MAYARA BASTOS DE ANDRADE
A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA A
PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NA IDADE ADULTA
UFMS – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Corumbá – MS
2014
UFMS – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CURSO LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
MAYARA BASTOS DE ANDRADE
A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA A
PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NA IDADE ADULTA
Corumbá – MS
2014
MAYARA BASTOS DE ANDRADE
A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA A
PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NA IDADE ADULTA
Monografia apresentada como requisito parcial
para a conclusão do curso em Licenciatura em
Educação Física paraobtenção do Título de
licenciado em Educação Física.
Orientadora:
Profª Me. Silvia Beatriz Serra Baruki
CORUMBÁ-MS
2014
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a DEUS, que me deu
forças, paciência, sabedoria e incentivo
para prosseguir mesmo quando tudo
parecia impossível, e a todos os que
contribuíram para meu sucesso. A minha
família pelo apoio, pela compreensão e
por suportar minha ausência durante todo
este
período,
especialmente
meu
namorado Alexis, que por muitas horas foi
privado da minha companhia por eu estar
estudando.
Em especial também aos meus pais,
companheiros por acreditarem e serem
grandes responsáveis pela minha vitória.
AGRADECIMENTO
Agradeço, primeiramente, a DEUS, por não me desamparar em nenhum momento e
me mostrar o melhor caminho sempre nesta caminhada; à minha mãe, Milena Zavala Bastos
de Andrade, e ao meu pai, Luiz Otávio Oliveira de Andrade, pela força que me deram nas
horas mais difíceis da minha vida, pelo incondicional apoio, por estarem sempre ao meu lado,
enfrentando e vencendo comigo todas as batalhas e pelas extensas horas de estudo na qual
eles me compreendiam
Para minha professora orientadora Silvia Beatriz Serra Baruki que nunca desistiu de
mim, que me ajudou no desenvolvimento do meu trabalho, mostrando e abrindo minha mente
e mostrando que paciência e persistência andam juntas e jamais me desanimou quando eu
pensava em desistir do TCC.
Ao Alexis (namorado), José Otávio (irmão), a toda minha família (tios, tias, avó, avô,
primos, primas, dinda e dindo) e amigos que deram a maior força, rezaram por mim, mesmo
estando ausente, me apoiando e me mostrando que o caminho é longo e ao mesmo tempo
prazeroso, quando se quer chega ao sucesso.
E aos meus amigos de faculdade, por todo o apoio e pela amizade que construi durante
esses quatro maravilhosos anos, pois sem eles não conseguiria ver a importância da minha
formação.
“Se
a
educação
sozinha
não
transformar a sociedade, tampouco
sem ela a sociedade muda”.
(Paulo Freire)
RESUMO
A modernidade atual favoreceu um estilo de vida sedentário e consequentemente o aumento
das doenças crônicas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2008, a
apenas 28,2% da população praticava exercício físico. A Política Nacional de Promoção de
Saúde surgiu a partir de uma necessidade que a sociedade se encontrava quando se falava a
respeito da saúde, pois a promoção de saúde apresenta-se como mecanismo para fortalecer e
implantar uma política transversal. Diante desses aspectos a escola é imprescindível na
formação para a saúde, cabendo ao professor de Educação Física um papel de destaque nesse
processo. O estudo teve o objetivo de verificar a importância das aulas de Educação Física
para a promoção da saúde e a contribuição da Educação Física Escolar na formação de alunos
ativos e praticantes de atividade física na idade adulta. O trabalho foi desenvolvido por meio
de uma pesquisa de campo com adolescentes e adultos, praticantes de exercícios físicos de
ambos os gêneros, em Corumbá (MS). Participaram do estudo 40 pessoas com idade média de
32,6 anos (± 10,44). A partir do questionário aplicado, observou-se que a maioria, 28
pessoaspratica atividade física por motivo de saúde; 14, estética; 11, Relaxar/estresse; 8
indicação médica; 6, lazer; o que menos obteve foi 3 relacionamento social. Quanto ao tipo de
exercício físico praticado 19,optaram pela Musculação; 13, ginástica; 8, corrida/caminhada; 5,
esporte; 4, lutas e ciclismo; e 3 hidroginástica/natação. Em relação a frequência semanal de
atividade física, 22 pessoas fazem de cinco a quatro vezes/semana;13, três a duas
vezes/semana; 3, mais de cinco vezes/semana; e 2 uma vez na semana. A duração das
atividades físicas mostra que 20 praticam por uma hora; mais de uma hora 14 pessoas; mais
de duas horas 3 pessoas; quarenta minutos 2; e trinta minutos1 pessoa faz. No total, 18 fazem
exercícios físicos por indicação dos amigos; 12, prof. EF; 7, familiares; 4, mídia; e apenas 3
pelo médico. Para a participação das aulas de Educação Física, 35 responderam que sim e 5
responderam que não. Para 17 dos entrevistados, o professor de Educação Física contribuiu
para a atividade física; e 23responderam que não. Os dados revelam uma população ativa e
que os professores de Educação Física não abordam o tema promoção de saúde. Conclui-se
que o professornão contribuiu para que os alunos saiam da sala de aula preparados e
conheçam a importância da atividade física para sua vida, depois do período escolar.
Palavras-chave: Sedentarismo. Educação Física Escolar. Promoção de Saúde.
SUMÁRIO
1
1.1
2
INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10
Justificativa ........................................................................................................... 12
OBJETIVOS ............................................................................................................. 14
2.1 Geral ........................................................................................................................... 14
2.2 Específicos .................................................................................................................. 14
3
REVISÃO DE LITERATURA................................................................................... 15
3.1 Sedentarismo ............................................................................................................... 15
3.2 Saúde, Promoção Da Saúde e Qualidade De Vida ......................................................... 16
3.3 Atividade Física .......................................................................................................... 18
3.4 Educação Física Escolar .............................................................................................. 21
3.5 Políticas Públicas ......................................................................................................... 24
4
METODOLOGIA...................................................................................................... 26
5
RESULTADOS ......................................................................................................... 27
6
DISCUSSÃO ............................................................................................................ 33
7
CONCLUSÕES......................................................................................................... 35
8
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 36
REFERÊNCIAS................................................................................................................ 37
APÊNDICE A................................................................................................................... 42
10
1 INTRODUÇÃO
A modernidade favoreceu um estilo de vida sedentário e consequentemente o aumento
das doenças crônicas como: doenças do coração; hipertensão arterial sistêmica; acidente
vascular encefálico; doença vascular periférica; obesidade; diabetes mellitus tipo II;
osteoporose; câncer de cólon, mama, próstata e pulmão; e ansiedade e depressão
(CARVALHO, 1996).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008, apenas
28,2% da população praticava exercício físico. Na região Centro-oeste, esse número
correspondeu a 31%. Em relação ao sexo notou-se uma maior participação dos homens
(35,1%) em comparação às mulheres (21,9%). O mesmo observou-se na região Centro-Oeste:
35,9% dos homens e 26,3% das mulheres praticavam exercícios físicos (IBGE, 2008).
Segundo dados do Ministério da Saúde, fornecidos pela pesquisa de Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL),
entre os anos de 2009 a 2013, no total da população estudada, apenas 33,8 % fez algum tipo
de atividade física. Quanto ao sexo, observou-se maior participação entre os homens (41,2 %)
em relação às mulheres (27,4 %) (BRASIL, 2013).
Praticar exercícios físicos traz diversos benefícios para a saúde. Entre eles podemos
citar: aumento da capacidade aeróbica, expressa pelo consumo máximo de oxigênio (VO2
máx); maiores benefícios circulatórios periféricos; aumento da massa muscular; melhor
controle da glicemia; melhora do perfil lipídico; redução do peso corporal; melhor controle da
pressão arterial de repouso; melhora da função pulmonar; melhora da autoestima e da
autoconfiança; e significativa melhora da qualidade de vida (CARVALHO, 1996).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1947 apud SEGRE e FERRAZ,
1997, p.539) “a saúde traduz um estado de completo bem estar físico, mental e social, não
consiste apenas na ausência de doenças ou enfermidades”.
A Política Nacional de Promoção de Saúde (PNPS) surgiu a partir de uma necessidade
que a sociedade se encontrava quando se falava a respeito da saúde. Pois, à medida que todos
iam adoecendo viam que era por causa da organização, do trabalho, da produção e da própria
sociedade, a partir daí foi pensado em uma saúde inclusiva. O Sistema Único de Saúde (SUS)
foi quem começou a discutir a promoção de saúde para melhor qualidade de vida da
sociedade.
Conforme Heidmannet al. (2006) o conceito de promoção de saúde depende das
condições de alimentação, de educação, de trabalho, de lazer, de moradia, de renda, de
11
transporte, do meio ambiente, de liberdade, de acesso a terra e aos serviços de saúde. Defende
que a saúde envolve, além dos aspectos biológicos, questões socioculturais como: condições
de moradia, saúde básica, saneamento, alimentação, lazer e tudo que pode proporcionar uma
vida mais saudável.
Segundo a PNSPa promoção de saúde apresenta-se como mecanismo para fortalecer e
implantar uma política transversal, onde possa todos os setores sanitários, setor
governamental ou não e a sociedade ter responsabilidade e compromisso com a qualidade de
vida para a população e que todos também possam estar juntos com a proteção e cuidado com
a vida (BRASIL, 2006b).
Nesse contexto de promoção da saúde, a escola tem um papel importante para
estimular hábitos de atividade física, possibilitando que as crianças de hoje se tornem adultos
ativos e saudáveis. Mas, para esse fim devem ser considerados vários temas que a Educação
Física Escolar compreende Ferreira (2001- p.45):
Para que os jovens pratiquem desporto e atividade física regularmente
não basta que dominem técnicas e regras. É preciso que saibam como
realizar tais atividades com segurança e eficiência, ou seja, que
tenham a mínima autonomia para praticar essas atividades por conta
própria. Enfim, é necessário que tenham acesso a conteúdos básicos
de outros campos de conhecimento como fisiologia, biomecânica,
nutrição e anatomia.
Parte da população faz atividade física apenas na escola, devido à dificuldade de
acesso a prática de atividade física, fora do ambiente escolar. As aulas de Educação Física
devem quebrar barreiras e proporcionar uma participação ativa, em função de novos hábitos
modernos que vem dificultando a prática de exercícios físicos. Segundo Alves (2007, p. 467):
A participação em atividades físicas declina consideravelmente com o
crescimento, especialmente do adolescente que ingressa na idade
adulta. Alguns estudos identificam alguns fatores de risco para o
sedentarismo, como por exemplo, pais inativos fisicamente, escolas
sem atividades esportivas, sexo feminino, residir em área urbana, TV
e aparelhos eletrônicos no quarto da criança entre outros. Todo este
contexto nos leva a crer que a Escola, que tem obrigatoriedade na
educação básica constituindo-se como um direito universal [...].
Diante desses aspectos a escola é imprescindível na formação para a saúde, cabendo
ao professor de Educação Física um papel de destaque nesse processo. A partir dessas
considerações o problema da pesquisa é: A Educação Física Escolar contribui na prática da
12
atividade física na fase adulta? Qual o papel da escola e dos seus profissionais nesse
processo? Talvez, a Educação Física possa resgatar os adultos para uma vida mais saudável,
fundamentada no processo ensino-aprendizagem durante as aulas de educação física.
1.1 JUSTIFICATIVA
A Educação Física Escolar tem papel importante quando se trata de saúde, pois é a
partir deste fator que poderemos conscientizar para a prática de atividade física. Conforme
Farinatti e Ferreira (2006) “a educação física escolar deveria ter como grande objetivo
habilitar os alunos a praticar e compreender a atividade física e o desporto na sociedade.” A
partir daí faz-se com que o aluno saia sabendo apenas a importância da prática dentro da
escola e não quando acaba sua vida escolar como afirma Farinatti e Ferreira (2006) “não
coloca no individuo toda a responsabilidade em ser ativo, nem estabelece uma relação casual
entre exercícios físicos e saúde”.
O conteúdo saúde deve ser contemplado na Educação Física Escolar. Segundo
Parâmetros
Curriculares
Nacionais
(PCN)
(1998)
a
Educação
Física
Escolar
dessa forma, se preocupa e se responsabiliza na valorização de conhecimentos que tenham
relação com a autoestima, ao cuidado com o corpo, nutrição e em relação a saúde coletiva
esses devem fazer parte da grade de conteúdos da escola.
A Educação Física tem um papel importante na área de saúde. Na escola deve ter
incentivo do professor ao aluno. Mostrando conteúdos onde eles primeiramente conheçam o
corpo.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para se conhecer o corpo deve
abordar os seguintes conhecimentos como: anatomia, fisiologia, biomecânicas, onde irá
capacitar para que haja analise critica dos programas de atividade física e assim os alunos
possam escolher suas próprias atividades físicas e onde se sinta melhor com o corpo de forma
saudável (BRASIL, 1997, p. 31).
Segundo Reis e Carvalho (2013) para que se tenha uma vida com hábitos saudáveis,
esse reforço deve começar durante a infância e adolescência, com a alimentação equilibrada e
para que as necessidades nutricionais satisfaçam com o intuito de promover uma vida melhor.
E com isto o trabalho tem como foco avaliar a contribuição da Educação Física
Escolar na prática de atividade física na fase adulta, considerando-se a importância de se ter
uma vida ativa, principalmente nos dias de hoje, nos quais a tecnologia está entrando muito
rápido nas casas de nossos alunos. Além disso, devemos ressaltar o papel dos pais
13
influenciando seus filhos à prática de exercícios físicos ou também ao sedentarismo.
O trabalho discutirá e questionará o que pode ser feito para que as pessoas saiam da
escola com essa conscientização, sobre hábitos saudáveis, entre eles, a atividade física. E a
escola tem recursos para esse fim: ensinar os seus alunos a adotarem uma vida ativa.
14
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Determinar a contribuição da Educação Física Escolar em praticantes de atividade
física na idade adulta.
2.2 Específicos
 Avaliar o perfil de atividade física;
 Identificar fatores para a formação de hábitos saudáveis; e
 Verificar a importância das aulas de Educação Física para a promoção da saúde;
15
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Sedentarismo
Segundo Santos et al. (2006) o sedentarismo é conceituado como a falta ou a
diminuição da atividade física e não necessariamente à falta de uma atividade esportiva. Sob o
ponto de vista da medicina moderna, o sedentário é o indivíduo que gasta poucas calorias por
semana com atividades ocupacionais.
O sedentarismo é um fator determinante para o sobrepeso e para a obesidade. A
aquisição de recursos tecnológicos e a melhoria na condição financeira oportunizam maior
consumo de alimentos e diminuição das atividades físicas, contribuindo assim para o excesso
de peso corporal e para maior incidência das doenças associadas ao ganho de gordura: doença
cardiovascular, diabetes tipo 2, osteoporose e alguns tipos de câncer (WHO, 1947 apud
BARUKI, 2002).
Para Florindo (2011) o sedentarismo é uma pessoa relativamente inativa ou pouco
ativa e que passa a maior parte do tempo sentada. Nesse contexto é importante considerar o
tempo que as pessoas gastam em comportamentos (condutas) sedentários. Portanto, ser ativo
ou não, pode ser determinado não apenas pela falta de atividade física, mas pela qualidade
dessas atividades formais ou não formais, relacionadas ao gasto de calorias, adequados aos
padrões de saúde, e não apenas às atividades físicas formais realizadas durante o dia.
O sedentarismo, independente de ser uma atividade esportiva ou não, caracteriza-se
pelo gasto calórico superior a 1500 kcal por semana relacionada a atividades ocupacionais
(limpar a casa, caminhar para o trabalho, realizar funções profissionais que requerem esforço
físico etc.) (BARROS NETO, 2007 apud SOUZA, 2010).
A falta de atividade física é fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças
crônicas como acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, doenças do coração, osteoporose,
alguns tipos de câncer, obesidade, depressão e hipertensão arterial, também chamada de
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) (SIQUEIRA, 2011).
A prática regular de atividades físicas contribui para obter uma boa saúde, como se
pode observar no trecho abaixo:
Pesquisas têm comprovado que os indivíduos fisicamente aptos e/ou
treinados tendem a apresentar menor incidência da maioria das
doenças crônico-degenerativas, explicável por uma série de benefícios
fisiológicos e psicológicos, decorrentes da prática regular da atividade
16
física. Um programa regular de exercícios físicos deve possuir pelo
menos três componentes: aeróbio, sobrecarga muscular e
flexibilidade, variando a ênfase em cada um de acordo com a condição
clínica e os objetivos de cada indivíduo. A prescrição adequada de
atividade física contempla as variáveis tipo, duração, intensidade e
frequência semanal. (CARVALHO, 1996, p. 79).
A prática de exercícios físicos regulares ajuda a diminuir ou manter o peso, melhora o
controle glicêmico, reduz os fatores de doença cardiovascular, minimiza a necessidade de
antidiabéticos orais e a resistência à insulina (KRINSKI et al., 2006).
A hipertensão arterial pode ser diminuída com a atividade física, pois provoca
importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema
cardiovascular, como a redução nos níveis de repouso da pressão arterial. Com o treinamento
físico é possível que diminua a dosagem da medicação para hipertensão ou até mesmo ter sua
pressão arterial controlada (RONDON; BRUM, 2003).
A falta de atividade física ajuda no acúmulo de gordura corporal que o corpo produz,
classificando como obesidade. A atividade física aumenta o gasto energético total, que
juntamente com um acompanhamento nutricional permite um balanço energético negativo e o
controle do peso corporal (BAKER; BROWNELL, 2003).
3.2 Saúde, Promoção Da Saúde e Qualidade De Vida
Segundo a Organização Mundial de Saúde (1978, apud Guedes, 1995) a saúde se
identifica com uma multiplicidade de aspectos do comportamento humano voltados a um
estado de completo bem-estar físico, mental e social. Não basta o individuo não estar doente
para que se tenha saúde: é preciso apresentar evidências ou atitudes que afastem ao máximo
os fatores de risco que possam provocar as doenças.
No ano de 1986 a 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) tinha como tema
“Democracia é Saúde” e constituiu-se em fórum de luta pela descentralização do sistema de
saúde e pela implantação de políticas sociais que defendessem e cuidassem da vida (BRASIL,
2006b, p.9).
Farinatti e Ferreira (2006) ressaltam que a saúde decorre de diversos fatores como
fatores biológicos, sociais, ambientais, institucionais e profissionais, caracterizando uma
perspectiva biopsicossocial da saúde.
Nesse contexto, a saúde amplia os seus conceitos fundamentados nas transformações
sociais e nas condições de vida, o que traz um comprometimento maior de diferentes
17
entidades e instituições, a fim de diminuir os riscos de desenvolver doenças e promover
efetivamente a saúde da população.
A promoção de saúde visa as condições sociais como moradia, trabalho, lazer,
educação, infraestrutura. Segundo Buss (2000, p.5):
A promoção de saúde, modernamente se caracteriza pelo papel
protagonista dos determinantes gerais sobre as condições de saúde.
Este se sustenta no entendimento que a saúde é produto de um amplo
espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida, incluindo
um padrão adequado de alimentação e nutrição, e de habitação e
saneamento; boas condições de trabalho, oportunidades de educação
ao longo de toda a vida, ambiente físico limpo, apoio social para
famílias e indivíduos, estilos de vida responsável e um espectro
adequado de cuidados de saúde. Suas atividades estariam voltadas
mais para ao coletivo de individuo e ao ambiente, compreendido nem
sentido amplo, de ambiente físico, social, político, econômico e
cultural, através de políticas publicas e de condições favoráveis ao
desenvolvimento da saúde e do reforço da capacidade dos indivíduos e
das comunidades.
Diante disto o Ministério da Saúde criou uma política pública voltada apenas para a
saúde, que fundamenta a garantia de promoção de saúde da população. Seria a Política
Nacional de Promoção de Saúde (PNPS) que Brasil (2006b) foi fundamentado para garantir a
saúde coletiva e ter acessos aos serviços básicos de saúde. E o objetivo maior é o de promover
a qualidade da vida e diminuir o risco de ficar doente, reduz assim a exposição de
determinantes e condicionantes a moradia, trabalho, lazer, educação, cultura, ambiente, etc.
Segundo a Política Nacional de Promoção de Saúde (PNPS):
Promoção da saúde é retomada como uma possibilidade de enfocar os
aspectos que determinam o processo saúde-adoecimento em nosso
País – como, por exemplo: violência, desemprego, subemprego, falta
de saneamento básico, habitação inadequada e/ou ausente, dificuldade
de acesso à educação, fome, urbanização desordenada, qualidade do ar
e da água ameaçada e deteriorada; e potencializam formas mais
amplas de intervir em saúde. (BRASIL, 2006b, p.11).
A partir dessa temática surge uma nova discussão em relação às melhores condições
de vida e/ou qualidade de vida. Segundo Kluthcovsky; Takayanagui (2010, p. 14):
O termo qualidade de vida foi, então, usado para criticar políticas, nas
quais o objetivo era o crescimento econômico sem limites. O conceito
18
foi, a seguir, ampliado, a fim de medir o quanto uma sociedade havia
se desenvolvido economicamente. Com o passar dos anos, o conceito
se ampliou, significando, além do crescimento econômico, o
desenvolvimento social, como educação, saúde, lazer.
Minayo (2000) se refere à qualidade de vida como uma noção eminentemente humana,
que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e
ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese
cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e
bem-estar. O termo abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências e
valores de indivíduos e coletividades que a ele se reportam em variadas épocas, espaços e
histórias diferentes, sendo, portanto uma construção social com a marca da realidade cultural.
A qualidade de vida é resultado da inter-relação de fatores que podem diferenciar o dia
a dia de cada indivíduo, pela sua percepção, relacionamento e situações que são vivenciadas.
Podendo ser também resultante pelas características das condições em que o individuo vive
(NAHAS, 1997 apud CORREA, PINHEIRO e DANTAS, 2013).
Dentro de contexto de saúde e promoção da saúde, a PNPS determina como ações
específicas: Alimentação saudável; prevenção e controle do tabagismo; redução da
morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outrasdrogas;redução da
morbimortalidade por acidentes de trânsito; prevenção da violência e estímulo à cultura de
paz; promoção do desenvolvimento sustentável; e prática corporal/ atividade física (BRASIL,
2006b).
3.3 Atividade Física
A atividade física é todo movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos
que provoca um gasto de energia acima do metabolismo de repouso, relacionado à intensidade
e duração das atividades (CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON,1985; LAMONTE;
AINSWORTH, 2001 apud BARUKI, 2012).
Praticar atividades físicas regularmente traz benefícios para a saúde, desde que sejam
aplicadas com doses certas, como se fosse um remédio. Recomenda-se um gasto calórico de
150 a 200 kcal/dia, em atividades físicas formais e/ou não formais; ou acumular pelo menos
150 minutos de atividade física de intensidade moderada durante a semana; e/ou pelo menos
75 minutos de intensidade vigorosa. Crianças e adolescentes devem praticar pelo menos 60
minutos diários de atividades de intensidade moderada a vigorosa (WHO, 2011; PATE et al.,
19
1995 apud BARUKI, 2012).
Segundo Martins (2013) o exercício físico é planejado e compreende movimentos
repetidos com o objetivo de manter ou melhorar os componentes da condição física
relacionada com a saúde ou ao desempenho. É uma atividade física mais estruturada quanto à
intensidade, frequência e duração. O simples gesto de caminhar, com número de
passadas/minutos e com uma determinada distância a ser percorrida, caracteriza um exercício
físico, e não apenas uma atividade física (MATSUDO; MATSUDO, 2000).
A inatividade física e baixo nível de condicionamento físico têm sido considerados
fatores de risco para mortalidades prematuras tão importantes quanto fumo, dislipidemia e
hipertensão arterial (BLAIR et al., 1996 apud CIOLAC e GUIMARÃES, 2004, p. 319).
Conforme Powers e Howley (2009, p. 344) mostram que:
O aumento da atividade física e da aptidão está associado a uma
redução da taxa de mortalidade em geral, incluindo a doença
coronariana. Isso significa que a atividade física deve ser usada
concomitante a outras terapias para reduzir o risco de doença
coronariana naqueles que apresentam outros fatores de risco.
Consequentemente, é convergência que a atividade física regular seja
parte de um estilo de vida saudável.
Segundo Kenney, Wilmore e Costill (2013) a prática de atividade física, realizada
regularmente, diminui os riscos para a saúde. Pessoas que tenham desenvolvido doenças
crônicas como diabetes, doenças cardíacas ou osteoartrite e que não apresentam sintomas (dor
ou pressão no peito, tonturas ou dores articulares) não precisam consultar um médico para
prescrever algum exercício físico, pois é um dos melhores remédios para se controlar essas
doenças crônicas. Mostrando que o corpo se manifesta de maneira positiva ao exercício físico;
o individuo fica sensível a insulina e melhora sua captação de glicose (CINTRA e
COLABORADORES, 2009 apud FINK, 2012, p. 368).
Segundo Ferreira e Barbieri (2014, p. 20):
As mudanças que o individuo portador da doença diabetes mellitus
tipo 2 deve fazer no seu estilo de vida está relacionada com a melhora
dos resultados desta doença, como qualidade de vida, o estado/
equilíbrio emocional e psicológico saudável, além é claro, da
alimentação. Sendo assim, os resultados obtidos com a prática do
exercício físico são favoráveis, diminuindo a taxa da glicemia e
proporcionando uma melhora na qualidade de vida dos pacientes com
diabetes tipo 2 e de todos aqueles adeptos aos exercícios.
20
A atividade física mostrou ter benefícios para ambos os sexos e qualquer faixa
etária,como o aumento do VO2; aumento da massa muscular; melhor controle da glicemia;
melhora do perfil lipídico; redução do peso corporal; melhor controle da pressão
arterial;melhora da autoestima e da autoconfiança;e melhora da qualidade de vida
(NÓBREGA,1999).
Os exercícios físicos causam redução do débito cardíaco na pressão arterial, como
Prado et al. (2012, p. 720) explica:
Pode ser explicado pela diminuição do tônus simpático no coração,
em decorrência de menos intensificação simpática e maior retirada
vagal. A redução do tônus simpático causa, ainda, uma diminuição na
resistência vascular periférica que, associada a fatores humorais com
adrenalina, fator atrial natriurético e óxido nítrico, contribuem para o
efeito vasodilatador pós-exercícios e consequente queda da pressão
arterial.
A hipertensão arterial em crianças e adolescentes pode ser a secundária, com a maioria
dos casos relacionados a doenças renais, ou a primária ou essencial, que pode estar associada
a múltiplos fatores de risco como a obesidade e a história familiar. As prevalências da
hipertensão arterial na criança e no adolescente vêm aumentando, em consequência da
epidemia de obesidade. Nesse contexto, a sua prevenção é importante para diminuir as altas
taxas de mortalidade que essa doença causa para a população (ESCOBAR; VALENTE;
GRISI, 2010).
A atividade física atua na prevenção e/ou redução da hipertensão arterial, previne o
ganho de peso (diminuindo o risco de obesidade), auxilia na prevenção ou redução da
osteoporose, promove bem-estar, reduzindo o estresse, a ansiedade e a depressão (LOPES e
FERREIRA, 2013, p. 7).
Rosiniet al. (2014) estudaram vinte e seis estudantes, portadores de obesidade
abdominal, que praticavam atividades recreativas e de lazer, 2 horas por dia, 3 vezes por
semana, durante 3,5 meses. Observou-se que a prática de jogos recreativos e cooperativos
promoveu melhoras cardiometabólicas, particularmente nos parâmetros lipídicos e na
obesidade abdominal.
Lambogliaet al. (2013) pesquisaram pessoas acima de sessenta anos, num programa de
atividade física, realizado duas vezes por semana, durante uma hora, com atividades
aeróbicas, exercícios de força, flexibilidade, equilíbrio e consciência corporal. Foram
observados benefícios para a saúde como melhora no sistema cardiorrespiratório; sistema
21
cardiovascular e respiratório; na pressão arterial e na frequência cardíaca em repouso e em
exercício; melhora de autoestima; bem-estar e uma vida ativa.
A prática de exercícios físicos associada à mudança de hábitos alimentares ajuda no
controle de peso corporal em pessoas com sobrepeso e obesidade, e também na redução da
pressão arterial e na diminuição do estresse. Essas intervenções contribuem para o controle
das doenças crônico-degenerativas, principalmente as cardiovasculares, pois mostra que
alguns fatores de risco são modificáveis (GUIMARÃES, BORTOLOZO E LIMA, 2013).
A atividade física sempre foi a melhor recomendação para a prevenção e o controle de
DCNT, essa certeza foi concluída por vários estudos científicos, desenvolvido com pacientes
com diabetes mellitus. A conscientização do beneficio, vem do profissional de Educação
Física, pois apenas ele atua diretamente com essa realidade e de como a atividade física pode
influenciar na diabetes mellitus 2 e nas DCNT, para a melhora na qualidade de vida, no
controle da glicemia e na prevenção de complicações que se refere a essas doenças
(MENDES et al., 2013).
3.4 Educação Física Escolar
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) foram desenvolvidos pelo Ministério da
Educação juntamente com o desporto para que os professores tivessem algo para se
auxiliarnas suas aula de Educação Física. Voltado para conteúdos que acercam o mundo atual
em que os alunos vivem.
Os temas que envolvem o PCN são os temas transversais que compõem pela
característica do corpo e da área de Educação Física, pois é partir daí que o aluno se identifica
com algumas habilidades corporais que a aula pode proporcionar a eles.
Um dos critérios que se avalia no PCN do segundo ciclo do ensino fundamental I
(BRASIL, 1998, p. 49) é “avaliar se o aluno reconhece que os benefícios para a saúde
decorrem da realização de atividades corporais regulares, se tem critérios para avaliar seu
próprio avanço e se nota que esse avanço decorre de perseverança”.
O PCN do ensino fundamental II conceitua que Educação Física deve compartilhar na
escola o tema transversal saúde. Pois dessa forma, a preocupação e a responsabilidade na
valorização de conhecimentos relativos à construção de uma autoestima melhor, para ter
cuidado com o corpo, ter uma melhor alimentação e ter conhecimentos para a importância de
uma saúde coletiva (BRASIL, 1998, p. 36).
Observa-se que o tema é de grande importância na escola:
22
Principalmente nas zonas urbanas, as atuais condições
socioeconômicas, como o desemprego crescente, a informatização e
automatização do trabalho, a urbanização descontrolada e o
consumismo, favorecem a formação de um ambiente em que o
cidadão convive com a poluição, a violência, a deterioração dos
espaços públicos de lazer e a falta de tempo para a atividade física e
convívio social. Esse contexto contribui para a geração de um estilo de
vida caracterizado pelo sedentarismo, pelo estresse e pela alimentação
inadequada, resultando num crescente aumento de mortes por doenças
cardiovasculares. (BRASIL, 1998, p. 38).
O professor deve mostrar aos alunos o seu papel como cidadão, na reivindicação por
espaços adequados para que todos possam praticar atividades físicas. E não apenas para quem
faz esporte (profissional) ou quem tem condições de pagar clube ou academia. Todos devem
ter acesso a centros esportivos e programas que envolvam a prática corporal. Mas, essa
consciência pode ser fruto do conhecimento passado nas aulas de Educação Física (BRASIL,
1998).
Os alunos tem o direito de saber que nem tudo o que a mídia mostra é o correto de se
praticar:
Mas também há aulas de ginástica aeróbica pela televisão, médicos
dão entrevistas falando dos benefícios e riscos da atividade física,
comentaristas informam sobre táticas e regras nas partidas de futebol,
vôlei ou basquete, e revistas femininas e para adolescentes sugerem
exercícios e equipamentos para deixar o corpo em forma. Informações
nem sempre corretas, nem sempre confiáveis, mas que se sobrepõem
pela baixa capacidade crítica da maioria dos telespectadores e leitores.
Tudo isso levou o nível de informações publicamente partilhadas na
área da cultura corporal de movimento a um patamar nunca antes
atingido na História. (BRASIL, 1998, p.32).
Nos quarto e último ciclo do PCN, os professores devem mostrar conteúdos onde os
alunos se identificam e saiam da escola com o conhecimento adquirido. É o momento de um
processo pela busca de identificação e afirmação sobre eles mesmos. E todo o processo de
imagem e autoestima é de grande importância. Nesta construção, as experiências corporais
adquirem uma dimensão significativa, cercada de dúvidas, conflitos, desejos, expectativas e
inseguranças. Quase sempre influenciados pela visão externa, o jovem e o adolescente
questionam a sua imagem em relação à beleza, capacidades físicas, habilidades, limites,
competências de expressão e comunicação, interesses (BRASIL, 1998).
23
O professor tem o papel de mostrar que o padrão de modelos de beleza que a
sociedade impõe juntamente com a saúde e alimentação contribuiu para a formação de um
conceito que pode vir a tornar uma discussão e reflexão para a relação de alguns conceitos e
valores que tem uma necessidade maior. A Educação Física é responsável por abrir esse
espaço de produção de conhecimento no ambiente escolar (BRASIL, 1998).
A abordagem da temática saúde nas aulas de Educação Física tem o intuito de
conscientizar para a formação de hábitos saudáveis na vida dos alunos. Mas, para tanto, os
professores devem estar aptos para desenvolver esse tema na escola. Um estudo realizado
com dez professores de Educação Física do ensino fundamental II revelou que nas aulas eles
passavam conteúdo que tinha relação como: alimentação saudável, atividade física mais nãose
aprofundavam sobre a importância deste tema (ZANCHA et al., 2013).
O professor deve fomentar atividades que promovam a prática de exercícios físicos e
estimular como forma de mostrar quais os benefícios isso poderá trazer para cada um deles,
mesmo que eles pratiquem apenas na escola a atividade física. Entretanto, outros fatores
podem favorecer o sedentarismo; e o professor mostra o porquê de não aplicar as aulas
incentivando os alunos a praticar saúde, na citação de Alves (2007):
“o salário é ruim, meus alunos não querem nada, a escola não me
apoia, eu não tenho condições de espaço e material, portanto a aula
será deste jeito”. Quando se chega a esta situação, o professor
realmente entrega os planos e praticamente deixa que os alunos façam
o que quiserem e como quiserem, quando quiserem e o que é pior: se
quiserem “não fazer nada”, também é permitido. (p. 466)
Segundo Farinatti e Ferreira (2006) a certeza que se pode ter para a educação de
atividade física ou para ter um hábito de vida saudável para toda vida se tem a partir do PCN.
A partir, dessa formação, os alunos que cumpriram seu período escolar, conseguirão na idade
adulta, fazer atividade física, fora do ambiente escolar.
Crianças obesas provavelmente se tornarão adultos obesos. Desta forma, criar o hábito
de vida ativo na infância e adolescência contribui para menor incidência de obesidade e
doenças cardiovasculares na idade adulta. Por isso a atividade física nesse período da escola
deve ser tratada como prioridade em nossa sociedade (LAZZOLLI et al., 1998).
Conforme Todendiet al. (2012) algumas estratégias para que ocorram a promoção da
saúde são importantes para o controle da obesidade infantil, já na fase escolar. São elas:
adequação da merenda escolar, instrução nutricional, capacitação do profissional da saúde,
conteúdos nas aulas de Educação Física e a atividade física. Existe, portanto, uma intensa
24
necessidade de programar estratégias de promoção de alimentação saudável e atividade física
para essa população na escola.
Para diminuir o sedentarismo é importante estimular funções diárias que possam
ajudar a prática de atividade física como subir escadas, ao invés de elevador, assistir menos
televisão, caminhar ou andar de bicicleta até o trabalho. O professor de Educação Física deve
considerar, no seu planejamento de exercício físico, atividades que envolvam grandes grupos
musculares com aumento gradativo de intensidade, causando respostas positivas para a saúde
(DÂMASIO, 2005 apud OLIVEIRA e ALMEIDA, 2012).
3.5 Políticas Públicas
Os Ministérios da Saúde e da Educação criaram em 2007 o Programa Saúde na Escola
(PSE) onde promove a união da educação com a saúde, com o intuito de aumentar a melhoria
da qualidade de vida de crianças e adolescentes, durante o processo de aprendizagem, e com
isso permitir que eles levem esse conhecimento adquirido (BRASIL, 2011).
O PSE orienta crianças desde creche até o ensino médio para promoção de saúde
dentro do ambiente escolar, com uma mudança de comportamento alimentar e na prática de
atividade física, objetivando combater a obesidade o sedentarismo. Propõe a discussão da
educação e saúde de forma conjunta a fim de proporcionar um desenvolvimento integral, onde
a comunidade escolar tenha participação em programas e projetos relacionados a esses temas,
para que enfrentem as vulnerabilidades que possam comprometer o desenvolvimento das
crianças e jovens. Essa iniciativa reconhece e acolhe as ações de integração entre saúde e
educação já existentes e que causa um impacto positivo na qualidade de vida dos estudantes
(BRASIL, 2011).
Segundo o PSE (BRASIL, 2011, p. 15):
A saúde, como produção social, exige a participação ativa de todos os
sujeitos na construção de ações que visam às escolhas mais saudáveis.
Dar visibilidade aos fatores que colocam a saúde em risco e
desenvolver estratégias para superar os problemas e adversidades
identificados e vivenciados pela comunidade são propostas de ações
em saúde.
A escola é um lugar onde o tema promoção da saúde, pode fazer com que os alunos se
formem com autonomia e critica que são capazes de compreender e assim poder mudar a
perpectiva da realidade onde vivem (BRASIL, 2011).
25
A Pesquisa Nacional de Saúde na escola (PeNSE) implementou-se o Sistema Nacional
de Monitoramento de Saúde com o objetivo de integrar as redes de educação básica e a rede
de Atenção Básica à Saúde, atuando como um instrumento de informações para auxiliar
gestores e, assim, dar sustentabilidade ao sistema de vigilância para escolares (BRASIL,
2009).
A PeNSE afirma que (BRASIL, 2009, p. 14):
Durante a transição da infância para a vida adulta, os adolescentes
experimentam mudanças biológica, cognitiva, emocional e social. Esta
fase é um importante momento para a adoção de novas práticas,
comportamentos e ganho de autonomia, mas também de exposição a
diversas situações de risco presente e futuro para a saúde. A exposição
a fatores de risco comportamental, tabagismo, consumo de álcool,
alimentação inadequada e sedentarismo tem, com frequência, início na
adolescência. Estes fatores estão associados ao desenvolvimento da
maioria das doenças crônicas não transmissíveis, como as
cardiovasculares, diabetes e câncer, que lideram as causas de óbito na
vida adulta no País e no mundo.
A PeNSE conceitua que a escola é um espaço de divulgação de informação para
crianças e jovens sobre a importância da prática da atividade física para a promoção de uma
vida mais saúdavel, fazendo com que os alunos desenvolvam interesse pelas atividades,
esportes e exercicios que se aborda em aulas de Educação Física (BRASIL, 2009).
As escolas podem atuar como promotoras de saúde, pautando-se em práticas de
educação e saúde no sentido integral do processo, consolidando metodologias participativas,
que possibilitem a construção de ambientes mais saudáveis na comunidade escolar e o acesso
aos serviços de saúde, favorecendo melhor qualidade de vida para os alunos e para a
comunidade em que se vive (BRASIL, 2006a).
Em ambientes de privação econômica e social, muitos jovens também
estão expostos a doenças infecciosas, especialmente as transmissíveis,
e o que é mais grave, as práticas e estilos de vida de risco para sua
saúde, como tabagismo, sedentarismo, hábitos alimentares
inadequados e experimentação de álcool e outras drogas. Dessa forma,
é importante que a sociedade como um todo ofereça e assegure às
crianças e aos adolescentes ambientes mais saudáveis e de proteção.
(BRASIL, 2006a, p. 36).
26
4 METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado através de uma pesquisa de natureza quantitativa, e
terá uma abordagem por meio de pesquisa de campo que segundo Franco (1985), esta técnica
nos mostra a realidade, onde teremos que mostrar os fatores que os dados nos mostra e
também discutir e interpretar com analise esses dados recolhidos com a pesquisa apresentada
no trabalho.
A pesquisa foi desenvolvida com adolescentes e adultos, praticantes de exercícios
físicos (musculação, lutas, hidroginástica, corrida, caminhada e ginástica), de ambos os
gêneros, em Corumbá (MS). A escolha da população foi aleatória, nos seguintes locais:
academias de ginástica e de lutas; clubes; espaços e praças públicas.
Utilizou-se como instrumento de avaliação um questionário elaborado especificamente
para este trabalho (Apêndice A).O questionário abordou os seguintes temas:os hábitos em
relação à prática de atividade física; a participação nas aulas de educação física; que tipo de
metodologia era utilizado nas aulas de Educação Física; e a contribuição dessas aulas, nas
atividades físicas realizadas atualmente.
Os dados obtidos foram organizados em planilhas eletrônicas, separados por sexo,
idade e pelas variáveis sobre atividade física, a partir do questionário aplicado. Foram
estimadas as estatísticas como: prevalências, média e desvio padrão.
27
5 RESULTADOS
Participaram do estudo 40 pessoas com idade de média de 32,6 anos (± 10,44), sendo
18 do sexo masculino e 22 do sexo feminino, conforme é mostrado no Gráfico 1.
Gráfico 1- Amostra dos participantes da pesquisa
25
22
20
18
15
Masculino
10
Feminino
5
0
Masculino
Feminino
Fonte: Pesquisa de campo, 2014.
Em resposta à pergunta número 1 do questionário aplicado “Por que pratica atividade
física?”, 28 pessoasresponderam por motivos de saúde (70%); 14 por estética (35%); 6 por
lazer (15%); 11 relaxar/ estresse ( 28%);3 fazem por relacionamento social (8%); e 8 foi por
indicação médica (20%) (Gráfico 2).
Gráfico 2 – Prevalência em relação ao motivo para a prática de atividades físicas
SAÚDE
8
ESTÉTICA
3
LAZER
11
6
RELAXAR/
ESTRESSE
14
28
0
10
20
30
Fonte: Pesquisa de campo, 2014.
RELACIONAMENT
O SOCIAL
INDICAÇÃO
MÉDICA
28
Quanto ao tipo de atividade física ou exercício físico praticado observam-se as
seguintes prevalências: 19 pessoas fazem musculação (48%); 13 para ginástica (33%); 4
fazem lutas (10%); 5 para o esporte (13%);
4 para ciclismo (10%); 3 para
hidroginástica/natação (8%); e 8 para caminhada/corrida (20%) (Gráfico 3).
Gráfico 3 – Prevalência das práticas de atividades físicas
MUSCULAÇÃO
8
GINÁSTICA
19
3
LUTA
4
ESPORTE
CICLISMO
5
4
HIDROGINÁSTICA/
NATAÇÃO
CORRIDA/
CAMINHADA
13
Fonte: Pesquisa de campo, 2014.
A frequência semanal dos praticantes de atividade física ficou que 22 pessoas fazem
de cinco a quatro vezes por semana (55%); 13 fazem de três a duas vezes/semana (33%); 3
praticam mais de cinco vezes/semana (8%); e 2 fazem uma vez na semana (5%) (Gráfico 4).
Gráfico 4 – Frequência semanal de atividade física
3
2
13
1x
3 a 2x
5 a 4x
22
mais de 5x
Fonte: Pesquisa de campo, 2014.
O tempo que os participantes ocupam para fazer Atividade Física é de 20 pessoas
29
fazem emuma hora (50%); 14 pessoas fazem mais de uma hora (35%); 3 fazem mais de duas
horas (8%); 2 faz em quarenta minutos (5%); e 1 faz em trinta minutos (3%) (Gráfico 5).
Gráfico 5 – Tempo que se pratica atividade física
3
20
14
1 hr
30 min
40 min
mais de 1 hr
mais de 2 hr
2
1
Fonte: Pesquisa de campo, 2014.
Observou-se que indicação da pratica de atividade física 18 pessoas fizeram pelos
amigos (45%); 12 pelo professor de educação física (30%); 7 pelos familiares (18%); 4 por
conta da mídia (10%); e 3 foi o médico quem indicou (8%) (Gráfico 6).
Gráfico 6 – Amostra de indicação para a pratica de atividade física
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
18
12
PROF EF
7
3
4
AMIGOS
MÉDICO
MÍDIA
FAMILIARES
Fonte: Pesquisa de campo, 2014.
Quando se fez a pergunta sobre a participação das aulas de Educação Física a maioria
dos entrevistados 35 pessoas respondeu que sim (88%); e 5 responderam que não (13%)
30
(Gráfico 7).
Gráfico 7 – Prevalência de participantes das aulas de Educação Física
35
35
30
25
SIM
20
NÃO
15
5
10
5
0
SIM
NÃO
Fonte: Pesquisa de campo, 2014.
Com o resultado acima, eles responderam o “por que” de participar da aula de
Educação Física onde o total de 28 pessoas fazia pelos amigos, esporte e pela saúde (70%); e
12 disseram ser obrigados a fazer (30%), como mostra a gráfico 8.
Gráfico 8 – Respostas do motivo de se fazer as aulas de Educação Física
12
OBRIGATÓRIO
28
ESPORTE SAÚDE
AMIGOS
Fonte: Pesquisa de campo, 2014.
Conforme o questionário uma das perguntas foi se houve contribuição do professor de
educação física para a prática de atividade física, 23 entrevistado disse que sim (58%) e 17
respondeu que não (43%), mostrado no Gráfico 9.
31
Gráfico 9 – Amostra da contribuição do professor de Educação Física para pratica de
atividade física
17
23
SIM
NÃO
Fonte: Pesquisa de campo, 2014.
Foi feita a pergunta do “por que" houve contribuição (sim ou não) e eles responderam
com resposta pessoal. Para os entrevistados que responderam que houve contribuição do
professor de Educação Física:
 “Porque ele me apresentou alguns tipos de atividade e peguei gosto, e assim
continuei praticando”. (P1)
 “Porque quando treinava vôlei nós treinávamos musculação no braço”. (P2)
 “Por conta da aula na época, hoje se pratica”. (P3)
 “Porque através do incentivo a diferentes esportes, você passa a inserir em
atividades do dia-a-dia”. (P4)
 “Bons profissionais que incentivavam no condicionamento e para a postura”. (P5)
 “O incentivo ao esporte, quando era jogadora de vôlei, através do meu técnico”.
(P6)
 “Pois não deixava nós ficar parado”. (P7)
 “Para mim exerce mais com o esporte, e a melhoria da minha saúde”. (P8)
 “Ele mostrou a importância de cada atividade física”. (P9)
 “Foi com ele meu primeiro contato com os exercícios”. (P10)
 “Porque meu sonho também era fazer educação física, pois gosto de esporte”.
(P11)
 “Devido as orientações sobre a importância da física para a saúde, bem-estar”.
32
(P12)
 “Com toda orientação pela pratica de esporte”. (P13)
 “Porque me sinto 100% melhor com a prática de EF”. (P14)
 “Acho que pelo fato das aulas terem sido apenas prática, deve ter me ajudado a
praticar”. (P15) (P16)
 “Porque ele passava muito esporte”. (P17)
Para os que responderam que não houve contribuição do professor de Educação Física:
 “Faço, pois gosto e sinto prazer.” (P1)
 “As atividades físicas que pratico foi por vontade própria”. (P2)
 “Embora esteja totalmente ligados, não houve intervenção dos professores, já que
não trabalhou nem mesmo a importância da atividade física”. (P3)
 “Talvez por falta de interesse”. (P4)
 “Nunca falou a respeito”. (P5) (P7) (P21)
 “Tinha muito militarismo e o professor desestimulava”. (P6)
 “Não teve formação para que houvesse um incentivo para mudança de hábito ou
criação do hábito saudável”. (P8)
 “Não houve nada por parte dele (professor)”. (P9)
 “Pois eles nunca me mostraram a importância da pratica do exercício físico”.
(P10)
 “Os alunos que não tinham interesse em competições escolares, não eram
incentivados a pratica de esporte”. (P11)
 “Pois as aulas eram voltadas só para a pratica e não para importância da
atividade”. (P12)
 “Nunca houve incentivo de nada faço, pois gosto muito”. (P13) (P17) (P18) (P23)
 “Porque aprendia apenas o futebol que não era importante para mim”. (P14)
 “Ele nunca mostrou a importância do exercício físico”. (P15)
 “Faço por indicação médica”. (P16)
 “Hoje em dia atividade física é sinônimo de saúde, o professor poderia ter
aprontado mais nesse assunto”. (P19)
 “Faço pela minha saúde”. (P20)
 “Não tinha professor fixo e nenhum deles passava nada”. (P22)
33
6 DISCUSSÃO
Os dados do presente estudo mostram que 70% dos participantes relataram a saúde
como principal motivo para a prática de atividade física. Os outros fatores foram: a procura
pela estética (35%); por estresse (28%); indicação médica (20%); por lazer (15%); e para
relacionamento social (8%). Gomes e Zazá (2012) mostraram resultados semelhantes no
estudo, onde foi feita uma pesquisa com um grupo de idosas que praticavam atividade física.
Eles destacaram que a principal importância de fazer atividade física foi pela saúde (92,5%),
em seguida pelo contato social (85%); prevenir doenças (85%); aumentar a autoestima
(82,5%); e reduzir o nível de estresse (17,5%).
Liz et al. (2013) observaram os motivos para a prática regular de atividade física em
homens e mulheres, com idade média entre 26 a 29 anos. Verificou-se que 33% buscam a
atividade física para o condicionamento físico; 21% para a estética; 16% pela saúde; 5%, para
relaxar; e 1% faz por orientação médica. Mostrando que pode haver diferenças nas respostas e
que a idade pode influenciar na hora de fazer atividade física.
Em relação ao tipo de atividade física praticada, a musculação (48%) e a ginástica
(33%) foram os exercícios físicos de maior procura entre os praticantes. A atividade física de
menor frequência foi a hidroginástica/natação (8%). Um estudo realizado por Ohf e Moreira
(2012) verificou os motivos e modalidades que levam as pessoas de um grupo de 18 a 24 anos
a praticarem atividade física. No total, 54% optaram pela musculação; 9,09% pela ginástica; e
nenhum dos participantes faz hidroginástica/ natação.
Tracana, Alpuim e Carvalho (2013) mostram em seu estudo com usuários de academia
e de ginásio, que 51,9% fazem treino cardiovascular; 32,6% praticam musculação; e 3,9% a
hidroginástica. Os estudos sugerem semelhanças tanto pela preferência nas modalidades
(musculação) como em não praticar algumas modalidades (hidroginástica/natação), pelo fato
de ser um esporte de difícil acesso a todos e ser mais procurado por pessoas acima de 30 anos.
Quanto a frequência de atividade física, a maioria do grupo pratica atividade física de
cinco a quatro vezes/semana (55%); 33%, três a duas vezes/semana; 8%, mais de cinco
vezes/semana; e 5%, uma vez/semana. Já o tempo que cada um faz sua atividade física a
maioria optou em responder uma hora (55%), mais de uma hora (35%), mais de duas horas
(8%), quarenta minutos (5%) e trinta minutos (3%).
Martinez, Martinez e Lanza (2011) identificaram em um grupo de pessoas que tem
uma renda familiar alta, a frequência e o tempo de atividade física. A frequência semanal que
mais se destacou de uma a três vezes/semana, com 53%; 19%, de quatro a cinco
34
vezes/semana; e 6%, de seis a sete vezes/semana. E o tempo em que eles praticavam a sua
atividade física com 54%, foi de trinta e a cinquenta minutos; 29%, em sessenta minutos ou
mais; e 17%, menos de trinta minutos.
Almeida (2013) estudou um grupo de pessoas idosas de uma casa de lazer, onde
fizeram entrevistas para saber como eram suas atividades físicas, “como”, o “por que” e o que
mudou na vida de cada idoso. Foi verificado que 27% praticam atividades sete vezes/semana;
24%, quatro vezes/semana; 19%, de uma e três vezes/semana; e 10%, duas e cinco
vezes/semana. Ou seja, o presente trabalho obteve diferença nos resultados, pois os grupos
eram diferentes em relação à renda familiar e pela idade, mostrando que isto pode influenciar
na frequência de praticar a atividade física.
Em se tratando das aulas de Educação Física, no total da amostra, 88% participava das
aulas e 13% não participava. Quanto ao “porque” da sua participação, a maioria das respostas
foi que 70% por esporte, amigos e saúde e 30% por obrigação. Segundo Teixeira e Folle
(2014), um estudo de caso realizado numa escola de ensino fundamental buscou avaliar a
opinião das crianças a respeito das aulas e da participação delas na Educação Física. O
resultado mostra que 79,1% participavam das aulas; e 20,9%, não participavam. Em relação
ao motivo de participar ou não da aula de Educação Física, os alunos responderam que 81,9%,
por gosto, amigos, esporte, para ter boas notas; e 18,1%, diz que não gosta, por ser
obrigatório, não sente bem.
Coledamet al. (2014) concluíram, num estudo com adolescentes, para analisar fatores
que se associam a prática de atividade física fora da escola e a participação nas aulas de
Educação Física, que 72,9% participavam de suas aulas; e 27,1% não participavam. O estudo
não revelou o motivo de se fazer ou não as aulas de Educação Física.
O trabalho identificou a contribuição dos professores de Educação Física para os
praticantesde atividades físicas. Os resultados mostraram que para 58%, não houve nenhuma
contribuição para a prática; para 42%, houve algum tipo de contribuição para a vida ativa.
Krug, Marchesan e Acosta (2012) avaliaram, num estudo com vinte adolescentes do ensino
médio, o que eles pensavam sobre a contribuição da Educação Física escolar para uma vida
ativa. Os resultados revelaram que a metade dos participantes disse que não houve qualquer
contribuição; e a outra metade disse que sim, e que o professor de Educação Física contribuiu
para essa prática e mostrou os benefícios da atividade física. Os trabalhos mostraram
diferentes resultados quanto a contribuição dos professores, indicando que os professores
estejam se importando mais com os alunos e com as atividades físicas fora da escola.
35
7 CONCLUSÕES
Em relação ao perfil de atividade física, os participantes praticam diferentes
modalidades de exercícios físicos comomusculação, ginástica, luta, esporte, ciclismo,
hidroginástica/natação e caminhada/corrida.Observou-se que19 pessoas fazem musculação
(48%); 13 para ginástica (33%); 4 fazem lutas (10%); 5 para o esporte (13%); 4 para ciclismo
(10%); 3 para hidroginástica/natação (8%); e 8 para caminhada/corrida (20%).
Quanto ao tempo gasto nas atividades físicas, a maioria dos participantes mostrou que
realiza exercícios em torno de uma hora por dia; com frequência de cinco a quatro vezes por
semana.
Sobre os indicadores para a formação de hábitos saudáveis, observou-se que os
professores de Educação Física não mostram a importância de se fazer atividade física para a
saúde deixando para que amigos façam esse papel.
Verificou-se que os professores de Educação Física não abordam o tema a promoção
de saúde e não contribuiu para que os alunos saiam da sala de aula preparados e conheçam a
importância da atividade física para sua vida toda, depois do período escolar.
36
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sedentarismo favorece o aparecimento de doenças não transmissíveis. Os
professores de Educação Física devem estimular a prática de atividade física, dentro da
escola, formando alunos conscientes da importância da atividade física para sua vida toda.
O professor tem um papel importante no contexto de promover saúde e diminuir o
sedentarismo. Atualmente, as aulas são apenas momentos de recreação ou para ensaios de
datas comemorativas na escola. Talvez essas condutas sejam consequências de professores
insatisfeitos com o salário, da estrutura para ministrar as aulas e pela falta de material, e da
formação dos profissionais. Esses fatos podem contribuir com a existência de um profissional
que “rola bola”, mostrando aos alunos que a matéria não é de importância para a sua vida fora
da escola.
Temos que começar a pensar em quem estamos prejudicando, se queremos mudar essa
visão da Educação Física Escolar e se gostaríamos de formar pessoas críticas sobre os hábitos
saudáveis e adultos que pratiquem mais atividade física.
Como professora, devemos alertar nossos alunos para o mal que o sedentarismo pode
provocar na fase adulta e para que futuramente não precise ser uma preocupação para todos os
profissionais. É a partir daí que devemos mostrar que somos profissionais ativos, e não o
contrário. O professor de Educação Física deve ser um exemplo para os seus alunos,
expressando uma estreita ligação entre a educação física escolar e a temática saúde, formando
alunos mais ativos e adultos, consequentemente, também ativos.
Para que os adultos cheguem com o estilo de vida ativo, é importante a consciência da
promoção de saúde, e as escolas devem apoiar e fomentar o desenvolvimento desse processo.
Nas escolas, pequenas ações podem começar pelas cantinas, oferecendo lanches saudáveis e
estimulando a comunidade escolar a adoção de bons hábitos para sua vida. Os professores,
por meio da sua formação, devem transmitir conhecimentos na área de qualidade de vida para
seus alunos, e compreender a sua responsabilidade diante dos problemas de saúde que a
sociedade enfrenta atualmente. E pequenas ações, nesse contexto escolar, podem contribuir
para a redução do sedentarismo, da obesidade e das doenças crônicas.
37
REFERÊNCIAS
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Casa da Amizade (Santana-AP). 2013.
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BARUKI, S. B. S. Obesidade Infantil, sedentarismo e doenças cardiovasculares:a
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Campus do Pantanal – UFMS/Wilson Ferreira de Melo... [et al.], organizadores. Campo
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Básica. Instrutivo PSE / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
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42
APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO
Nome: ___________________________________Data:____/____/____
Idade:________
Sexo: F ( ) M ( )
1) Você pratica atividade física?
2)
( ) Sim Por que? ( ) Saúde ( ) Estética ( ) Lazer ( ) Relacionamento social
( ) Relaxar/estresse ( ) Indicação médica Outros________________________________________
( ) Não Por que? ____________________________________________________________________
Qual atividade física você pratica?
( ) Ginástica________________ ( ) Musculação ( ) Dança ( ) Lutas ( ) Corrida
( ) Ciclismo ( ) Natação ( ) Esportes ______________________
Outros: ______________________________________________________
3)
Qual a frequência semanal
4)
( ) 5x a 4x
( ) 3x a 2x
Duração de sua atividade física?
5)
( ) 20 min. ( ) 30 min. ( ) 40 min ( )1 hr ( ) + de 1h ( ) + 2 hr
O que mais incentivou você à prática de atividade física ?
6)
( ) Mídia ( )Amigos ( ) Familiares ( ) Profº Educação Física (
Você participava de suas aulas de educação física na escola?
7)
( ) 1x
( ) + de 5x
) médico
( ) Sim
( ) Não
Por que? _______________________________________________________________
Como eram as atividades físicas, nas aulas de educação física?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
8) Houve contribuição de seu professor de educação física para que hoje você
esteja praticando atividade física? Por que?
____________________________________________________________________
____________________________________________________________
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ABNT - UNOPAR - Resumido - Universidade Federal de Mato