SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DA INJEÇÃO ELETRÔNICA E SEUS DEFEITOS
FIG 01
Se um componente eletrônico não funciona, a primeira coisa que se deve
questionar é se este está devidamente alimentado, e não basta apenas
verificar os fusíveis.
Em muitos casos o módulo de injeção e componentes adjacentes é alimentado
pelo relê principal, o qual é ativado pelo próprio módulo no momento que um de
seus bornes recebe +12V (linha 15) através da chave de ignição. A ligação do
bloqueador antifurto nesta linha não é recomendado pelos fabricantes de
veículos, porém é uma prática muito comum que causa um alto índice de
falhas.
Neste caso a dica é conferir a tensão de alimentação
durante a partida, já que a medição estática, somente
chave de ignição na posição de contato, nem sempre
se constata a anormalidade. Também, emenda mal
feita nesta linha freqüentemente causam paradas
repentinas do motor de maneira intermitente.
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Além disso, o funcionamento do módulo depende de uma alimentação
permanente do positivo da bateria (linha 30) que mantém um bloco de circuito
responsável por sistemas auxiliares como: memória de diagnóstico, bus de
dados e outras funções internas do módulo. Tão importante quanto a linha 15,
a falta desta alimentação permanente impede o funcionamento do sistema de
injeção e ainda pode bloquear a comunicação com o scanner de diagnóstico.
Após desligar a chave de ignição, nesta configuração ilustrada, é possível a
realização da função conhecida como “power-latch”, que mantém o sistema de
injeção alimentado pelo relê principal por alguns segundos ou vários minutos
para a execução das funções de auto-adaptatividade.
A figura acima mostra a medição simultânea, com multímetros gráficos, da
linha 15 e da alimentação de +5 V na UCM. Notem, desligado a chave de
ignição, a alimentação da UCM fica travada por mais 20 segundos (duração do
power latch), antes de se desligar por completo. Para saber se o sistema
possui ou está terminado o processo de power latch, meça a tensão na saída
do circuito de +5 V da unidade de comando de injeção ou em um dos
componentes alimentados com esta fonte. A sua existência é indicada pelo
retardo no corte da fonte de +5 V após o desligamento da ignição.
Esse processo automático não deve ser interrompido, assim sempre que for
necessário cortar a alimentação, como por exemplo: desligar a bateria, retirar o
relé ou fusível do sistema de injeção, ou remover o conector da unidade de
comando, se deve aguardar sua finalização. Caso contrário poderá ocorrer
erros que vão causar oscilações da rotação de marcha lenta, ou gravar erros,
ou até impedir o funcionamento do motor, entre outras, sendo necessário o uso
do scanner para reabilitar as funções afetadas.
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Fique atento, sempre que se constate a perda de comunicação com o scanner
ou irregularidades na luz indicadora do sistema, a primeira providência é
conferir a tensão de alimentação do sistema.
E não se esqueça a linha de alimentação do negativo, formado por um ou mais
condutores ou ainda a própria carcaça do módulo, deve ser solidamente fixado
ao chassi. Fique atento, pois em alguns casos as linhas do negativo são
separadas de acordo com a função a ser alimentada, por exemplo: negativo da
eletrônica do módulo, negativo de sensores, negativo de potência (bobina de
ignição, injetores, etc.). Porém em outros casos, mesmo possuindo vários fios
de ligação (FIG 01) eles estão unidos internamente no módulo pelo circuito
impresso.
O aterramento, ou seja, a ligação dos equipamentos eletrônicos ao terra (negativo)
do sistema de alimentação (bateria) do veículo é de suma importância para o bom
funcionamento dos equipamentos dos sistemas elétricos. Na figura acima podemos
ver como a corrente elétrica circula no sistema de alimentação do veículo.
Independente do caso, geralmente estas ligações são conectadas ao chassi
(ligação à massa) e costumam falhar devido a mau contato no ponto de massa
específico ou nas cordoalhas que são fixadas nos agregados, como: caixa de
cambio, bloco do motor-chassi, bateria-chassi.
O módulo de injeção pode funcionar com alimentação entre 8 e 17 V e a queda
de tensão acentuada, principalmente durante a partida, pode causar distúrbios
nas funções do módulo como: panes no imobilizador, travamento da função de
adaptação de combustível, entre outros. Caso se constate uma queda de
tensão acentuada na alimentação o profissional deve fazer o diagnóstico mais
amplo envolvendo a bateria, alternador, motor de partida e seus respectivos
cabos de ligação.
O diagrama mostrado aqui (FIG 01) abrange grande parte dos sistemas de
injeção, entretanto sempre avalie previamente a validade do diagrama para o
veículo sob teste e também para certificar-se do posicionamento dos fusíveis
de proteção.
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CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE INJEÇÃO
ELETRÔNICA
1.Todos os sistemas de injeção eletrônica são iguais?
Existem vários fabricantes e modelos diferentes. Desde modelos analógicos
até digitais de grande capacidade de processamento. Também podem ter uma
válvula injetora por cilindro (multiponto) ou somente uma central (monoponto).
2.Quais são as peças que compõe o sistema de injeção eletrônica?
O sistema de injeção é composto basicamente por: sensores, atuadores,
unidade de controle eletrônico e bomba elétrica.
3.Quais as vantagens da injeção eletrônica sobre o carburador?
Partidas mais rápidas mesmo em temperaturas baixas, funcionamento suave,
maior potência, menor consumo de combustíveis, melhor dirigibilidade e menor
emissão de poluentes, são algumas das inúmeras vantagens da injeção
eletrônica.
4.Como funciona a injeção eletrônica?
A injeção eletrônica fornece alimentação de combustível ao motor e também
analisa continuamente as variações que interferem em seu funcionamento.
Como por exemplo: temperatura do ar admitido, temperatura do motor,
quantidade de combustível aspirado, etc. A injeção eletrônica monitora tudo por
meio de sensores que enviam para a U.C.E. (Unidade de Controle Eletrônico)
sinais elétricos com as informações necessárias. A Unidade de Controle
Eletrônico gerencia o funcionamento controlando atuadores recebendo
informações dos sensores até que se atinja o ponto de ignição ideal.
5.Qual a função do Distribuidor no veículo?
Os motores modernos dispensaram o antigo e ultrapassado distribuidor. Nele
algumas peças ficavam girando (ignição dinâmica) provocando atrito e
desgastes. Nos veículos atuais a ignição é estática, tudo fica parado e somente
a eletricidade flui pelos cabos.
6.Com a injeção eletrônica a bobina foi eliminada?
A bobina foi modificada e perdeu o formato cilíndrico que era a sua
característica. Agora ela tem vários formatos, pode ser simples ou múltipla e é
chamada de transformador de ignição.
7.Qual a função da bobina de ignição?
A bobina de ignição é um transformador elétrico. Sua função é transformar a
baixa tensão da bateria (12V) em alta tensão (até 40 mil volts). Essa alta
tensão consegue saltar entre os eletrodos das velas e iniciar o processo de
combustão. A U.C.E gerencia a intensidade da centelha e o ponto de ignição
continuamente.
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8.A ignição continua sendo “ eletrônica”?
As funções do módulo de ignição eletrônica foram incorporadas pela UCE, que
faz todo o mapeamento do funcionamento do motor e determina exatamente o
momento da liberação da centelha. Este ajuste que é feito continuamente e
elimina o ajuste do ponto de ignição.
9.Qual a função da vela?
A vela de ignição recebe a alta tensão gerada pelo sistema de ignição e libera
uma centelha entre seus terminais iniciando o processo de combustão do
motor.
10.A vela exige manutenção?
De acordo com a km determinada pelo fabricante do veículo, elas devem ser
retiradas, limpas e avaliadas quanto a sua folga entre os terminais. Deve-se
respeitar sua vida útil e substituí-las na km especificada pelo fabricante.
11.As velas são todas iguais?
Para cada motor existe um modelo com especificações de tipo de rosca,
diâmetro, comprimento, vedação e principalmente índice térmico.
12.Como funcionam os sensores de temperatura?
São componentes com elemento sensor que varia sua resistência elétrica de
acordo com a variação da temperatura. Podem ser de coeficiente negativo ou
coeficiente positivo de temperatura. A variação de resistência varia a tensão
em um fio que esta ligado a UCE. Assim a UCE reconhece a temperatura do ar
ou do líquido de arrefecimento.
13.O que é a válvula injetora?
Também conhecida como bico injetor. Consiste em uma bobina elétrica,
quando acionada cria uma força eletromagnética que movimenta seu núcleo,
liberando o combustível que estava sobre pressão na entrada do bico. De
acordo com o tempo que esta válvula fica aberta, a U.C.E . determina a
quantidade de combustível injetado e mantém a relação ar-combustivel
próximo do ideal.
14.Veículo com injeção eletrônica pode dar tranco para funciona-lo?
Os riscos de danos no veículo são inúmeros, a começar por problemas
mecânicos como; quebra da correia dentada, válvulas e pistões danificados. Na
injeção eletrônica, os danos podem ocorrer no não funcionamento da Unidade
de Controle Eletrônico e caso seja na ignição, o combustível injetado na
câmara de combustão não sendo queimado, poderá inutilizar o catalisador do
veículo.
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15. Quando estico a marcha elevando a rotação do motor o carro falha?
Todo veiculo equipado com injeção eletrônica tem uma rotação máxima
configurada na UCE. Quando o motor chega a esta rotação, a injeção de
combustível é interrompida para proteger a integridade dos componentes
mecânicos.
16. Existem motores a diesel com injeção eletrônica?
Os motores ciclo diesel modernos possuem injeção eletrônica e a base dos
seus componentes são semelhantes com o sistema do ciclo otto.
17. O que significa sistema multiplexado?
Veículos modernos possuem interligação entre os módulos através de
sensores (motor, freio, air bag, etc.) desta forma, as informações geradas estão
a disposição dos demais módulos conectados a uma rede gerenciada pela
UCE. Isto garante velocidade na transmissão dos dados, economia de fios,
conforto e segurança aos passageiros.
18. Existe regulagem de marcha lenta em motores com injeção?
Nesses motores a rotação de marcha lenta é continuamente ajustada pela
UCE. Mesmo havendo variações de carga como ar-condicionado ligado ou
motor frio, a UCE orienta o motor de passo para que a marcha lenta fique
sempre estável.
19. Por que é necessário a limpeza dos bicos injetores regularmente?
Teoricamente nossa gasolina deveria conter aditivos detergentes para evitar
sujeira nas válvulas injetoras, mas quando isso não acontece entupimentos
provocam falhas no funcionamento do motor.
20. As falhas do sistema de injeção podem acontecer ocasionalmente?
Isso é possível, chama-se defeito intermitente e geralmente é causado por
“mau contato” em conectores do sistema de injeção.
FAQ Conhecimentos sobre os principais defeitos de injeção Eletrônica
das Montadoras
Linha GM
Em veículos como o Vectra 2004 a sonda lambda necessita ser original
GM?
Na maioria dos veículos a sonda original pode ser substituída por uma
universal.
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Em veículos como o Monza 96 (e similares) morre constantemente e
posteriormente o motor volta a funcionar normalmente. O que pode estar
ocorrendo?
Este veiculo é equipado com sensor de velocidade. Na falta deste sinal ou falha
na transmissão, a UCE não consegue gerenciar a função (cut-off) e o motor
morre quando o motorista para o veiculo.
Porque uma Blazer 4.3 tem dificuldade para funcionar na primeira partida
quando o carro ainda está frio?
A pressão de combustível deste sistema atinge 4.0 bar. Mesmo com uma
diferença mínima de pressão (3.5 bar), o motor não irá funcionar quando
estiver frio. A solução é a substituição da bomba de combustível.
O que acontece quando um Omega 4.1 tem dificuldade para partida a
quente?
Quando percebe-se cheiro forte de combustível, o problema poderá ser um furo
na membrana do regulador de pressão. A solução é a substituição do
componente.
Em veículos como o Corsa EFI apresentando consumo exagerado de
combustível e funcionamento irregular do motor. O que pode estar
ocorrendo?
Verificar a vazão e estanqueidade da válvula injetora. Por ser EFI, este sistema
possui somente um ponto de injeção de combustível e caso haja qualquer
irregularidade, podem ocasionar sérios transtornos.
O Corsa 1.4 apresentando falhas e marcha lenta irregular. Existe uma dica
para esse modelo?
Verificar o comprimento e o diâmetro da mangueira do MAP que podem estar
fora dos padrões normais. A solução é a substituição por uma nova mangueira
dentro das especificações.
Linha FIAT
Mille Fire com alto consumo e baixa potência. Por onde posso começar a
diagnosticar?
Verificar se a correia dentada foi substituída. Quando se troca a correia
dentada sem a utilização de um gabarito, o comando pode ficar fora de
sincronismo provocando problemas como alto consumo e perda de potência.
Isso ocorre devido os motores modernos descartarem a utilização da chaveta
que existia nas engrenagens do comando de válvulas.
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O modelo Palio 1.0 apresentando estouros na admissão. Qual a possível
causa desses estouros?
Após análise do sistema de alimentação e injeção eletrônica, verifique as
válvulas do cabeçote quanto a carbonização. O mau assentamento podem
provocar o retorno no coletor de admissão.
Qual a possível causa em um Marea 2.4 20v apresentando consumo
elevado de combustível e baixa potência na estrada?
Analisar se a temperatura está normal no trânsito e muito baixa na estrada.
Verifique se o veículo possui válvula termostática ou se a mesma está com
defeito.
Qual a possível causa do Palio 1.5 ser reprovado nos testes de gases da
inspeção veicular?
Verificar caso o software da UCE sofreu alterações (utilização de chip ). Para
melhorar a potência de alguns veículos, os condutores utilizam este tipo de
recurso. Consequentemente através da queima enriquecida da mistura
ar/combustível, prejudicam a atmosfera através da emissão de poluentes. A
solução encontrada é a substituição do módulo de injeção.
Qual a possível causa apresentada no motor do Tempra 16v falhando
após a lavagem?
Analisar quanto a entrada de água nas cavidades das velas. Após a secagem,
verifique o funcionamento do motor se está normal.
Linha VW
Qual a possível causa do motor do Gol 1.0 Mi apresentando marcha lenta
irregular e/ou morrendo constantemente?
A região ao redor da borboleta de aceleração pode estar impregnada com
restos de óleo vindos da ventilação do cárter. Essa incrutação de resíduos
altera a passagem de ar pela borboleta e ultrapassa a faixa de adaptação da
UCE. Deve-ser limpar o corpo de borboleta e verificar o sensor de temperatura,
finalizando com um ajuste básico.
Qual a possível causa do Santana MI 2.0 que apresenta temperatura
elevada mas o medidor de temperatura informa que está normal?
Verificar o acionamento da ventoinha e posteriormente a pressão da válvula da
tampa do radiador. Se a pressão do sistema estiver baixa, o líquido entra em
ebulição na temperatura abaixo do normal. A solução é a substituição da
tampa.
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Qual a possível causa do Golf GLX 1.8 com desempenho ruim na estrada?
Verificar através do teste de pressão e vazão da bomba de combustível se o
fluxo de combustível é suficiente . no transito da cidade vai bem mas na
estrada o veiculo chega a parar por um tempo depois volta a funcionar. A
solução é a troca da bomba de combustível.
Qual a possível causa da Kombi ter marcha lenta acima do normal?
Após analisar a alimentação e ignição, verificar o conector do atuador da
marcha lenta, o conector do atuador e o da válvula de purga do canister podem
estar invertidos.
Qual a possível causa do Passat 1.8 turbo falhando somente em um
cilindro?
Analisar quanto ao pulso nas bobinas individuais de ignição. O defeito poderá
ser o módulo amplificador de sinal que fica junto do filtro de ar. Após a
substituição do módulo, verificar o desempenho do motor.
Linha FORD
Qual a possível causa da Ranger não apresentar o funcionamento da
bomba de gasolina?
Analisar quanto a falta de alimentação no conector da bomba. Verifique a
localização do interruptor inercial, sua função é de interromper o funcionamento
da bomba de combustível no caso de colisão. Ocasionalmente o interruptor é
acionado através dos buracos na rua.
Qual a possível causa do Fiesta 1.4 16v que tem o motor com
funcionamento irregular em baixa rotação?
Verificar quanto ao aquecimento e a limpeza do fio do sensor de massa de ar
MAF. Se algum tipo de sujeira ou papel se prender no fio, a informação para a
UCE será totalmente falsa.
Qual a possível causa do Escort Zetec que apresenta o motor morrendo
em desacelerações e em marcha lenta?
Verificar quanto ao aquecimento da sonda de oxigênio e/ou circuito do motor
de passo. A falta de alimentação ou falha destes componentes são possíveis
causadores dessas falhas.
Quando um Ka 1.0 endura não entra em funcionamento qual o
procedimento inicial para diagnóstico?
Analisar quanto ao sinal de tensão para as válvulas injetoras e bobinas.
Posteriormente verificar a resistência da bobina e do sensor de rotação.
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Qual a possível causa do Focus 1.8 que apresenta cheiro forte no
catalisador e alto consumo de combustível?
Verificar a vazão e estanqueidade das válvulas injetoras. Caso esteja muito
acima do normal, uma limpeza de ser efetuada. Após a limpeza, analisar
através de um novo teste os valores. Caso permaneçam acima do normal, as
válvulas deverão ser substituídas.
CONHECIMENTOS INTERMEDIÁRIOS SOBRE INJEÇÃO ELETRÔNICA
IGNIÇÃO
Como funciona o sistema de ignição com centelha perdida?
Os motores modernos já utilizam este sistema. O processo inicia-se quando
dois cilindros gêmeos aproximam do PMS, duas centelhas são geradas ao
mesmo tempo, o cilindro que estiver em compressão inicia o processo de
combustão. No outro cilindro a centelha salta sem nenhuma função, por isso é
chamada de “perdida”.
Existem sistemas de injeção eletrônica que não utilizam cabos de vela?
Existem veículos que rodam com motores que utilizam 1 bobina por cilindro. A
bobina vai acoplada sobre a vela, eliminando o cabo de alta tensão. Desta
forma a UCE gerencia cada cilindro independentemente e pode corrigir o ponto
a cada ciclo.
Qual a diferença entre velas quentes e velas frias?
O índice térmico da vela difere de cada motor. A temperatura de trabalho da
vela que está na câmara, interfere diretamente na temperatura de combustão
do motor. Quando a vela de ignição possuir índice térmico menor que o
especificado, a câmara de combustão irá trabalhar mais fria, causando
combustão incompleta, carbonização, consumo elevado, queda de potência e
aumento
nas
emissões
de
poluentes.
Quando o índice for maior que o especificado ( + quente ) a temperatura da
combustão será elevada provocando detonação, superaquecimento e até
trincas no motor.
SENSORES
Qual a função do Sensor de temperatura do ar admitido?
Monitora continuamente a temperatura do ar que entra no motor. Se a
temperatura do ar varia, a massa de ar em relação ao volume também varia. A
ECU usa essa informação para manter a relação ar-combustível sempre
próxima do ideal.
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O que significa coeficiente positivo de temperatura?
Quando o coeficiente for positivo, a resistência varia no mesmo sentido da
temperatura , ou seja, se a temperatura aumenta a resistência também
aumenta. Quando o coeficiente for negativo a variação é invertida. Se a
temperatura aumenta a resistência diminui.
Qual a função do sensor de rotação?
Ele é fundamental porque informa a UCE a velocidade que o motor esta
girando e a posição da arvore de manivelas. Sem esta informação o motor não
pode entrar em funcionamento.
Como funcionam os sensores de rotação do tipo indutivo?
Esse tipo de sensor é formado por um cartucho lacrado e em seu interior
possuem um núcleo polar (imã permanente ) e uma bobina elétrica de cobre.
Quando o dente da roda dentada está diante do sensor o fluxo de elétrons
atinge o máximo. Quando na frente do sensor está uma cavidade da roda
dentada o fluxo é mínimo. Essa variação de fluxo elétrico é interpretada pela
UCE como rotação do motor.
Como funciona o sensor de rotação tipo efeito hall?
Hall é o nome de um fenômeno que se manifesta quando uma placa
confeccionada especialmente para esse fim, se afasta de um campo
magnético. Quando o campo magnético se aproxima do sensor a corrente
elétrica é interrompida. Desta forma um sinal on/off é gerado e utilizado pela
UCE para determinar a rotação e a posição da arvore de manivelas ou da
árvore do comando de válvulas.
Qual a função do sensor de fase?
No sistema de injeção eletrônica do tipo seqüencial a UCE necessita saber
além da posição do virabrequim , a posição do comando de válvulas para
determinar se o cilindro esta na situação de receber combustível e centelha. O
sensor de fase cumpre esse papel e pode ser tipo indutivo ou de efeito Hall.
Qual a função do sensor de pressão do coletor de admissão?
Indica a pressão atmosférica e a variação da pressão dentro do coletor de
admissão. Com essa informação a U.C.E. determina a massa de ar que o
motor está admitindo no momento e a solicitação de potência exigida.
Qual a função do sensor de massa de ar/ fluxo de ar?
Como o próprio nome diz, determina a massa de ar admitida pelo motor. A
UCE precisa saber a quantidade de ar que entra no motor para calcular o
combustível a ser injetado e manter a relação ar-combustivel ideal.
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Qual a função do sensor de temperatura do líquido de arrefecimento?
O sensor envia para a U.C.E. um sinal elétrico que determina a exata
temperatura de funcionamento do motor. Com esta informação a UCE. calcula
a quantidade de combustível necessária para o funcionamento equilibrado do
motor em todas as fases. Por exemplo, entre 0 e 100ºC.
Qual a função do sensor de posição da borboleta?
Monitora a exigência do motorista. Desde o mínimo que é a marcha lenta até a
máxima potência, que seria o motorista pisando no acelerador até o fim.
Qual a função do Sensor de oxigênio ou Sonda Lambda?
O gerenciamento tenta manter constantemente a relação ar-combustível ideal
para que o motor funcione equilibrado. Mas como isso nem sempre é possível,
existe na descarga do motor um sensor que monitora a quantidade de oxigênio
que sai junto com os gases do escapamento. Na forma de um sinal elétrico o
sensor informa constantemente a U.C.E que corrige quando necessário a
mistura e mantém e relação ar combustível o mais próximo do ideal possível.
Qual a função do Sensor de Detonação ( KS )?
Transforma em sinais elétricos todas as batidas que acontecem dentro do
motor. A U.C.E. recebe estes sinais e analisa separando batidas normais do
funcionamento do motor e batidas provenientes de processos de detonação ,
também conhecida como batida de pino ou pré-ignição. Caso a U.C.E.
determinar que se trata de uma detonação, inicia um processo para
interrompela. Geralmente este processo envolve atraso do ponto de ignição
e/ou aumento da quantidade de combustível injetado.
ATUADORES
Qual a função do atuador de marcha lenta?
O atuador é um motor de passo gerenciado pela UCE, ele controla a entrada
de ar no motor durante a marcha lenta . Desta forma a U.C.E. controla a
rotação de marcha lenta continuamente mantendo sempre a rotação estipulada
, mesmo quando acontece uma variação na carga do motor , por exemplo: ar
condicionado ligado.
Qual a função do Válvula de purga do canister?
A U.C.E determina quando deve abrir a válvula do canister. Quando
energizada, um campo magnético movimenta um núcleo que libera a
passagem de gases evaporativos provenientes do reservatório de combustível
para o coletor de admissão para serem queimados. Este procedimento evita
liberação de gases tóxicos na atmosfera.
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O que significa válvula EGR?
EGR significa “Exaust Gases Recirculation” ou Recirculação dos Gases do
Escapamento.
Gerenciada pela UCE libera passagem de gás queimado do coletor de escape
para o coletor de admissão baixando a temperatura na câmara de combustão e
diminuindo emissão de poluentes.
Quem controla a velocidade quando o veiculo possui piloto automático?
Para manter a velocidade constante a UCE recebe informação do sensor de
velocidade. Caso a velocidade aumente a UCE gerencia o fechamento da
borboleta de aceleração como se o motorista tirasse o pé do acelerador.
Quando a velocidade diminui, a UCE manda abrir a borboleta simulando a
aceleração do veículo.
Qual a função do Shorting-plug?
Em alguns sistemas é necessário o ajuste do ponto de ignição. Como a UCE
muda o ponto de ignição continuamente ficaria difícil verifica-lo sem retirar o
shorting-plug. Quando desconectado esse plug, o ponto fica travado e a
verificação pode ser concluída.
CONHECIMENTOS GERAIS
INJEÇÃO ELETRÔNICA
E
CURIOSIDADES
RELACIONADOS
A
O que é Injeção Eletrônica?
O motor do automóvel precisa de um equipamento que transforme o
combustível líquido (gasolina ou álcool) em um gás de fácil queima, ou seja,
uma mistura de ar e combustível na proporção adequada em todas as faixas de
exigência do motor. Antigamente o responsável por esta função era o
carburador. Mas a necessidade de se economizar combustível, melhorar
performance, diminuir manutenção e diminuir emissões de poluentes na
atmosfera levaram os engenheiros a desenvolver um equipamento de
gerenciamento eletrônico capaz de suprir as necessidades atuais. No Brasil a
quase 10 anos não se fabrica automóveis equipados com carburador.
Qual a função do afogador?
Não existe mais. O gerenciamento eletrônico têm sensores que monitoram a
temperatura do motor e determinam a quantidade de combustível ideal para a
partida á frio.
Para que serve a bomba de gasolina?
A bomba de gasolina tem a responsabilidade de bombear o combustível até o
sistema de alimentação, acionada eletricamente, está localizada dentro do
tanque de combustível.
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Posso ficar na rua se tiver problemas com a injeção eletrônica?
Todos os sistemas modernos oferecem estratégias de Recovery, ou seja,
dependendo da gravidade do problema, a Unidade de Controle Eletrônica
(UCE) mantém o motor funcionando mesmo que de forma precária, e avisa o
motorista acendendo uma luz de aviso no painel. O motorista deve procurar um
técnico qualificado o mais rápido possível, para resolver o problema.
Todos os mecânicos trabalham e conhecem a injeção eletrônica?
Infelizmente não, é necessário atualizações constantes, equipamentos
técnicos, mão de obra especializada e conhecimento de novas tecnologias. A
certificação ASE é uma bom sinal de atualização do profissional de reparação.
Fica caro consertar veículos com injeção eletrônica?
O número de componentes aumentaram, comparado com antigamente e
alguns deles tem seus preços diferenciados. A maioria desses componentes
não sofrem desgastes e não requerem manutenção, os valores de preço
variam de acordo com gravidade de cada defeito, e para cada tipo veículo.
Posso estar contribuindo com o efeito estufa e buraco na camada de
ozônio?
Se o motor do seu veículo não estiver dentro das especificações do fabricante,
os gases expelidos pelo escape podem conter produtos altamente tóxicos, que
degradam todo o meio ambiente , inclusive a saúde dos seres humanos.
Para que serve o catalisador?
Com a tecnologia aplicada nos veículos atuais, os fabricantes não
conseguiriam atingir os valores de emissões determinados pelos órgãos
ambientais. A saída foi colocar um conversor catalítico na saída dos gases. Ele
converte gases nocivos em gases inofensivos diminuindo a emissão de
poluentes na atmosfera. É bom lembrar que o catalisador somente cumpre a
sua função quando o motor trabalha com uma relação ar-combustível próximo
do ideal.
Quando o veículo não solta fumaça ele está poluindo o meio ambiente?
A forma correta de conferir a emissão de poluentes é utilizar um analisador de
gases. Gases como o gás carbônico ( CO ) , não tem cheiro nem cor, mas se
aspirados em grande quantidade pode causar a morte de um ser humano em
pouco tempo. Outros como hidrocarbonetos ( HC ) e Óxidos de Nitrogênio (
Nox ) podem causar irritações em vias respiratórias e nos olhos.
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Quais os problemas causados pelo combustível adulterado?
Toda a tecnologia aplicada na injeção eletrônica funciona muito bem quando o
veiculo é abastecido com combustível puro. Quando misturas desconhecidas
entra no motor, a UCE não consegue mais gerenciar o seu funcionamento de
forma adequada. Algumas adulterações podem causar falhas nas velas,
carbonização e contaminação no óleo lubrificante, formando borras que
comprometem todo o sistema de lubrificação chegando ao ponto de fundir o
motor.
Como saber se o problema é combustível?
Se testes preliminares não apontarem nenhum problema no sistema, já
podemos suspeitar da qualidade do combustível. Testes básicos como
densidade, cor , cheiro e porcentagem de álcool na gasolina podem ser
executados na própria oficina. ( Para testes mais precisos somente em
laboratório). Geralmente a medida mais rápida e prática é a substituição do
combustível por um de qualidade reconhecida.
Quais as adulterações mais comuns?
Na gasolina a adulteração mais comum é a mistura com o óleo diesel.
No álcool podem utilizar diversos tipos de solventes, inclusive a água.
Todo o problema que acontece no funcionamento do motor é culpa da
injeção eletrônica?
Não podemos afirmar que todos os problemas de funcionamento do motor são
de responsabilidade da injeção eletrônica, vale ressaltar que no motor ainda
existe toda a parte mecânica que precisa estar em ordem e devem ser
consideradas em caso de diagnóstico.
Veículo movido a Gás Natural (GNV) polui menos?
Quando bem regulado o motor movido por gás natural emite uma quantidade
menor de poluentes. Por isso se diz que o GNV é um combustível limpo e livre
de contaminações e adulterações.
Como funciona o veículo movido a Gás Natural?
O sistema de alimentação difere dos demais. Neste caso, o combustível fica
armazenado em um tanque sob alta pressão. Antes de chegar ao motor passa
por uma válvula redutora de pressão. Essa válvula dosa a quantidade de gás
conforme a necessidade do motor e libera para a admissão do motor. O
sistema de ignição permanece o mesmo, assim como toda a parte mecânica.
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SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DA INJEÇÃO ELETRÔNICA E SEUS DEFEITOS
Como funciona o sistema de injeção FLEXFUEL?
Os seus componentes mecânicos são os mesmos do motor a álcool que são
resistentes a corrosão. O software da UCE é mais rápido com um poder de
interpretação maior que os modelos convencionais. Ele é capaz de avaliar o
sinal da sonda de oxigênio e fazer todas as compensações necessárias para o
funcionamento pleno do motor.
Todos os veículos possuem “cebolão” (interruptor térmico)?
A maioria dos veículos usam a informação do sensor de temperatura
monitorado pela ECU. Com essas informações a ECU gerencia o
funcionamento do eletroventilador inclusive a variação da velocidade.
Qual a função do “cebolão” do radiador ( interruptor térmico)?
Este “cebolão” ( interruptor térmico ) tem a função de medir a temperatura do
líquido de arrefecimento que sai do motor. Quando o líquido de arrefecimento
atinge uma temperatura determinada, o interruptor térmico (cebolão) fecha um
circuito e aciona o eletroventilador, controlando a temperatura do motor.
Quanto a temperatura abaixa, o interruptor térmico abre o circuito e corta o
funcionamento do eletroventilador. Em alguns modelos o interruptor controla
também uma segunda velocidade do ventilador.
É necessário substituir a “água” do radiador dos veículos?
Não utiliza-se somente a água no “radiador” dos motores. Usa-se uma
combinação de água + aditivos que chamamos de líquido de arrefecimento.
Esses aditivos evitam corrosão, limpam o sistema, lubrificam a bomba d’água,
diminuem a evaporação e elevam o ponto de ebulição da água. Outro atributo
importante para quem mora em lugares muito frio é o abaixamento do ponto de
congelamento da água. Esse líquido tem vida útil e deve ser trocado de acordo
com o manual do proprietário do veículo.
Qual a função da válvula termostática?
Ela controla o fluxo de líquido de arrefecimento para o radiador. Quando o
motor esta abaixo da temperatura normal de funcionamento (frio) ela direciona
o fluxo novamente para dentro do motor. Quando atinge a temperatura pré
determinada, ela começa a liberar uma parte do fluxo para o radiador. Desta
forma o motor atinge a temperatura ideal rapidamente e a mantém, mesmo que
a temperatura ambiente esteja muito baixa.
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injeção eletrônica