GRAVIDEZ E MORTALIDADE
MATERNA DE ADOLESCENTES
Salvador, 26 de Julho de 2013
DADOS GERAIS
DADOS DE
DISTRIB.
DEMOGRÁFICA
Geração de adolescentes e jovens ( 10 a 24 anos)
é a mais numerosa da sua história, representando,
um total de 54.286.535 pessoas,
30,3% da população brasileira (IBGE).
Entre os 191 países membros da ONU o Brasil é o 5º
com maior percentagem de jovens na sua população.
Em 2000, o Brasil era responsável por 50% dos jovens
da América Latina e 80% dos jovens do Cone Sul.
PERCENTUAL DE NASCIDOS VIVOS DE MÃES
ADOLESCENTES (10 A 19 ANOS).
BAHIA, 2002 – 2007*
Percentual de Gravidez de adolescentes de 10 a
14 anos
Município
Macrorregião
Percentual de Gravidez
em 2012*
Pau Brasil
Sul
5,51%
Jussari
Sul
4,81%
Aurelino Leal
Sul
4,13%
Cravolândia
Sul
3,92%
Itajuípe
Sul
3,52%
No Brasil, a média foi de 0,9% e na Bahia 1,24%, segundo dados preliminares
de 2012
Geolivre Bahia/DAB/COAM/CAMAB
Percentual de Gravidez de adolescentes de 10 a
19 anos
Município
Macrorregião
Percentual de Gravidez
em 2012*
Aurelino Leal
Sul
40,50%
Arataca
Sul
39,04%
Itaju do Colônia
Sul
36,92%
Itamari
Sul
36,92%
Ibirapitanga
Sul
35,71%
Na Bahia, a média foi de 21,37, segundo dados preliminares de 2012
Geolivre Bahia/DAB/COAM/CAMAB
FONTE: SESAB/SUVISA/DIS - SIM E SINASC
* Dados Preliminares
O que esses dados nos mostram?
A elevada taxa de fecundidade entre adolescentes e
jovens, assim como o número de óbitos maternos nessa
faixa etária, é um forte indicador de que as políticas de
contracepção, planejamento familiar e atenção pré-natal
não têm se adequado ou atendido às necessidades
específicas desse segmento.
Necessidade de formulação de ações estratégicas que
garantam a autonomia reprodutiva de adolescentes e
jovens em condições desejadas e seguras.
Questões para refletir
A gravidez não planejada, quando indesejada, pode
tornar-se um grave problema para a saúde sexual e
saúde reprodutiva de adolescentes e jovens brasileiros,
como atesta o índice de óbitos maternos juvenis.
Esse problema de saúde é preponderante entre
mulheres jovens e, particularmente, entre negras e
pobres mais expostas aos riscos de aborto em
condições inseguras.
PRINCIPAIS CAUSAS DE INTERNAÇÕES DE MULHERES EM IDADE FÉRTIL NA
REDE SUS, SEGUNDO FAIXA ETÁRIA. BAHIA, 2010 *
FAIXA ETÁRIA/CAUSA
INTERNAÇÕES
Bahia
Nº
%
10 - 14
Parto único espontâneo
Asma
Diarréia e gastrenterite
Pneumonias
Outras Infecções intestinais bacterianas
14.344
1.837
937
821
1.333
690
4,2
12,8
6,5
5,7
9,3
4,8
15 - 19
Parto único espontâneo
Parto único p/cesariana
Aborto espontâneo
56.626
28.428
3.170
2.270
16,5
50,2
5,6
4,0
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS (%) DOS NASCIDOS VIVOS DE MÃES
RESIDENTES NA BAHIA, 2010*
CARACTERÍSTICA
FAIXA ETÁRIA MATERNA
10 - 14
15 - 19
20 - 49
< 37 semanas
10,3
6,4
5,7
37 semanas ou mais
88,4
92,6
93,4
Nenhuma
3,4
3,3
2,9
1a3
17,6
14,4
9,0
4a6
52,6
49,9
42,2
7 ou mais
24,7
30,8
44,4
< 1.000 g
1,6
0,8
0,6
1.000 g - 1499 g
1,4
0,7
0,6
1.500 g - 2499 g
11,0
7,9
6,6
> 2.500 g
85,9
90,4
91,9
DURAÇÃO DA GESTAÇÃO
Nº DE CONSULTAS PRÉ-NATAIS
PESO AO NASCER
FONTE: SESAB/SUVISA/DIS – SINASC
*Dados preliminares
Direitos sexuais e reprodutivos de adolescentes
e jovens
Para o atendimento às necessidades dessa população, é
preciso que os serviços de saúde sejam organizados
numa perspectiva de acolhimento das demandas
específicas desta população, com acesso livre aos
serviços e insumos de saúde.
Embora existam diversas razões que levam uma
adolescente a engravidar, em muitos casos, ela está
relacionada com situações de vulnerabilidade social e
com a falta de informações adequadas e o acesso aos
serviços de saúde. Isto mostra a importância das políticas
de contracepção para ambos os sexos, uma vez que se
trata de assegurar que a escolha possa acontecer no
momento desejado e planejado pelos adolescentes.
Os serviços de atenção à saúde sexual e reprodutiva estão,
historicamente, voltados para o atendimento de mulheres,
entendidas como sujeitos exclusivos das ações.
Adolescentes e jovens do sexo feminino são atendidas nos
serviços de planejamento familiar, pré-natal, parto e
puerpério existentes, sem que haja, comumente, um
processo diferenciado de acolhimento, apoio psicossocial e
educação em saúde, centrado em suas características e
necessidades.
Existe uma carência de práticas, condutas e ações voltadas
para a inclusão de adolescentes e jovens no atendimento
relacionado à gravidez, anticoncepção e aos demais
campos da saúde sexual e saúde reprodutiva,
especialmente na atenção básica.
Estatuto da criança e do Adolescente
• Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990) – Os
direitos sexuais e os direitos reprodutivos de adolescentes
não estão garantidos de uma forma explícita no ECA. Porém,
podem ser assegurados na perspectiva da assistência à
saúde.
ADOLESCENTES
Sujeito de Direitos
J
O
V
E
N
S
Garantia
da
integridade
e
integralidade
na
atenção à saúde
Prestação de qualquer atendimento necessário em
saúde, mesmo na ausência de familiar ou responsável.
Nossa realidade
Os serviços de atenção à saúde sexual e reprodutiva estão,
historicamente, voltados para o atendimento de mulheres,
entendidas como sujeitos exclusivos das ações.
Adolescentes e jovens do sexo feminino são atendidas nos
serviços de planejamento familiar, pré-natal, parto e
puerpério existentes, sem que haja, comumente, um
processo diferenciado de acolhimento, apoio psicossocial e
educação em saúde, centrado em suas características e
necessidades.
Existe uma carência de práticas, condutas e ações voltadas
para a inclusão de adolescentes e jovens no atendimento
relacionado à gravidez, anticoncepção e aos demais
campos da saúde sexual e saúde reprodutiva,
especialmente na atenção básica.
Como podemos assegurar os direitos
sexuais e reprodutivos de adolescentes?
Os adolescentes precisam ter condições de exercer
seus direitos à saúde reprodutiva e sexual de forma
saudável, consciente e segura. Para isso devemos
diminuir a distância existente entre a orientação, a
assistência e o acesso aos métodos contraceptivos. É
fundamental integrar os setores da sociedade
envolvidos, e este é um trabalho de todos nós.
Como e quando abordar questões
ligadas à sexualidade
• O interesse é trazido pelo próprio adolescente e é
fundamental que o profissional esteja disponível para
propiciar uma escuta e um espaço para o diálogo. As
dúvidas devem ser discutidas a partir das demandas
trazidas e acompanhadas com temas adicionais
julgados necessários pela equipe na consulta individual
ou no trabalho de grupo.
• A utilização de materiais educativos e técnicas lúdicas
facilita a criação de um espaço de troca, no qual o
adolescente se sinta mais à vontade para trazer seus
questionamentos.
O que precisamos fazer?
• Ouvir/acolher o adolescente em suas dúvidas e
questionamentos com ausência de julgamentos;
• Informar sobre mudanças puberais;
• Acompanhar o desenvolvimento puberal e sexual;
• Dialogar sobre a prevenção de DST/AIDS e
contracepção;
• Não prescrever normas de comportamento;
• Respeitar as escolhas;
• Ter consciência dos sentimentos envolvidos.
Princípios éticos
Os princípios que orientam o atendimento à saúde de
adolescentes têm como principal objetivo a sua proteção
e a garantia de direitos.
Os princípios éticos no atendimento de adolescentes nos
serviços de saúde se referem especialmente a:
privacidade, confidencialidade e o sigilo regulamentado pelo artigo 74 do Código de Ética Médica,
que descreve que é vedado ao médico:
“Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor
de idade, inclusive a seus pais ou representantes legais,
desde que o menor tenha capacidade de discernimento,
salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao
paciente”;
Como trabalhar a saúde sexual e
reprodutiva com adolescentes?
• Inserindo a família no processo de discussão;
• Fazendo parcerias entre a saúde, a educação, a
sociedade civil, os conselhos de direitos, etc;
• Abordando questões referentes a autoestima, afeto,
projeto de vida, escola, família, mudanças corporais,
gravidez, DST e tudo o que for de interesse do
adolescente;
• Livre de preconceitos e de questões de ordem moral e
religiosa
Como trabalhar a saúde sexual e
reprodutiva com adolescentes?
É aconselhável que a consulta seja realizada em dois
momentos, um junto com o responsável e outro a sós com
o profissional da saúde. Desta forma, o/a adolescente terá
liberdade para explicitar as queixas e inquietações que o/a
levaram ao serviço de saúde e também poderá ser
ouvido/a em questões mais íntimas frequentes na
adolescência, principalmente aquelas relacionadas com a
sexualidade que geralmente os/as adolescentes têm
dificuldade de compartilhar com os pais.
“Encarar
a
sexualidade
e
reprodução de maneira positiva e
como
dimensão
de
saúde
potencializa a autoestima e
fortalece adolescentes e jovens
enquanto sujeitos sociais” (Marco
Teórico e Referencial, MS, 2006,
p. 16).
Referências Bibliográficas
BRASIL.Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. Marco Legal:
saúde, um direito de adolescentes. Brasília: Ministério da
Saúde, 2005.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de ações Programáticas Estratégicas. Direitos
sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais.
Brasília:2006.
______.Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de ações Programáticas Estratégicas. Marco
Teórico e Referencial: saúde sexual e saúde reprodutiva de
adolescentes e jovens. Brasília: Editora do Ministério da
Saúde, 2006.
Secretaria de Saúde do Estado da Bahia - SESAB
Superintendência de Atenção Integral à Saúde - SAIS
Diretoria de Gestão do Cuidado - DGC
Coordenação do Cuidado por Ciclos de Vida e Gênero - CCVG
Área Técnica de Saúde de Adolescentes e Jovens - ASAJ
Ana Paula Torres
[email protected]
3115-4216/3115-4245
Fax: 3115-4345
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Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva