INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL
Departamento de Ensino
Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Homeopatia
Área de Concentração: Farmácia
MONOGRAFIA
DISPENSAÇÃO ORIENTADA EM FARMÁCIA
HOMEOPÁTICA
Carolina Cipriano da Silva
Liliane Silva Alves
Rio de Janeiro
2011
1
INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL
Departamento de Ensino
Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Homeopatia
Área de Concentração: Farmácia
DISPENSAÇÃO ORIENTADA EM FARMÁCIA
HOMEOPÁTICA
Carolina Cipriano da Silva
Liliane Silva Alves
Sob a Orientação da Professora
Carmelinda Monteiro Costa Afonso
Monografia submetida como requisito
parcial para obtenção do certificado de
conclusão do curso de pós graduação lato
sensu em Homeopatia – área de
Farmácia.
Rio de Janeiro
2011
2
Número de Catalogação:
Alves, Liliane Silva e Silva, Carolina Cipriano
Dispensação Orientada em Farmácia Homeopática. Rio de
Janeiro. R.J. Instituto Hahnemanniano do Brasil. 2011.
23f.
Orientadora: Carmelinda Monteiro Costa Afonso
I. Carmelinda Monteiro Costa Afonso. II. Instituto Hahnemanniano
do Brasil. III. Dispensação Orientada em Farmácia Homeopática.
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INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL
Departamento de Ensino
Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Homeopatia
Área de Concentração: Farmácia
DISPENSAÇÃO ORIENTADA EM FARMÁCIA
HOMEOPÁTICA
Carolina Cipriano da Silva
Liliane Silva Alves
MONOGRAFIA APROVADA EM: ....../....../2011
Carmelinda Monteiro Costa Afonso, MSc. IHB
Coordenadora/Orientadora
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RESUMO
A homeopatia é um método terapêutico baseado na lei natural de cura
que visa à individualização dos sintomas e tem o objetivo de estimular a reação
orgânica no sentido da cura. Por oferecer muitos benefícios à saúde, a
homeopatia constitui uma das formas de tratamento que mais se expandem no
mundo. Consequentemente, esta realidade vem promovendo um aumento
significativo no consumo de medicamentos homeopáticos. Ressaltando a
importância do profissional farmacêutico na dispensação orientada, podendo
fazer um acompanhamento mais personalizado, orientando-os sobre o
medicamento, dose, via de administração e forma farmacêutica, além da
posologia e o monitoramento terapêutico, tendo como objetivo a cura, a
eliminação ou ao menos a redução da sintomatologia.
PALAVRAS-CHAVE
Homeopatia, Dispensação Orientada, Papel do Farmacêutico.
5
LISTA DE ABREVIATURAS
ABFH
Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopata
IHB
Instituto Hahnemanniano do Brasil
RDC
Resolução da Diretoria Colegiada
SNVS-MS
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária/ Ministério da
Saúde
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................8
2. DESENVOLVIMENTO...................................................................................10
2.1 OS CONCEITOS HOMEOPÁTICOS...........................................................12
2.2 FARMÁCIA HOMEOPÁTICA.......................................................................14
2.3 PERFIL DO FARMACÊUTICO....................................................................16
2.4 DISPENSAÇÃO ORIENTADA.....................................................................17
3. CONCLUSÃO................................................................................................21
4. BIBLIOGRAFIA.............................................................................................23
7
1. INTRODUÇÃO
A dispensação na Farmácia Homeopática é o ato profissional
farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente,
geralmente como resposta à apresentação de uma receita elaborada por um
profissional autorizado. Nesse ato, o farmacêutico informa e orienta o paciente
sobre o uso adequado do medicamento. São elementos importantes da
orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a influência
dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reconhecimento de
reações
adversas
potenciais
e
as
condições
de
conservação
dos
medicamentos. (BRASIL, 1998)
A dispensação farmacêutica é um ato que necessita de habilidades e
conhecimentos técnicos específicos e é fruto da relação entre o paciente e o
farmacêutico, envolvendo também os auxiliares do farmacêutico e os
cuidadores desse paciente em um processo em que é imprescindível atenção e
cuidado ao mesmo.
O processo de dispensação deve envolver o conhecimento de
características
farmacoterapêuticas
do
medicamento
e
ser capaz
de
proporcionar ao paciente informação útil e clara sobre todas as características
do medicamento.
Explicar para que serve, como utilizar, como guardar e qualquer outra
informação necessária ao melhor uso do medicamento, são atitudes
fundamentais na etapa de dispensação de medicamentos. Ações de alerta para
evitar o surgimento de contra-indicações, duplicidades de uso e interações de
relevância clínica são identicamente importantes.
Desse modo estará sendo garantido o conhecimento e a aceitação do
processo de uso do medicamento pelo paciente, bem como a observação dos
indicadores da evolução do tratamento dispensado.
8
O presente trabalho tem como objetivo, a dispensação do receituário
na farmácia homeopática, como um dos requisitos necessários ao alcance dos
objetivos terapêuticos prognóstico, assim como para o uso racional de
medicamentos.
9
2. DESENVOLVIMENTO
A homeopatia considera o indivíduo como um todo, e propõe uma
estratégia terapêutica que destaca a individualização do paciente, tomando
como indicações importantes durante a anamnese suas sensações, medos,
forma de reagir a estímulos, entre outros, por uma “força” interna.
Filósofos e médicos da antiguidade refletiram e observaram como
nosso corpo organiza os processos vitais: nascimento, vida, morte e as
“doenças”. Esta inquietação inicial configurou a “energia” que anima o corpo,
denominada de Energia Vital, como aquela responsável pela homeostase do
organismo humano, não é só formado por componentes físicos. Com isto,
originou-se a escola Vitalista, que parte da concepção de uma força sutil que
anima o corpo. (HAHNEMANN, 1962)
Hipócrates (460 – 377 a.C.) considerava todo estado patológico como
fenômeno geral, e os sintomas locais como manifestações secundárias.
Afirmava que a terapêutica tinha por base o poder curativo da natureza, a vis
medicatrix naturae, e as doenças deviam ser interpretadas considerando-se o
quadro particular de cada indivíduo. Ele entendia a doença como a perturbação
do equilíbrio, o qual mantinha o ser humano em harmonia consigo mesmo e
com a natureza. Mas foi Samuel Hahnemann que unindo seus conhecimentos
referentes à medicina, ao resultado de experiências testadas com drogas,
tomou como base fundamental para seus estudos a ação farmacológica das
drogas sobre o homem sadio, para depois aplicá-las nos indivíduos doentes
seguindo o princípio da similitude.
Em 1840 a Homeopatia foi introduzida no Brasil pelo médico francês,
natural de Lyon, Dr. Benoit Jules Mure, mais conhecido em nosso meio como
Bento Mure, que logo tratou de fazer discípulos entre os colegas brasileiros.
As tinturas e as substâncias utilizadas em Homeopatia vinham da
Europa e os próprios médicos as manipulava devido à inexistência de
farmácias especializadas.
10
O número de homeopatas foi crescendo no Império e, por conseguinte,
os farmacêuticos passaram a manifestar interesse pela doutrina, participando
dos cursos organizados pelo Dr. Mure e pelo seu colega, Dr. João Vicente
Martins. Por volta de 1851 a Escola Homeopática do Brasil, sob forte pressão
dos farmacêuticos, resolve aprovar a separação da prática médica da prática
farmacêutica. Não existiam, até então, leis que regulamentassem a farmácia
homeopática
no
Brasil,
facultando
a
manipulação
de
medicamentos
homeopáticos aos proprietários leigos.
Somente em 1886, com o Decreto nº 9.554, surgiu uma lei que dava o
direito de manipulação apenas aos farmacêuticos.
Em 1843 fundou-se o Instituto Homeopático do Brasil. Porém, só em
1980, é que a Homeopatia foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina
e, em 1990, passou a constar do Conselho de Especialidades Médicas da
Associação Médica Brasileira, deixando de fazer parte das terapias
alternativas. (COSTA,1988)
A homeopatia fundamenta-se na descoberta de Hahnemann que
descreve a experimentação de uma mesma substância que em indivíduos
saudável é capaz de provocar um conjunto específico de sintomas. Este
mesmo medicamento também se mostra capaz de curar os mesmos sintomas
em indivíduos que os estivessem enfermos. Estava assim confirmada a cura
pelos semelhantes. (HAHNEMANN, 1962)
A cura pela homeopatia depende da individualização correta do
paciente com a consequente prescrição do medicamento correto, que objetiva
reorganizar a energia vital do doente. O desequilíbrio desta energia vital reflete
o aparecimento da doença.
O medicamento homeopático é derivado de substâncias existentes na
natureza, de origem animal, vegetal ou mineral. Estas substâncias são diluídas
e dinamizadas, ou seja, são processadas e sucussionadas, de forma a
liberarem energia e, é esta energia que confere a estes medicamentos seu
poder de cura, a partir da ativação da energia interna, razão pela qual o
medicamento homeopático pode exercer sua ação sobre ela, regulando-a.
(EGITO,1980)
11
Cada medicamento homeopático dinamizado só é capaz de agir sobre
aquele indivíduo com o qual tenha afinidade, ou semelhança.
A homeopatia trata tanto casos agudos, quanto crônicos com a mesma
eficiência quando empregada corretamente, além de se elevar o grau de
responsabilidade com o paciente, já que este é acompanhado mais de perto.
Através da dispensação orientada do receituário homeopático, é
possível o acompanhamento personalizado do receituário, orientando-os sobre
o medicamento, dose, via de administração e forma farmacêutica, além da
posologia e o monitoramento terapêutico, tendo como objetivo a cura, ou ao
menos a redução dos sintomas.
2.1 OS CONCEITOS HOMEOPÁTICOS
O farmacêutico como profissional essencial nessa etapa do cuidado do
paciente tem proximidade tanto com o público quanto com o medicamento,
mostrando que ao ministrar ao doente doses mínimas do medicamento evita a
intoxicação e estimula a reação orgânica. (FONTES, 2005)
Esta é uma ciência que tem por fundamento quatro princípios também
denominados fundamentos que consolidaram essa terapêutica. A palavra
homeopatia foi criada por Hahnemann, vem do grego “ómios ,semelhante”, e
“páthos, doente”. Ela baseia-se na lei natural de cura já descrita, similia
similibus curantur, ou seja, o semelhante será curado pelo semelhante. Os
quatro princípios são: Lei dos semelhantes, Experimentação no homem são,
Dose mínima e Medicamento único. (HAHNEMANN, 1962)
A lei dos semelhantes baseia-se no aforismo de Hipócrates, parte do
princípio da similitude, e descreve que quando uma substância é capaz de
provocar num homem sintomas determinados ela é capaz também de curar tais
sintomas.
12
Qualquer substância capaz de provocar em um homem sadio, porém
sensível, determinados sintomas é capaz de curar, desde que em doses
adequadas, um homem que apresente um quadro mórbido semelhante, com
exceção de lesões irreversíveis. (FONTES, 2005)
Na homeopatia acredita-se que a única forma de se conhecer os
efeitos farmacológicos de forma confiável é se experimentando em um
organismo sadio.
A experimentação no homem sadio é um método experimental de
investigação natural onde os efeitos que as drogas e os medicamentos
produzem para saber que enfermidades estes são capazes de curar.
Experimentação no homem sadio, também chamada experimentação
patogênica ou pura é o procedimento de testar substâncias medicinais em
indivíduos sadios para elucidar os sintomas que irão refletir sua ação.
(FONTES, 2005)
Hahnemann sempre observou os efeitos iniciais que uma droga diluída
e dinamizada provocava ao ser utilizada como recurso terapêutico. A partir da
observação clínica, modificou seu método e dosagens, já que no início ele
utilizava as doses não diluídas e desta forma acarretava um agravo nos
sintomas, antes que o organismo começasse a reagir ao medicamento
prescrito.
Pensando em diminuir estes sintomas iniciais ele começou a estudar
diluições dos medicamentos utilizados em água e álcool, e seus resultados
foram expressivos, notou que além da diminuição do agravamento dos
sintomas e dos possíveis efeitos tóxicos das altas doses, ocorria um aumento
da reação orgânica. (FONTES, 2005)
Nascia então à dose mínima como pilar da homeopatia, onde as
dinamizações,
processo
farmacotécnico
característico
da
homeopatia,
juntamente com as diluições infinitesimais e potencializadas pelas fortes
agitações
do
manipulador
caracterizam
o
medicamento
homeopático.
(SILVA,1997)
13
O medicamento único consiste no pilar mais difícil de ser seguido na
homeopatia, já que requer profundos conhecimentos da matéria médica
homeopática.
Em um tratamento homeopático, a princípio, trata-se a patogenesia, ou
seja, a conjunto de sinais e sintomas, com apenas uma droga por vez, não se
experimentam várias drogas por vez. (FONTES, 2005)
Só se muda uma prescrição homeopática se o medicamento
administrado faz com que o quadro sintomático sofra alguma alteração ou
quando o medicamento já não mais atue no organismo.
2.2 FARMÁCIA HOMEOPÁTICA
Farmácia Homeopática é um local que não apenas dispensa, mais
também manipula medicamentos homeopáticos.
O Brasil é um país muito bem representado, quando comparado com
vários outros países, já que em quase todos os locais onde se dispensa
medicamentos homeopáticos também se manipula tais medicamentos.
A Farmácia Homeopática só poderá manipular fórmulas oficinais e
magistrais, obedecendo à farmacopéia homeopática, é o que se descreve na
Lei Federal nº.5.991, de 17/12/73. Lei esta que descreve as atribuições
primárias da farmácia homeopática e que deu início a sua legislação. (ABFH,
2001)
Para a instalação de uma farmácia homeopática e preparo de
medicamentos homeopáticos, deve-se seguir uma Legislação específica
vigente, que pode ser resumida da seguinte forma:
14
Lei Federal nº 5991 de 17/12/73 regulamentada pelo decreto nº 74170
de 12/06/74.
Lei Federal nº 6360 de 23/09/76 regulamentada pelo decreto nº 74194
de 05/01/77.
Legislação complementar dos Estados que são os códigos de Vigilância
Sanitária.
Decreto 78841 de 25/11/76 que aprovou a primeira edição da
Farmacopéia Homeopática Brasileira.
Decreto 57477 de 20/12/65 que dispõe sobre a manipulação, receituário,
industrialização e venda de produtos utilizados em homeopatia.
Portaria nº17 de 22/08/66 da SNVS-MS que dispõe sobre a
manipulação, industrialização e vendas de produtos utilizados em
homeopatia.
Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007.
Resolução nº 232 de 06/05/92 do Conselho Federal de Farmácia.
Resolução nº 267 de 09/02/95 do Conselho Federal de Farmácia, que
dispõe sobre o registro de Título de especialista, de acordo com a
resolução 12/83 do Conselho Federal de Educação.
As Boas Práticas de Manipulação é o conjunto de normas destinadas à
fabricação de medicamentos, que visam assegurar que os produtos sejam
adequadamente produzidos e possuam qualidade apropriada à finalidade a que
se destinam.
15
“O Regulamento Técnico fixa os requisitos mínimos exigidos para o
exercício das atividades de manipulação de preparações magistrais e oficinais
das farmácias, desde suas instalações, equipamentos e recursos humanos,
aquisição e controle da qualidade da matéria-prima, armazenamento, avaliação
farmacêutica
da
prescrição,
manipulação,
fracionamento,
conservação,
transporte, dispensação das preparações, além da atenção farmacêutica aos
usuários ou seus responsáveis, visando à garantia de sua qualidade,
segurança, efetividade e promoção do seu uso seguro e racional”. (RDC
67/07.1p.)
Em Homeopatia, compreende o controle de matérias-prima e dos
produtos acabados, segundo as normas.
O sistema de garantia de qualidade apropriado à manipulação de
medicamentos homeopáticos em farmácia deve garantir a qualidade dos
mesmos, desde o planejamento inicial até a sua utilização pelo consumidor.
(ABFH, 2001).
Desta forma, nada impede que o Farmacêutico auxilie tanto o paciente
quanto ao clínico em dúvidas que possam vir a surgir, prestando-lhes
informações no intuito de facilitar a compreensão da farmacologia destes
medicamentos, ou então demonstrando à importância de se aumentar a
qualidade de vida dos usuários de medicamentos homeopáticos, e é neste
ponto que se inicia a orientação farmacêutica dentro de uma farmácia
homeopática.
2.3 PERFIL DO FARMACÊUTICO
O farmacêutico para estar bem preparado frente ao serviço prestado a
Atenção Farmacêutica deve estar atento aos princípios e competências, neste
caso estar integrado aos princípios filosóficos da homeopatia.
São possíveis de serem listados alguns conhecimentos, habilidades e
atitudes essências a essa prática.
16
São considerados essenciais os conhecimentos ligados as formas
farmacêuticas, processo saúde/doença; fisiologia e fisiopatologia; bioquímica,
terapêutica; sistema de saúde; domínio conceitual da prática de atenção
farmacêutica inserida na assistência farmacêutica; farmacologia; fundamentos
dos
métodos
de
diagnósticos
laboratoriais;
epidemiologia;
cálculos
farmacêuticos; noções de psicologia, antropologia e sociologia; conhecimentos
de gestão; fitoterapia; homeopatia, noções de Medicina tradicional e outros.
Entre as habilidades necessárias a um farmacêutico prestes a prestar a
atenção farmacêutica destacam-se a produção de textos, comunicação verbal;
capacidade de trabalhar em equipe; utilização de protocolos e instrumentos
para
a
coleta
de
dados;
planejamento
e
execução
de
planos de
acompanhamento; raciocínio clínico; capacidade de decisão; domínio da
ferramenta de gestão (planejamento, organização, acompanhamento e
avaliação); saber buscar, avaliar e aplicar informações para resolver problemas
práticos com critérios baseados em evidências; avaliação da farmacoterapia,
saber interagir com o usuário; ter capacidade de liderança e de interpretar
exames laboratoriais.
Para ter um perfil voltado para atenção farmacêutica, o profissional deve
contemplar atitudes como a de acolhimento, escuta ativa; empatia; ética; ser
um
aprendiz
permanente
ter
dinamismo;
empreendedorismo;
atitude
humanista; de co-responsabilidade pelos resultados de terapia; atitude crítica;
comportamento comunicativo e responsabilidade social.
2.4 DISPENSAÇÃO ORIENTADA
A dispensação orientada do receituário está prevista em todas as
regulamentações sanitárias, como por exemplo a RDC67/07, retrata-se do
conjunto de informações sobre a correta utilização do medicamento prescrito.
17
O farmacêutico deve estar ciente de que a partir daquele momento
deverá orientar seus pacientes quanto à conservação e utilização dos
medicamentos, e principalmente quanto a esclarecimentos na adesão do
tratamento e a resposta terapêutica desejada.
Para tanto o farmacêutico deve iniciar seus serviços com medidas
simples, tais como, obter informações primárias de seus pacientes, idade, sexo
entre outros. A partir daí deve seguir com informações mais especificas, como
por exemplo, se este paciente segue outra conduta terapêutica ou então se
este possui doenças crônicas e apropriar-se dos hábitos deste usuário, desta
forma individualizando seu atendimento.
Este serviço favorece a adesão ao tratamento e a aproximação
prognóstico clínico, já que o farmacêutico pode entrar em contato com o clínico
tentando esclarecer dúvidas, propondo soluções técnicas, tais como novos
medicamentos que possam vir a ser usados, e por fim fornecendo informações
sobre os medicamentos homeopáticos.
Deve-se ao profissional farmacêutico, a garantia do tratamento bem
direcionado, já que existem algumas orientações que devem ser dadas, e que
são fundamentais ao tratamento. Uma forma de facilitação ao usuário é a
utilização dessas informações no formato impresso, que pode ser anexado ao
receituário no momento do atendimento, contendo as informações relativas às
peculiaridades deste tratamento, como por exemplo:
Deve-se respeitar os intervalos e os horários propostos pelo clínico;
Evitar cheiros fortes, pois podem inativar o medicamento homeopático;
Os medicamentos, não devem ser tomados após a escovação dentária;
Conferir o rótulo antes mesmo de se iniciar o tratamento, se nele estão
contidos o nome completo do paciente, sua data de fabricação, validade e
dosagem dos princípios ativos;
Deve-se respeitar um período mínimo de meia hora antes ou após as
refeições para que estes medicamentos sejam tomados;
18
Evitar contato com as mãos ao se tomar medicamento na forma sólida,
usar a tampa dos frascos para tomar os glóbulos, comprimidos e tabletes, por
questão de higiene e contaminação.
Os medicamentos homeopáticos são inativados quando em contato com
radiações, cheiro forte, ao contato de luz solar direta e umidade, devendo ser
guardados em local próprio e de preferência separados dos alopáticos;
Todo medicamento homeopático, assim como os demais, deve ser
mantido fora do alcance de criança;
Se o medicamento for dose única tomar sempre ao deitar ou em jejum,
conforme orientação prévia do clínico;
Nunca praticar a automedicação.
Tratando-se das informações e mudanças que possam ocorrer durante
o tratamento, o usuário deverá ser orientado que:
Qualquer mudança no estado físico ou emocional do paciente deve ser
comunicada ao clinico;
Quando houver dúvidas sobre o tratamento procurar o clínico ou o
farmacêutico, não devendo esperar nova consulta para esclarecer tais dúvidas;
A orientação farmacêutica é a gestão da terapia medicamentosa
individualizada, tendo como meta a dispensação do medicamento no momento
exato para o paciente que realmente necessite dele, tendo como ferramentas
essenciais o acesso à informação sobre medicamento, doses, via de
administração e forma farmacêutica, além do necessário cuidado com a
posologia e o monitoramento terapêutico, tendo como objetivo a cura,
eliminação ou redução da sintomatologia; Diminuição dos agravos ou a
prevenção de determinada enfermidade ou sintoma. (ARAÚJO, 2003)
Neste contexto a orientação farmacêutica se traduzia em três ações
básicas:
19
*ouvir: já que a maioria das informações necessárias para tomar a
decisão correta na orientação ao paciente é conseguida apenas ouvindo;
*questionar: começando por questões do paciente, qual sua idade, sexo,
história, quais são os sintomas, o que já foi feito, há quanto tempo;
*decidir: que em situações mais comuns diz respeito ao qual
medicamento utilizar; onde encontrar um médico homeopata ou qual o
significado de determinado sintoma ou medicamento diante de um tratamento.
A assistência farmacêutica é definida como pesquisa, seleção,
propagação, aquisição, armazenamento, distribuição, conservação, controle de
qualidade, segurança, boa prescrição e eficácia terapêutica dos medicamentos,
com devido acompanhamento, avaliação da utilização, obtenção e difusão de
informação e a educação permanente dos profissionais, do usuário e da
comunidade para assegurar o uso racional dos medicamentos. (ARAÚJO,
2003)
20
3. CONCLUSÃO
Sabe-se que a homeopatia promove seu tratamento baseado numa
visão geral do indivíduo, tratando por tanto sua “forca vital”. Força essa que
existe em todos nós e que é responsável pelo nosso viver, podendo, então, ser
descrita como uma energia que anima o corpo. Na homeopatia acredita-se que
não há doenças e sim doentes.
Este tratamento vem se fortalecendo através da padronização técnica e
ganhando assim, respeitabilidade.
O momento atual é de consolidação social da farmácia homeopática que
deve centrar-se no acesso ao medicamento homeopático no Sistema Publico
de Saúde.
A cura pela homeopatia vem da escolha correta do medicamento e este
é preparado de forma específica, de modo que libere energia contendo assim
seu poder de cura.
O tratamento homeopático é individualista, daí a necessidade de
avaliação do individuo que vai ser tratado. Portanto há neste tipo de
especialidade médica e farmacêutica um acompanhamento personalizado.
O farmacêutico especialista em homeopatia é encarregado na
manipulação de tais medicamentos. Sendo também responsável por auxiliar
tanto o clínico quanto o paciente, prestando-lhes informações, facilitando a
compreensão de dúvidas que possam vir a surgir, ou então se demonstrando a
importância de aumentar a qualidade de vida dos usuários de medicamento
homeopático.
Desta forma o farmacêutico que presta orientação farmacêutica na
farmácia homeopática deve estar ciente que orientar seus pacientes quanto à
conservação e utilização dos medicamentos e quanto a esclarecimentos que
levam a melhoria de sua qualidade de vida, acompanhando assim todo o seu
tratamento.
21
O farmacêutico estará otimizando o tratamento, já que ele pode entrar
em contato com o clínico esclarecendo dúvidas, propondo novas formas de
tratamento e, por fim fornecendo informações sobre drogas e medicamentos
homeopáticos tanto para o clínico como para o paciente.
Portanto neste contexto de acompanhamento personalizado é que se
enquadra a orientação farmacêutica dentro da farmácia homeopática, tendo
como meta o uso racional do medicamento.
22
4. BIBLIOGRAFIA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS. Manual
de normas técnicas para farmácia homeopática. 3ª edição. São Paulo, 2001
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA). Resolução de Diretoria Colegiada 67 publicada em 8 de outubro de
2007. Dispões sobre as Boas Práticas de manipulação de preparações
magistrais e oficinais para Uso Humano em farmácias.
COSTA, Roberto Andrade de. Homeopatia Atualizada. 3ª ed. Petrópolis:
Roberto Andrade Costa, 1988
EGITO, Laércio do. Homeopatia contribuição ao estudo da teoria
miasmática. São Paulo: Elcid, 1980
FONTES, Olney Leite. Farmácia Homeopática: teoria e prática. 2ª ed.
Barueri, São Paulo: Manole, 2005
HANEMANN, Samuel. Organon da arte de curar. 6 edição. São Paulo: Rode
Editorial, 1992.
HENRIQUE, Afonso C. Assistência Farmacêutica e Atenção Farmacêutica
em Homeopatia, Riopharma, ano XII, número 56, Julho/ Agosto 2003
SILVA, José Barros da. Farmacotécnica Homeopatia Simplificada. 2ª ed.
Piracaia: Robe Editorial, 1997
23
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