3. Título: Perfil de mobilidade de indivíduos pós-AVE usuários de uma UBS
Danielle Campos Araújo¹; Bárbara Paula de Barros Carvalho-Pinto¹; Christina Danielli
Coelho de Morais Faria¹
¹ Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Palavras-chave: limitação da mobilidade; saúde pública; atenção primária à saúde;
saúde da família; fisioterapia; acidente vascular cerebral.
Introdução e objetivos:
Indivíduos acometidos pelo Acidente Vascular Encefálico (AVE) geralmente
apresentam alterações de mobilidade, que são comumente abordadas pela
fisioterapia. Na atenção básica, principal porta de entrada ao Sistema Único de Saúde,
a reabilitação é realizada pelos profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família
(NASF), dentre eles o fisioterapeuta. O objetivo deste estudo foi descrever o perfil de
mobilidade dos indivíduos pós-AVE usuários de uma Unidade Básica de Saúde (UBS)
de Belo Horizonte que receberam atendimento fisioterápico do NASF e daqueles que
não receberam esse atendimento.
Métodos:
Estudo
aprovado
pelo
COEP/UFMG/SMSA-Belo
Horizonte
(CAAE14038313.4.0000.5149), no qual todos os indivíduos com AVE usuários da UBS foram
convidados a participar. Aqueles que concordaram com a participação (n=44,
69,23±13,12 anos) foram divididos em dois grupos: G1-algum atendimento pela
fisioterapia do NASF e G2-nenhum atendimento pela fisioterapia do NASF. Todos
foram avaliados quanto ao perfil de mobilidade: velocidade de marcha natural (VM) e
teste \"Timed Up and Go\" (TUG).
Resultado:
O G1 foi composto por 16 (71,81±14,87 anos) e o G2 por 28 (67,75±12,05 anos)
indivíduos. Por serem acamados ou cadeirantes, não foi possível realizar os testes
(VM/TUG) em 62,5%(G1) e 3,6%(G2) dos indivíduos. Por não conseguir deambular
sem segurar em alguma estrutura do ambiente ou em alguém, não foi possível realizar
os testes em 12,5%(G1) e 7,1%(G2) dos indivíduos. Por recusa ou impossibilidade
física do ambiente, não foi possível realizar a VM em 6,3%(G1) e 14,3%(G2) e não foi
possível realizar o TUG em 7,2%(G2) dos indivíduos. Pela VM, 0%(G1) e 10,7%(G2)
dos indivíduos foram classificados como deambuladores domiciliares; 18,8%(G1) e
28,6%(G2) deambuladores comunitários limitados; 0%(G1) e 35,7%(G2)
deambuladores comunitários completos. Pelo TUG, 6,3%(G1) e 10,7%(G2) dos
indivíduos foram classificados como totalmente dependentes; 12,5%(G1) 10,7%(G2)
dificuldade de mobilidade; 6,3%(G1) e 57,1%(G2) parcialmente independentes; e
0%(G1) e 3,6%(G2) totalmente independentes.
Discussão e conclusão:
Os indivíduos atendidos pelo NASF apresentaram um pior perfil de mobilidade.
Possivelmente, o atendimento da fisioterapia do NASF foi oferecido, principalmente,
aos indivíduos restritos ao leito e com dificuldade na deambulação. Entretanto, dentre
os indivíduos que não receberam nenhum atendimento de fisioterapia, há uma boa
parcela (78,5%) com algum comprometimento de mobilidade e que, portanto, deveria
receber tal atendimento.
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Perfil de mobilidade de indivíduos pós