ISSN 2178-5781
Ano XIII | 232 | Outubro 2014
Missão
Nos EUA, Faeg conhece
tecnologias para milho e soja
A força da
agropecuária
nas urnas
José Mário Schreiner
ultrapassa os 71 mil votos
na corrida à Câmara Federal
Controle dos custos:
maior desafio da próxima safra
Produtor também terá que buscar bom preço
Tranquilidade
Gecom/Faeg
não tem preço!
Informações:
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(62) 3096-2244/2245
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PALAVRA DO PRESIDENTE
CAMPO
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Juntos somos fortes
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com
distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.
CONSELHO EDITORIAL
Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto
e Eurípedes Bassamurfo da Costa.
Editora: Denise N. Oliveira (331/TO)
Reportagem: Catherine Moraes, Michelle Rabelo e
Luiz Fernando Rodrigues (estagiário)
Fotografia: Larissa Melo e Fredox Carvalho
Revisão: Denise N.Oliveira
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Vice-presidente: Antônio Flávio Camilo de Lima.
Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira,
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Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da
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Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira
dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos
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Suplentes: Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da
Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta
Filho, Henrique Marques de Almeida.
Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende,
Alécio Maróstica.
Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho,
Vilmar Rodrigues da Rocha.
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Presidente: Leonardo Ribeiro
Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo
Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.
Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,
Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago
de Castro Raynaud de Faria.
Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e
Sandra Maria Pereira do Carmo.
É missão da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás representar o
produtor rural zelando pelos seus interesses contribuindo assim para o desenvolvimento econômico, social e ambiental da sociedade. E com essa determinação foi que a Faeg acreditou na candidatura no nosso presidente (licenciado)
José Mário Schreiner à Câmara Federal como legítimo representante do produtor e trabalhador rural goiano. Os mais de 71 mil votos conquistados em 99%
dos municípios de Goiás é a prova inequívoca de que estamos no caminho
certo. Com determinação, compromisso e responsabilidade, o trabalho que
José Mário vem fazendo à frente do Sistema FAEG tem feito diferença para as
famílias do campo em nosso Estado. É necessário que se levantem homens e
mulheres com visão estratégica de futuro e que a partir de projetos e programas
possam contribuir para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida de
homem do campo.
Nessa edição você poderá conhecer um pouco desse trabalho. Participamos também de sabatinas aos candidatos ao governo de Goiás e apontamos
as principais demandas do setor rural na expectativa de uma real reflexão e
construção de um plano de governo que tenha ações para esse setor que muito
contribui para o desenvolvimento de nosso Estado.
Também terá a oportunidade de ver que o cenário para a próxima safra de
soja e milho é de desafio. Apesar da produtividade e clima serem favoráveis,
o custo da produção está elevado e o mercado internacional assinala para uma
pressão negativa dos preços. Porém temos investido no setor, exemplo da participação da Faeg em uma viagem técnica internacional aos E.U.A para conhecer
as novas tecnologias e debater sobre agroquímicos.
E, por último, quero deixar aqui meu abraço. À frente da Federação nesses quatro meses de licença do nosso presidente, tive a oportunidade de
conhecer mais profundamente as questões de nosso setor e buscar, junto
de meus pares, alternativas para produzir melhor e com qualidade de vida
a todos os trabalhadores do campo goiano.
E continuaremos esse trabalho.
Boa leitura.
Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander,
Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,
José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza.
Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia
Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do
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Presidente do Sistema FAEG
Larissa Melo
Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Marco Antônio
do Nascimento Guerra e Sandra Alves Lemes.
PAINEL CENTRAL
Orlando Brito
Caso de Sucesso
34
Larissa Melo
Na produção de doces caseiros Marilene, que mora no
município de Castelândia, enxergou uma alternativa para
complementar a renda da família
Prosa
8
Reeleita senadora pelo estado do Tocantins, Kátia
Abreu fala sobre seus feitos à frente da Confederação
Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e da
Federação da Agricultura do Tocantins (Faet)
e dos planos para os próximos quatro anos
14
A força da agropecuária nas urnas
Mendel Cortizo
Candidato pela 1º vez, José Mário Schreiner, ultrapassa os 71 mil votos e se destaca na
corrida à Câmara Federal. Ronaldo Caiado e Kátia Abreu garantem vagas no Senado
4 | CAMPO
Outubro / 2014
www.sistemafaeg.com.br
Arquivo Faeg
Perspectivas inéditas
de produtividade
22
Larissa Melo
De olho em Chicago, produtores apontam controle
dos custos como principal desafio para safra de grãos
Silagem
28
Interconf discute falta de qualidade do
alimento dado aos animais
Agenda Rural
06
Fique Sabendo
07
Delícias do Campo
33
Treinamentos e cursos
do Senar
36
Campo Aberto
38
18
Benefício que aquece a economia
Com empenho da Faeg, produtores conseguem manutenção
na redução do ICMS para semente de capim
ISSN 2178-5781
Divulgação Dow AgroSciences
Produtor rural de Morrinhos,
Marcos Antônio Oliveira, se
mostra preocupado com o custo de
produção que pode acarretar em
uma pressão negativa de preços
Foto: Larissa Melo
Ano XIII | 232 | Outubro 2014
Missão
Nos EUA, Faeg conhece
tecnologias para milho e soja
A força da
agropecuária
nas urnas
José Mário Schreiner
ultrapassa os 71 mil votos
na corrida à Câmara Federal
Controle dos custos:
maior desafio da próxima safra
Produtor também terá que buscar bom preço
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Faeg nos Estados Unidos
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Novas tecnologias para produção de soja e
milho são apresentadas em viagem técnica
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Fábio Salazar
AGENDA RURAL
21º Congresso
Internacional do Trigo
19 a 21 de outubro
Horário: 8h às 21h
Local: Hotel Bourbon Cataratas, Foz do Iguaçu/Paraná
Informações: (11) 3078-9001
28 a 30 de outubro
6 a 9 de outubro
Pork Expo e VII Congresso Internacional da Suinocultura
Local: Hotel Mabu Thermas e Resort, Foz do Iguaçu/Paraná
Horário: 8h30 às 20 horas
Informações: (19) 3305-2295
VII Workshp de Laticínios 2014
Local: Universidade Federal de Viçosa
Horário: 8h às 18h
Informações: (31) 3899–3372
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Outubro / 2014
www.sistemafaeg.com.br
Transformações
no mundo rural
brasileiro
Criado em uma parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),
o livro “O mundo rural no Brasil do
século 21” fala sobre uma ampla
radiografia do rural brasileiro hoje,
com múltiplos enfoques, informações e análises rigorosas, escritas por
alguns dos maiores especialistas do
Brasil. Seu conteúdo é dividido em
1.182 páginas sendo 37 capítulos de
autoria de 51 cientistas. Os autores
são Eliseu Alves e Zander Navarro
(ambos da Embrapa) e Antônio Márcio Buainain e José Maria da Silveira
(ambos da Unicamp).
O livro será vendido apenas na livraria da Embrapa Informação Tecnológica, em Brasília, Distrito Federal.
REGISTRO
Governo lança programa para
evitar furto e roubo de cargas
Larissa Melo
Embrapa e do Instituto de Economia da Unicamp
FIQUE SABENDO
Com o objetivo de coibir crimes de
roubo e furto de cargas no Estado de
Goiás, foi realizado na tarde do último
dia 19 de setembro, a assinatura do decreto do Programa de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas (Pró-Cargas).
Bartolomeu Braz, vice-presidente institucional da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), representou a entidade.
O secretário Joaquim Mesquita
afirmou que o programa pretende articular, integrar e coordenar ações entre
o setor empresarial privado e as Polícias
Rodoviárias Federal e Estadual, a Civil
e a Militar. “Nossos dados estatísticos
apontam para a ocorrência de crimes,
sobretudo em rodovias federais, como
a BR-153 e a BR-060, pois são os grandes eixos por onde transitam os transportes de cargas que entram ou que
saem de Goiás”, explicou o secretário.
Bartolomeu Braz Pereira, analisou
a importância do programa em Goiás
pelo fato do estado ser um corredor de
produtos para outras unidades federativas. “O que nos interessa realmente
é o acompanhamento dessas cargas
para os produtores rurais porque hoje
ele necessita de material de alto valor
agregado”, finalizou.
Shutter
PESQUISA
Minhocas aumentam produtividade agrícola
Estudo publicado na Scientific Reports, única publicação de acesso livre do Nature Publishing Group, revela
que a presença das minhocas no solo aumenta a produtividade agrícola. De acordo com a pesquisa, a presença das minhocas aumentou a produtividade de grãos em
25% e a biomassa aérea de plantas, em especial as utilizadas em pastagens, em 23%. A biomassa das raízes
também aumentou em 20%.
Outra conclusão tirada com a pesquisa é que as
minhocas não afetaram o teor de nitrogênio das plantas. Isso significa que a qualidade não foi afetada.
www.senargo.org.br
Para chegar a esse resultado, os pesquisadores reuniram artigos sobre o assunto publicados em revistas
indexadas: no total foram 58 – o mais antigo é de
1910. Todos os ensaios mediram o efeito das minhocas na produtividade agrícola e a biomassa vegetal.
Em seguida, foi realizada uma meta-análise dos dados, técnica estatística usada para avaliar e buscar
padrões em grandes volumes de dados.
O efeito positivo das minhocas foi maior quando
estavam presentes no solo maiores quantidades de resíduos das culturas.
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PROSA RURAL
Representante do
setor rural, com
muito orgulho
Catherine Moraes | [email protected]
Michelle Rabelo | [email protected]
Kátia Abreu
da República e presidente da
Confederação da Agricultura
e Pecuária do Brasil (CNA)
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Orlando Brito
é produtora rural, senadora
www.sistemafaeg.com.br
K
átia Abreu, 52 anos, acaba de ser reeleita senadora da República e mesmo depois de 16 anos de vida política não muda o tom enfático ao falar sobre
as necessidades de quem vive da agricultura
e da pecuária no Brasil. Em entrevista concedida a equipe da Revista Campo a também
presidente da CNA defende que o setor agropecuário tem ajudado a equilibrar a balança
comercial brasileira e a estabilizar os preços
internacionais dos alimentos.
Kátia também é produtora rural e vem de
uma história de superação. Ela perdeu o marido ainda jovem, criou os dois filhos sozinha
Revista Campo: Primeira mulher a assumir a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do
Brasil, a senadora conquistou o respeito do setor. Como foi o caminho
até assumir a CNA?
Kátia Abreu: Foi um longo caminho que costumo chamar de missão,
e que começou assumindo o desafio
de ser a primeira mulher a presidir o
Sindicato Rural de Gurupi, terceira
maior cidade do Tocantins. Com uma
experiência na área, um maior entendimento das dificuldades do setor
e com o apoio do seguimento no
Estado, fui eleita, em 1995, presidente da Federação da Agricultura e
Pecuária do Tocantins, também sendo a primeira mulher a ocupar este
posto no Brasil.
Com um trabalho realizado no Tocantins, e fazendo parte da Bancada
Ruralista no Senado Federal, fui eleita
para a vice-presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), a mais importante e
representativa do setor produtivo
rural do país. Em 2008 fui eleita
www.senargo.org.br
e mostrou a força da mulher em um meio
fortemente masculino. Antes de chegar à Câmara Federal, Kátia também foi presidente
do Sindicado Rural (SR) de Gurupi e da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet). Nas eleições de 2014 ela alcançou
41,64% dos votos, o equivalente a 282 mil e
continua representando o Tocantins e o setor
agropecuário no Senado ao lado de Vicentino
Alves (SD) e Ataídes Oliveira (PROS). Agora ela pretende continuar a busca pelo seu
grande objetivo: mudar a imagem do setor
agropecuário, buscando aproximar a CNA e
os produtores, da sociedade.
presidente da CNA, entidade que dirijo até os dias atuais.
Temos o orgulho de representarmos um setor que responde por 24%
do Produto Interno Bruto (PIB), emprega 37% da força de trabalho e gera
36% das nossas exportações.
Precisamos
permanecer
construindo
uma pauta onde
algumas situações
que emperram
o sistema
democrático de
direito sejam
sanadas
Revista Campo: Na política a
senhora já foi deputada, senadora e
agora tentou um novo mandato. O que
Kátia Abreu ainda deseja alcançar?
Kátia Abreu: Desde que iniciei
a vida pública, tenho pautado minha
atuação política com base no respeito
às leis, às instituições democráticas e,
principalmente, ao cidadão. É com o
pensamento voltado àqueles que trabalham e produzem as riquezas deste
país e com as famílias do nosso Tocantins, que busco exercer o mandato de senadora da República, ao qual
fui reconduzida, generosamente, pelo
povo do meu Estado, em respeito ao
nosso trabalho desenvolvido ao longo
de minha vida pública.
Revista Campo: Há alguns anos,
o setor agropecuário ganha espaço
e representatividade política, prova
disso é a frente parlamentar. Como
a senhora avalia a importância desse novo comportamento do setor
produtivo?
Kátia Abreu: O agronegócio
brasileiro é uma prova da nossa ca-
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pacidade de crescimento. É motivo
de orgulho e uma inspiração para
todos neste país. Se quisermos, podemos seguir crescendo em todas
as áreas e em todos os setores. E,
de nossa parte, estaremos sempre
dispostos a cooperar e prontos para
um diálogo responsável e construtivo com as Instituições.
Em recente encontro com presidenciáveis realizado pela CNA, destacamos os desafios que o agronegócio precisou superar até ter a sua
importância estratégica reconhecida
e ressaltamos o avanço da agricultura
brasileira, que hoje alcança elevados
índices de produtividade, permite a
constante redução dos preços agrícolas e foi a responsável por 44% das
vendas externas do Brasil no primeiro
semestre deste ano.
O setor agropecuário tem ajudado a equilibrar a balança comercial
brasileira e a estabilizar os preços
internacionais dos alimentos, diante
de uma demanda mundial crescente.
O agronegócio
brasileiro é uma
prova da nossa
capacidade de
crescimento.
É motivo de
orgulho e uma
inspiração para
todos neste país
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Para que o
agronegócio
permaneça em
crescimento,
é necessário
resolver alguns
problemas, cuja
solução depende
de escolhas
políticas
Outro diferencial é a preservação do
meio ambiente por meio de ganhos de
produtividade. No entanto, para que
o agronegócio permaneça em crescimento, é necessário resolver alguns
problemas, cuja solução depende de
escolhas políticas. É necessário impedir que os excessos ideológicos interfiram na proteção do direito da propriedade, assim como é fundamental
acabar com os conflitos derivados das
questões ambientais.
Revista Campo: Quais são as
suas metas para próxima gestão no
senado? O que precisa urgentemente ser discutido?
Kátia Abreu: Precisamos permanecer construindo uma pauta onde
algumas situações que emperram o
sistema democrático de direito sejam
sanadas, a exemplo das reformas Tributária e Política. Em específico para
o Tocantins, nosso grande desafio é
sua industrialização e tornar o Estado
um grande centro de logística do país,
através da integração entre os modais
Ferrovia Norte-Sul, Hidrovia Tocantins e
a duplicação da BR–153.
Para isso, já conseguimos, junto à
presidente Dilma, recursos para estas
obras e incluir no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) as obras
da Ferrovia Norte-Sul e a instalação de
um terminal de cargas no Aeroporto de
Palmas, bem como a implantação de
seis pátios multimodais.
Sobre a Hidrovia Tocantins, esta é
uma obra que já está se transformando em realidade. Já conseguimos os
recursos para o seu início, que quando
concluída vai reduzir a poluição, os acidentes e baratear o frete, deixando nossos produtos mais competitivos. Dentro
desse projeto, o Ecoporto Praia Norte
vai permitir a instalação de indústrias
no Bico do Papagaio, desenvolvendo
toda a região”. A Hidrovia Tocantins vai
ter um percurso de 1,5 mil quilômetros
e abranger 15 municípios do Estado.
Meu compromisso é fazer do Tocantins o centro logístico do Brasil. O
caminho mais curto entre quem produz
e quem compra. Isso vai gerar milhares
de emprego e renda.
Temos o
orgulho de
representarmos
um setor que
responde por
24% do Produto
Interno Bruto
(PIB)
www.sistemafaeg.com.br
MERCADO E PRODUTO
Agropecuária:
sustentando o PIB brasileiro
vo no período foi o de extra-
O Produto Interno Bruto
tivismo mineral, com avanço
(PIB) da Agropecuária poderá
de 3,2%. Entre as quedas nas
ainda apresentar crescimento
segundo trimestre de 2014 em
outras áreas, destacam-se a
maior no segundo semestre
relação aos primeiros três me-
da indústria de transforma-
apesar da queda de preços
ses do ano, fazendo com que o
ção (-2,4%), a de construção
dos produtos agropecuários.
país entrasse na chamada “re-
civil (-2,9%) e a de eletricida-
Resultado esse que deverá ser
cessão técnica” (causado pela
de e gás, água esgoto e lim-
ocasionado pelo aumento da
configuração negativa do PIB
peza urbana (-1%).
produção e da produtividade.
por dois trimestres consecuti-
O setor de serviços teve recuo
Apesar de tímido, deve-
vos). No primeiro trimestre de
puxado pela queda do comér-
mos considerar positivo o
2014, o PIB revisado do Brasil
cio, que chegou a 2,2%, e pelo
crescimento de 0,2% no se-
caiu para 0,2%.
resultado negativo do segmen-
gundo trimestre na compara-
O resultado negativo tem
to de outros serviços (-0,8%).
ção com o primeiro. Porque
a ver, especialmente, com o
Serviços de informação tiveram
não fosse esse pequeno cres-
desempenho do setor indus-
o melhor desempenho, com
cimento a queda do PIB bra-
trial brasileiro. No segundo
alta de 1,1%, e também contri-
sileiro seria ainda maior. Não
trimestre, o PIB foi de R$ 1,27
buíram positivamente o de ati-
fossem os grandes obstácu-
trilhão, segundo o Institu-
vidades imobiliárias e aluguel,
los que ainda travam o setor,
to Brasileiro de Geografia e
que subiu 0,6%.
esse crescimento poderia ser
Estatística (IBGE). O PIB da
Apesar das quedas do PIB,
indústria caiu 1,5% e o de
outros fatores relacionados a
Nesse sentido, é impor-
serviços, 0,5%, no período.
uma recessão propriamente
tante que os nossos próxi-
O melhor desempenho neste
dita, como o nível de desem-
mos governantes deem uma
trimestre foi registrado pelo
prego e a renda do trabalha-
maior atenção para políticas
setor agropecuário, que cres-
dor, ainda continuam em si-
que realmente atendam as
ceu 0,2% em relação aos últi-
tuação positiva.
reais necessidades do setor
mos três meses.
Como se nota pelos dados
ainda maior.
agropecuário,
até
porque
Quando comparamos os
divulgados, mais uma vez o
seja
dados ocorre que no segun-
PIB do Setor Agropecuário se-
mento dos investimentos) e
do trimestre de 2013 a queda
gurou uma queda ainda maior
conjunturalmente
atinge 0,9%, com agropecu-
do PIB brasileiro que, mesmo
da inflação) o setor rural é
ária estável e indústria com
com todos os problemas de
o que mais tem contribuí-
recuo de 3,4% e serviços com
ordem climática e de precifi-
do para o desenvolvimento
alta de 0,2%.
cação dos produtos, conse-
do país, seja nas épocas de
guiu crescer frente aos outros
bonança como também nos
setores da economia.
períodos de crise.
O único subsetor da indústria que teve resultado positiwww.senargo.org.br
estruturalmente
(au-
Edson Alves Novaes
é economista e gerente
técnico e econômico
da Faeg
Larissa Melo
O
Produto Interno Bruto
Brasileiro (PIB) teve
queda de 0,6% no
Carlos Costa
Edson Alves | [email protected]
Alexandro Alves | [email protected]
(controle
Alexandro
Alves dos Santos
é engenheiro agrônomo e
assessor técnico da Faeg
Outubro / 2014 CAMPO
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AÇÃO SINDICAL
URUAÇU
LUZIÂNIA
Sindicato Rural de Luziânia
Sindicato Rural de Uruaçu
Processamento de peixes
Treinamento em
operação de motosserras
Foi realizado entre os dias 21 e 23 de agosto
o treinamento de Processamento de Peixes, na
fazenda Bom Jardim, em Uruaçu. O treinamento
contou com a participação de 14 pessoas e
foi mobilizado por Canor Alves. Além disso,
teve a presença da instrutora Sílvia Vieira e da
coordenadora Samantha Andrade. “O evento foi
importante porque cumpriu uma das missões do
Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
-, que é a qualificação para o mercado”,
explicou Samantha.
O Sindicato Rural de Luziânia, em parceria com o Serviço
de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás, realizou entre os
dias 8 e 10 de setembro o Treinamento em Operação
e Manutenção de Motosserras. O evento contou com a
participação de 11 pessoas e atendeu à solicitação do
gerente da Companhia Energética de Goiás (Celg), Adriano
Cesar de Oliveira. “Achamos importante este treinamento
porque os participantes atuam em áreas rurais e irá nos
ajudar na divulgação dos Cursos do Senar Goiás”, disse o
mobilizador, José Penha Filho.
Encerramento do
treinamento do PNDS
Cidade recebe
Campo Saúde
No dia 29 de agosto foi realizado o encerramento do
treinamento do Projeto Nacional de Desenvolvimento da
Suinocultura (PNDS), na Granja Caraíbas (grupo Delta),
no município de Abadiânia, com o fechamento dos
módulos de Reprodução, Maternidade e Qualificação de
Gerentes. O treinamento foi realizado pelo Sindicato Rural
de Alexânia, com a participação da instrutora Rachel Leão
e a presença do supervisor Dirceu Borges. Durante duas
semanas, foram capacitadas 75 pessoas.
12 | CAMPO
Outubro / 2014
Larissa Melo
CAIAPÔNIA
Sindicato Rural de Alexânia
ALEXÂNIA
No dia 13 de setembro, o programa Campo Saúde do
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás
esteve em Caiapônia oferecendo atendimentos em
pediatria, oftalmologia, ginecologia, cardiologia, teste de
glicemia e aferição da pressão arterial, corte de cabelo,
entre outros. O Sindicato Rural, a Prefeitura Municipal
e a Fundação Banco de Olhos de Goiás atuaram como
parceiros do evento. Para o presidente do Sindicato
Rural, Ailton José Vilela, é necessário que as instituições
se juntem para promover eventos dessa natureza.
www.sistemafaeg.com.br
PALMINÓPOLIS
Programa realiza
atendimentos
Fredox Carvalho
Campo Saúde leva
atendimentos à população
Fredox Carvalho
GOIANÉSIA
Com mais de 500 pessoas atendidas por oftalmologistas,
o programa Campo Saúde passou pela cidade de
Goianésia no dia 30 de agosto e contou com o apoio
da Federação da Agricultura e Pecuária (Faeg), do
Sindicato Rural e da prefeitura do município. O programa
ainda ofereceu atendimentos na área de dermatologia,
ginecologista, pediatria, ortopedia e exame Preventivo
ao Câncer de Próstata (PSA). Além disso, quem
compareceu pôde cortar e escovar o cabelo, aferir a
pressão arterial, medir a taxa de glicemia e calcular o
Índice de Massa Corpórea (IMC).
Pela segunda vez – a primeira foi em 2011 - o Campo
Saúde esteve no município de Palminópolis. O programa
do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar)
Goiás contou com o apoio da Federação da Agricultura e
Pecuária de Goiás (Faeg), da Prefeitura e da Cooperativa
Mista Agroindustrial de Palminópolis (Comap).
Quem esteve presente no dia 9 de agosto contou com
atendimento em diversas áreas como ginecologia,
cardiologia, pediatria, dermatologia, oftalmologia e
preventivo ao câncer de próstata (PSA). Além disso, quem
compareceu ao evento pôde ter a pressão aferida e a taxa
de glicemia medida.
MOZARLÂNDIA E NOVA CRIXÁS
Maurício Velloso
Campo em Ordem
Com o intuito de alertar os produtores rurais sobre
legislação trabalhista e mercado pecuário, a Federação
da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) realizou
duas edições do programa Campo em Ordem nos
municípios de Mozarlândia e Nova Crixás entre os dias
10 e 11 de setembro, respectivamente. A principal pauta
debatida foi a NR-31, que dispõe sobre Segurança e
Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura,
Exploração Florestal e Aquicultura.
www.senargo.org.br
RIO VERDE
Contribuição
Sindical Rural
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA), a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás
(Faeg) e o Sindicato Rural de Rio Verde iniciaram no
dia 16 de setembro um mutirão de conciliação para
regularizar débitos relacionados à Contribuição Sindical
Rural. O trabalho está sendo realizado em duas etapas:
de 16 a 18 de setembro e de 07 a 09 de outubro,
conforme carta enviada previamente aos inadimplentes.
Os produtores rurais do município de Rio Verde que
estão inadimplentes devem procurar o Sindicato Rural
nas respectivas datas e horários estabelecidos pela
Confederação, a fim de regularizarem os débitos com
descontos nas multas. A regularização dos débitos se faz
necessária para evitar cobranças judiciais futuras.
Outubro / 2014 CAMPO
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ELEIÇÕES 2014
A força da
agropecuária nas urnas
Com mais de 71 mil votos, José Mário
Schreiner se destaca na corrida à
Câmara Federal
Mendel Cortizo
Michelle Rabelo | [email protected]
Catherine Moraes | [email protected]
José Mário Schreiner,
presidente licenciado da Faeg
recebeu voto em 244 dos 246
municípios goianos
14 | CAMPO
Outubro / 2014
www.sistemafaeg.com.br
P
Mendel Cortizo
obreza no campo, falta de
segurança, roubos de gado,
educação precária e decisões
que travam por falta de representatividade política. Por muito tempo,
problemas como estes, que são apenas a ponta do iceberg, fizeram do
produtor rural coadjuvante da história escolhendo para representá-lo
quem pouco entendia da vida rural.
Aos poucos, a mudança foi ocorrendo e as cadeiras políticas começaram
a ser ocupadas por quem também
administrava uma propriedade e conhecia de perto, a lida do campo.
De coadjuvantes, os produtores
começaram a perceber a importância
de protagonizar a história e mudar o
discurso de vítima, que já não tem
espaço na atualidade. Neste ano,
mais uma vez, grandes representantes do setor foram eleitos, com um
quê de ineditismo: candidato pela 1º
vez, o presidente licenciado da Federação de Agricultura e Pecuária de
Goiás (Faeg), José Mário Schreiner,
angariou mais de 71 mil votos, fica
Em visita a cidades goianas,
José Mário recorda história de
vida e vitórias alcançadas
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como 3º suplente na Câmara Federal
e diz que sua luta na política partidária em defesa do homem do campo
apenas começou.
Schreiner recebeu votos em 244
dos 246 municípios goianos, sendo
o candidato que melhor percorreu
Goiás. Ele é enfático ao dizer que
suas metas para o agronegócio continuam firmes. Entre elas, financiamento do BNDES a juro zero; recursos para pavimentação de estradas
vicinais; isenção de tributos em insumos, inclusive combustível; verba para assistência e extensão; melhorar a Emater e fim da burocracia
para empreender.
No Centro-Oeste, a primeira terra
Neto e filho de alemães, Schreiner nasceu na roça, perto do distrito de Santa
Cruz do Timbó, no município de Porto
União, em Santa Catarina, na divisa
com o Paraná. Filho de Erich Ludwig
e Maria Angélica, ele foi criado juntamente com os seis irmãos. A escola
ficava a 2,5 km de casa, ainda na zona
rural e no retorno, a obrigação era ajudar os pais na lida do campo.
Foi seguindo os passos de um tio
que ele chegou ao Centro-Oeste e,
vendendo fertilizante, calcário e sementes em Mineiros, que José Mário comprou seu primeiro pedaço de
chão. “Com muito trabalho e um esforço de economia enorme, dois anos
mais tarde, comprei os meus primeiros 150 hectares de terra. Comecei a
plantar soja e foi aí que começou o
milagre da multiplicação”, acrescenta.
Representante classista
A vida classista começou quando,
aos 17 anos, se tornou membro de uma
cooperativa escolar. Logo depois, foi
membro da Associação dos Produtores
de Soja de Mineiros (Assojam) e ajudou
também a fundar a Associação dos Produtores de Grãos de Mineiros (APGM).
Daí não parou mais, foi vice-presidente
da Cooperativa Mista Agropecuária do
Vale do Araguaia (Comiva) e, por convite do então governador Marconi Perillo, secretário de estado de agricultura,
pecuária e abastecimento - cargo que
ocupou entre os anos de 2002 e 2005.
Mais tarde, ele assumiu a presidência da
Agência Goiânia de Assistência Técnica
e Extensão Rural (AgenciaRural), hoje
Emater, e vice-presidência da Faeg.
Os passos ainda iriam mais longe
e foi assim que Schreiner assumiu a
Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA); chegou à presidência da Faeg
e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) em 2008
e, enfim, assumiu a vice-presidência
financeira da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA),
maior entidade de representação dos
produtores rurais no país. “Me tornei
o primeiro goiano a integrar a diretoria executiva da CNA”, se orgulha.
Outubro / 2014 CAMPO
| 15
A decisão de se candidatar e as propostas para o Brasil
dantes por meio do Pronatec do Senar, entre 2012 e 2013.
E pensando na responsabilidade socioambiental envolveu
mais de 20 mil professores e 600 mil estudantes no Programa Agrinho, desde 2011. Além disso, teve grande representação política à frente da Faeg auxiliando, por exemplo, na
aprovação do primeiro Código Florestal Nacional e Estadual, garantindo segurança jurídica aos produtores.
Mendel Cortizo
A candidatura a deputado federal não foi uma vontade particular, mas uma necessidade demandada pelo setor. É assim que José
Mário define o início da nova caminhada que foi árdua. Inovou
programas como Campo Saúde que extrapolam o campo e levam
saúde e cidadania às cidades mais carentes, são exemplo disso.
Para oferecer educação profissional aos jovens, o presidente promoveu a capacitação de mais de 10 mil estu-
José Mário explica que a candidatura a deputado
federal não foi uma vontade particular, mas uma
necessidade demandada pelo setor
16 | CAMPO
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Força que vem do campo também no Senado
Nomes fortes e bem conhecidos no setor agropecuário, Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Kátia Abreu (PMDB-TO) também
entraram na corrida eleitoral para representar quem vive no
campo ou, mesmo já tendo escolhido a cidade como casa,
tira dele o sustento da família. Ambos disputaram cadeiras
no Senado Federal, cada um pleiteando a única vaga de seu
respectivo estado, e conseguiram compor o time que promete muito empenho para quem trabalha e produz.
Kátia Abreu
65 anos, sendo 23 de vida política
52 anos, sendo 16 de vida política
Nascido em Anápolis, Caiado conquistou seu pri-
Primeira mulher a assumir a presidência da Con-
meiro cargo político em 1991, quando foi eleito de-
federação da Agricultura e Pecuária do Brasil
putado federal por Goiás, voltando a se candidatar
(CNA), Kátia Abreu, que também é produtora ru-
em 1999 e sendo reeleito em 2003, 2007 e 2011,
ral, vem de uma história de superação. Perdeu o
respectivamente. Criador da Frente Parlamentar da
marido aos 25 anos e criou sozinha os três filhos.
Agropecuária (FPA), Caiado foi líder da bancada de
Depois da viuvez, se dedicou à fazenda da família
deputados do DEM e exerceu a função de líder da
e se apaixonou pela agropecuária. Foi presidente
Oposição no Parlamento, que engloba todos os de-
do Sindicado Rural (SR) de Gurupi e da Federação
putados e senadores oposicionistas.
da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet). Daí
Caiado alcançou 47,57% dos votos válidos, o que
para vida política partidária foi um pulo.
representa a preferência de 1,2 milhão de eleitores.
Em 1998, Kátia disputou pela primeira vez uma
Nas urnas, o democrata superou o secretário de es-
cadeira na Câmara dos Deputados, ficando como
tado da Casa Civil Vilmar Rocha (PSD), que marcou
primeira suplente. Foi eleita deputada federal em
37,52% (1 milhão), e a ex-vereadora de Goiânia Ma-
2000 e chegou ao Senado em 2006. Nas eleições
rina Sant’anna (PT), que teve 11,7% (298 mil).
de 2014, ela alcançou 41,64% dos votos, o equi-
Agora, ele representará Goiás no Senado ao lado de
valente a 282 mil. Com a reeleição, Kátia continua
Lúcia Vânia (PSDB) e Wilder Moraes (DEM). Caiado
representando o Tocantins e o setor agropecuário
ocupará o lugar de Cyro Miranda (PSDB), eleito em
no Senado ao lado de Vicentino Alves (SD) e Ata-
2007, como suplente de Marconi Perillo em 2007.
ídes Oliveira (PROS).
Larissa Melo
Arquivo Faeg
Ronaldo Ramos Caiado
Com carreira política
somando 23 anos, Caiado
ocupa, pela primeira vez,
uma cadeira no Senado
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Kátia Abreu foi a primeira
mulher a assumir a
presidência da CNA
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IMPOSTO E IMPACTO
Produtores e Faeg
comemoram benefício
fiscal para semente
de capim
Redução de ICMS chega a 60%
Fredox Carvalho
Michelle Rabelo | [email protected]
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Cenário
Edson Novaes explica que Goiás é hoje
um grande produtor de semente de capim e grande parte do que é produzido
em solo goiano é exportada. “A manutenção do benefício é economicamente
importante para Goiás e a decisão da Sefaz, de estender o benefício até março de
2015, é uma vitória para o setor”, pontua.
Entre variedades como a Mombaça,
Massai, Zuri, Braquiária, Brizantha, Decumbes e Ruziziensis, a estimativa de
fechamento de produção para a safra
2013 e 2014 é de 4.562 mil toneladas,
com faturamento anual estimado R$
38.038.000,00. No conteúdo do memorando, a Sefaz menciona que apenas
uma parte da safra 2014 de semente de
capim foi comercializada com a apliwww.senargo.org.br
cação do benefício, e que para a outra
parte que ainda não foi vendida, a aplicação do novo entendimento resultaria
no aumento da carga tributária aplicada
àquelas já comercializadas.
Edson Novaes explica que com o benefício gera-se competitividade e faz-se
com que Goiás seja um grande arrecadador de ICMS. “Mais de 90% desta
produção é destinada para outros estados e não podemos deixar de levar isso
em consideração”.
Entenda o caso
Toda a movimentação da Faeg e do SR
foi motivada pelo impacto que o cancelamento do benefício poderia causar
nos produtores goianos de capim. Eles
são responsáveis por grande parte do
capim produzido no Brasil que abastece o mercado consumidor formado por
empresas embaladoras situadas nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato
Grosso do Norte, Bahia e Minas Gerais.
Depois da reunião com a Faeg, a Sefaz entendeu que o parecer da Delegacia Fiscal de Jataí implicaria em um
aumento da carga tributária e, neste
sentido, a sua imediata aplicação conflitava com o disposto no Código de
Direitos, Garantias e Obrigações do
Contribuinte do Estado de Goiás.
Larissa Melo
São mais de 200
produtores que plantam
capim em cerca de 47 mil
hectares goianos
São mais de 200 produtores que
plantam capim em cerca de 47 mil hectares nos quatro cantos de Goiás, mas o
destaque é para Quirinópolis, que está
entre os maiores produtores do Brasil e
que distribui semente de alta qualidade
e de forma muito competitiva. No município estão 30 produtores plantando
em 6 mil hectares e empregando cerca
de 350 pessoas.
O chefe do Departamento Técnico da
Faeg, Edson Novaes, explica que diante
da urgência em reverter a situação, a
entidade se organizou para uma reunião
na Secretaria da Fazenda (Sefaz), durante a qual o próprio órgão suspendeu
o despacho – por meio de um memorando - da Delegacia Fiscal, mantendo
o benefício para a safra 2014.
Com participação ativa na conquista do benefício, o presidente do SR de
Quirinópolis, Cacildo Alves, alerta que
a vitória ainda não é definitiva. “O benefício foi estendido só até março de
2015. Precisamos continuar unidos já
que é inviável produzirmos sem ele.
Para se ter uma ideia, para produzirmos
50 mil kg de capim sem o benefício,
gastamos cerca de R$ 25 mil a mais”.
Ele destaca o papel fundamental da
Faeg na ponte feita com Sefaz e dos
Sindicatos Rurais no que diz respeito à
representatividade do produtor.
Cacildo destaca o papel fundamental
da Faeg na ponte feita com Sefaz
Larissa Melo
O
medo de ver a matemática não
fechar no final do mês levou
produtores de semente de capim a buscarem meios de fortalecer
o pedido de socorro diante do cancelamento do benefício fiscal que incide
sobre a redução da base de cálculo do
ICMS para o setor.
Desde então eles tem um bom motivo para comemorar: a Federação da
Agricultura e Pecuária (Faeg) e o Sindicato Rural de (SR) Quirinópolis conseguiram manter o benefício fiscal,
cuja redução, que é de 60% sobre a
base de cálculo, havia sido cancelada
por um despacho da Delegacia Fiscal
de Jataí.
Edson Novaes explica que Goiás é hoje
um grande produtor de semente de capim
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CORRIDA À CASA VERDE – 2º TURNO
Por quatro anos ainda
mais produtivos
Marconi e Iris apresentam propostas
para o setor agropecuário
Michelle Rabelo | [email protected]
C
Larissa Melo
umprindo uma de suas funções – a lista é composta
ainda por representar o homem do campo, fortalecer a classe e tornar o ambiente produtivo rural mais
desenvolvido, competente e competitivo -, a Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), fez questão de expor
para os governadoriáveis as principais demandas do setor
agropecuário em Goiás.
Depois da votação no dia 5 de outubro, cinco candidatos saíram da disputa pela Casa Verde, deixando o páreo
livre para Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB).
Agora as perguntas giram em torno dos caminhos que
cada candidato pretende trilhar nos quesitos agricultura
e pecuária caso sejam eleitos.
Enquanto Perillo (PSDB) foi o mais votado no 1º turno,
com 45,86% dos votos válidos, Iris conquistou 28,40% das
escolhas. Marconi já foi eleito governador por outras duas
vezes, em 1998 e em 2002 e o peemedebista tenta ser eleito
para o governo pela terceira vez.
O que esperamos do próximo governador
No mês de setembro, a Faeg elaborou um documento apontando os principais desafios e as necessidades do setor. Marconi e Iris receberam a lista de demandas, divididas em sete
temas que representaram as principais expectativas dos
produtores rurais de Goiás: responsabilidade social (educação, capacitação profissional, saúde e pobreza rural),
infraestrutura e logística, pesquisa assistência técnica e
extensão rural, meio ambiente e recursos hídricos, política
agrícola, segurança alimentar e segurança rural.
Em âmbito geral, a Faeg defende a necessidade de alavancar
alguns setores da agropecuária, assim como a necessidade de
investimento em logística, pesquisa e assistência técnica. “Sabemos que alguns segmentos já tiveram grandes saltos em tecnologia, por exemplo, mas sabemos também que ainda temos
muito a crescer. Infelizmente grande parte dos nossos produtores ainda ganha pouco e nós queremos ajuda para dar este
salto a quem mais precisa”, explica o presidente da Entidade,
Leonardo Ribeiro.
Produtor quer viver em
um estado cada vez mais
agropecuarista
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Larissa Melo
“Vou investir em segurança e
pesquisa”, Marconi Perillo do PSDB
Candidato à reeleição, o governador Marconi Perillo (PSDB) Marconi apresenta propostas muito focadas no trabalho de inovação.
O tucano fala sobre uma visão sistêmica do estado e sobre a atenção redobrada que pretende dar ao setor agropecuário. “Agora, a
intenção é investir entre 180 e 200 milhões em pesquisas. Vamos
continuar apoiando as pesquisas através dos recursos repassados à
Fapeg - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás”.
Larissa Melo
Pontos previstos no Plano de Governo:
• Interagir com o Governo Federal para que a Celg federalizada
tenha garantia de recursos para linhas de transmissão e distribuição necessárias no estado;
• C
onstruir novos pontos de pesagem nas estradas evitando desgaste precoce (em parceria com governo federal);
• A
poiar ações que estimulem o uso do modal ferroviário com a
consolidação da Ferrovia Norte-Sul, trecho Porto de Itaqui (MA)
a Anápolis (GO);
• E
xpandir o apoio às famílias rurais com programas como Lavoura Comunitária e Horta Comunitária;
• E
xpandir a produção agrícola em sistema de irrigação privados
por meio de políticas públicas.
“Vivo na carne os problemas do
produtor”, Iris Rezende do PMDB
Iris, que se diz político por vocação, cita a criação do Fomentar
e a pavimentação das estradas que ligam o campo à cidade.
“As minhas ações agigantaram Goiás, que passou a produzir
em grande escala leite, arroz e milho. Jornalistas e professores
não conheciam a palavra mutirão antes da minha gestão”.
Pontos previstos no Plano de Governo:
• Aumentar em 20% o PIB do estado e em 30% a capacidade de
transmissão e distribuição de energia elétrica;
• I mplantar centrais de abastecimento regionais em parcerias
com os municípios para melhorar o escoamento da produção
agropecuária;
• Recriar a Patrulha Mecanizada Regionalizada para dar
assistência às prefeituras e aos pequenos e médios
produtores rurais;
• Criar um projeto específico de requalificação e formação
profissional dos trabalhadores rurais que perdem o emprego devido à mecanização e implantar projetos de capacitação e qualificação de mão-de-obra, em parceria com o
Sistema “S”.
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PRÓXIMA SAFRA
De olho em Chicago
Controle dos custos é principal desafio para safra de grãos
que possui perspectivas inéditas de produtividade
Karina Ribeiro | [email protected]
Larissa Mello
Especial para Revista Campo
Produtor Rural de Mineiros,
Marcos Antônio afirma que custo
de produção é maior desafio
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maior desafio deste ano é
O
Ele afirma que o preço da saca co-
controlar os custos e buscar
tada abaixo de R$ 50, desestimulam
um bom preço para cobrir
as vendas. Essa linha descendente
Ao observar o atual cenário, acredita
os gastos e ter um pouco de renda”,
dos preços já começa a preocupar. Na
que haverá no máximo duas oportuni-
resume o produtor rural de Mineiros,
prática, as vendas antecipadas servem
dades de bons negócios até fevereiro.
Marcos Antônio Oliveira. A preocu-
para garantir pelo menos os custos de
“O produtor deve ficar bastante aten-
pação do produtor vai ao encontro do
produção. “Prefiro esperar o pico da
to. Ainda temos algumas indefinições
desafio imposto nesta safra à maioria
colheita e tentar pegar preços acima
como clima mais complicado para a
dos profissionais. Isso porque, embo-
de R$ 50”, diz.
safra do Sul do País, Argentina e Para-
demanda. O produtor brasileiro ficou
um pouco acomodado”, diz.
ra a perspectiva de produtividade e o
Para incrementar o cenário, ressal-
guai”, afirma. Para ele, o mercado deve
clima sejam favoráveis, o custo de pro-
ta que os custos de produção ficaram
absorver a safra norte-americana e ain-
dução está mais elevado e o mercado
em torno de 7% mais caros. Com a
da gerar oportunidades de negócios.
internacional aponta para uma pressão
possibilidade de chuvas um pouco
negativa de preços.
acima do ideal, prevê a necessidade
Diminuição do milho
Marcos Antônio conta que vai manter
de uma aplicação a mais de fungicida
Na avaliação do vice-presidente da
a mesma área cultivada da safra verão
para o controle da ferrugem asiática.
Federação da Agricultura e Pecuária
este ano se comparada a do ano pas-
Além disso, adquiriu sementes de soja
do Estado de Goiás (Faeg) e presiden-
sado. São 860 hectares destinados ao
resistentes a lagarta para 130 hectares
te da Aprosoja em Goiás, Bartolomeu
plantio de soja e apenas 80 para o mi-
da propriedade.
Braz, a perspectiva é de que haja uma
lho. Embora a expectativa de produtivi-
Segundo o analista de mercado
diminuição da área plantada de milho,
dade da soja permaneça a mesma, em
da AG Rural Commodities Agríco-
migrando para a soja. Mas não por si-
torno de 57 sacas por hectare, ele expli-
las, Fernando Muraro, nesta safra, o
nalização de bom mercado para a ole-
ca que ao contrário do ano passado não
produtor teve pouco tempo para co-
aginosa, e sim por ser uma cultura de
comercializou nada da produção. “Ano
mercializar, em função da expectativa
maior liquidez.
passado tinha fixado alguns lotes a R$
de produção norte-americana. “Há
Ele ressalta que o clima está favorá-
51 e os últimos em dezembro, a R$ 60.
quatro ou cinco anos que a produ-
vel e que os produtores do Sudoeste do
Este ano não fixei nada”, diz.
ção norte-americana não suplantava a
Estado já devem começar o plantio na
Larissa Melo
virada do mês, ao finalizar o período de
vazio sanitário. “Isso dá uma vantagem
para o produtor estruturado fazer um
plantio rápido e eficiente”, diz.
O preço da soja é o principal fator negativo dessa safra. Bartolomeu afirma
que os Estados Unidos começam uma
colheita que tende a ser histórica, com
a produção de 106 milhões de toneladas de soja e 360 milhões de toneladas de milho. “Embora a demanda
continue aquecida, o mercado sofre
uma forte oferta e o produtor deve
ficar atento para buscar a melhor comercialização”, diz.
Com os preços na casa de R$ 45,
apenas 7% da soja da safra verão já foi
Analista da AG Rural, Fernando
Muraro fala do pouco tempo
disponível para comercialização
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comercializada, bem abaixo do mesmo período do ano passado - 25%.
Com expectativa de uma safra cheia,
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o receio é que esse cenário sustente
O agrônomo e produtor de soja,
os preços baixos. “É um momento de
Leonardo de Moura, afirma que
ma, adquiriu insumos aproximada-
cautela, buscar boa produtividade e
existe uma angústia generalizada
Com expectativa de colher entre 55 e
acompanhar a comercialização”, diz.
sobre os preços do mercado. “Ain-
58 sacas de soja em cada um dos 1,5 mil
O analista de mercado do Senar, Pe-
da não travei nada de soja este ano e
hectares (a mesma área do ano passado),
dro Arantes, afirma que o produtor
a maioria dos produtores da região
aconselha aproveitar os picos de mercado
que comprou insumos antecipada-
também não”, diz. Ele afirma que
para vender a produção paulatinamente.
mente e conseguiu vender parte da
neste mesmo período do ano pas-
Por outro lado, não teme condições cli-
safra saiu na frente. Mas admite que
sado, já havia vendido cerca de 30%
máticas adversas e acredita que as pragas
essa não é a situação da maioria.
da produção. Somado a esse proble-
e doenças não estão sob controle.
mente 10% mais caros.
Área da soja deve aumentar 3%
Pedro Arantes calcula que a área
função da alta estocagem do mi-
gem é que tem maior liquidez de mer-
para o plantio da soja deve aumen-
lho no País. Mesmo após a realiza-
cado. Em contrapartida, com a baixa
tar em até 3% oriundos da migra-
ção de quatro leilões federais, ain-
comercialização da safra este ano, há
ção de áreas do milho verão. Com
da estão armazenados 2,5 milhões
uma suposta estocagem alta. “Existe
isso, a produção goiana deve cair
de toneladas.
um estoque de comercialização e isso
de 3.146 toneladas para 3.240 to-
Pedro diz que o preço da soja tam-
neladas. A debandada ocorre em
bém não está convidativo, mas a vanta-
pode comprometer ainda mais os preços na boca da safra”, ressalta.
Pedro garante que o produtor está mais
incidência de helicoverpa, ferrugem asi-
a Agrodefesa vem estudando mudar
consciente e que o descumprimento do
ática e nematóides, por exemplo. “Mas
as normativas para que o produtor não
vazio sanitário não é mais uma preocu-
o produtor está preparado”, diz.
plante soja durante a segunda safra. “É
pação para a safra verão. Mas informa
Bartolomeu lembra que a incidência
uma recomendação que fazemos”, diz.
que se confirmarem as previsões climá-
da ferrugem asiática é de difícil contro-
Para ele, os produtos utilizados para
ticas, com quantidade de chuvas um
le e vem causando queda na produti-
combater pragas e doenças vêm per-
pouco acima do ideal, pode haver maior
vidade. A Federação juntamente com
dendo resistência.
Consultor técnico
Pedro Arantes fala
sobre compra
antecipada
de insumos
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Bartolomeu acredita
em diminuição
da área plantada
do milho
Fredox Carvalho
Fredox Carvalho
Cuidado necessário com pragas
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Fredox Carvalho
Leonardo fala sobre
angústia generalizada
de preços do mercado
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Gargalo dos armazéns
Pedro Arantes não visualiza resolução definitiva para o
de 2013. De quebra, ainda há uma incógnita de quando
problema de escoamento da produção para os próximos
poderão ser utilizadas as hidrovias em função do baixo
anos. Em função da expectativa maior da safra de soja
nível da água ocasionado pela estiagem deste ano. “E a
unida à comercialização do milho safrinha estocado
ferrovia Norte-Sul, imagino que tenhamos que esperar
nos armazéns, o gargalo deste ano pode ser pior que o
mais uns dois anos para ela funcionar a contento”, diz.
Produção
SOJA
MILHO 1ª Safra (Safra de Verão)
Safra 2013/14
Safra 2013/14
Área: 3,1 milhões de hectares
Área: 288 mil hectares
Produção: 8,9 milhões de toneladas
Produção: 2,1 milhões de toneladas
Safra 2014/15 – Expectativas
Safra 2014/15 – Expectativas
Áreas: 3,208 milhões de hectares
Áreas: 228 mil hectares
(aumento de 3,5% em relação a 2013/14)
(queda de 21% em relação a 2013/14)
Produção: 10,1 milhões de toneladas.
Produção: 1,74 milhão de tonelada.
(aumento de 11,8% em relação a 2013/14)
(queda de 17,15% em relação a 2013/14)
26 | CAMPO
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MEDALHA DO MÉRITO LEGISLATIVO
Superintendente
do Senar é homenageado
Participação diz respeito aos serviços
prestados ao homem do campo
Michelle Rabelo | [email protected]
Alguns nomes, ao longo dos anos,
O evento foi realizado no Plenário
talmente justificável”, disse Siqueira.
foram homenageados na Assembleia Le-
Getulino Artiaga da Alego e Wagner
Segundo ele, a medalha Pedro Ludo-
gislativa do Estado de Goiás (Alego) por
Siqueira fez questão de elogiar Bas-
vico Teixeira é a maior honraria do
conta de sua história de vida, méritos e
samurfo. “Eurípedes sempre foi vol-
Estado de Goiás. “Nós somos 6 mi-
serviços prestados à sociedade goiana.
tado para o bem coletivo, para o de-
lhões de goianos e menos de 1 mil já
Na manhã do último dia 19 foi a vez de
senvolvimento do nosso estado, para
foi agraciada com essa homenagem,
Eurípedes Bassamurfo da Costa receber
as boas práticas e para ética. Essa
ou seja, para cada 600 mil pessoas,
os aplausos vindos de familiares, amigos
homenagem é muito merecida e to-
uma é escolhida”, pontuou.
tros nomes, recebeu a Medalha do Mérito Legislativo Pedro Ludovico Teixeira.
Além de apaixonado por Goiás e
produtor que leva o campo para onde
Larissa Melo
e admiradores. Ele, juntamente com ouSuperintendente do Senar
Goiás mostra medalha e
placa recebida durante
solenidade
vai, ele é superintendente do Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás e 1º vice-presidente administrativo da Federação da Agricultura e
Pecuária (Faeg). “Em alguns momentos
eu penso que precisamos até pedir desculpas para o Eurípedes por não termos
feito essa homenagem antes, devido a
sua prestação de serviço à Goiás dentro e fora da Faeg e do Senar Goiás”,
brincou o deputado estadual Wagner
Siqueira (PMDB), autor da iniciativa.
Eurípedes disse que a medalha aumenta ainda mais a responsabilidade de
contribuir com o progresso de Goiás.
“Receber essa homenagem foi muito importante para mim, mas tenho que destacar todos os dirigentes dos Sindicatos Rurais, nossos mobilizadores e, em especial,
nossos colaboradores da Faeg e do Senar.
Sem eles não consigo fazer nada”.
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CUIDADO COM O ANIMAL
Interconf discute
produção de silagem
de qualidade
Falta de qualidade pode sobrecarregar o fígado do animal
Michelle Rabelo | [email protected]
V
ocê é aquilo que come! Engana-se quem acha que o ensina-
Escolha do volumoso
precisa vir antecedida
de planejamento
mento popular vale somente
para o criador do gado. O animal também é o que come. É o que afirmou o diretor técnico na Lallemand, Edson Poppi,
durante o encerramento da Conferência
Internacional de Confinadores (Interconf)
2014. Ele ministrou palestra sobre planejamento para produção de silagem e fez
questão de falar sobre sua preocupação
com a qualidade do volumoso dado ao
animal desde que o bagaço da cana-de-açúcar vem sendo usado como alimento,
muitas vezes, de forma inadequada.
Juntamente com outros palestrantes, Poppi falou aos produtores durante
o Dia de Campo, realizado na fazenda
São Lucas, em Santa Helena de Goiás.
Ele defendeu a ideia de que o pecuarista precisa, mais do que nunca, entender
que na atividade não há mais espaço para
amadores. Edson falou sobre a produção, o armazenamento e a forma como
a silagem é disponibilizada para o animal.
Todas as etapas acompanhadas por uma
gestão específica do negócio e pelo uso
ça no momento da venda do gado. “Um
volumoso sem qualidade sobrecarrega o
fígado do animal, o que causa um impacto econômico considerável ao produtor”.
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Marcus Vinícius
de tecnologias que fazem toda a diferen-
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A palavra é planejamento
planejamento. “O produtor precisa levar
tempos para verificar o corte e a com-
Assim que os animais chegam ao con-
em consideração a vocação da proprieda-
pactação do grão.
finamento São Lucas, passam por uma
de, a produtividade do volumoso, a adap-
O diretor técnico na Lallemand finalizou
fase, que dura três dias - de recuperação
tação dele ao clima e ao solo e o histórico
sua participação falando sobre as micoto-
com água limpa e dieta de volumoso. Em
da área, entre outros pontos”, pontua.
xinas: substâncias tóxicas produzidas por
seguida, eles seguem para o período de
Depois da escolha feita é hora de plan-
fungos que podem ser encontradas na
adaptação – que dura 21 dias – durante
tar o volumoso. Edson também destaca a
maior parte dos alimentos destinados ao
o qual ele começa a se adaptar ao am-
influência do corte na qualidade da sila-
consumo animal. Edson explica que mi-
biente do confinamento. É nessa fase
gem. “Em um volumoso de 2 cm, encon-
cotoxinas podem ser produzidas em qual-
que a equipe faz um plano de análise la-
tramos 8.300 esporos de bactérias butíri-
quer etapa de produção de alimento, des-
boratorial de ingredientes para a dieta e
cas. Já em um corte de 10 cm de altura, o
de o campo, até o fornecimento no cocho.
padroniza a forma como o animal será
número cai para 4 mil esporos”, destaca,
“A adoção de boas práticas de produção
alimentado. Poppi explicou que a escolha
alertando também para a importância
agrícola e, neste caso, boas práticas na en-
do volumoso precisa vir antecedida de
de vistoriar as máquinas de tempos em
silagem, são mais que necessárias”.
MATÉRIA SECA (%)
PROTEÍNA BRUTA (%)
NUTRIENTES
DIGESTÍVEIS TOTAIS (%)
33
8
70
SORGO
30
7
60
MILHETO
28
10
58
CANA
30
2
62
Larissa Melo
MILHO
Poppi falou sobre a produção,
o armazenamento e a forma
como a silagem é disponibilizada
para o animal
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ESTADOS UNIDOS
Novas tecnologias
são apresentadas
em viagem técnica
Bartolomeu Braz visitou Indianápolis e Washington D.C.
para conhecer tecnologias para produção de soja e milho
Luiz Fernando Rodrigues | [email protected]
C
Divulgação Dow AgroScience
om o objetivo de conhecer
novas tecnologias e debater sobre agroquímicos, foi
realizado entre os dias 17 e 23 de
agosto uma viagem técnica aos Estados Unidos com a participação
das principais lideranças das instituições representativas do setor
agrícola brasileiro. Além disso, os
Lideranças representativas do
setor agrícola durante visita
técnica aos Estados Unidos
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participantes foram apresentados à
tecnologia Enlist, visitaram a matriz
da Dow Agrosciences em Indianápolis e participaram de debates sobre
biotecnologia em Washington D.C.
As discussões durante a visita foram centradas no processo de aprovação da biotecnologia nos Estados
Unidos, as negociações para a apro-
vação sincronizada em outros países
e a visão das instituições agrícolas
sobre o tema. A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) foi
representada pelo vice-presidente
institucional e presidente da Associação dos produtores de soja, milho
e sorgo de Goiás (Aprosoja Goiás),
Bartolomeu Braz Pereira.
Segundo o vice-presidente institucional da Faeg, outro motivo que impulsionou a viagem foi para acompanhar o
andamento e comprovar a expectativa
de produtores e entidades dos Estados
Unidos sobre a próxima grande safra
norte-americana, o que gera preocupações sobre o mercado. “Chegando essa
safra, os preços no segundo semestre
aqui no Brasil tendem a cair e poderá
ficar um pouco mais apertado, trazendo, assim, preocupação aos produtores”, explica Bartolomeu.
Visitas à Indianápolis
e Washington D.C.
Durante os seis dias de viagem, os
representantes visitaram duas cidades norte-americanas. A primeira
foi Indianópolis, onde foram apresentadas tecnologias para a soja e
o milho, além de apresentações sobre biotecnologia e o setor de sementes. Ainda em Indianápolis, os
representantes foram para algumas
fazendas para visitar a produção
norte-americana.
Na segunda parte, foi visitada a capital Washington D.C., onde foi debatida a regularização da biotecnologia
nos Estados Unidos e os impactos na
agricultura e meio ambiente junto com
o Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos (USDA), a Environmental Protection Agency (EPA) e a
Food and Drug Administration (FDA).
Para Bartolomeu, um dos pontos
mais importantes da visita técnica foi a
participação de representantes do setor
do agronegócio brasileiro das principais regiões do país. “O setor produtivo
brasileiro estava presente com representantes do Centro-Oeste, Sul e parte da
região oeste da Bahia”, comenta. “Estávamos buscando, através dessas unidades, resolver essas situações burocráticas que temos enfrentado e com a união
do agronegócio em busca de apoio e de
agilidade desse processo de liberação
de novas tecnologias” completa.
Importância para os produtores
O médico especialista em Toxicologia e Farmacologia Clínica e pro-
fessor de toxicologia da Faculdade
de Ciências Médicas da Unicamp,
Flávio Zambrone, ressaltou a importância da liberação das tecnologias para aumentar a segurança e o acesso aos produtos mais
avançados. “As tecnologias demoram de 4 a 5 anos a mais para ser
aprovado no Brasil em relação aos
Estados Unidos. Enquanto isso,
o produtor tem acesso aos produtos antigos que não transmitem
tanta segurança e eficiência”, explica o doutor.
Além disso, Flávio pontuou
que as novas tecnologias são eficientes para a redução de riscos à
saúde dos produtores e elogiou a
apresentação do Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos
sobre a forma como é avaliada os
transgênicos. “O processo de liberação norte-americana é mais rápido e não é tanto burocrática. A
demora com a liberação das tecnologias no Brasil nos atrasa em relação aos outros países”, completou.
ce
Divulgação Dow AgroScien
Representantes conheceram as
tecnologias diretamente no campo
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Tecnologias
O sistema Enlist, apresentado durante a viagem técnica, oferece uma
opção de combinação de herbicidas
que fazem progredir o controle de
plantas daninhas. O sistema foi desenvolvido pela Dow AgroSciences
como uma solução biotecnológica e
agroquímica para a produção de soja
e milho e que estão dependendo da
aprovação de órgãos reguladores
para ser utilizado no Brasil.
Segundo Mário von Zuben, diretor de relações institucionais da
Dow, a viagem técnica possibilitou
um reconhecimento quanto à necessidade da entrada de novas tecnologias que garantam a competitivida-
de para o setor. “A viagem técnica
permitiu que apresentássemos às
lideranças o processo de pesquisa,
além da rotina de pesquisadores e
os investimentos que são realizados
pela companhia para o desenvolvimento de tecnologias em prol do setor”, explicou Mário.
Com informações da Dow AgroScience.
Divulgação Dow AgroScience
Durante a viagem, foram visitadas as
cidades de Indianápolis e Washington D.C.
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DELÍCIAS DO CAMPO
Filé de tilápia ao forno
INGREDIENTES:
PREPARO:
1 kg de filé de tilápia
1 limão
300 g de mozarela fatiada
1º passo
Bata no liquidificador todos os ingredientes do molho.
• Molho
1 copo de 250 ml de requeijão cremoso
1 leite de coco de 200 ml
1 caixa de molho de tomate de 340 g
1 dente de alho
1 cebola de cabeça
Pimenta a gosto
1 colher de sopa de sal
2 colheres de sopa de molho shoyo
• Envie sua sugestão de receita para
[email protected] ou ligue
(62) 3096-2200
2º passo
Coloque o limão nos filés e, logo em seguida, enxague
com água em abundância e deixe escorrer.
3º passo
Coloque em uma forma o molho juntamente com
os filés, cobrindo o restante com o molho.
4º passo
Leve ao forno quente por 30 minutos, coloque
a mozarela até derreter.
Servir acompanhado
com arroz e batata palha
• Enviada pela instrutora de
Piscicultura e Processamento de
Shutter
Peixes e Zootecnista, Sílvia Vieira.
CASO DE SUCESSO
Produção de doces
caseiros: alternativa
para uma renda extra
Com aperfeiçoamentos e dedicação, Marilene
encontrou meios para ganhar dinheiro em Castelândia
Larissa Melo
Luiz Fernando Lemes | [email protected]
Marilene oferece seus
doces, produto que
produz desde 1998
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D
Aperfeiçoamento
Marilene fez o curso de doces cristalizados em 1998 e resolveu se aperfeiçoar em 2010 com o curso de Derivados do Leite do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás através do Sindicato Rural de Santa Helena. A partir daí, começou a
fazer e vender os produtos sozinha,
produzindo os doces, geralmente,
aos finais de semana. A doceira conta com entusiasmo que recebe encomendas e vende de maneira imediata, não deixando as guloseimas
ficarem dias e dias estocados. “Meus
doces são todos naturais, produzo para vender rapidamente porque
meus produtos não têm nenhum tipo
de conservante”, comentou.
Durante os dois cursos, a doceira
teve acesso aos conhecimentos referentes à produção dos doces, tais
como higiene pessoal, do ambiente e
do local de trabalho, além dos métodos de produção dos doces cristalizados e de derivados do leite e noções
de acondicionamento e conservação.
Os cursos foram tão importantes para
Marilene que hoje ela nem consegue
contabilizar a quantidade que produz
mensalmente. “Eu não sei muito bem
falar dos números, até porque faço mais
por encomenda e varia muito por mês”,
comenta. “Eu sei que faço o seguinte: a
pessoa vem aqui em casa e pede uma
quantidade de doce. Se já tenho pronto,
entrego na hora. Caso contrário, pergunto se posso fazer para o dia seguinte ou se
ela pode esperar por algumas horinhas”,
explica com orgulho da pontualidade
da produção e por fazer tudo sozinha.
Shutter
oces de leite, mamão, abacaxi,
ameixa... Com essa variedade,
Marilene Pereira de Araújo, 54,
encontrou meios de ganhar dinheiro extra, fazendo e vendendo doces na cidade
de Castelândia, localizada à 260 km de
Goiânia. Morando na pequena cidade
com pouco mais de 4 mil habitantes, a
doceira já conquistou uma clientela fiel. E
tudo começou de maneira muito simples,
quando Marilene encontrou um anúncio
na rua divulgando o curso de doces cristalizados, no longínquo ano de 1998.
“Eu acho que foi no Colégio José Mendes que fiz uma semana de curso, ainda
no mês de fevereiro. Porém, só foi em
junho que comecei a trabalhar com os
doces”, relembra a doceira. Antes, trabalhava vendendo alface, rúcula e outros
produtos, mas resolveu fazer apenas os
doces, já que passou a trabalhar sozinha
na horta. “Eu gasto apenas três horas
para fazer os doces de leite, ponho no
pote e vendo sob encomenda. Comecei a
fazer doces de laranja, mas desisti porque
gastava nove dias para terminar. Quanto
à horta, resolvi alugar”, falou entre risos.
Analisando a forma de produção dos
doces e o valor do leite, Marilene acredita que os preços de seus produtos
são baratos, mas afirma que o importante é manter um “capital de giro”.
“Eu compro leite à R$ 2,00/litro e vendo os doces por R$ 8,00/pote. Faço um
valor bem em conta e o que importa,
para mim, é ter um dinheirinho extra”,
explica. Além disso, Marilene ressalta
que o fato de não ficar parada é outro
ponto fundamental. “A gente trabalha
e isso faz muito bem, mesmo que seja
mais aos finais de semana”, completa.
Os interessados em cursos
e treinamentos do Senar, em
Goiás, no município de Castelândia devem entrar em contato com o
Sindicato Rural de Santa Helena de
Goiás pelo telefone (64) 3641-3389.
www.senargo.org.br
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MADEIRAS
Cuidado que
garante a qualidade
do produto final
Larissa Melo
Luiz Fernando Rodrigues | [email protected]
EM SETEMBRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU
371 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL*
38
Na área de
agricultura
154
04
Em atividade
Na área de
de apoio
silvicultura
agrossilvipastoril
02
Na área de
extrativismo
08
12
Em
na área de
agroindústria aquicultura
122
31
na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação
de serviços
S
eja para fazer cercas, esticadores, postes ou na construção civil, a madeira é indispensável na propriedade rural.
Entretanto, necessita de tratamento
e manejo adequado desde o plantio até a extração. Pensando nisso
e na qualificação profissional dos
produtores rurais, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar)
Goiás oferece o curso de Plantio e
Tratamento de Madeira para trabalhadores e produtores com mais de
18 anos. O curso tem como objetivo proporcionar aos interessados
noções de preparação do terreno e
combate às pragas das madeiras.
Com 16 vagas, cada evento tem
carga horária de 24 horas e os interessados aprenderão sobre os métodos de preservação da madeira,
planejamento do plantio e manutenção do florestamento, técnicas
de implantação florestal e semeadura. Para isso, o produtor e o trabalhador rural devem ter condições
físicas e mentais para exercer a ocu-
pação, ter idade mínima de 18 anos
e ser alfabetizado.
A consultora técnica do Senar
Goiás para a área de Meio Ambiente, Jordana Sara, afirma que o setor
está passando por mudanças e que
o produtor deve produzir visando o
produto final. “O plantio deve ser
realizado com vistas para o que se
pretende alcançar. Se for eucalipto
para lenha é um tipo, se for para
móveis e construção civil, já é outra espécie. O produtor tem que ter
em mente a comercialização futura
e ter o planejamento pronto”, ressalta Jordana.
O curso ainda oferece aos produtores ensinamentos sobre as
técnicas para combate às for migas
e cupins, preparação do terreno,
plantio e manutenção do florestamento e cronograma das atividades florestais. Os t reinamentos
são certif icados e, para isso, o aluno deve ter, no mínimo, 80% de
frequência e apresentar uma média satisfatória.
Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar
Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou pelo site
www.senargo.org.br
*Cursos promovidos entre os dias 26 de agosto a 25 de setembro
87 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
40
06
02
06
33
0
Alimentação
e nutrição
Organização
comunitária
Saúde e
alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato
Educação
para
consumo
4.627
PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
CAMPO ABERTO
Previdência Social e os benefícios
aos trabalhadores do campo
Aliny Cristina Teixeira Mendonça | [email protected]
O
Brasil é um país essencialmente agrícola.
ria será efetivada quando da comercialização de seu
Tal fato vem se firmando a cada ano pelos
produto e quando não houver produto a ser comer-
recordes absolutos de produção e expor-
cializado, não haverá necessidade de contribuição.
tação dos produtos do país. Apesar disso, somente
Todavia, para receber a aposentadoria rural os
a partir da Constituição Federal de 1988 os traba-
trabalhadores rurais devem preencher alguns re-
lhadores rurais passaram a ter os mesmos direitos
quisitos, quais sejam: ter idade mínima de 55 anos
que os trabalhadores urbanos. O Artigo 6º da Cons-
(para as mulheres), e 60 anos (para os homens),
tituição Federal dispõe que a Previdência Social é
além de ter, no mínimo, 15 anos de exercício de
Direito Social do cidadão. Nesse sentido, o artigo 7º
atividade rural comprovada.
assegura aos trabalhadores urbanos e rurais o direi-
Larissa Melo
to à aposentadoria.
Então, como comprovar a prática da atividade rural? O INSS disponibiliza uma lista de documentos
No Censo Agropecuário de 2006, o IBGE iden-
no site da Previdência (www.previdencia.gov.br).
tificou 4.367.902 estabelecimentos da agricultura
Exemplifica-se: a) contrato de arrendamento, de
familiar, o que representa 84,4% dos estabeleci-
parceria ou de comodato rural; b) comprovante de
mentos brasileiros que cultivam a terra, a maioria
cadastro no INCRA; c) bloco de notas de produtor
em pequenas propriedades. (IBGE. CENSO AGRO-
rural ou notas fiscais de venda por produtor rural.
PECUARIO 2006.). Ressalta-se que esses agri-
Contudo, os agricultores familiares e trabalhado-
cultores, que produzem em regime de economia
res rurais de todo o país têm encontrado dificul-
familiar, são considerados trabalhadores rurais e
dade para reunir os documentos que comprovem
tratados pela legislação como Segurado Especial. O
essa atividade no campo. Por isso, em 2013, 28%
art. 195 da Constituição dispõe que: “§ 8º O pro-
dos pedidos de benefício foram negados pelo INSS.
dutor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais
Considerando o fato, o Poder Judiciário vem ana-
e o pescador artesanal, bem como os respectivos
lisando cada caso concreto para fins de concessão
cônjuges, que exerçam suas atividades em regime
do benefício, e tem admitido, como início de prova
de economia familiar, sem empregados permanen-
material, a apresentação de documento público em
tes, contribuirão para a seguridade social mediante
que conste a profissão de lavrador, por exemplo:
a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da
certidão de casamento, reservista, registro de ma-
comercialização da produção e farão jus aos bene-
tricula em escola do meio rural, entre outros.
fícios nos termos da lei.”.
Portanto, a Previdência tem se mostrado uma
Assim, constata-se que, para os trabalhadores em
política que opera em benefício dos trabalha-
questão, a forma de contribuição para a Previdên-
dores rurais e que tem um papel muito relevante
cia Social é diversa, já que para os que vivem no
em termos de distribuição de renda, no fortale-
é advogada e técnica
campo não existe a regularidade de disponibilidade
cimento das estruturas sociais e produtivas da
administrativa do
financeira, mês a mês, uma vez que esses enfrentam
agricultura familiar, evitando o êxodo rural e
períodos diversos e instáveis, como safra, seca, proi-
assegurando a sucessão familiar através da pro-
bição de pesca etc. Assim, a contribuição da catego-
dução de alimentos no Brasil.
Aliny Cristina
Teixeira Mendonça
Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural
(Senar) Goiás.
38 | CAMPO
Outubro / 2014
www.sistemafaeg.com.br
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Controle dos custos: