YMAA ALMADA
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F E V E R E I R O
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Estágio Nacional de Shaolin e Taijiquan
Estágio
Nacional de
Shaolin e
Tajiquan
Quem é
quem na
YMAA:
Mestre Yang
Jwing-Ming
As Armas no
Kung-Fu:
Sabre, a
rainha das
armas curtas
Estágio Nacional de Shaolin e
Taijiquan
Decorreram, nos dias 4 a 7 do presente
mês, os estágios de Shaolin e Taijiquan
na escola secundária de Cacilhas-Tejo
e na Academia Almadense respectivamente. Este evento visou a divulgação de correções e a uniformização das
escolas YMAA em Portugal. Em
Shaolin foi revisto o programa do 1º
nível com correções a nível de posições
fundamentais, (Shang Xia Zhi, e China e em Taijiquan foram abordados
Forma de Punho Taijiquan, Set Enroscar, Empurrar com as Mãos Peng, Lu,
Glossário de
termos
chineses
Colaboração
com a YMAA
Almada
Newsletter
Ji e An e Centro. Foi também discutido
o método de avaliação utilizado na
YMAA, sistema adoptado das escolas
americana e chinesa. O sistema baseiase na pontuação de critérios/requisitos
interdependentes. Ao somatório das
pontuações parciais corresponde uma
nota final que exprime a qualidade da
performance exibida. O sistema pode
ser ainda aplicado no treino diário
como ferramenta de auto-diagnóstico.
No dia 7 realizaram-se ainda os exames
de graduação havendo a destacar a
passagem de nível dos colegas Hugo
Cunha, Íris Domingos, João Costa,
(Shaolin-1ºNível) José Caldeira, Ricardo Tonet, (Shaolin - 2º Nível) e Pedro
Cruz (Taiji - 1º Nível), que estão por
isso de parabéns.
Quem é quem na YMAA
Mestre Yang Jwing-Ming
Nasceu a 11 de Agosto de 1946, em
Xinzhu Xian, na Formosa. Aos 15
anos inicia-se no Kung Fu, sob a
orientação do Mestre Cheng, GinGsao, durante 13 anos (1961-1974).
Ao longo destes anos, tornou-se
num expert no estilo Grou Branco
das artes marciais chinesas, englobando técnicas de luta com e sem
armas, entre as quais o sabre, o
bastão, a lança, o tridente e os bastões curtos. É de salientar que, sob a
orientação do mesmo mestre, o Dr.
Yang aprendeu ainda Qin Na do
estilo Grou Branco, as categorias de
massagem Tui Na e Dian Xue, e
tratamento herbal. Aos 16 anos, o
Dr. Yang começou o estudo do
estilo Taijiquan com o Mestre Kao
Tao, o qual posteriormente viria a
aprofundar com outros mestres e
praticantes seniores nomeadamente,
o Mestre Li, Mao-Ching (que teve
como mestre Han, Ching-Tang) e
Wilson Chen (que adquiriu a sua
aprendizagem com o Mestre Chang,
Xiang-San) em Taipé. Deste modo,
Dr. Yang tornou-se proficiente nas
sequências de Forma de Punho de
Taiji, Tui Shou, Forma de Combate
de Dois Homens, Taiji Espada, Taiji
Sabre e Taiji Qigong.
Quando alcançou os 18 anos, entrou
para a Faculdade de Tamkang, em
Taipé, para estudar Física. Paralelamente, iniciou a sua aprendizagem
no estilo Punho Longo Tradicional
de Shaolin, com o Mestre Li, MaoChing no Clube de Guoshu da
Faculdade de Tamkang (1964-1968),
onde se tornou Instrutor Assistente
do seu mestre.
Em 1971, completou o Mestrado em
Física pela Universidade Nacional de
Taiwan, ficando depois ao serviço da
Força Aérea Chinesa (1971-1972)
onde, também, viria a ensinar Wushu.
Após este período, Dr. Yang regressou
à Faculdade de Tamkang para leccionar Física, voltando a reencontrar o
Mestre Li, Mao-Ching. Com este
prosseguiu o seu estudo nas artes
marciais chinesas dedicando-se, desta
vez, aos estilos de Gongfu do Norte, o
qual incluía técnicas de luta sem
armas (dando ênfase às técnicas de
pernas) e técnicas de luta com a utilização de variadas armas.
Em 1974, o Dr. Yang deslocou-se até
aos Estados Unidos para estudar
Engenharia Mecânica na Universidade
de Purdue. A pedido de alguns alunos,
começou a ensinar Kung Fu, o que
mais tarde resultaria na fundação do
Chinese Kung Fu Research Club da
Universidade de Purdue, na Primavera
de 1975. Torna-se, ainda, fulcral
acrescentar que durante a sua permanência em Purdue, o Dr. Yang leccionou em várias cadeiras curriculares da
faculdade a arte marcial Taijiquan. Em
Maio de 1978, obteve o Doutoramento
em Engenharia Mecânica pela Universidade de Purdue.
O ano de 1982 ficou assinalado pelo
início do ensino de artes marciais em
Boston, onde o Dr. Yang viria a fundar a Yang’s Martial Arts Association
(YMAA). Desta forma, o Dr. Yang
acabaria por desistir da sua carreira de
engenharia, para dar continuidade ao
seu sonho de se dedicar ao estudo da
cultura chinesa e dar a conhecer as
artes marciais chinesas ao Ocidente.
Deste modo, e com o objectivo de
complementar o seu trabalho nesta
área, em 1984, fundou o Centro de
Publicação YMAA, através do qual
publicou 32 livros e mais de 75 vídeos
sobre artes marciais e Qigong. Desde
então, Dr. Yang tem vindo a observar
a evolução da sua escola, que alcançou a categoria internacional, estando
hoje representada em 18 países, acumulando mais de 55 escolas.
Em 2005, fundou o YMAA CA
Retreat Center e a Qigong Public
Research Foundation, organizações
sem fins lucrativos com o objectivo de
construir uma ponte de conhecimento
entre o Oriente e o Ocidente.
P ÁG.2
As armas no Kung-Fu:
Sabre, a rainha das armas curtas
O sabre (Dao, chinês: 刀) é uma categoria de espadas chinesas com lâmina de fio de corte único.
Muito popular dentre as armas militares, foi usado em grande escala no exército da China imperial,
sendo usada com frequência nas guerras chinesas. É, por norma, a 1ª arma a ser introduzida no
treino em virtude de ser a mais fundamental das armas curtas e partilhar cerca de 70% das técnicas
com as restantes armas facilitando o seu treino.
Podem-se distinguir vários tipos de sabre, sejam do norte ou do sul, externo ou interno. Um
sabre do norte é em regra mais longo do que o do sul podendo por isso também ser mais pesado.
Isto sucede porque sendo os chineses do norte da China de estatura mais elevada, os estilos do
norte trabalham a maior distância. Sabres mais pesados podem ser utilizados por pessoas com
maior capacidade muscular dando-lhes uma vantagem extra no combate.
Liu Ye Dao (柳葉刀)
Sabre folha de trigo
Yao Dao
Sabre de talhe
Dinastia Ming
Zhan Ma Dao, ou Pu Dao
Sabre de lâmina simples
ou sabre corta cavalos
Yan Ling Dao
Sabre pena de ganso
Dinastia Song
Um sabre é composto por quatro peças, punho ou cabo, guarda, lâmina e lenço. A lâmina, de fio e
dorso, é levemente curva desde o cabo até sua terça parte. Nesse ponto, a seção mais larga da lâmina, a curvatura é mais sinuosa. O terço final do dorso é um arco côncavo em ascendente, unindo-se
ao fio projetado em curva para cima. As várias secções têm características e usos distintos. A
seção interior não é afiada de forma a permitir o deslizamento junto ao corpo. A superfície geralmente lisa pode apresentar pequenas ondulações de forma a fazer ressaltar a arma inimiga. A seção
exterior superior é muito afiada de forma a cortar e perfurar sem dificuldade. Tocar nesta parte
com as mãos é “proibido” pelo perigo que a lâmina apresenta mas também porque o suor pode
provocar a formação de ferrugem obrigando outrora ao polimento da lâmina o que danificava o
sabre. Na seção exterior inferior vai aumentando gradualmente a espessura da lâmina o que permite deslizar e bloquear a arma do adversário. A guarda, oval e metálica, separa a lâmina do punho,
protegendo o praticante de cortes acidentais enquanto defende as mãos das investidas inimigas. No
caso do sabre de Taiji pode ainda servir para trancar a arma do oponente. O punho ou cabo é de
madeira e apresenta um leve arco descendente. A extremidade é encastrada em metal e é usada
para desferir estocadas. O pano ou lenço, em geral de duas cores, é amarrado ao cabo servindo
para limpar o sangue da lâmina prevenindo a rápida corrosão da mesma. Serve ainda para desviar
a atenção do oponente que devido ao rápido movimento das cores, não percebe a aproximação de
um golpe fatal.
O tipo mais comum de sabre é o sabre do norte. Caracteriza-se pelo comprimento da lâmina que
deve chegar à orelha do utilizador de forma a garantir a sua proteção. A lâmina não deve ser demasiado flexível nem vibrar muito. No entanto deve ser suficientemente leve e flexivel de forma a
obter grande velocidade. A guarda arredondanda permite rotações rápidas do sabre, ao mesmo
tempo que protege a mão, que não é bloqueada como acontece com o sabre interno. O sabre de
taiji tem uma estrutura diferente uma vez que a lâmina é mais longa, tem uma curvatura mais suave e a parte interior é obrigatoriamente lisa. Tal configuração decorre de nos estilos internos se
pretender aderir ao inimigo e não provocar ressaltos da sua arma. A guarda neste sabre serve o
duplo propósito de proteger a mão e trancar a arma do adversário. Por ser mais longo (e pesado), o
punho é também maior permitindo acomodar as duas mãos. O sabre de Bagua é maior e mais
pesado que o sabre do norte. O utilizador deste sabre deve ser por isso mais forte fisicamente mas
também internamente de forma a conseguir aderir eficazmente ao adversário mantendo-o à distância correcta. A sua estrutura é do tipo externo no entanto o seu comprimento permite maior aderência. O tamanho do punho permite a pega dupla. Muitos outros tipos de sabre foram criados e
desenvolvidos ao longo dos séculos, reconhecendo-se cerca de 18 tipos diferente. Alguns são
modificações dos modelos chineses originais inspiradas em armas similares de outras culturas. O
Pu Dao, tem forma similar às famosas katanas japonesas. O Liu Ye Dao e o Yan Ling
Dao lembram os alfanjes ou bracamantes europeus. Outras variantes tem origem nos Balcãs ou
na Turquia, graças ao comércio ou a migrações.
Glossário de termos chineses
Jin-potência demonstrada nas artes marciais chinesas que deriva dos músculos energizados por qi até ao
seu potencial máximo.
Chin Na – Agarrar e Controlar.
Qi-Energia que circula no corpo humano ou animal, de natureza bioeléctrica.
Guarda Manchu (1760) armado
com seu dao
YMA A
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