Responsabilidade social e gênero nas organizações: novos paradigmas e desafios para a
gestão responsável.
Louise de Lira Roedel Botelho
Universidade Federal da Fronteira Sul
Francisco Antônio Pereira Fialho
Universidade Federal de Santa Catarina
RESUMO:
O termo Responsabilidade Social Empresarial – RSE vêm galgando espaços nos últimos
tempos dentro do contexto organizacional, isso se deve em parte a importância e a própria
concientização das organizações em relação aos temas sociais. Mesmo assim, projetos de
responsabilidade social empresarial, são criticados pela literatura. Tal crítica se fundamenta
nas barreiras para suas aplicações na totalidade da prática das organizações. Uma das grandes
discussões sobre a efetividade dos projetos de responsabilidade social recaem sobre a
discussão a respeito do papel das mulheres em cargos gerênciais. Estudiosos da área
gerencial, criticam a falta considerável de mulheres em cargos de alta gestão. Tal problema
não está alocado apenas no Brasil, mais pode ser encontrado nos mais variados países,
independente de suas culturas, posições políticas ou de nível de desenvolvimento econômico.
O objetivo deste trabalho contribuir para a discussão sobre o papel da responsabilidade social
nas organizações tangenciando com as barreiras encontradas pelas mulheres para exercerem
cargos de alta gestão.
Palavras-chave: Responsabilidade social, gênero, gestão responsável
ABSTRACT
The term Corporate Social Responsibility - CSR spaces are climbing in recent times within
the organizational context, this is due in part to its own importance and conscientization of
organizations in relation to social issues. Even so, corporate social responsibility projects are
criticized in the literature. Such criticism is based on the barriers to its application in practice
of all organizations. One of the great debates about the effectiveness of social responsibility
projects fall on the discussion about the role of women in management positions. Scholars of
management means criticize the considerable lack of women in top management. This
problem is not allocated in Brazil alone, more can be found in various countries, regardless of
their cultures, political positions or level of economic development. The objective of this
study contribute to the discussion on the role of social responsibility in organizations tangent
to the barriers faced by women to positions of top management.
Keywords: social responsibility, gender, responsible management
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1. Introdução
O conceito de Responsabilidade Social Empresarial – RSE vêm ganhando espaço nas
últimas décadas, e a conscientização das empresas em relação a esses temas continua
crescendo (BOWEN, 1953). Mesmo assim, a responsabilidade social ainda possui algumas
barreiras para ser aplicada em totalidade na prática das organizações. Uma das grandes
discussões sobre a efetividade dos projetos de responsabilidade social recaem sobre a
discussão a respeito do papel das mulheres em cargos gerênciais.
Estudiosos da área organizacional, criticam a falta considerável de mulheres em cargos de
alta gestão. Tal problema não está alocado apenas no Brasil, mais pode ser encontrado nos
mais variados países, independente de suas culturas, posições políticas ou de nível de
desenvolvimento econômico.
O objetivo deste trabalho é tecer uma crítica ao papel da responsabilidade social nas
organizações tangenciando com as barreiras encontradas pelas mulheres para exercerem
cargos de alta gestão. Para tanto, este trabalho está dividido em quatro seções. A primeira
seção, discute o papel das mulheres na sociedade. A segunda seção, apresenta uma
perspectiva sobre as mulheres em cargos de gestão, a terceira seção, conceitua as ações
afirmativas que estão em voga nas organizações responsáveis e por fim, tem-se as
considerações finais.
2. O papel da mulher na sociedade ao longo dos tempos
A condição milenar da mulher na sociedade tem influenciado na caminhada
profissional da executiva na atualidade. A crença atávica incutida em nossa sociedade de que
o homem é superior à mulher, acaba legitimando a discriminação. (MORAES, 2004, p. 22)
A história da presença feminina é uma história de submissão ao homem impossível de
se ignorar (MENGA, 2004). Mas nem sempre foi assim. Alguns estudos antropológicos
sugerem que a espécie humana era originariamente matriarcal, vivendo em agrupamentos
que coletavam alimentação de forma pacífica. Neste sentido, Muraro (1997) advoga que há
quatro milhões anos, no período paleolítico (ou vulgarmente conhecido como Idade da Pedra
Lascada), a mulher possuía papel central nesta ―sociedade primitiva‖. A autora justifica sua
afirmação dizendo que o papel da mulher era tão relevante, que era o homem quem vinha
viver com o clã de sua esposa, surgindo assim o termo matrilocalidade. Este período histórico
também é marcado pela igualdade entre os clãs, ou seja, nesta ―sociedade primitiva‖, a
colaboração de todos e a distribuição de alimentos entre o grupo eram vitais para a
sobrevivência dos clãs.
Seguindo a linha da história, num período que pode variar de duzentos a trinta e cinco
mil anos a.C, surge o Homo Sapiens. Embora haja mudanças no comportamento da sociedade,
o grupo ainda era fortemente unido pelo principio da matrilocalidade (MURARO, 1997).
Estudos antropológicos recentes concluíram que os primeiros hominídeos não eram
predadores brutais e cruéis e nem arrastavam suas mulheres pelos cabelos, pelo contrário,
eram sociáveis e alegres, vivendo em sociedades nômades centradas em mães e crianças e
com homens e irmãos em torno delas com objetivo de preservação da espécie. Homens e
mulheres tinham relação amistosa, o mesmo tamanho e o mesmo valor. (Santos, 2007)
No período Neolítico, compreendido entre dezoito mil anos a cinco mil anos a.C,
desenvolvem-se melhores técnicas de domínio da natureza, aperfeiçoando os utensílios
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domésticos, como enxadas, machados, foices etc. Neste período os indivíduos saem das
cavernas e constroem casas, passam de nômades a sedentários (SILVA, 1972). Neste mesmo
período, Santos (2007) expõe que quando os homens partiram para a caça, o status da mulher
diminuiu e começou a mudar a relação do homem com a natureza, com outros animais, entre
os sexos e consigo mesmo. Apareceram as primeiras relações de competição e violência.
Universalmente a caça é função dos homens. Até então, as tarefas femininas tinham mais
valor do que as masculinas. As mulheres sempre trabalharam mais do que os homens, porque
a coleta e o cultivo tomavam mais tempo do que a caça. Nesta época começaram a
domesticação de animais, pois perceberam que não podiam apenas caçar, porque os animais
podiam se extinguir e começaram a domesticá-los.
Santos (2007) faz uma análise sobre a fertilidade feminina e a origem de sua
desvalorização pelo homem.
Quando os homens começaram a domesticar os animais, perceberam a cópula deles
e a relação com a fertilidade das fêmeas. Até então, eles colocavam a mulher numa
posição sagrada e poderosa, porque elas geravam filhos espontaneamente,
acreditavam ter relação direta com a fertilidade da terra e fecundação. Nesta época
o culto era sempre feito para Grande Deusa, o feminino era sacralizado. Esta
revelação causa ruptura na história da humanidade, agora podiam fecundar muitas
mulheres. A mulher começou a ser desvalorizada e o homem supervalorizado, pelo
fato do seu sêmen implantar vida nas mulheres.
Por volta de 5000 anos a.C (Idade dos Metais), com o aumento populacional, houve
mudanças nas atividades do trabalho, o surgimento da agricultura e da posse da terra,
valorizou a força dos machos como defensores do território e a superioridade física do homem
(MURARO, 1997). Com as sociedades pastoris, os homens começaram a pensar em
patrimônio, aumento de rebanhos e herança para os filhos SANTOS (2007).
Dentro das divisões de tarefas entre os gêneros para a sobrevivência do grupo nesse
período, Santos (2007) argumenta que o trabalho do homem foi tomando importância e as
mulheres ficavam com a ordenha, fabricação de laticínios e a horticultura simples.
À medida que a humanidade desenvolve ferramentas técnicas que facilitam a
sobrevivência em grupo, surgem outras atividades, gerando acumulação nas mãos de poucos,
ocasionando na emergência e do comércio, estabelecendo uma relação entre dominadores e
dominados (ALAMBERT, 2007).
Esta atitude de dominância em relação à natureza refletiu-se posteriormente em
relação à mulher. Para Saffioti (2004, p. 59), a atitude de dominância em relação à mulher
refletiu na preocupação masculina pela fidelidade feminina, já que com o desaparecimento da
igualdade entre os clãs, surge a necessidade do repasse da herança a mãos de herdeiros
legítimos.
Esta mudança de comportamento e atitude do homem em relação à mulher, designouse de patriarcado, dando início aos princípios da submissão feminina. (SAFFIOTI, 2004;
MURARO, 1997). O patriarcado o qual teve inicio na Idade dos Metais, teve por sua vez,
forte influência na sociedade durante o período da Idade Antiga, que é computada de cerca de
quatro mil anos a.C até 476 d.C.
Neste momento, pode-se traçar uma analogia entre o surgimento do mito judaico –
cristão, e os resquícios de milênios de patriarcalismo, onde para os cristãos sua crença baseiase num Deus masculino e numa mulher criada a partir da costela de Adão, ou seja, um
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indivíduo submisso e pecador por transgredir as normas impostas pelo deus maior (SANTOS,
2007).
Outra analogia pode ser tecida dentro desta narrativa histórica do papel da mulher na
sociedade, principalmente no que tange o surgimento do patriarcado e o início da propriedade
privada e o papel da família, já que ambos procuraram, na justificativa da fidelidade feminina,
uma forma de garantia para os filhos legítimos do repasse da herança privada.
Neste viés, Weber (1964) relata sobre o sentido de dominação patriarcal o qual pode
ser observada no interior das relações familiares. E por fim, Souza (2000, p. 55) argumenta
que:
―O patriarcado traz no seu cerne um conjunto de relações sociais de reprodução,
formando no interior da família, a qual responsabiliza as mulheres pelo trabalho
reprodutivo. [...] a partir das atividades desenvolvidas no desempenho dos papéis
sociais e ditados por uma sociedade patriarcal, as mulheres são apropriadas por essa
mesma sociedade, na sua dimensão capitalista, o que possibilita a intensificação da
produtividade e da criação do excedente. Dessa forma, pode-se dizer que o
capitalismo deve ser analisado não somente através da lógica do capital, mas
através de um sistema de dominação social, cultural político e, também,
econômico‖.
Na Idade Média, período da história onde predominavam valores éticos baseados no
cristianismo, a mulher tinha seu papel definido em estereótipos que reforçavam sua presença
no espaço doméstico e nas tarefas do lar (ALAMBERT, 2007).
Os homens detinham o poder de influenciar os destinos femininos. Primeiro, os pais
tratavam suas filhas como moedas de troca, escolhendo seus maridos. Segundo, o poder
passava a ser de seus maridos, ou seja, cabiam aos maridos as escolhas e decisões sobre a vida
de suas esposas (PERROT, 1992; MURARO, 1997). Santos (2007) coloca um outro lado
desta narrativa salientando que na Idade Media as mulheres eram compradas de suas famílias
e os homens tinham que lutar por terras para pagar o alto preço das noivas. Elas eram objetos.
Fletcher (2006) relata que esposas e maridos pertenciam a esferas diferentes em
relação ao trabalho. Assim, dividiu-se o trabalho em duas esferas, a pública e a privada.
Assim, cabia ao homem (pertencente à esfera pública ou também chamada ocupacional)
dedicado a produção e sustento fora do ambiente do lar, e a mulher (pertencente à esfera
privada ou também chamada doméstica) dedicar-se a manutenção e suporte do lar.
Nos séculos XVI e XVII, as crianças eram consideradas símbolos do mal, seres
imperfeitos esmagados pelo peso do pecado original e as mães era convencidas de que seus
filhos deveriam ser severamente castigados. As mães eram estimuladas a não amamentarem
seus filhos e estes eram entregues às amas de leite. Nas famílias menos ricas recorriam à
primeira camponesa que aparecesse e as crianças passavam de 4 a 5 anos com elas, caso
resistissem aos maus tratos e a falta de higiene e não viessem a morrer. A morte de um filho
não causava dor irreparável para a mãe. No século XVIII ainda demonstravam indiferença,
em certas regiões os pais nem compareciam ao enterro de um filho com menos de 5 anos
(SANTOS, 2007)
Antes do século XVII era diferente, a maioria das mães amamentavam seus filhos.
Estudos antropológicos deduzem que os teólogos do século XVI censuravam as mães que
demonstrassem ternura pelos filhos e as mulheres começaram a experimentar o desejo da
emancipação e poder, já que as tarefas maternas não eram valorizadas pela sociedade. As
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mais ricas procuravam afirmar sua independência com uma vida social e cultural muito
refinada (SANTOS, 2007).
A partir do século XVIII houve uma revolução para mudar a mentalidade sobre a
maternidade, hoje passados 200 anos ninguém questiona o amor materno. Porém houve uma
luta de 100 anos para que absorvessem essa nova ideologia (SANTOS, 2007).
Neste mesmo período, a Igreja assume domínio patriarcal. Como as mulheres pela
igreja católica eram descendentes de Eva, símbolos do pecado e da tentação, eram rebaixadas
pela sociedade e pela crença cristã. (SANTOS, 2007).
Do século XIV ao XVIII começa o período de caça às bruxas. As mulheres não tinham
o direito de freqüentar universidades e de ensinar, apenas na Itália e Espanha havia uma
tradição de mulheres intelectuais, estas podiam e foram importantes agentes culturais. Mas
com o correr do tempo, foram afastadas pelos doutores da Igreja e Universidades, eles
conseguiram desqualificar e penalizar as mulheres médicas e a grande maioria não
conseguiam trabalhar, caso um homem não se responsabilizasse por seu trabalho e ficasse
com seus créditos. Naquela época algumas mulheres do povo cuidavam da saúde, sabiam
manipular ervas e passavam seus conhecimentos de mãe para filha. As mulheres praticavam o
cuidado com os doentes gratuitamente, mas pagaram alto preço pela audácia e subversão,
porque desafiavam uma corporação masculina, a dos médicos e o poder dos homens.
(SANTOS, 2007).
A caça às bruxas, foi o maior genocídio que houve, o símbolo máximo foi Joana
D’Arc. A Igreja centralizava o poder e acreditava que, quem não tivesse sob seu controle era
digno de extermínio. Foi o que aconteceu com 85% das mulheres pobres, viúvas, solteiras,
velhas ou que não possuíam homens para protegê-las e tinham seus pedaços de terra
cobiçados pelos vizinhos. Exterminavam mulheres que curavam e que não viviam sob o
controle dos homens. (SANTOS, 2007).
Com a Revolução Industrial, a mulher integrou-se ao cenário fabril (SOUZA, 2000),
embora houvesse indícios de discriminação quanto a sua presença na força laboral. Ela podia
ser aceita como trabalhadora, mas apenas em atividades cuja remuneração era menor. Neste
período, esboçou-se uma reação às condições desumanas que prevaleciam nas fábricas e,
através do socialismo utópico, as mulheres iniciaram sua busca pelo reconhecimento de
igualdades de direitos e de oportunidades. (GOMES, 2005)
Para Brunner, (2001 apud Gardone-Bergstrom, 2004) outro período importante para a
integração da mulher no cenário do trabalho foi no período das grandes guerras: ―as mulheres
têm se pronunciado massivamente no mercado de trabalho a partir das duas grandes guerras
tendo, por razões econômicas, que assumir a posição dos homens no mercado de trabalho‖
(PROBST, 2006, p. 02).
Com o término das guerras, a mulher vivenciou outro dilema na sociedade: o retorno
dos homens aos postos ocupacionais: Após o ano de 1929, no auge da Grande Depressão, e no
período entre guerras, as mulheres foram ―forçadas‖ a deixarem seus cargos nas fábricas e
empresas para ceder seus lugares aos homens, que tinham prioridade (TOFFLER, 1983).
Como conseqüência, o período de guerras foi um divisor de águas no que tange à participação
da mulher no mercado de trabalho (LIPMAN-BLUMEN, 1999).
Na década de 60, com uma nova fase na economia mundial, as mulheres retornaram ao
cenário laboral, porém com algumas ressalvas. Probst (2006) conota que: ―Através da
evolução dos tempos modernos, as mulheres conquistaram seu espaço‖ (p. 02). Por volta dos
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anos 60 e 70, o lançamento do livro de Betty Friedan intitulado A Mística Feminina (1969), o
movimento feminista surge, dando origem a um período de consciência política sobre os
direitos femininos (LIPMAN-BLUMEN, 1999).
Para Butle (2003), Millet (1970) e Pateman (1993), um dos principais argumentos
questionados entre as feministas era que a experiência masculina tem sido privilegiada ao
longo da história, para as feministas o poder foi – e ainda é- masculino e seu objetivo final
sempre foi à dominação das mulheres. O movimento feminista, como um ato político, refletiu
a busca por direitos igualitários, principalmente atuando no cenário do trabalho. Desta forma,
a emergência do feminismo como movimento social criou o alicerce para a legitimação da
condição feminina no ambiente organizacional (BRUSCHINI, 2006).
O significado das mudanças vindas do feminismo pode ser visualizado com o aumento
na atualidade da força laboral feminina. Embora este aumento possa-se ser visualizado mais
facilmente em cargos de base nas organizações, em contraste com a falta significativa de
mulheres exercendo cargos executivos na alta cúpula (POWELL, 1988; KEALEY, 1999;
GARDONE-BERGSTROM, 2004).
Neste sentido, o fenômeno da baixa representatividade de mulheres executivas em
posições de alto nível hierárquico provocou a emergência de estudos que justifiquem tal
situação, abordando a carreira feminina e tentando promover um maior entendimento do ser
mulher executiva na atualidade, dando sentido ao surgimento de novas propostas e abrindo
espaços para que as mulheres perseguissem suas próprias carreiras.
2.1 A Mulher brasileira e o mercado de trabalho
O descortinar dos tempos leva a mulher ao ambiente organizacional. Este lócus antes
desconhecido ou impenetrável (já que durante um longo período foi considerado um ambiente
exclusivamente masculino) hoje retrata a presença feminina como um relevante alicerce
constituinte da força laboral.
Souza (2000) relata que embora dados estatísticos tangenciem o aumento da presença
feminina no mercado de trabalho, as igualdades profissionais entre homens e mulheres não
tem tido o mesmo crescimento.
No Brasil, pesquisadoras como Bruschini, Lombardi, Umbehaun (2006) traçam um
retrato do perfil da força feminina no mercado de trabalho nos últimos tempos. Desta forma,
as pesquisadoras supracitadas tangenciam que a inserção das mulheres no mercado de
trabalho entre 1992 e 2002 é caracterizada, portanto, por avanços e retrocessos. De um lado, a
intensidade e a constância do aumento da participação feminina na População
Economicamente Ativa (PEA), de outro, o elevado desemprego e a má qualidade das
condições de trabalho das mulheres.
Assim, as trabalhadoras mais escolarizadas conquistaram bons empregos e acesso a
carreiras antes ocupadas apenas pelos homens e a postos de gerência e diretoria; de outro,
predomina o trabalho feminino em atividades precárias e informais. No que diz respeito ao
perfil dessas mulheres, elas são mais velhas, casadas e mães – o que evidencia uma nova
identidade feminina, tão voltada tanto para o trabalho, quanto para a família. Entretanto,
permanece a responsabilidade pelas atividades dentro de casa e pelos cuidados com os filhos e
demais parentes, mostrando continuidade de modelos familiares tradicionais, o que provoca
sobrecarga para as novas trabalhadoras, sobretudo para as mães de crianças pequenas
(BRUSCHINI, LOMBARDI e UMBEHAUN, 2006).
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Na reflexão acerca do aumento do trabalho feminino, é imprescindível lançar um olhar
sobre as mudanças demográficas, culturais e sociais que marcaram o Brasil nas últimas
décadas do século XX. (BRUSCHINI, LOMBARDI, UMBEHAUN, 2006), desta forma as
referidas autoras salientam que:
As trabalhadoras que até o final dos anos 70 em sua maioria eram jovens, solteiras e
sem filhos, passaram a ser mais velhas, casadas e mães. Em 2002, a taxa mais alta de
atividade feminina, superior a 70%, é encontrada entre mulheres de 30 a 39 anos, e
67% daquelas de 40 a 49 anos também são ativas (FCC, 1998, Série Mulheres,
Trabalho e Família). Não por acaso, mulheres que ocupam, nas famílias brasileiras,
a posição de cônjuge, foram aquelas cujas taxas de atividade mais cresceram. Em
2002, mais de 55% delas eram ativas (FCC, 1998, Série Mulheres, Trabalho e
Família). Apesar de tudo isso, muita coisa continua igual: elas seguem sendo as
principais responsáveis pelas tarefas domésticas e pelos cuidados com os filhos e
demais familiares, o que representa uma sobrecarga para as que também realizam
atividades econômicas.
Outro fenômeno relevante diagnosticado foi o aumento da proporção de domicílios
chefiados por mulheres entre 1992 a 2002, onde em 1993 os indicadores demonstram que as
mulheres comandavam cerca de 22,3% do total de residências do país. Já em 2002, as
mulheres, eram responsáveis por mais de um quarto do total destas residências. BRUSCHINI,
LOMBARDI e UMBEHAUN (2006) colocam que a educação tem ganhado destaque como
fator desencadeante do avanço da mulher no mercado de trabalho.
Outro fato que compõe a situação da mulher no mercado de trabalho no Brasil é a
existência de certa segregação profissional pelo sexo. Diagnosticando profissões mais
congruentes com os estereótipos ―masculinos‖ e ―femininos‖, criando profissões para homens
e mulheres na sociedade (CACCIAMALI & PIRES, 1995).
Lavinas (1999) constata que os ramos que as mulheres permanecem pouco
representadas, são os tradicionalmente dominados pelo sexo masculino como por exemplo:
construção civil, transportes, reparação e conservação (elétrica, veículos etc). Neste viés,
Souza (2000) corrobora dizendo que
―No ultimo quarto de século, constata-se que no Brasil [...] que as mulheres
continuam submetidas a segregação setorial e a ocupacional. Quer dizer que para o
grosso contingente feminino no mercado, as chances de se trabalhar continuam
restritas s determinados setores econômicos, principalmente o setor de prestação de
serviços, e a grupos de ocupações em que sua presença já é tradicional, como
professoras, enfermagem, secretarias‖.
Traçando um contra ponto com os dados apresentados até então, BRUSCHINI,
LOMBARDI, UMBEHAUN, 2006, verificam que a inserção das mulheres no mercado de
trabalho tem sido caracterizada pela precariedade. Neste sentido argumentam que:
―Mas é importante prestar atenção em outro fenômeno: mulheres instruídas, além de
continuar marcando presença em “guetos” femininos1, como o magistério e a
1 ―[...] em pleno século XXI, ainda existem profissões e ramos de atividades que são verdadeiros guetos
femininos — em geral espaços de trabalho pouco valorizados socialmente ou cujo valor reconhecido não se
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enfermagem, têm adentrado também áreas profissionais de prestígio, como a
medicina, a advocacia, a arquitetura e até mesmo a engenharia, tradicional reduto
masculino‖.
Consolidando seus pensamentos com a seguinte afirmação: ―Essa poderia ser
considerada uma das faces do progresso alcançado pelas mulheres‖. (BRUSCHINI,
LOMBARDI, UMBEHAUN, 2006).
Assim, as mulheres têm adquirido uma relevância na sua inserção no mercado laboral
brasileiro, adentrando em outros campos, tidos como de predomínio excessivamente
masculino bem como aumentando sua participação nos campos femininos.
2.3 Mulheres na posição de gerência no Brasil: Um cenário de desafios
O ingresso das mulheres nas várias ocupações no cenário dos negócios é resultado da
união de vários fatores. Neste sentido, BRUSCHINI, LOMBARDI, UMBEHAUN, (2006)
argumentam que a ―[...] intensa transformação cultural, a partir do final dos anos 1960 e,
sobretudo, nos 1970, impulsionou as mulheres para as universidades em busca de um projeto
de vida profissional‖.
Desta forma, as mulheres puderam ampliar o leque de oportunidades em suas
carreiras, com o advento do alcance de novas possibilidades além dos guetos tradicionais
femininos. BRUSCHINI, LOMBARDI, UMBEHAUN, (2006).
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ethos sobre o Perfil Social Racial e de Gênero
nas 500 maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas2, em 2003 indicou que no
universo da pirâmide ocupacional nas 500 maiores empresas brasileiras é extremamente
excludente para as mulheres.
A presença de mulheres nas empresas da amostra é menor quanto mais elevado é o
nível hierárquico: 35% no quadro funcional, 28% no quadro de supervisão, chefia e
coordenação, 18% no quadro de gerência e 9% no quadro executivo. Esses percentuais —
traduz em boas remunerações, como a de professora da educação básica‖ ( Políticas Públicas e Relações de
Gênero no Mercado de Trabalho, Cfemea)conforme salienta que quanto a ocupação os guetos femininos são
constituídos por: Costura 94%, Magistério 90%, Secretariado 89%, Telefonia 86%, Enfermagem 84%,
Recepção 81%
2 A pesquisa Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações
Afirmativas é uma realização do Instituto Ethos, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), o
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Fundo de
Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem). Teve apoio institucional da Inter-American
Foundation (IAF) e patrocínio da CPFL Energia, da Philips do Brasil e do Banco Safra. O objetivo do Ethos com
esta iniciativa foi lançar um olhar sobre a diversidade e a eqüidade nas empresas, de modo a estimulá-las a
desenvolver ações que contribuam para a superação das desigualdades observadas. Conduzida pelo Ibope
Opinião entre 17 de julho e 17 de setembro de 2003, a pesquisa procurou levantar o perfil das 500 maiores
companhias que operam no país, de acordo com o Balanço Anual da Gazeta Mercantil, verificando a
composição de gênero e raça, a presença de pessoas com deficiência e a faixa etária e escolaridade dos
funcionários de todos os níveis hierárquicos. O estudo se propunha a levantar também as iniciativas das
empresas em favor da diversidade e da eqüidade.
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calculados a partir de informações objetivas fornecidas pelo departamento de recursos
humanos de cada empresa — estão bem abaixo da porcentagem de mulheres na sociedade
brasileira, que é de 50,8% (ETHOS, 2003. pg.14). Observa-se ainda que, as mulheres
possuem 11 anos a mais de estudo em comparação aos homens. Embora, essa situação não se
reflita na composição dos quadros de liderança das empresas. (ETHOS, 2004.p. 20)
Apesar da existência de um hiato relevante entre a representatividade feminina e
masculina na hierarquia das empresas brasileiras, a pesquisa relata que são poucas as
empresas dentro da amostra do estudo que possuem políticas claras de equidade de gênero,
com programas de redução das desigualdades salariais (conforme visualiza-se no quadro X:
Rendimento mensal de Homens e Mulheres) e de capacitação profissional para o gênero
feminino.
Importante salientar a argumentação de que para o referido estudo, a explicação deste
fato não reside no nível de escolaridade das brasileiras, mas sim, nas barreiras invisíveis para
a ascensão da carreira no mundo do trabalho. Perfil Social Racial e de Gênero nas 500
maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas (2003.p.23).
3.
Em direção a gestão responsável
Nos últimos anos, uma série de novos conceitos e práticas foram construídas no campo
da gestão organizacional. Quando se fala em gestão responsável deve-se pensar em questões
como ética e responsabilidade social.
Gostaríamos aqui de dar aqui a nossa contribuição para o entendimento deste conceito
em formação – gestão responsável – a partir da perspectiva do gênero. Os conceitos e as
práticas de gestão responsável têm muito a serem desenvolvidas no ambito organizacional.
Quando escrevemos o título deste trabalho procuramos fazer uma provocação em
relação ao papel dos programas de responsabilidade social e as barreiras enfrentadas pelas
mulheres para ascenderem em cargos de alta gestão. A pergunta que fica é: Porque ainda
existem poucas mulheres em cargos de alta gestão nas organizações se na atualidade temas
como responsabilidade social e gestão responsável estão sendo discutidos e implementados
como estratégias de gestão organizacional?
Um dos pontos principais dessa discussão e que propositalmente deixaremos como tema
para outro trabalho está pautado nas ações afirmativas que projetos de responsabilidade social
e como eles se baseiam. As ações afirmativas são ações que se estabelecem a partir da
afirmação do princípio de igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e sua
aplicação no mundo do trabalho. São as ―políticas que têm como metas corrigir antigas e
novas discriminações‖ (DELGADO et all, apud YANNOULAS, 2001, p. 322).
A seguir, apresenta-se as considerações finais deste trabalho
4. Considerações finais
Este trabalho teve origem de inquietações da autora a respeito da efetividade e
aplicabilidade de programas de responsabilidade social nas organizações, mais precisamente
em relação ao papel das mulheres em cargos de alta gerência.
Na verdade, buscou-se neste texto discutir e lançar um panorama sobre a caminhada
da mulher na sociedade e como as tendências de gestão organizacional tem considerado a
problemática da ascensão da carreira feminina nesse cenário.
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Com este artigo não se espera condicionar o problema da ascensão feminina a um
problema social, ou a uma tendência preconceituosa, mais sim, tentar lançar um novo olhar
sobre os programas de responsabilidade social que estão sendo disseminados nas mais
variadas organizações.
Considera-se que acaminhada feminina rumo aos mais altos cargos de gestão ainda é
embrionária, mais que poderá ser melhor compreendida se programas de responsabilidade
social, forem sensíveis a esta questão e incentivem as mulheres a galgarem espaços pouco
trilhados em sua história social.
Referências
ALAMBERT, Zuleika (2007). A condição feminina: uma breve retrospectiva histórica.
Disponível em: maxwell.lambda.ele.puc-rio.br. Acessado em: 20 de setembro de 2007
BRUSCHINI, C. Gênero e trabalho no Brasil: novas conquistas ou persistência da
discriminação? (Brasil,1985-1995). In: ROCHA, M. I. B. da (org.) Trabalho e gênero:
mudanças, permanências e desafios. São Paulo: Editora 34, 2000. p. 13-58.
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Responsabilidade social e gênero nas organizações