DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE EXCREÇÃO URINÁRIA EM V M Â EM INDIVÍDUOS NORMAIS E" EM PORTADORES DE DOENÇA HIPERTENSIVA ARTERIAL ESSENC I A L ESTUDO COMPARATIVO COM NÍVEIS OBTIDOS EM
PACIENTES COM NEOPLASIAS DO TECIDO
CROMAFÍNICO
WILIAN
NICOLAU, EMIKO MURAMOTO,
RÓMULO R. PIERONI e ANTONIO
PUBLICAÇÃO
LICIO MARQUES DE
B. ULHÔA
CINTRA
IEA N.°
188
Setembro — 1969
INSTITUTO DE ENERGIA ATÔMICA
Caixa Postal 11049 (Pinheiros)
CIDADE UNIVERSITÁRIA "ARMANDO DE SALLES OLIVEIRA"
SÃO PAULO — BRASIL
ASSIS,
DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE EXCREÇÃO URINÁRIA EM
V MA
EM
INDIVIDUOS NORMAIS E EM PORTADORES DE DOENÇA HIPERTENSIVA
ARTERIAL ESSENCIAL. ESTUDO COMPARATIVO COM NÍVEIS OBTIDOS
EM PACIENTES COM NEOPLASIAS DO TECIDO CROMAFINICO*
Wilian Nicolau, Emiko Muramoto, Licio Marques de Assis,
Rómulo R. Pieroni
e
Antonio B. Ulhoa Cintra
Divisão de Radiobiología
Instituto de Energia Atômica
Sao Paulo - Brasil
Publicação IEA
Setembro
N9 183
- 1969
* Separata da REVISTA DA ASSOCIAÇXO MÉDICA BRASILEIRA, Vol. 1 5 , n? 6,
Junho -
196?.
Comissão Hacional de Energia Nuclear
Presidente: Prof.Dr. Hervásio Guimarães de Carvalho
Universidade de São Paulo
Reitor: Prof,Dr. Miguel Reale
Instituto de Energia Atômica
Diretor: Prof.Dr. Rómulo Ribeiro Pieroni
Conselho Técnico-Científico do IEA
Prof.Dr,
Prof.Dr.
Prof.Dr.
Prof.Dr.
José Moura Gonçalves
José Augusto Martins
Rui Ribeiro Franco
Theodoreto H.I. de Arruda Souto
)
)
)
)
pela USP
pela CNEN
Divisões Didático—Científicas
Divisão de Física Nuclear Chefe: Prof.Dr. Jose Goldenberg
Divisão de Radioquímica Chefe: Prof.Dr. Fausto Walter de Lima
Divisão de Radiobiologia Chefe: Prof.Dr. Rómulo Ribeiro Pieroni
Divisão de Metalurgia Nuclear Chefe: Prof.Dr. Tharcísio D.S. Santos
Divisão de Engenharia Química
Chefe: Lie. Alcídio Abrão
Divisão de Engenharia Nuclear Chefe: EngS Pedro Bento de Camargo
Divisão de Operação e Manutenção de Reatores Chefe: Eng9 Azor Camargo Penteado Filho
Divisão de Física de Reatores Chefe: Prof.Dr. Paulo Saraiva de Toledo
Divisão de Ensino e Formação Chefe: Prof.Dr.'Rui Ribeiro Franco
DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE EXCREÇÃO URINÁRIA EM
V M A
EM
INDIVÍDUOS NORMAIS E EM PORTADORES DE DOENÇA HIPERTENSIVA
ARTERIAL ESSENCIAL. ESTUDO COMPARATIVO COM NÍVEIS OBTIDOS
m YKCIEETCES COft KKffUSTAS
TECIDO C W M I C Q
1
Wilian Nicolau*, Emiko Muramoto**, Licio Marques de Assis*,
Rómulo R. Pieroni***, Antonio B. Ulhôa Cintra****
SUMÁRIO
Foi realizada a determinação do VMA em indivíduos normais e em portadores de doença
hipertensiva arterial essencial com a técnica cromatográfica monodimensional, nao sendo encontradas diferenças significantes nos dois grupos. Os dados, entretanto, não autorizaram a
concluir que o sistema nervoso simpático não tenha o seu papel na etiopatogenia da doença hi
pertensiva essencial» Nos casos ^de feocromocitoma, os valores sempre se situaram, pelo menos,
três desvios-padrões acima da media obtida nos indivíduos normais.
O estudo da excreção urinária de ácido
ximandélico
3-metoxi-4-hidro-
(VMA) em indivíduos normais e em portadores de doença
hipertensiva arterial essencial (DHAE) foi realizado em duas etapas.
Uma, de que trata o presente trabalho e em que e estudada a
excreção de 24 horas dos dois grupos, mantidos intactos
quanto à
administração de drogas; outra, que será publicada em outro artigo,
em que os indivíduos sao submetidos a uma prova de hipoglice-
mia provocada pela administração de insulina.
A fim de permitir uma analise comparativa, sao apresenta
dos também os valores obtidos em 11 casos de pacientes
comprovada
1. Détermination des valeurs de l'excrétion urinaire de VMA chez des individus normaux
et
chez des individus souffrant d'une hypertension artérielle. Étude comparative en fonction'
des niveaux, relevés chez des patients porteurs-de néoplasies du tissu chromaffine. Determination of the values of renal excretion of VMA in normal individuals and. in patients
suffering from essential arterial hypertension. Comparative studies with levels obtained
in patients with neoplasia of the chromaffinic tissue.- Apresentado para public, em .....
14^3/6?; aprovado em ^/5/69.
* Med. do Hosp. das Clin, da Univ. de S.Paulo e do Inst.jle Energia Atômica de S. Paulo.
** Farm» e Aux.'de Pesq.-do Inst. de Energia Atômica de São Paulo.
*** Chefe da Div. de Radiobiol. do Instituto de Energia Atômica de São Paulo
**** Prof, de Med. da Univ. de São Paulo.
• 2
B
mente possuidores de neoplasias do tecido cromafínico.
MATERIAL E MÉTODOS ~
Foram estudados 19 indivíduos adultos de ambos os sexos ,
sem distinção de cor, considerados normais pelos parâmetros clínicos, para serem comparados a outro grupo de pacientes em que
vesse na anamnese comemorativos de DHAE. Na seleção deste
hou-
segundo
grupo servimo-nos do critério clínico e laboratorial e em nenhum dê
les foram encontrados estigmas de síndrome de Cushing, doença
re-
nal crónica, feocromocitoma, hiperaldosteronismo primario ou coartaçao da aorta„
Dos 11 pacientes com tumores do tecido cromafínico, 7eram
portadores de feocromocitoma, 3 de neuroblastoma e 1 de ganglioneti
roblastoma. Os dados referentes a estes pacientes encontram-se nas
tabelas II e III.
RESULTADOS
0 método para a dosagem urinaria do VMA, baseado na técni^
ca de cromatografia monodimensional, foi padronizado por Nicolau e
i
(14)
cois.
Os valores obtidos para os dois grupos estão
dos na tabela I. A análise e s t a t í s t i c a ^
representa-
dos resultados
mostrou
para o grupo normal uma média de 3,56 mg de excreção urinaria
de
VMA com um desvio padrão de - 1,55 mg e um erro padrão de 0,35 mg.
O grupo da DHAE apresentou uma média de 3,66 mg, com
um
desvio e um erro padrão de - 1,34 mg e 0,31 mg, respectivamente. A
distribuição dos valores mostrou ser normal quando se tomam os logaritmos respectivos. Pela análise de variância simples, verificou^
-se que os dois grupos nao diferiam significantemente.
Nos
indivíduos portadores de feocromocitoma
(tabela I I ) ,
verificou-se que todos eram de cor branca, suas idades variaram de
•
3
•
27 a 48 anos, com uma média de 40,5 anos - 7,17; quatro eram do se_
xo feminino» Dentre os sete, dois apresentaram pressões
arteriais
estáveis em niveis altos o As alterações do metabolismo de hidratos
de carbono foram verificadas em seis, quer pela glicemia de
jejum
ou através de curvas glicêmicas. Em um deles (A.A„R.), esta
dosa-
gem nao foi realizada. 0 retropneumoperitônio evidenciou a presença do tumor pré-operatoriamente em 6 pacientes.
No paciente C.P.L., a evidência radiográfica do tumor
só
pôde ser conseguida pela aortografia.
Em 5 casos, a patologia estava instalada na supra-renal D
e apenas em 2 na esquerda. Dois pacientes apresentaram sinais
malignidade.
de
^
A média de VMA urinário foi de 28,57, variando de 12,1
a
50 mg nas 24 horas.
Os dados relativos aos neuroblastomas e ganglioneuromas en
contram-se na tabela III. 0 número pequeno de casos nao
permitiu
análise estatística.
DISCUSSÃO
Seria de se esperar que se tentassem relacionar os níveis
de excreção de catecolaminas
(CA) e seus metabólitos com
estados
patológicos outros que nao o feocromocitoma, em que a pressão arte_
rial estivesse alterada.
Desse ponto de vista, uma das primeiras correlações sugeridas foi dada pelo trabalho de Luf t e von E u l e r ^ " ^ , no qual
tes autores demonstraram uma menor excreção de norepinefrina
es(NE)
em pacientes com hipotensão postural por bloqueio do sistema nervo
so simpático.
Na DHAE, vários autores têm estudado a excreção
urinária
de VMA. Os achados são, contudo, contraditórios. Os níveis altos en
contrados por von Studnitz
contrastam com os dados de
outros
TABELA
I
Valores da excreção diária de VMA em indivíduos
normais e em portadores de. doença hipertensiva
"^arterial essencial (DHAE)
DHAE
N 0 R M A IS
US
VMA
mg/24h
H9
VMA
. mg/24h
,1
7.3
1
4.1
2
2.1
2
5.2
3
2.5
3
6.3
4
6.2
4
3.8
R
1.9
S
3.6
6
3.7
6
4.0
3.8
7
4.4
3.2
8
3.8
8
2.2
9
6.7
10
2^6'b
10
2.6
11
2.4
11
3.0
12
6,0
12
1.3
13
4.3
13
3.2
14
3.4
14
2.2
15
5,1
15
2.6
16
3.4
16
3.5
17
2.1
17
2.3
18
2.6
18
3.4
19
2,8
19
3.7
M
3.56
M
3,66
s
1.55
9
0,35
1,34
O
investigadores o Para Brunjes e cois.
0.31
, os calores urinarios
de
VMA na DHAE sao menores que nos individuos normais. A maioria dos
CS 1.2. 18 19)
-w
trabalhos
' ' '
, entretanto, nao relata diferenças signifi cantes entre os dois grupos estudados.
Aos mesmos resultados chegaram Dotti e c o l s . ^ , que v e r ¿
ficaram diferenças de excreção urinaria de VMA
somente em
indivi-
duos, do sexo masculino, portadores de moléstia cardíaca coronaria-
. 5 .
na- Nestes, o VMA era maior que no grupo de indivíduos normais
e
nos portadores de DIIAE de ambos os sexos.
Nos resultados por nos apresentados verifica-se que
houve
diferenças entre os dois grupos. Estes dados nao
nao
autorizam
concluir que o sistema nervoso simpático nao tenha o seu papel
na
etiopatogenia da doença.
A excreção de CA ou seus metabolitos pode sofrer a influência de diversos fatores, fisiológicos e patológicos. Assim, a ci_
netica compartimentai mostra que, após a sua liberação, uma grande
parte das CA e captada pelas terminações nervosas(10,24)^
queio desta captação em condições patológicas ou pela
^
b^ _
0
administra-
ção de drogas poderia aumentar os níveis excretórios de VMA,
sem
que isto representasse hiperatividade do sistema nervoso simpático.
Em ratos, levados a estados hipertensivos pela administração de ace_
tato de desoxicorticosterona e dieta rica em sal, De Champlain
e
c o l s . ^ demonstraram uma menor captação de epinefrina radioativa
em diversos orgaos como baço, coração, intestinos, músculo esquel£
tico e rim. Inversamente, uma maior secreção de CA, acompanhada por
sua vez de maior estocagem ou reciclamento entre os vários compartimentos, poderia nao alterar a excreção de VMA, apesar de uma hiperatividade do sistema nervoso simpático.
Aos mesmos resultados finais já expostos poderiam nos levar as variações da atividade das enzimas catabolizantes COMT &.MA0.
Esta atividade enzimática foi, contudo, investigada^^
nos casos
de DHAE, sem que se pudesse evidenciar sua diminuição, o que poderia explicar uma maior exposição do organismo às formas ativas das
aminas simpáticas.
Deve-se levar também em consideração as possíveis alterações de depuração renal, quando.se tem conhecimento que frequentemente, nos casos de DHAE, se encontram alterações naquele órgaó
,
ainda que von S t u d n i t z ^ ^ não tenha achado diferenças de excreção
de VMA nos casos de insuficiência renal.
» 6
9
Na suposição de que todos estes mecanismos de interfereja
cia aqui aventados nao influenciassem os níveis de CA e seus met<a
bólitos excretados, e que os nossos dados de excreção urinária fôs_
sem representação fiel da secreção simpática, restaria ainda a hi_
potese de uma maior sensibilidade dos hipertensos ã ação das ami(7)
nas pressoras, como sugerem os trabalhos de Doyle e Fraser
.
Todos os casos de feocromocitomas
comprovados apresenta,
ram VMA acima dos valores dos indivíduos normais e
portadores de
DHAE. Verifica-se pela tabela II que, considerados isoladamente ,
todo e qualquer valor de VMA em feocromocitoma se situou, pelo me_
nos, três desvios-padrões acima da media obtida nos indivíduos nor
mais.
Tem sido referidos na literatura valores falsamente posi^
tivos e negativos de VMA. Shepo e c o l s . ^ ^ , em estudo de 189 casos de indivíduonao portadores de feocromocitoma, encontraram 2
com valores falsos positivos pela dosagem do VMA, 20 falsos positivos pela dosagem da metanefrina (MN) e 40 falsos positivos pela
de CA. Os pacientes que possuiam aumento concomitante de CA e MN
tinham recebido E ou um inibidor de MAO que reduz a formação
do
VMA, com aumento concomitante da amina pressora intacta e de
seu
produto metilado.
No mesmo trabalho, os autores encontraram 6 falsos negativos em 28 casos de feocromocitoma pela dosagem de VMA
e apenas
1 caso com 14 pela dosagem de MN.
Segundo Crout e cols.
(3)
. '
, em 90% ou mais dos casos odia^
nõstico pode ser claramente estabelecido com uma única determinação na urina da NE + E ou da MN + nor-metanefrina ou do VMA.
As quantidades dos metabolitos encontradas nas urinas nos
casos de feocromocitoma variam de acordo com o grau de metaboliza^
çao que apresenta o próprio tumor. Assim, os tumores menores ten
dem a secretar menor quantidade de VMA em relação ã
NE + E, ao passo que os tumores maiores apresentam
secreção
uma
de
secreção
mais elevada de VMA. Nestes últimos, a NE + E seriam metabolizadas
(4)
em grande parte na massa tumoral
TABELA
II
FEOCROMOCITOMA
Paciente
Idade
anos
Cor
Sexo
A.M.P.
46
br.
f.
M.R.P.
27
br.
1.
P.A.*
mm de Kg
TIPO
180/100
Instável
190/130
Estável
Provas
Pulso
Glicemia
mg/lOOml
Gllcosúria
g/24 h
100
194
-
108
152
44
br.
m.
240/115
Instóvel
160
260
-
T.A.
43
br.
m.
180/110
Instável
128
242
18,1
36
br.
1.
270/180
Instável
AAR.
40
br.
m.
280/180
Estável
G.P.l.
48
Média
40,5 +
7,17
br.
f.
220/110
Instável
88 .
120
96
-
Fento- Histalamina mina
+
+
-
-
s
-
+
+
+
-
172
+
+
-
120
IGTT + 1
RX
+
15
C.S.G.
M.A.B.M,
Gelo
-
+
**
Achado
cirúrgico
Anatomopatológico
Tumoração
encapsulada
supra-renal
direita
Feocromocitoma
Tumoração
supra-renal
direita.
Metástases
ganglionares
Feocromocitoma
maligno
Tumoração
encapsulada
supra-renal
esquerda
Feocromocitoma
Tumoração
encapsulada
supra-renal
esquerda
Feocromocitoma
Tumoração
encapsulado
supra-renal
direita
Feocromocitoma
Sinais de
malignidade
Tumoração
encapsulada
supra-renal
direita
Feocromocitoma
Tumoração
encapsulada
supra-renal
direita
Feocromocitoma
VMA
mg/24 h
34,0
15,0
20,6
25,7
46,5
30,9***
50,0
26,1
32,0
12
8,7
16,8
11,0
12,1***
28,57
RX — Retropneumoperitôneo
* * — Aortogratia
* — Máxima pressão arterial observada
evelou tumoração supra-renal D
* * * — Média
Os tumores funcionantes da linha neural simpática que pos_
suem células aparentadas aos feocromocitos foram considerados, por
muito tempo, não secretantes.
(13)
Mason e cois.
descreveram, em 1957,
o primeiro
caso
de neuroblastoma, no qual encontraram quantidades aumentadas de ..
aminas pressoras. Desde então, muitos casos têm sido relatados
e
os neuroblastomas e ganglioneuromas passaram a ser classificados co
mo tumores funcionantes neurais.
Além do VMA aumentado na urina, pode-se encontrar
casos diversos outros metabolitos provenientes da dopamina
cipalmente o ácido 3-metoxi-4-hidroxifenilacético
nestes
(9)
»prin_
(HVA). Estes ú l -
8
timos compostos raramente tem sido encontrados aumentados no
cromocitoma e esse achado, quando presente,
â malignidade do tumor
tem sido
feo-
relacionado
.
Em um grupo de 25 pacientes com neuroblastioma,
von Studnitz
encontrou 17 com níveis urinários aumentados
de
HVA, ao passo que o VMA estava alterado em 24 dos indivíduos.
T A B E L A
III
NEUROBLASTOMAS E GANGLIONEUROBLASTOMAS
Idade
Paciente
VMA
Cor
Sexo
Achado cirúrgico
Anatomopatológico
anos
mg/24 h
M.M.D.
2
br.
f.
Tumoração supra-renal
Metástases-linfáticas
Neuroblastoma
A.E.P.
5
br.
m.
Metástases linfáticas
disseminadas
Neuroblastoma
T.M.M.P.
1
br.
f.
Metástases linfáticas
disseminadas
Ganglioneuroblastoman
11,1
H.O.
8
br.
m.
Metástases disseminadas
Neuroblastoma
8,5
125,0
29,4 .
Outras substâncias podem estar incrementadas na urina nos
(22)
casos de neuroblastomas e ganglioneuroblastomas
, tais como
a
propria DOPA, a 3-metoxi-4-hidroxifenilalanina
(22)
dihidroxifenilacetico
, o
ácido
3,4-
, o 3-metoxi-4-hidroxifenilglicol, o aci-
do 3-metoxi-4-hidroxibenzóico
e a N-metilmetanefriña.
É de se concluir que a dosagem do VMA se constitui num ex_
célente método auxiliar para o diagnóstico dos tumores
funcionan-
tes do tecido cromafínico. 0 fato de não terem sido encontrados re_
sultados falsos positivos com o nosso método nao nos autoriza a c ó n
siderá-lo melhor que outros, visto que o número de casos nao é suficiente para permitir tal conclusão.
Em raros casos, no decorrer das inúmeras dosagens que foram realizadas nos últimos 5 anos, foram encontrados valores limí-
. 9 .
trofes. A repetição destes exames, submetendo o paciente a
melho-
res condições de preparo, revelava uma normalidade dos níveis
ex-
cretorios de VMA. Em nenhum destes pacientes, em seguimento nos di^
versos ambulatórios da la. Clínica Medica, foi evidenciada patologia do tecido cromafinico, até o momento.
RÉSUMÉ
Determination des valeurs de l'excrétion urinaire de VMA chez des individus normaux
et chez des individus souffrant d'une hypertension artérielle. Étude comparative en fonction
des niveaux relevés chez des patients porteurs de néoplasies du tissu chromaffine.
On a évalué le YMÂ d'individus normaux et de personnes souffrant d'hypertension artérielle essentielle, en employant la technique chromatographique monodimensionnelle. Il n'y
avait pas de différences significatives entre les deux groupes. Les données, cependant,
ne
permettent pas d'affirmer que le système nerveux sympathique'n'intervient pas dans l'étiopathogénie de l'hypertension essentielle. Dans les cas de phéochromooytome les valeurs se situent toujours a au moins trois "écarts-types" de la moyenne représentée par les
individus
normaux.
SUMMARY
Determination of the values of renal excretion of VMA in normal individuals and in
patients suffering from essential arterial hypertension. Comparative studies with levels obtained in patients with neoplasia of the chromaffinie tissue.
The renal excretion of VMA in 24 hours is determined in normal, in hipertensive
individuals and in patients with pheochromocytoma and neuroblastoma. No significant difference was found between the normals and the patients with essential hypertension. The results,
however, did not exclude the possibility of a participation of the sympathetic system in the.
pathogeny of arterial hypertension. The values of VMA found in pheochromocytoma and neuroblastoma were at least three standard deviations above the average value shown by the normal
individual.
REFERENCIAS
1.
Berstein, L. & Weatherall, M.: Statistics for medical
and
other biological students, E . and S. Livingstone Ltd.,
Edinburg and London, 1952.
2.
Brunjes, S., Haywood, L.J. & Maroneies, R.E.: Controlled
study of antihypertensive response to MAO inhibitor. Urinary
excretion of catecholamines and their metabolites. Ann. New
York Acad. Sc., 107: 983, 19 63.
3.
Crout, J.R., Pisano, J.J. & Sjoerdsma, A.: Urinary
excretion
of catecholamines and their metabolites in pheochromocytoma,
Amer. Heart. J. 61: 375, 1961.
. 10 .
4c
Crout, J.R, & Sjoerdsma, A. : Turnover
and metabolism
catecholamines in patients with pheochromocytoma,
of
J. clin.
Invest„ 43: 94, 1964.
5o
Champlain, J., Krakoff, R
0
& Axelrod, J.: Catecholamine me-
tabolism in experimental hypertension in the rat, Circulation
Reso
6.
20:
136,
1967.
Dotti, L.B., Schilling, F. & Hashim, S A.: Urinary excretion
0
of vanyllymandelic acid (VMA) in normal subjects and patients
with coronary heart disease.
In 48th annual meeting of
Federation of American Societies for Experimental
Chicago, 1964,
7o
the
Biology.
Fed. Proc. 23: 566, 1964 (Abstract).
Doyle, A.E. & Fraser, J.R.E.: Vascular reactivity in
hyper-
tension, Circulation Res. 9: 755, 1961.
i
8.
Gitlow, S.E., Mendlowitz, M., Khassis, S., Cohen, G. Sha, J.:
The diagnosis of pheochromocytoma by determination of urinary
3-metoxi-4-hydroxymandelic acid, J. clin» Invest. 39: 221 ,
1960.
9o
Greenberg, R„E. & Gardner, Loi.: Catecholamine metabolism
a functional neural tumor,
10o
in
J. clin. Invest. 39: 1.729, 1960.
Kopin, I.J.': Storage and metabolism of catecholamines.
Role
of monoamine oxidase, Pharmacol. Rev. 16: 179, 1964.
lie
Luft, R. & von Euler, V.So: Two cases of postural hypotension
showing deficiency in release of norepinephrine and
epi-
nephrine, J. clino Invest. 32: 1.065, 1953.
12.
Mahler, D.J. & Hùmoller, F.L.: A comparison of methods
for
determining catecholamines and 3-methoxy-4-hydroxymandelic
acid in urine, Clin. Chenu 8: 47, 1962.
11
13.
Mason, G.A., Hart-Mercer, I., Millar, E.I., Strang, B.& Wynne,
N.A.: Adrenaline - Secreting neuroblastomas in an infant, ...
Lancet 2: 322, 1957.
14.
Nicolau, W., Muramoto, E., Assis, L.M., Ulhoa Cintra, A.B. &
Pieroni, R.R.: Método de dosagem do ácido 3-metoxi-4-hidroximandelico na urina por técnica cromatográfica monodimensional,
Rev. Assoc. med. brasil.
15.
15: 215, 1969.
Robinson, R., Smith, P. & Whittaker, S.R.F.: Secretion
of
catecholamines in malignant pheochromocytoma, Brit. med. J.,
1: 1.422, 1964.
16.
Shepo, S.G., Gertrude, T.M. Flock, E.V. & Maber, F.T.: Current
experience in the diagnosis of pheochromocytoma,
Circulation,
24: 473, 1966.
17.
Sjoerdsma, A.: Relationships between alteration in amine me­
tabolism and blood pressure, Circulation Res. 9: 734, 1961.
18.
Sunderman, F.W. Jr., Cleveland, P.D., Law, N.C. & Sunderman ,
F.W.: A method for the determination of 3-metoxy-4-hydroxymandelic acid ("vanil-mandelic") for the diagnosis of pheo­
chromocytoma, Am. J. clin. Path. 34: 293, 1960.
19.
Theil, G.B. & Garciaj V.C.: The effect of intravenous histami^
ne on the urinary excretion of epinephrine, norepinephrine
and
3-methoxy-4-hydroxymandelic acid in essential hyperten­
sion, Am. J. Med. Sei. 249: 654, 1965.
20.
Von Studnitz, W.: Methodische und Klinische Untersuchungen
über die Ausscheidung der 3-Methoxy-4-hydroxymandelsäure im
Urin, Scand, J. clin. Lab. Invest. 12 (suppl. 48): 3, 1960.
21.
Von Studnitz, W.: Uber die Ausscheidung der 3-Methoxy-4-hydro_
xyphenylessigsäure (Homovanillinsäure) beim Neuroblastoma und
. 12
andaren Neuralen Tumoren, Klin. Wschr. 3: 163, 1962.
22.
Von Studnitz, W.: Metodische und Klinische Untersuchungen
Uber die Ausscheidung der 3-Methoxy-4-hydroxymandelsMure
im
Urin, Scand. J. clin. Lab. Invest. 12 (suppl. 48): 58, 1960.
23.
Von Studnitz, W.: Occurrence, isolation and identification of
3-methoxy-4-hydroxyphenylalanine,
Clin. Chim. Acta 6: 526,
1961.
24.
Whitby, L.G., Axelrod, J. & Weil-Malherbe, H.: Fate of
3
H -norepinephrine in animals, J. Pharmacol. 132: 193, 1961.
Download

Visualizar/Abrir