II Marcha Campo-Cidade
Soberania alimentar e direito à
cidade.
A terra deve alimentar seu povo e a
cidade expressar os desejos,
decisões e projetos da maioria.
Que tipo de desenvolvimento
observamos no Espírito Santo?
Por que um estado que abriga
tantas empresas, produz fome,
miséria, pessoas sem terra e
sem moradia, desempregados,
violência urbana e devastação
da natureza? Para onde vão
nossas
riquezas
naturais
exploradas pela Vale, CST,
Aracruz Celulose e Samarco?
Você sabia que a Aracruz
Celulose consome por dia mais
água do que toda a população
da Grande Vitória? Você sabia
que a Aracruz Celulose consome
por dia mais água do que toda a
população da Grande Vitória,
sem pagar um centavo por isso? Por que a maioria da população trabalhadora
recebe baixos salários e paga aluguéis caros, mesmo nas periferias das
cidades? Por que o transporte urbano é tão precário e as filas nos terminais
são tão demoradas? Por que os governos bancam grandes obras e doam
terras às indústrias estrangeiras, ignorando as condições dos camponeses,
quilombolas e indígenas expulsos de suas terras, sem os destinar nenhuma
política pública? Por que os movimentos sociais que lutam pelos direitos
fundamentais do ser humano são tratados como criminosos? Por que a maioria
da população carcerária é constituída por negros(as) e pobres?
ESTE NÃO É O DESENVOLVIMENTO QUE QUEREMOS!
Nós, os movimentos sociais do campo e da cidade, marchamos pela vida e
pela justiça social e ambiental! Marchamos pelo direito ao emprego, à
habitação, à saúde, à educação e ao transporte! Marchamos contra os
interesses das empresas estrangeiras que ocupam nossas terras, consomem e
poluem nossos rios e levam o lucro para fora do país! Contra o descaso dos
governantes que gastam dinheiro público para financiar essas empresas, e não
atendem às necessidades dos(as) trabalhadores(as) do campo que produzem
alimentos para o povo! Marchamos contra a condição de miséria que obriga
famílias inteiras vindas do interior a viverem discriminadas nas periferias da
Grande Vitória. Marchamos contra a lógica que reduz o bem viver a “ter
dinheiro”, no campo e na cidade! Contra o medo que tranca as pessoas nos
condomínios, mas não resolve a insegurança dentro e fora dali.
Nossa CAMINHADA pelas ruas e avenidas da Grande Vitória denuncia que os
recursos naturais brasileiros não podem ser transformados em lucro que vão
parar no bolso de uma dúzia de empresários. As empresas estrangeiras ao
utilizarem enormes extensões de terra para o cultivo do eucalipto e da cana
provocam o aumento do preço e a falta dos alimentos na mesa da população.
Marchamos por acreditar que HABITAR, COMER e VIVER com dignidade
constituem-se no direito fundamental de todos os povos. “Natureza e tudo que
existe” deve ser compartilhada e preservada por todos e não apropriada para o
lucro das grandes empresas, banqueiros, latifundiários e governantes que
enxergam o dinheiro antes de tudo.
Marchamos pelo direito de permanecer em nossa terra e de produzirmos
alimentos para a população! Contra o aumento do preço dos alimentos,
enquanto as empresas estrangeiras se beneficiam de nossa terra, água e do
lucro que aqui exploram! MARCHAMOS PELA SOBERANIA ALIMENTAR!
Marchamos contra a discriminação e a violência urbana! Pelo direito à moradia,
pela circulação nas cidades, por uma alimentação adequada, por educação e
saúde de qualidade e para todos(as)! PELO DIREITO À CIDADE! PELO
DIREITO À TERRA!
Download

II Marcha Campo-Cidade Soberania alimentar e direito à cidade