmica porque tem frases com erro de concordância em uma lição que apresenta a diferença da norma culta e a falada. No texto, a autora da obra defende que os alunos podem falar de “jeito errado”, mas devem atentar para o uso da norma culta, cujas regras precisam ser dominadas. De acordo com o procurador da República no Distrito Federal Peterson de Paula Pereira, “não há elementos plausíveis indicativos de que o livro Por uma vida melhor esteja a propagar o ensino errado da língua portuguesa”. Cerca de 484 mil exemplares da obra foram distribuídos. Desde o início da polêmica, o MEC se negou a recolher o material sob o argumento de que eles não estavam incorretos, mas apresentam o debate sobre as variações linguísticas. A Academia Brasileira de Letras (ABL) condenou a posição da autora e criticou o MEC por defender o livro. Por causa da polêmica, o ministro Fernando Haddad foi convocado ao Senado para explicar a questão e foi criticado pela oposição. No pedido de arquivamento do caso, ele defende que a discussão sobre o livro na mídia transmitiu “a ideia de que o livro pudesse ensinar a língua portuguesa de modo errado aos estudantes, quando, na verdade, o Ministério da Educação propôs à sociedade a introdução e reflexão acerca da linguística”. O procurador argumentou que “o estudo do comportamento da língua, pelo contrário, reafirma o papel social do Estado em fomentar o respeito à dignidade da pessoa humana e afastar preconceitos, entre os quais o linguístico, que, como comprovado pelas recentes publicações jornalísticas, infelizmente ainda existe no nosso meio”. Edição: João Carlos Rodrigues Matrículas aumentam 158 vezes em uma década ‐ Valor Econômico Adriana Aguilar | Para o Valor de São Paulo O número de alunos matriculados na modalidade ensino a distância (EAD) nos cursos de graduação, credenciados no MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC), foi multiplicado em 158 vezes em uma década. Passou de 5.287 matrículas, no ano 2000, para 838.125 estudantes em 2009, último número divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), autarquia vinculada ao MEC. O curso é considerado a distância quando mais de 20% da carga horária ocorre sem a presença do professor no mesmo espaço físico do aluno. Até 2009, havia 211 instituições credenciadas para oferta de EAD. Cerca de 70 instituições, entre públicas e privadas, ministravam graduação a distância. Outras 29 instituições ofereciam graduação tecnológica a distância, e 68 instituições apresentavam pós‐graduação ou especialização online, segundo o último CensoEAD.BR, de 2008, divulgado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED). Em 2009, quando o Grupo Ibmec iniciou o ensino a distância, havia 63 alunos. Hoje, são 3.200 estudantes. "Nossa expectativa para 2012 é o aumento de 40% no número de alunos", afirma a gestora de ensino a distância do Grupo Ibmec, Patrícia Alberton. Atualmente, os cursos a distância mais procurados no Grupo Ibmec são: o MBA de gestão em negócios e, depois, gestão em finanças. "Trabalhamos para a abertura da primeira graduação a distância em 2012. Será uma graduação tecnológica voltada para gestão de negócios, com duração em torno de 30 meses", diz Patrícia Alberton. A principal característica dos alunos dos cursos a distância é a maturidade. São profissionais na faixa dos 30 anos, classes A e B, já no mercado de trabalho, buscando aperfeiçoamento. Desde 2007, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com unidades no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, oferece cursos de curta e longa duração a distância. Naquele ano, a FGV somava 17 mil alunos a distância. Em junho de 2011, o número aumentou para 70 mil alunos ativos. A instituição também apresenta 12 MBAs a distância, nas áreas de administração, finanças e gerenciamento de projetos, diz o diretor da FGV Online, Stavros Xanthopoylos. "Estamos aguardando a aprovação do MEC para seis cursos de graduação a distância, com início previsto em 2012", afirma. A FGV oferece, desde 2008, o Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais. Quando finalizados os seis blocos semestrais (1.800 horas totais da graduação), o aluno recebe o diploma de Tecnólogo em Processos Gerenciais. Em 2010, o curso foi eleito pela Associação Brasileira dos Estudantes de EAD (ABE‐EAD), pelo segundo ano consecutivo, como a melhor graduação a distância do país. Também é a única graduação a distância a ter a certificação internacional EFMD/CEL (European Foundation for Management Development), voltada a programas baseados no uso intensivo de tecnologias educacionais. O Insper utiliza o ensino a distância como um módulo do MBA. Por enquanto, não há um curso completo a distância. Do total de 610 horas do MBA, 96 horas do módulo correspondem à educação online. Segundo a gerente de Tecnologias de Aprendizagem Interativa do Insper, Márcia Deotto, 800 alunos passaram pelo módulo a distância ‐ chamado Fundamentos de Negócios Online ‐ em 2010. O módulo envolve matemática aplicada, métodos de estatística, contabilidade financeira e matemática financeira. Do total dos 800 alunos, a taxa de reprovação foi de 6%. "O percentual baixo é resultado do nosso acompanhamento constante ao aluno. Usamos muitos recursos de interação, com conteúdo apresentado de forma gradativa por meio de situações práticas, exercícios e avaliação semanal do estudante à distância", afirma Márcia Deotto. Na Faculdade Anhembi Morumbi, que adquiriu a Business School São Paulo em 2011, 85% do dos cursos a distância estão na área de negócios. Em 2010, a instituição tinha 1,5 mil alunos de pós‐ graduação a distância, diz a diretora de educação a distância, Cristiane Alperstedt. Apesar de as matrículas no EAD aumentarem 158 vezes em uma década, a demanda pela graduação e pós‐graduação online não provocou mudança nos valores cobrados. No Grupo Ibmec, enquanto um MBA presencial custa em torno de R$ 27 mil, o mesmo MBA a distância ficará, em média, R$ 16 mil. Na Fundação Getúlio Vargas, os cursos a distância também apresentam custos menores, 20% a 40 % mais baratos do que os presenciais. A Faculdade Anhembi Morumbi tem pós‐graduação online, em média, 50% mais barata do que o presencial. Rede estadual vai integrar ensino médio a técnico ‐ Folha de S.Paulo Em alguns casos, modalidade profissionalizante poderá feita separadamente Meta do governo é que, até 2014, 30% dos 1,3 milhão de alunos do ensino médio paulista tenham ensino técnico FÁBIO TAKAHASHI Na tentativa de melhorar tanto a mão de obra no Estado quanto o ensino médio, o governo de SP decidiu integrar aulas regulares de suas escolas a cursos técnicos. A rede oferecerá duas opções: currículo médio básico totalmente integrado a cursos públicos profissionalizantes; ou cursos técnicos fora do horário de aula, em instituições credenciadas. Em ambos casos os jovens que optarem pelo modelo receberão diploma de ensino médio e técnico, em áreas como eletrônica, telecomunicações ou gestão, entre outros. A Folha teve acesso ao teor do programa, que será apresentado nos próximos dias e começará em outubro. Serão 30 mil vagas na opção de cursos fora do horário de aula. O início da modalidade integrada deve ser em 2012. A meta do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é que, até 2014, tenham ensino técnico 30% dos 1,3 milhão de alunos do seu ensino médio. Responsável por mais de 85% das matrículas do Estado, a rede enfrenta dificuldades nessa etapa. No último Saresp (exame estadual), a nota dos alunos caiu. Além disso, só 62% dos jovens que ingressam no ensino médio se formam. "O estudante tem baixa autoestima e muitas vezes nem presta vestibular. Se ele não vir possibilidade de inserção no mercado de trabalho, vai desistir da escola", disse o secretário de Educação, Herman Voorwald. Para fazer o curso técnico, o jovem precisará estar matriculado na escola estadual. A secretaria aposta ainda na possibilidade de as aulas na rede melhorarem. "Os alunos passarão a trazer questões do mundo profissional para a escola", afirma a assessora técnica da pasta Lúcia Lodi, uma das responsáveis pelo programa. "O ensino médio integrado ao profissionalizante é uma boa iniciativa, mas as aulas precisam ser na mesma escola", afirma Celso Ferreti, pesquisador do Centro de Estudos Educação e Sociedade. "Dificilmente funcionará um currículo em instituições diferentes, com histórias e procedimentos diferentes." O especialista defende que as aulas sejam concentradas em um período do dia. "Duvido que eles optem por estudar em dois períodos." A união de ensino regular e técnico também é incentivada pelo governo federal, nas gestões Lula e Dilma. 
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