EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: PRIMEIROS TEMPOS
Claudete Bolino/UNISO
A escola, meio específico e espaço educativo da organização social, distinto de outros
espaços também sociais e educativos, como a família, a igreja, clubes, associações de bairros,
partidos políticos, etc., através da atuação combinada de seus elementos intrínsecos e
constituintes internos do processo ensino-aprendizagem, os educadores e os educandos, realiza
uma mediação social distinta para a comunidade, na qual está inserida, bem como para a
sociedade como um todo. Inferindo, criando, recriando e projetando novos processos
pedagógicos, confere base aos educandos para sua inserção na sociedade mais ampla, da qual
emanam os determinantes externos que conferem a ela, uma dependência em suas relações
com os demais grupos sociais.
Assim, as escolas não podem ser consideradas “ilhas” isentas de qualquer “contaminação”.
Elas não existem isoladamente da sociedade mais ampla, e em sua trajetória histórica
determinam e são determinadas, numa recursividade dinâmica, pelos seus fins, mediados pelos
objetivos educacionais a serem atingidos, estabelecidos por elas e desejados pela sociedade em
geral.
O atingimento de tais objetivos emerge, principalmente, da dinâmica da sala de aula, que
entendemos como uma organização social, em que se efetua a construção do conhecimento
mediado pela prática docente e pelas relações educador-educando, sujeitos atores/autores
dessa dinâmica.
Neste contexto, privilegiamos estudar a trajetória da implantação/implementação da Educação
Física Escolar Brasileira em seus primeiros tempos. O resgate de sua dimensão histórica
buscando as influências que a formataram e ao agir pedagógico dos professores, foi o caminho
eleito.
Para uma melhor identificação iremos nos reportar à análise de elementos informativos,
extraídos de registros de sua história, concernentes à Educação no Brasil, enfatizando a
Educação Física no ensino brasileiro. Tal busca nos remete ao tempo do Império e aos
primeiros momentos do período Republicano.
Um olhar na evolução da Educação Física Escolar: Influências Implicadas
Na evolução da Educação Física escolar no Brasil, encontramos influências que a formataram
nos diferentes momentos de sua construção e que, notadamente, sempre ofereceram e
determinaram parâmetros para suas práticas pedagógicas o que de certa forma perdura até
nossos dias. Acreditamos que a emergência de “novas” concepções, que trazem em seu bojo
valores, que a justificam, não implica no desaparecimento das antigas elaborações e nem
impede o surgimento de novas teses, novas concepções. Não é possível se considerar os fatos
e os determinantes como algo linearmente ocorrido, que, uma vez surgido algo novo, o faz
desaparecer. Apenas sua predominância sobre os demais, em determinado tempo e espaço,
deve ser considerada e objeto de análise.
Do tempo do Império aos primeiros tempos da República, a constituição da área de Educação
Física, foi sistematizada em influências das instituições militares, médica, paralelamente às
suas próprias constituições.
Para uma melhor identificação iremos nos reportar a análise de elementos informativos,
extraídos de registros de sua história, concernentes à Educação no Brasil, enfatizando a
Educação Física no ensino brasileiro, entendidos como de fundamentação teórica. A isto se
refere PAGNI1:
(...) escrever sobre a história da Educação Física no
Brasil passa a ser um meio de refletir sobre suas teorias
e práticas elaboradas no passado, propondo-nos novas
perspectivas para atuação profissional no presente.
Este exercício remete-nos ao entendimento de que o presente se enraíza no passado e se
projeta no futuro. Assim, não podemos compreender o presente, na sua essência, se não
captarmos as suas origens, e isto nos impulsiona para o estudo de sua gênese.
Embora não compartilhemos com a idéia de que o processo histórico é totalmente determinado
pela macroestrutura, sem espaços para lutas, contradições e conflitos, aceitamos o fato de que
a Educação Física constituiu-se e desenvolveu-se na escola, como estará explicitado ao longo
deste estudo, basicamente a partir da determinação das estruturas macrossociais, sem uma
1
PAGNI, Pedro A. As contribuições da História para a Educação Física: um ponto de vista. Revista Brasileira de
Ciências do Esporte, vol. 17, nº 2- Jan. 1996, Pag. 153.
reflexão crítica acerca das ideologias contidas em tais determinações, bem como os papéis a
que deveria se prestar.
Assim, desde o tempo do Império, sofremos influências que se evidenciaram como práticas
pedagógicas escolares subjacentes aos interesses das elites econômicas e sociais, refletidas na
política educacional e conseqüentemente no trabalho pedagógico.
Em 1851 D. Pedro já tornava obrigatória nas escolas as aulas de Educação Física, porém, na
prática ela era inexistente.
Desde o final do século XIX e especialmente no início do século XX, as atividades corporais
no âmbito escolar na forma cultural de jogos, ginástica, e dança, foram entendidos como um
elemento capaz de atender aos sucessivos modelos, social, econômico e político que se
estabeleciam. Exigiam-se homens fortes, saudáveis, dinâmicos e paradoxalmente homens
adestrados, obedientes, alienados, adequados para suprirem as necessidades e os desafios que
o contexto impunha.
Desde então, desencadeou-se uma luta em prol da inclusão e consolidação da Educação Física
nas escolas. Foram muitas as intervenções realizadas nesse sentido e a mais significativa
durante todo o Brasil Império foi a de Rui Barbosa Através de seus pareceres, sobre as
reformas de ensino primário e secundário, ele influenciou de maneira decisiva para a criação
de uma mentalidade favorável à prática da atividade física. Por suas intervenções foi-lhe
atribuído o título de Paladino da Educação Física no Brasil.2
Em l882, com destaque ímpar à Educação Física, Rui Barbosa deu parecer ao Projeto nº 224 Reforma Leôncio de Carvalho, Decreto 7247 de 19 de abril de 1879, da Instrução Pública,
denominado “Reforma do Ensino Primário e várias instituições complementares da Instrução
Pública”,- defendendo, entre outras coisas, a inclusão da ginástica nas escolas e a equiparação
dos professores de ginástica aos das outras disciplinas, e ainda a importância da Educação
Física para o desejado processo da eugenia da raça brasileira.
Encontramos no referido parecer, a questão do tratamento dispensado ao gênero, resultando
no delineamento dos perfis estereótipos dos masculino e feminino. Aos homens seria
oportunizado o desenvolvimento de destrezas físicas, através da ginástica sueca e às mulheres,
eram destinadas atividades ginásticas calistênicas, que atendessem às suas peculiaridades biofisiológicas.
2
MARINHO, Inezil P. História da Educação Física no Brasil s/d., p. 27 e 28.
Desde então, as sucessivas legislações sobre a Educação Física escolar, reforçaram essa
separação, resultando na divisão de turmas, em femininas e masculinas. O Decreto n° 69.450
promulgado em 1971 mantém essa separação por sexo. Um professor trabalharia com os
meninos e uma professora com as meninas. Os objetivos eram diferenciados por sexo e seriam
atingidos através de atividades também diferenciadas.
Este fato perdurou até janeiro de 1987, quando a Resolução da Secretaria da Educação do
Estado de São Paulo, número 19/87, trouxe um entendimento diverso, ou seja, que as aulas de
Educação Física seriam ministradas conjuntamente para ambos os sexos por um professor,
indistintamente, homem ou mulher.
Porém, como cita CASTELLANI3:
(...) sem sombra de dúvida, o parecer de Rui Barbosa
serviu de referencial a todos aqueles que - notadamente
nos primórdios do período republicano e nas primeiras
décadas do século XX, - vieram a defender a presença
da Educação Física no sistema escolar brasileiro.
Ao longo de nossa história, diferentes pressupostos têm sido defendidos através do discurso e
da prática pedagógica dos professores e estudiosos desse componente curricular. No entanto,
não podemos prescindir inicialmente da análise das influências higienista e militar, que
exerceram e que marcaram a Educação Física escolar ao longo de sua construção histórica.
Influência Higienista
Na Europa, nos finais do século XVIII e início das primeiras décadas do século XIX, assistiase a construção da sociedade capitalista. Os exercícios físicos tiveram um papel de destaque na
consolidação desse novo tipo de sociedade, que necessitava de homens fortes, ágeis e
empreendedores. Sua força física representava a força de trabalho, que quando utilizada,
constituía-se em fonte de lucro. Tais lucros gerariam a riqueza que era destinada à poucos, e
muito pouco dela para muitos, para quem exatamente a produzia.
O cuidado com o corpo que se constituía nos exercícios físicos e na formação de hábitos de
higiene, passou a ser uma necessidade que se impunha frente ao novo modelo de sociedade.
As autoridades estatais passaram a lhe conferir atenção especial, na mesma medida que faziam
ao trabalho físico, uma vez que este, se concretizaria a partir de um corpo saudável, ágil e
3
Ibidem 1988, p. 53..
disciplinado: um corpo cuidado. O COLETIVO DE AUTORES4 ilustra ao que nos referimos,
citando que,
(...) os exercícios físicos, [...] passaram a ser entendidos
como “receita” e “remédio”. Julgava-se que, através
deles,(...) seria possível adquirir o corpo saudável, ágil,
disciplinado exigido pela nova sociedade capitalista...
No Brasil nos finais do século XIX e início do século XX, proliferou em toda sociedade a
visão médico-higienista que, sustentada pelo poder público, tornou-se o pensamento
dominante.
A necessidade de se cuidar do corpo, aqui entendido como força de trabalho, fonte de lucro,
tornou-se uma necessidade concreta, pois se cuidando dele, que era fonte de riqueza, estaria se
cuidando da nova sociedade em construção.
Com o objetivo de melhorar a condição de vida da população, os médicos buscaram modificar
os hábitos de saúde e higiene da população. No Brasil, a paisagem que se assistia era a de
grandes surtos de epidemias e endemias, que grassavam na população, dizimando um grande
número de brasileiros.
No início do século XX surgiram nos governos pós-república várias ações, inclusive com
aplicação de vacinas, para erradicar as epidemias, e assim procurar higienizar a população.
O pensamento do Estado era o pensamento médico higienista-sanitário e, assim, ele, também,
determinou os caminhos e as ações de várias áreas e instituições, inclusive a escolar.5
Nas escolas, através do “instrutor de educação física”, os alunos também receberiam lições de
asseio individual, de boas maneiras, de preceitos higiênicos e de práticas sanitárias. No
entanto, para participarem das referidas aulas, os alunos passavam pelo exame médico,
antropométrico e dentário. Era o médico que determinava quem estava apto às atividades. Tal
procedimento perdurou, como prática obrigatória, até pouco tempo. Todos os anos, as aulas de
Educação Física só se iniciavam após o exame médico, realizado em todos os alunos.
No final da década de 80, o referido exame deixou de ser realizado nas escolas, mais por
questões econômicas para o Estado, do que por qualquer outra razão que se possa afirmar. A
Educação Física Escolar pode e deve ser praticada por todos os alunos indistintamente, dentro
4
5
COLETIVO DE AUTORES, Metodologia do ensino de Educação Física.São Paulo: Cortez, 1992, pag. 51.
CASTELLANI, op. cit. 1988, p. 39.
das possibilidades circunscritas a cada um, e quem deve observar as possibilidades individuais
dos alunos, para a prática da atividade física escolar, são os professores.
Como nos referíamos, a “instrução física” serviu para erradicar doenças, epidemias e com uma
pedagogia voltada para preceitos higiênicos daqueles que a praticavam. Com isto, haveria uma
(re) organização social, implicando no aumento de produção pela classe operária higienizada
através de um corpo físico saudável, menos suscetível às doenças, bem como uma raça branca
mais “pura”, frente a forte preocupação com a eugenia* da população que permeava o
pensamento político e intelectual brasileiro.
A metade da população do Brasil, em 1822, época de sua independência, era composta pelos
escravos. Já em l850, esse número chegava a casa dos 2.500.000, fato que levou o Estado a
temer um possível apoio destes aos portugueses com vocação recolonizadora, segundo
CASTELLANI6.
Assim, segundo COSTA7, o Estado Nacional, procurou tentar criar uma população racial e
socialmente identificada com a camada branca dominante (...), na busca de estabelecer um
equilíbrio de forças entre brancos e negros. Para tanto, se serviu da ação dos higienistas,
através da disciplinação do físico, do intelecto, da moral e da sexualidade. Pouco tempo depois
o discurso eugênico, sem sustentação científica para mantê-lo, cedeu lugar aos higiênicos, uma
vez que estes eram passíveis de serem trabalhados educacionalmente e de apresentarem
resultados mais eficazes.
O discurso da medicina higienista sustentava os interesses dos detentores do poder. Suas
ações em muito contribuíram para que os educadores passassem a defender a inclusão da
ginástica nos colégios. Porém sua obrigatoriedade como elemento educacional, ainda que com
uma visão de saúde corporal, física e eugênica, encontrou sérias resistências. Os exercícios
físicos eram associados ao trabalho manual, físico, considerado de menor valor, e relativo ao
trabalho escravo, e desprestigiados em relação às atividades intelectuais, desenvolvidas pelas
classes dominantes, dissociadas do componente trabalho-produção. Para estas classes, apenas
o caráter lúdico da Educação Física, era valorizado como forma de preenchimento do ócio e
do tempo livre, e não a ginástica obrigatória
6
CASTELLANI, op. Cit. l988, p. 43
* Eugenia:ciência ou disciplina que tem por objeto o estudo das medidas sócio-econômicas, sanitárias e
educacionais que influenciam, física e mentalmente, o desenvolvimento das qualidades hereditárias dos
indivíduos e, portanto, das gerações, conforme AZEVEDO, apud CASTELLANI, op. cit. pag.55.
7
COSTA apud CASTELLANI, op. cit. 1988, pag. 43.
Tal entendimento determinou, e em muito, o reconhecimento social da importância da
Educação Física. Nos ressentimos até hoje dos efeitos dessa negativa herança. Ainda nos
deparamos com afirmações elaboradas pelo senso comum, de que professores de Educação
Física, “trabalham” o físico, e que o desenvolvimento da parte intelectual dos alunos é
destinada às outras disciplinas da escola. Esta visão dicotomizada e reducionista tem
determinado muitas das ações de alguns professores de Educação Física e dos demais
elementos da comunidade escolar, que insistem em manter tal entendimento.
Outro viés do discurso propagado pelas classes dominantes daquela época se refere às
desigualdades, sejam elas sociais, de condições de vida, de trabalho, de oportunidades, eram
tomadas como naturais. Afirmavam que as aptidões do ser humano eram determinadas
biologicamente, portanto naturais e hereditárias. Assim justificavam-se as condições dos
menos favorecidos. Ficava claro que a ascensão social de classes era fruto do esforço
individual. Venceria na vida o mais forte, o mais bem dotado. Estava estabelecida a
competição, a concorrência com a qual a Educação Física em muito colaborou, e à qual
assistimos até hoje através dos estímulos de alguns professores aos seus alunos, em várias
direções.
Assim, a Educação Física passa a produzir corpos sadios, corpos eleitos, corpos reprovados,
corpos marginais, corpos dóceis, enfim, corpos instrumentos de produção, todos impotentes,
para assumirem uma postura histórica diante da construção de sua realidade.
O adestramento presente em suas práticas não permitia uma “visão de mundo”. Bastava fazer:
o como fazer, por quê fazer e para quem efetivamente se fazia, não encontrava espaços para
questionamentos ou perspectivas.
Isenta de espaços para reflexão, a Educação Física higienista, que permeou muitos de nossos
dias, não permitia ao homem perceber a repressão e o desprezo imprimido a seu corpo,
levando-o a um estado de alienação, ao conformismo ao aceitar “as regras do jogo”, a ser um
bom, saudável e limpo cidadão, e igualmente conformado com a falta de autonomia, vendo-se
“propriedade” dos poderes constituídos.
Nesta visão higienista, a Educação Física possuía um limitado conhecimento teóricopedagógico próprio. Ela lançava mão dos conhecimentos de biologia, anatomia e fisiologia,
que a medicina lhe fornecia, e os utilizava como referencial para sustentar seu conteúdo de
ensino, os Métodos Ginásticos.
A prática da atividade física era pautada por movimentos isolados, imitativos e ritmados,
realizados num espaço/tempo determinados, onde as repetições se sucediam e impediam que o
corpo se manifestasse, se revelasse. O “sentir” o corpo, a consciência do gesto realizado, o
significado do que se fazia, não eram levados em conta. Apenas a reprodução contava. A
função desempenhada pela Educação Física escolar, era a de desenvolver a aptidão física dos
indivíduos.
Em nossos dias, não raro, nos defrontamos com planejamentos de ensino de Educação Física,
onde constam, ainda, objetivos a serem atingidos os de “aquisição de hábitos sadios e noções
de higiene”, “promoção da saúde”, etc., demonstrando a força de tais preceitos junto aos
professores, permeando seu agir pedagógico desde há muito tempo. Interessante ressaltar que
tais objetivos fazem parte de um discurso incorporado e propagado pela Educação Física, que
na prática, na maioria das vezes, não se consuma.
As diferentes formas de trabalho realizados nas aulas de Educação Física, através de
pressupostos e métodos importados da Alemanha, França, Suécia e Inglaterra, cumpriam bem
sua função, qual seja, inculcar os valores da burguesia, as tradições, os hábitos e a obediência
às regras impostas a todos os corpos.
O Estado e as instituições religiosas compartilhavam dos pressupostos, que sustentavam a
finalidade higiênica. Assim, ela perdurou por muito tempo.
Torna-se oportuno lembrar que, o entendimento que levou os professores e a todos a associar a
Educação Física à Educação do Físico e à Saúde Corporal, não se deve exclusivamente aos
médicos, mas também aos militares. Seus pensamentos e ideologias perpassaram toda a
história da Educação Física em nosso país comandando, em muito, as ações de muitos
professores e a dinâmica da própria escola.
Influência Militar
Diferentes autores, como MARINHO (1956, 1980), CASTELLANI ( 1988), OLIVEIRA
(1984, 1985, 1987), BRACHT (1989), COLETIVO DE AUTORES (1992), entre outros,
empreendem análises da trajetória histórica da Educação Física brasileira, e de um modo geral
apresentam críticas à influência da instituição militar sobre a Educação Física escolar. Alegam
não ser necessário uma análise apurada e nem lhes extirpar as entranhas, para reconhecer a
grande influência exercida pelos militares na Educação Física brasileira, desde o século
antepassado.
Neste sentido podemos citar a criação da Escola Militar pela Carta Régia de 04 de dezembro
de l8l0, com o nome de Academia Real Militar; a introdução da Ginástica Alemã em l860; a
fundação no ano de 1907 pela missão militar francesa, do embrião que mais tarde se tornou o
primeiro estabelecimento especializado de todo o Brasil, a Escola de Educação Física da Força
Policial do Estado de São Paulo; a Portaria do Ministério da Guerra de 10 de janeiro de 1922,
criando o Centro Militar de Educação Física, entre outros. Ressalte-se ainda a marcante
presença dos militares na formação doss primeiros professores civis de Educação Física no
Brasil8.
No final do Império foi recomendado às escolas que se utilizassem da ginástica alemã, uma
vez que a mesma já vinha sendo utilizada oficialmente pelos militares, para a prática das
atividades físicas, no Exército.
A adoção do método alemão pelos militares perdurou até a derrota da Alemanha na Primeira
Guerra Mundial. Com a chegada no Brasil, em l9ll, da missão militar francesa, o referido
método perdeu seu caráter oficial, vindo a ser substituído, em l921, pelo Método Francês,
originário de Joinville-le-Pont, e que se firmava por princípios biológicos.
A obrigatoriedade de sua adoção nas escolas, sob o título de Regulamento Geral de Educação
Física, deu-se em 1929, por deliberação ocorrida na realização da III Conferência Nacional de
Educação, promovida pela Associação Brasileira de Educação - (ABE), realizada em São
Paulo.
Embora a obrigatoriedade de sua utilização fosse em caráter provisório, o referido método
determinou o agir pedagógico dos professores de Educação Física escolar, por muito tempo.
OLIVEIRA9 afirma que:
(...) o regulamento de Educação Física da Escola
Militar de Joinville-le-Pont foi a bíblia da Educação
Física brasileira durante mais de duas décadas.
8
9
CASTELLANI, op. cit. 1988, ps. 33 e 34
OLIVEIRA, Vitor M. de (org) Fundamentos Pedagógicos - Educação Física. 1987 pag. 57.
Segundo este autor, a Educação Física escolar, ficou “aprisionada” à instituição militar, o que
levou os professores (instrutores), a desenvolverem um trabalho pedagógico, através de
métodos rígidos de disciplina e hierarquia, próprios da instituição militar.
Eram os instrutores militares quem ministravam as aulas de Educação Física. Além de
apresentarem os exercícios à classe, deveriam dirigir a execução, mantendo a ordem e a
disciplina. Ao aluno competia repetir e cumprir a tarefa atribuída pelo instrutor.
Ratificando o expresso pelos demais autores, o COLETIVO DE AUTORES10 também se
manifesta sobre a questão da influência marcante da ação militar na construção da Educação
Física. Afirmam eles que os militares
(...) traziam para essas instituições os rígidos métodos
militares da disciplina e da hierarquia. Esse fato é a
base da construção da identidade pedagógica da
Educação Física Escolar, calcada nas normas e valores
próprios da instituição militar.
Com referência ao homem que se formava, ou aos seus corpos, ele ainda se expressa: (...)
constrói-se, nesse sentido, um projeto de homem disciplinado, obediente, submisso, profundo
respeitador da hierarquia social.
Conseqüentemente assistimos a uma prática pedagógica adestradora, com exercícios
mecânicos, estereotipados, a serem reproduzidos pelos alunos num tempo e espaço prédeterminados, numa cadência rítmica imposta a partir de vozes de comando, que
determinavam todos os momentos, gestos e ações a serem realizadas num disciplinamento
capaz de tornar os corpos dos alunos em corpos dóceis, corpos-objetos, corpos-produtores.
Neste sentido, FOUCAULT11 adverte que “é dócil um corpo que pode ser submetido, que
pode ser utilizado, que pode ser transformado e aperfeiçoado”, é um corpo-objeto que pode
ser manipulado e treinado, subjugado e alienado, incapaz de vislumbrar qualquer possibilidade
de intervenção no quadro social, econômico, político e histórico, do qual faz parte.
Na década de 30 assistia-se a grandes reformas educacionais em todo o país e as severas
críticas à pedagogia tradicional instalada deram origem a uma teoria pedagógica chamada de
10
11
COLETIVO DE AUTORES Metodologia do ensino de Educação Física.1992, pag. 53.
FOUCAULT, Michel Vigiar e Punir 1987, pag. 126.
“Escola Nova”. Seus pressupostos diametralmente opostos aos da “Escola Tradicional”,
destacam, segundo LIBÂNEO12,
(...) a valorização da criança, dotada de liberdade,
iniciativa e de interesses próprios e, por isso mesmo,
sujeito da sua aprendizagem e agente do seu próprio
desenvolvimento; tratamento científico do processo
educacional, considerando as etapas sucessivas do
desenvolvimento biológico e psicológico; respeito às
capacidades e aptidões individuais, individualização do
ensino conforme os ritmos próprios de aprendizagem;
rejeição de modelos adultos em favor da atividade e da
liberdade de expressão da criança.
Assim, o aluno torna-se o centro do processo educativo, como um ser ativo. O professor, agora
nomeado orientador, era o facilitador da aprendizagem.
Diversos métodos educacionais veicularam a proposta que previa o aluno ativo e a renovação
metodológica para um agir pedagógico sem qualquer tipo de coação. Os interesses e
motivações pessoais seriam respeitados. Porém, em Educação Física, pouca coisa, ou,
arriscamo-nos a dizer, quase nada mudou, uma vez que sua prática era determinada por
características militares.
Se, por um lado, assistimos a um grande avanço no sentido da implantação da Educação Física
em vários Estados brasileiros, ampliando as possibilidades educacionais, por outro, constata-se
que sua prática ainda era calcada nos princípios, fundamentos e determinações militares. Os
postulados da pedagogia tradicional se consolidavam na sua prática através das normas e dos
valores característicos da instituição militar.
Assim, embora a Escola Nova tivesse uma abordagem educacional de caráter mais científica,
mais refletida, com uma visão de totalidade do homem, na prática o modelo pedagógico
adotado pela Educação Física era o militar. Prevalecia o Método Francês com um
desenvolvimento teórico afeto ao homem sob o ponto de vista anátomo-fisiológico.
Os que defendiam os ideais da Escola Nova, não viram substituído, em Educação Física, o
Método Francês por outro que correspondesse aos seus anseios de liberdade individual, de um
ensino ativo e de uma renovação metodológica13.
12
13
LIBÂNEO, José C. Didática. 1993, p. 62.
BETTI, Mauro. Op. Cit. 1991, p. 163.
Nos anos finais da década de 30, as mudanças havidas no reordenamento político, econômico
e social do país, sugeriram que a Educação Física, através de suas aulas, poderia colaborar
para a concretização de uma identidade moral e cívica brasileira, afeta aos princípios de
Segurança Nacional e com a preparação, manutenção e recuperação da força de trabalho do
homem.
Primeiramente na Velha República, sob a tônica de “Ordem e Progresso”, e agora sob a égide
de “Segurança e Desenvolvimento”, a filosofia positivista permeia as instituições brasileiras,
especialmente as militares, e conseqüentemente as escolas, e nestas a Educação Física,
determinando suas ações e pensamentos, herança sentida até hoje e demonstrada no desenrolar
das tramas educacionais. Nesse período, ou seja, dos anos de 1937 a 1945, vigorou no Brasil o
Estado Novo e acarretou uma sensível modificação no papel desempenhado pela Educação
Física.
Nesta época, conforme cita OLIVEIRA14, a Educação Física,
(...) passa a servir como instrumento ideológico, como,
de resto, tudo que pudesse servir ao mesmo fim.
Além disto,
(...) a prática da Educação Física e a participação em
comemorações e desfiles “cívicos” eram fundamentais
para a consolidação da ditadura instalada.
Almejando “Segurança e Desenvolvimento”, a adoção de uma concepção biologicista e de
uma metodologia rígida e autoritária, adestrante, fez-se necessária para construção de um
indivíduo
“forte”,
“saudável”,
“útil”,
próprio
à
implementação
do
processo
de
desenvolvimento, que o país almejava e frente ao contexto histórico e político mundial da
referida década. A ascensão das ideologias nazistas e fascistas fez ressurgirem as idéias, que
associam a eugenização da raça à Educação Física.
Assim à preocupação com a eugenização da população
junta-se mais dois objetivos: o
primeiro referia-se aos deveres com a defesa da nação, frente ao movimento denominado pelos
militares de “intentona comunista” de 1935, e à possibilidade de uma guerra mundial. O
14
OLIVEIRA, Vitor M. Op cit. 1987:59.
segundo era voltado para a economia, que necessitava da preparação de mão-de-obra
adestrada e capacitada visando assegurar o processo de industrialização implantado no país15.
Propunha-se, então, que os exercícios físicos eram fonte de saúde e que quem os realizasse
seria mais “disciplinado” e assim, contribuiria para a sociedade na defesa da Pátria, e ainda,
com sua força de trabalho, geraria mais ganhos de capital.
A primeira Constituição Federal a fazer referência explícita sobre a Educação Física, foi a de
1937, incluindo-a no currículo de todas as escolas brasileiras, como prática educativa.
Juntamente com ela, a educação moral e cívica e a instrução militar, deveriam ser trabalhadas
de forma articulada como elementos integradores e funcionais. Era necessário assegurar-se
que os objetivos pretendidos pelo Estado fossem atingidos.
Com o processo de industrialização e urbanização, impunha-se as atribuições à Educação
Física de: fortalecer o trabalhador, melhorar sua capacidade produtiva e desenvolver o
espírito de cooperação em benefício da coletividade16
Com relação à implementação das aulas, O COLETIVO DE AUTORES17, se refere, dizendo
que:
(...) práticas pedagógicas como a Educação Física
foram pensadas e postas em ação, uma vez que
correspondiam aos interesses da classe social
hegemônica..., ou seja, a classe social que dirige
política, intelectual e moralmente a nova sociedade.
O interesse pela Educação Física decorreu da convergência entre educadores, os interesses do
Estado e do serviço militar, a fim de sustentar seus pressupostos e anseios, quais sejam, os da
eugenia, da higiene, da preparação militar e do nacionalismo. Tal apoio deu-se, conforme
BETTI18, no
(...) esforço de redenção do homem brasileiro, de
afirmação de nacionalidade e de busca de
desenvolvimento sócio, econômico e cultural do país,
sob a condução da tutela autoritária.
15
16
17
18
CASTELLANI, Lino op. Cit. 1988 p. 80 e 81.
PARÂMETRO CURRICULARES NACIONAIS. MEC/ Brasil. 1997 Vol. 7, p. 21.
COLETIVO DE AUTORES, Metodologia do Ensino de Educação Física 1992, pag. 51.
BETTI, Mauro,op. cit. 1991, pag.89.
Acentua-se ainda mais o caráter militar, rígido, com exercícios de ordem unida, adestrantes,
estereotipados, no agir pedagógico dos professores, fato que ALCIR LENHARO19,
convencionou chamar de militarização do corpo, que se dava concomitantemente à
militarização espiritual .
Nota-se aqui, ainda segundo LENHARO20, um projeto de docilização coletiva dos corpos,
conjugada a uma organização compreensiva da sociedade interiormente identificada com a
organização militar (...) na qual são encontrados corpos alienados, submissos, disciplinados,
obedientes e paradoxalmente fortes, sadios e adestrados para servirem à Pátria.
Pela leitura desta realidade percebe-se que a preocupação maior era com o corpo meio de
produção, corpo utilitário, produzido através de práticas pedagógicas, nas quais o corpo do
aluno era tido apenas como instrumento para atingir os fins a que se propunham, ou seja, a
manutenção do status quo.
Podemos perceber que neste período ocorreram mudanças no cenário político, econômico e
social brasileiro e conseqüentemente mudaram-se os objetivos pretendidos através da
atividade física. No entanto, sua prática continua com as mesmas características.
Com o final do Estado Novo no Brasil, as atenções de vários segmentos sociais e políticos
convergem no sentido da elaboração de uma nova Constituição Federal com contornos mais
liberais-democráticos, diferentes dos traços autoritários daquela existente.
A promulgação dessa nova Carta Magna deu-se em 1946. Ela fixa a necessidade de elaboração
de novas leis e diretrizes para o ensino brasileiro.
Assim, basicamente em 1948, a partir dos princípios constitucionais, os intelectuais se
ocuparam de discutir um projeto educacional inspirado nos princípios liberais. O amplo debate
sobre o sistema de ensino brasileiro, na direção da elaboração de um projeto de Diretrizes e
Bases para a Educação Nacional, culminou somente após 13 anos, em 20 de dezembro de
1961, quando foi promulgada a LDB 4024/61. O artigo 22 da referida lei ratifica a
obrigatoriedade das aulas de Educação Física, no ensino primário e médio. Somente em 1969,
ela se estenderia para o nível universitário.
Nesse momento histórico era incentivada a internacionalização no campo econômico que se
estendeu ao campo educacional e cultural. Nesse contexto de expansão e diversificação
cultural, alguns professores de Educação Física realizam viagens de estudo ao exterior e
19
20
LENHARO, Alcir, apud CASTELLANI.op. cit. 1988, p 85.
Ibidem pag. 87.
recebiam aqui, a visita de docentes estrangeiros. Este intercâmbio propiciou contato com
diferentes modelos didático-pedagógicos e permitiu ao Professor Alfredo Colombo, então
diretor da Divisão de Educação Física do Ministério da Educação, desobrigar a aplicação
exclusiva do Método Francês21. Assim surgem outras tendências em Educação Física Escolar:
o Método Natural Austríaco, e especialmente, o do Método da Educação Física Desportiva
Generalizada, divulgado no Brasil, por Auguste Listello, ambos foram difundidos nos diversos
cursos de aperfeiçoamento técnico-pedagógico realizados naquela época, por todo o país.
A adoção destes métodos pelos professores de Educação Física, representou uma reação
contra os velhos métodos de ginástica. Ao mesmo tempo, foi uma tentativa de manter o
esporte, que já era uma instituição autônoma, sob os cuidados pedagógicos da Educação
Física.
Pela análise crítico-reflexiva realizada neste estudo pudemos depreender que a falta de
reconhecimento social desta área de conhecimento e a pouca importância atribuída, via de
regra, às aulas de Educação Física no contexto escolar, deve-se a sua própria gênese e aos
desdobramentos havidos durante o período histórico aqui relatado.
REFERÊNCIAS
ASSMANN, Hugo. Paradigmas Educacionais e Corporeidade. Piracicaba: Ed. UNIMEP,
1993.
AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica. 6ª ed. Piracicaba: Editora
UNIMEP, 1998.
BECHER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e
Realidade Porto Alegre: nº 19 (1) : 89-96, 1994.
BETTI, Mauro. Educação Física e sociedade: a educação física na escola brasileira de l° e 2°
graus. São Paulo: Movimento, 1991.
BORDIEU, Pierre, PASSERON, J.Claude. A reprodução: elementos para uma teoria do
sistema de ensino. Tradução de Reynaldo Bairão. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves,
Editora S/A, 1975.
BRACHT, Valter. Educação Física: a busca da autonomia pedagógica. In Revista da
Educação Física. Maringá, v.l, n° 0, p. 28-33, 1989.
______________. A criança que pratica esportes respeita as regras do jogo capitalista.
Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.7 n° 2 p.62-68, 1986.
21
OLIVEIRA. Op. Cit. 1987, p. 59.
BRASIL, MEC, SEED, Documento Proposta da Política Nacional de Educação Física e
Desportos, 1986-1989- 1985.
_______. Conselho Federal de Educação: Parecer nº. 853, 1971.
_______ MEC/ Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
Brasília, 1997- 1998.
________ MEC. Lei Federal nº 9394/ dezembro, 1996.
CASTELLANI Filho, Lino. Educação Física no Brasil: A história que não se conta.
Campinas: Papirus, 1988.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez,
1992.
CUNHA, Maria I. da. Educação Física, um ato pedagógico Revista Brasileira de Educação
Física e Desportos, Brasília n. 53, p.09-12, janeiro a dezembro/ 1984.
DAOLIO, Jocimar. Educação Física Brasileira: Autores e Atores da década de 80 in Revista
Brasileira de Ciências do Esporte, V.18,nº.3, p.182-191, 1997.
_______________. Da cultura do corpo. Campinas: Papirus, 1995.
ENGUITA, Mariano. A face oculta da escola. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
FAZENDA, Ivani (org.). A Pesquisa em Educação e as transformações do Conhecimento. 2ª
Ed. Campinas: Papirus, 1997.
FONTANELLA, Francisco Cock. O corpo no limiar da subjetividade. Piracicaba, Ed.
UNIMEP, 1995.
FOUCAULT, Michel, Vigiar e Punir: A história da violência nas prisões. 11ª ed. Petrópolis,
R.J.: Vozes, 1987
FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro: Teoria e prática da Educação Física. São
Paulo: Scipione, 1989.
GADOTTI, Moacir. Pensamento pedagógico brasileiro, São Paulo: Ática, 1987
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan S/A,
1989.
GHIRALDELLI Júnior, Paulo. Educação Física Progressista: a pedagogia crítico-social dos
conteúdos e a educação física brasileira. São Paulo: Ed. Loyola, 1988.
__________________, História da educação. São Paulo: Cortez, 1990.
LIBÂNEO, José Carlos. A didática e as tendências pedagógicas. Seminário: A didática e a
escola de 1° Grau. Série Idéias n. 11, p.26 FDE, São Paulo, 1992.
___________________. Didática. São Paulo: Cortez, 1993
MARINHO, Inezil. P. História da Educação Física no Brasil. São Paulo: Brasil Editorial, s/d..
MCLAREN, Peter. Rituais na Escola: Em direção a uma economia política de Símbolos e
Gestos na Educação, tradução de Juracy C. Marques e Ângela M.B. Biaggio. Petrópolis, Rio
de Janeiro: Vozes, 1991.
MEDINA, João Paulo S. A educação física cuida do corpo... e “mente” : bases para a
renovação e transformação da educação física. 10ª.ed. Campinas: Papirus, 1992.
MELLO, Guiomar N, de ( org.).Escola Nova, tecnicista e educação compensatória. 2a. ed.
São Paulo: Ed. Loyola, 1986.
MIZUKAMI, Maria.G.N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.
MOREIRA, Wagner W. (Org.) Corpo Presente num olhar panorâmico. In MOREIRA W.W.
(ORG) Corpo Pressente. Campinas: Papirus, 1995.
OLIVEIRA, José. G. Mariz de. et alii. Educação Física e o ensino de l° Grau S.Paulo: EPU:
Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
OLIVEIRA, Vitor Marinho de. O que é Educação Física? 3ª.Ed. São Paulo: Brasilense, 1984.
_________________________.Educação Física Humanista. Rio de Janeiro: Ao Livro
Técnico, 1985.
_________________________ ( org.).Fundamentos Pedagógicos - Educação Física. Rio de
Janeiro: Ao Livro Técnico, 1987.
PAGNI, Pedro Angelo. As contribuições da História para a Educação Física: um ponto de
vista. in: Revista Brasileira de Ciências do Esporte, vol.17, n° 2- Jan. 1996:153.
SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. S.Paulo: Autores Associados/Cortez Ed., 1983.
_________________. Do senso comum à consciência filosófica. 5ª. Ed. S.Paulo:
Cortez/Autores Associados, 1985.
TAFFAREL, Celi N. Z. “A educação física na nova república”. Sprint, v.3:17-19, 1985.
Download

educação física escolar brasileira - Sociedade Brasileira de História