Resíduos sólidos: educação é prioritária para mudança de comportamento
A mudança de comportamento da sociedade em relação aos resíduos sólidos, com o
componente educacional que começa em casa e nas escolas. O engajamento e a
mobilização popular para garantir o controle social na construção das políticas públicas
para a gestão desses resíduos. Essas foram as bases dos debates na 2ª Audiência
Pública, realizada na região Sul, que reuniu os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul.
Reunidos em Curitiba, os mais de 400 participantes da audiência, a exemplo do que já
ocorreu em Campo Grande (MS), discutiram a destinação ambientalmente correta de
diversos tipos de resíduos; a questão econômica relacionada ao tema; e a inclusão social
dos catadores de materiais recicláveis.
Na abertura do evento, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ressaltou a
importância do engajamento de todos na busca de soluções imediatas para um dos
maiores problemas econômicos e sociais que o Brasil vem enfrentando. "Por isso
estamos convidando a todos para esse engajamento. É essencial a participação da
sociedade brasileira para que haja uma mudança de comportamento com relação aos
resíduos. Sem essa participação e esse compromisso formal de todos os cidadãos não
teremos como implementar a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)".
O secretário de Meio Ambiente do Paraná, Jonel Nazareno Iurk, compartilhou a tese da
importância da participação popular e da mudança de comportamento para que a
implementação da nova política seja efetiva. Segundo ele, a gestão compartilhada e a
responsabilidade de todos sobre o destino dos resíduos "lança um novo olhar sobre a
questão". Iurk disse que a Lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
passou a ser um divisor de águas com relação à percepção que se tem da geração de
resíduos no Brasil.
O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente,
Nabil Bonduki, reiterou que não se constrói políticas públicas sem a participação social.
"Para chegarmos a bons resultados, é necessária a responsabilidade compartilhada". O
secretário garantiu que não se construirá uma nova realidade sem a participação de todos
os atores.
Bonduki alertou que a situação atual dos resíduos no Brasil não é boa. Falta, segundo ele,
principalmente informação, conforme o indicado pelo diagnóstico realizado pelo Instituto
de Políticas Econômicas (Ipea). Ele informou, por exemplo, que 75% dos municípios
brasileiros têm lixões e que isso tem de ser interrompido. "A alteração dessa realidade
passa pela mudança de modelo. Temos de começar a mudar tudo isso a partir de nossas
casas, no processo de produção industrial, para que tenhamos menos quantidade de
resíduos indo parar nos aterros".
Ele disse ainda que é preciso mudar a mentalidade de que resíduos se constituem
problemas. "Eles são recursos que vão gerar riquezas". O representante dos Catadores
de Materiais Recicláveis, Alexandre Cardoso, alertou para a situação de exclusão do
sistema econômico vivida pela sua categoria. "Quando o catador é incluído, toda sua
família é incluída e a economia cresce", disse.
O representante do Ipea, Albino Alvarez, que apresentou aos participantes o diagnóstico
produzido pelo Instituto, disse que o Brasil precisa aprender com a região Sul a
preocupação com o destino dos resíduos. "Aqui essa preocupação é mais enraizada. É
uma questão de educação. O conjunto de experiências da região Sul deve ser
compartilhada com o restante do País", disse.
Fonte: Suelene Gusmão, Ascom/MMA.
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Resíduos sólidos - Ministério do Meio Ambiente