Ensino - Aprendizagem da Matemática em Ambiente Computacional 1. JUSTIFICATIVA O inegável avanço tecnológico propiciado pela utilização do computador leva-nos a refletir sobre o processo de ensino/aprendizagem fazendo o uso desse recurso, envolvendo o professor, o aluno e o saber matemático. Assim, o presente projeto tem em sua essência, viabilizar meios de melhor utilizar aquele recurso tecnológico nas atividades de ensino, particularmente no curso de Matemática da UESC e no desenvolvimento profissional dos professores de Matemática dos ensinos fundamental e médio que atuam na região sob influência da UESC. Notadamente, no que diz respeito ao uso do computador no curso de Matemática da UESC, Silva (1999) em seu trabalho de pesquisa desenvolvido junto aos alunos desse curso, constatou um uso inexpressivo desse recurso tecnológico integrado às atividades de ensino e aprendizagem da Matemática. Além disso, os alunos envolvidos na referida pesquisa são na sua maioria professores nos ensinos Fundamental e Médio e, por isso mesmo, sentem a necessidade de uma formação inicial em que o uso do computador como recurso didático seja efetivamente utilizado, uma vez que convivem com a realidade da escola, na qual os computadores estão também se fazendo presente. Assim, torna-se importante e necessário que esse uso ocorra de forma mais expressiva nas atividades de ensino relativamente à formação inicial e continuada do professor de Matemática de todos os níveis. Por outro lado, consideradas as dificuldades levantadas junto aos alunos participantes no curso – Metodologia do software Cabri-Géomètre II – módulo 7 e 8 – do PRÓCIÊNCIA/UESC/1999* quanto a utilização dos recursos tecnológicos, dada a importância da compreensão de conceitos matemáticos, parece-nos relevante a produção de recursos instrucionais proporcionando ao atual e ao futuro professor o contato com as novas técnicas de informação. * O referido curso foi ministrado pelo Prof. Afonso Henriques, MS – Unesp/SP. Há bem pouco tempo atrás, a pergunta era: é possível utilizar o computador no ensino? Haja vista a crescente utilização dessa ferramenta pela sociedade atual, com sua presença cada vez mais marcante nos diversos serviços oferecidos à população, a questão central hoje passa a ser: como tirar proveito nas atividade de ensino, de tudo que o computador oferece, afim de gerar uma aprendizagem significativa? É notável que a maioria das escolas estão sendo também equipadas com computadores, portanto, é fundamental que os atuais e futuros professores compreendam que a utilização dos recursos tecnológicos é necessária e irreversível no atual contexto em que seu aluno está situado e que o computador não irá substituí-lo, mas auxiliá-lo na tarefa de mediador e formador de cidadãos historicamente situados. Segundo Valente (1993), os computadores podem ser usados para ensinar. A quantidade de programas educacionais e as diferentes modalidades de uso de computador mostram que esta tecnologia pode ser bastante útil no processo de ensino/aprendizado. E mais: para a implantação do computador na educação, são necessários quatro ingredientes, o computador, o software educativo, o professor capacitado para usar o computador como meio educacional e o aluno. O software é um ingrediente importante quanto os outros, pois, sem ele, o computador jamais poderia ser utilizado na educação (p.). É importante lembrar que, as novas tecnologias estão cada vez mais acessíveis ao homem e, portanto, é necessário que o nosso aluno se aproprie dos conhecimentos que elas oferecem de uma forma crítica, fazendo uso deles para melhor compreender, interpretar e transformar a realidade. Em geral, o significado de uma teoria construída por um matemático pode vir de par com a transposição didática em meios informatizados o qual Ballacheff (1991) chama de transposição informática, afim de uma aprendizagem criativa. Assim, com o surgimento das novas tecnologias na educação, se faz necessário a implementação de métodos ou ambientes computacionais que permitam ao aluno acessar essa transposição, possibilitando a ele a visualização dos resultados básicos enunciados como teorema ou conjectura. Experiências semelhantes vem sendo desenvolvidas em diversas Universidades do país, tendo em vista a disseminação dos computadores nas escolas e suas vantagens. 2 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 - OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NA ERA TECNOLÓGICA As novas tecnologias da informação marcam uma nova etapa na vida da sociedade, conduzindo a formas diferentes de viver, trabalhar e pensar (PONTE,1997). Segundo SCHAFF (1996), essa nova etapa a qual chama “Segunda Revolução Industrial”; está mudando a formação econômica, social e política da sociedade. As conseqüências dessa situação ainda não são totalmente previsíveis, mas já é possível detectar o quanto tem-se constituído em objeto de apreensão por parte dos governos e de outros setores da sociedade, uma vez que, problemas típicos, como o desemprego estrutural1, provocado pela automação de muitos serviços, já se manifestam, gerando problemas sociais, cujas soluções ainda não se apresentam. A crise do desemprego estrutural deve-se a uma das mais marcantes mudanças provocadas pelas novas tecnologias, que envolve a noção de trabalho ou de preparação para o trabalho. Antes, com a necessidade de um contigente maior de mão-de-obra, especialmente para atuar no setor industrial, investia-se muito na preparação precoce para o trabalho, visando ao aumento da produção. Nesse contexto, os fatores de produção realmente significativos eram a matéria prima, a produção agrícola e industrial, e, subsidiariamente, o conhecimento (MACHADO, 1997). Segundo Machado, com as novas tecnologias, o conhecimento ocupa agora o centro das atenções, tornando-se o principal fator de produção. A questão não é mais aplicar o conhecimento ao trabalho, pois já há uma total identificação entre o mundo do trabalho e o conhecimento. Para ele: [...] o conhecimento passa a ser aplicado ao conhecimento; aprender a aprender é o que importa, e as novas ciências que ocupam cada vez mais espaço são a Neurociência, a Psicologia Cognitiva, a Inteligência Artificial, englobadas muitas vezes no rótulo ...de Ciências Cognitivas[...] (p.15). Embora a sociedade ainda se encontre meio perplexa com todo o avanço tecnológico, já são visíveis a incorporação e aceitação desses novos instrumentos da nova era. Todo o aparato tecnológico, por exemplo, telefones celulares, terminais de vídeo com acesso a banco de dados, telefones públicos inteligentes ligados a centrais automatizadas, vídeogames, internet, já se tornam íntimos dos cidadãos comuns (PRETTO,1996). 1 Para Schaff (1996) desemprego estrutural é aquele provocado em conseqüência de mudanças na estrutura de ocupação, através da substituição do trabalho humano tradicional pelos autômatos. 3 É, portanto, um momento de crise civilizatória, e momentos como esse, valorizam e redefinem o papel da Educação, em especial da educação escolar. Assim, uma nova função é esperada da escola, uma vez que, apesar de ter procurado se equipar desses novos instrumentos, foi provavelmente o setor que menos mudanças apresentou. Uma das justificativas apresentadas para tal situação está na dificuldade de a escola romper com velhos paradigmas, centrados no discurso oral e na escrita, em procedimentos lineares e dedutivos, desconhecendo o universo audiovisual, propiciado pelas mídias eletrônicas que dominam o mundo contemporâneo (PRETTO, 1996). A “revolução”, conforme anunciada, ainda não atingiu a escola, pelo menos de modo significativo e visível como em outros setores. A idéia da escola sedimentada no discurso oral e em modelos antigos é também apresentada em LÉVY (1996): A escola é uma instituição que há cinco mil anos se baseia no falar/ditar do mestre, na manuscrita do aluno, e, há quatro séculos, em um uso moderado da impressão. Uma verdadeira integração da informática supõe, portanto, o abandono de um hábito antropológico mais que milenar (p.89). No entanto, a escola não pode deixar de considerar a nova realidade. Precisa superar esse hábito milenar e inserir-se definitivamente no mundo cada vez mais dominado pela generalização do audiovisual. Para PRETTO (1996), o analfabeto do futuro será aquele que não souber ler as imagens geradas pelos meios eletrônicos de comunicação, o que significa não apenas compreender o alfabeto dessa nova linguagem, mas “compreender que esse analfabetismo está inserido e é conseqüência da ausência de uma ‘razão imagética’, que se constitui na ausência dessa sociedade em transformação (p.99)”. As implicações dessa situação são intensas, uma vez que, muitos países, entre os quais o Brasil, ainda nem conseguiram solucionar o analfabetismo da língua e já se vêem às voltas com um novo desafio, sem a possibilidade de esperar a solução do primeiro. Superar o analfabetismo da língua, da comunicação e da informação não é papel exclusivo da escola, mas, sem dúvida, cabe a ela uma parcela significativa dessa tarefa. Uma nova escola necessita ser construída para enfrentar os desafios do novo milênio (PRETTO,1996). Assim, de acordo com PONTE (1997), o papel fundamental da escola2 não é mais o de preparar uma pequena elite para estudos superiores e proporcionar à grande maioria uma preparação mínima para que ingresse no mercado de trabalho. Mas, 2 Ver também o papel da escola no Brasil de acordo com a nova LDB – art. 2º (op. cit.) 4 preparar a totalidade dos jovens para se inserirem de modo criativo, crítico e interveniente numa sociedade cada vez mais complexa, em que a capacidade de descobrir oportunidades, a flexibilidade de raciocínio, a adaptação a novas situações, a persistência e a capacidade de integrar e cooperar são qualidades fundamentais (p.5). Não há dúvida de que a escola precisa mudar, mas, para isso é preciso que nasça uma nova concepção de construção do conhecimento, uma nova forma de conceber a escola. ZANIN (1997), salienta que não basta fundamentar discussões em torno da modernidade ou formação dos cidadãos para atuar na sociedade da informação; é necessário criar condições favoráveis na sala de aula, utilizando os novos instrumentos tecnológicos como materiais adequados para o desenvolvimento das atividades intelectuais e sociais dos alunos. SILVA (1999), argumenta que, para que isso aconteça, faz-se necessário o desenvolvimento de políticas educacionais que valorizem a escola, transformando-a em espaço para o desenvolvimento do novo ser humano. Essa nova escola implica um novo modo de ser do professor, exigindo dele também uma nova formação, por meio da qual ele possa ter a oportunidade de experienciar práticas bem sucedidas, usando os novos instrumentos tecnológicos, em especial o computador, por meio dos softwares educativos, reconhecendo e avaliando sua utilidade na sala de aula, tornando-se um crítico de sua própria formação. Isso poderá conduzi-lo a mudanças em sua postura tradicional de expositor, detentor do conhecimento a ser transmitido, passando a gestor e orientador dos seus alunos. A esse respeito vejamos o que diz MANTOAN (1995), para a autora: O conhecimento, como informação transmitida pelo professor será cada vez mais desnecessário e mesmo obsoleto (...). Assim o papel do professor não estará mais comprometido com a disseminação desse tipo de conhecimento, mas como se utilizar da potência das informações (...) para promover o desenvolvimento individual e grupal, dentro e fora da sala de aula (p.130). Em relação aos professores de Matemática em particular, esse novo papel tem conseqüências fundamentais, que podem ser enquadradas em dois níveis: mudança na sua visão de Matemática e mudança na sua visão de como ensinar Matemática. Ficará cada vez mais evidente que sua tarefa educativa não é mais formar novos matemáticos ou eleger um pequeno número que obtenha sucesso na disciplina enquanto a grande maioria fracassa, mas contribuir para uma formação educacional global dos cidadãos. O objetivo de ensinar Matemática muda de transmitir conhecimentos e técnicas avulsas, recorrendo à memorização e à prática repetitiva para levar os alunos a aprenderem a 5 interrogar, investigar, conjecturar, descobrir e argumentar; procurando relacioná-la às situações do mundo físico e social (PONTE, 1997). Nesse sentido, os recursos tecnológicos apresentam-se como alternativa na tentativa de alcançar esses objetivos. 2.2 - OS COMPUTADORES NO ENSINO E APRENDIZAGEM No processo de ensino/aprendizagem, os computadores apresentam-se como ferramentas privilegiadas para a avaliação somativa, formativa e diagnóstica. Segundo VALENTE (1993), o ensino pelo computador implica que o aluno, através da máquina, possa adquirir conceitos sobre praticamente qualquer domínio. Entretanto, a abordagem pedagógica de como isso acontece é bastante variada, oscilando entre dois grandes pólos caracterizados pelos mesmos ingredientes e direção oposta, como mostra o esquema abaixo. Ensino - Aprendizagem através do computador Direção do ensino Computador Software Aluno Direção do ensino Computador Software Aluno De um lado, o computador, através do software, ensina ao aluno; enquanto do outro, o aluno, através do software, “ensina” ao computador. Assim, o computador têm capacidades de: individualizar o estudo do comportamento do aluno; poder tornar os alunos autônomos na gestão de sua aprendizagem; poder tornar no tempo real uma parte de avaliação; integrar numerosas informações multidimensionais e diminuir o efeito emocional da avaliação. (ALMOULOUD, 1997). Nesse entendimento, as novas tecnologias e técnicas de ensino, bem como os estudos modernos sobre os processos de aprendizagem fornecem recursos mais eficazes para atender e motivar os alunos presentes nas escolas. Porém, para muitos educadores, esses recursos ainda apresentam-se como companheiros estranhos, embora reconhece-se que a sua utilização no processo de ensino/aprendizagem está se tornando cada vez mais necessária. Assim, é preciso a inserção desses recursos nos cursos de formação de professores, principalmente as licenciaturas (“campos de treinamento” de indivíduos reconhecidos como futuros professores da classe pré-primária à Universidade). Nas últimas décadas vários pesquisadores de educação matemática têm mostrado que os recursos tecnológicos exercem uma influência sobre o ensino e aprendizagem da Matemática, principalmente através da facilidade com que os estudantes podem experienciar a 6 Matemática, transformando-a numa disciplina exploratória, imprimindo uma dinâmica natural aos processos matemáticos. Os alunos podem pesquisar uma grande diversidade de exemplos, envolvendo-os em aplicações com dados reais e centrando a atenção mais em conceitos do que em rotinas de cálculo. E mais: os instrumentos tecnológicos podem ainda permitir aos alunos investigarem por si próprios situações matemáticas e responderem questões como “o que acontecerá se ...?”, estimulando a circulação de idéias matemáticas por eles geradas. Nessa linha DUARTE (1993) afirma: [...] a experiência do projeto Minerva em Portugal é paradigmática de uma expansão controlada que, em longa medida, tem permitido acompanhar a disseminação dos computadores com a formação dos professores e alunos para a sua utilização, o que lhe tem proporcionado mais êxito do que idênticas experiências internacionais.(...) a introdução dos computadores na sala de aula, por si só, nada significa, se deles não for feita uma utilização adequada, nomeadamente aproveitando as suas potencialidades como instrumento que enriquecem estratégias pedagógicas, ferramentas de visualização e simulação, mecanismos de adaptação dos contextos educativos, suportes de atualização curriculares. No Brasil, muitas escolas estão sendo também equipadas com computadores. É fundamental que os professores compreendam que a utilização dos recursos tecnológicos é necessária e irreversível no atual contexto em que seu aluno está situado e que o computador não irá substituí-los, mas auxiliá-los na tarefa de mediadores e formadores de cidadãos historicamente situados. Assim, é imprescindível a preparação de quadros (ou especialistas), para lidar com esses equipamentos que estão sendo instalados nas escolas. Caso contrário, somos sujeitos, como à situação a que se refere BORBA (1994): [...] é possível que tenhamos dois cenários quando algumas escolas venham a ter amplo acesso a computadores: o primeiro é que os professores podem apenas tratar os velhos tópicos de forma igual, simplesmente trocando de mídia. Neste caso, o computador é visto somente como um caderno e/ou livro mais rápido. O segundo cenário é que os computadores simplesmente não serão utilizados. Uma imponente sala-ou diversas salas-de computadores da escola estará empoeirada e só será utilizada quando algum projeto especial com a presença de um especialista acontecer na escola ou na aula de computação. É portanto, fundamental a disseminação de computadores e sua utilização como recursos didáticos nos cursos de formação de professores e, o envolvimento dos alunos desses cursos em pesquisas utilizando softwares educativos no processo de ensino/aprendizagem da Matemática se faz necessário, afirma HENRIQUES (1999). Segundo Valente (1993), “a mudança da função do computador como meio educacional acontece juntamente com um questionamento da função da escola e do papel do professor. A verdadeira função do aparato educacional não deve ser mais, a de ensinar, mas, sim, a de criar condições de aprendizagem. Assim o professor passa a ser o criador de ambientes de aprendizagem e o facilitador do processo de desenvolvimento intelectual do aluno”. 7 Nomeadamente, o surgimento de diversos softwares educativos e interfaces veio proporcionar novos desenvolvimentos no processo de ensino/aprendizagem. A geometria do Cabri-Géomètre, por exemplo, tem levado professores e/ou pesquisadores do mundo inteiro a refletirem sobre o papel das novas tecnologias no ensino e aprendizagem da Geometria. Nessa linha, destacam-se também: o Logo; a difusão de calculadoras gráficas no ensino e aprendizagem de funções; o D.E.F.I, com a sua metodologia de resolução de problemas e de aprendizagem em Geometria; o Maple V que atualmente, torna-se o mais poderoso e eficiente software para cálculos simbólicos, numérico e de visualização científica, com sua linguagem pouco mais avançada que o Mathamatica; o Derive, um software a considerar no caso do cálculo diferencial; o Geometricks e The Geometer’s Sketchpad, softwares com a filosofia da “geometria interna” pouco mais parecida com a do Cabri-Géomètre II, Winplot um software com boa interface na abordagem de funções elementares, o Scientific Word 3.0 – um software que une a facilidade de utilizar um processador de texto com a vantagem de digitação de fórmulas matemáticas, entre outros. Esses tipos de software permitem que o usuário “programe” o computador praticamente sem requisitar os recursos de linguagens de programação, utilizando apenas processos de representação muito próximos aos da mídia usual “papel-e-lápis”, o que parece plausível na medida em que não exige o conhecimento de uma nova sintaxe e uma nova morfologia (HENRIQUES, 1999). Além disso, (KAPUT, 1992; SILVA, 1999) destacam softwares como as planilhas eletrônicas que não foram desenhadas especificamente para uso nos meios de ensino, mas têm-se mostrado ferramentas poderosas para uso nessa disciplina, em todos os níveis de ensino. O que pode ser constatado nos diversos estudos desenvolvidos por pesquisadores da área de educação matemática fazendo uso desse software. Assim, de acordo com a perspectiva construtivista da aprendizagem é possível então o aluno construir seu próprio conhecimento a partir do que já sabe e do que é capaz de fazer, inserido no contexto social, cultural e funcional, utilizando os recursos das novas tecnologias. 8 2.3 - OS COMPUTADORES NA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES No desenvolvimento das novas competências esperadas do professor, os instrumentos tecnológicos, em especial o computador, têm um papel fundamental, tornando-se indispensável o seu uso. Muitos educadores matemáticos consideram que esses novos instrumentos propiciam mudanças significativas nos modelos de ensino e aprendizagem tradicionais das aulas de Matemática. Tais mudanças afetam, particularmente, a relação professor-aluno, quebrando a hierarquia rígida predominante nesses modelos. Professor e aluno, sob essa nova perspectiva, envolvem-se em atividades exploratórias de aprendizagem consideradas mais auto-dirigidas (FEY, 1991). BORBA (1996) considera que é comum afirmar que a Matemática é considerada sobre uma outra ótica em ambientes informáticos, nos quais ela é encontrada, conceituada e trabalhada; declara ainda que os computadores estão trazendo mudanças significativas para a disciplina, sobre o que é importante ensinar e aprender, além de afetarem profundamente a dinâmica da sala de aula. Nesse sentido, é exigido do professor formação necessária para absorverem essas alterações, com a premissa básica de que as transformações exigidas no âmbito da aprendizagem da Matemática só serão possíveis se houver professores preparados para ensinar de acordo com os novos objetivos e propostas (VELOSO,1991). Assim, a partir do momento em que os novos instrumentos tecnológicos começaram a entrar na escola, as preocupações voltaram-se para a necessidade de formar o professor para utilizá-los. Por exemplo, em países como Estados Unidos, França e Inglaterra, dos anos oitenta em diante, houve uma grande proliferação de computadores nas escolas de ensinos fundamental e médio, aliada a um grande produção de softwares educacionais. Isso, provocou um intenso debate em torno da formação continuada de professores, uma vez que tornou-se de consenso geral que o sucesso na informatização dessas escolas dependia de professores aptos a implementá-la. Embora, dados mais recentes, revelem que tal proliferação não redundou em mudanças pedagógicas significativas, mostram que muitos projetos de formação continuada foram implementados com a finalidade de preparar os professores para utilizarem os novos instrumentos tecnológicos.(FEY, 1991; VALENTE e ALMEIDA, 1997; SILVA, 1999). No Brasil, a informática é inserida na Educação a partir do interesse de educadores de algumas universidades, que promoveram experiências na década de setenta, motivados, principalmente, pelo que ocorria nos Estados Unidos e França. No entanto, só com a 9 realização dos 1º e 2º Seminários Nacionais de Informática em Educação que aconteceram na Universidade de Brasília, em 1981, e Universidade Federal da Bahia, em 1982, respectivamente, foi que efetivamente nasceu o primeiro projeto de informática na educação. O Projeto EDUCOM, ligado ao MEC, envolvendo pesquisadores de diversas universidades (UFPe, UFMG, UFRJ, UFRGS e UNICAMP) e cuja principal proposta era que as políticas a serem implantadas deveriam ser fundamentadas em experiências concretas, desenvolvidas em escolas públicas e no ensino de segundo grau (VALENTE e ALMEIDA, 1997). Embora o EDUCOM visasse, sobretudo, às mudanças pedagógicas, os projetos de Informática na Educação não alteraram o sistema educacional como um todo. Serviram ao menos, para inserir a Informática no cenário educacional, possibilitando entender e discutir as questões ligadas à área, notadamente no sentido de repensar a escola e preparar o professor para atuar nela (VALENTE e ALMEIDA, 1997; PENTEADO SILVA, 1997). Formar professores de 1º e 2º graus (atualmente ensinos fundamental e médio respectivamente) para usarem a informática na Educação foi a principal atividade do EDUCOM. Essa formação se dava, mais precisamente, pela realização de cursos que requeriam a presença “in loco” do professor, em geral afastado do seu local de trabalho, e visavam à preparação de profissionais da educação que nunca tinham tido contato com computadores. Para VALENTE e ALMEIDA (1997), tais cursos, apresentaram pontos negativos, por exemplo, os conteúdos e as atividades sugeriam propostas pedagógicas diferentes daquela que o professor encontrava no dia-a-dia de sala da aula, ou seja, eram descontextualizados da realidade do professor, não contribuindo para a construção, no local de trabalho, de um ambiente favorável à implantação de mudanças educacionais. Esses autores consideram também que qualquer projeto de implantação da informática na escola requer professores formados. No entanto, destacam que formar professores é mais do que provê-los de conhecimento sobre computadores e metodologias de como utilizá-los em suas respectivas disciplinas. Dessa forma os cursos de formação necessitam deixar de ser simples passagem de informação para se tornarem um momento rico de uma experiência que contextualize o conhecimento que o professor constrói. Ainda, as novas possibilidades oferecidas pelos computadores, tais como multimídia, comunicação via rede e a gama de softwares disponíveis no mercado, possibilitam que esses cursos de formação sejam mais profundos, permitindo ao professor entender e discernir entre as inúmeras oportunidades que 10 se apresentam. A necessidade de que os professores tenham experiências usando computadores desde o início de sua formação é reforçada por (PENTEADO SILVA, 1997; SILVA, 1999 e HENRIQUES, 1999). Esses pesquisadores mostram, em diferentes estudos, que o uso do computador nem sempre ocorre de forma satisfatória por parte dos professores, quando estes não estão devidamente preparados para utilizá-los. Alertam também para o fato de que os professores, nessa condição, não adquirirão a necessária confiança na utilização desses instrumentos. A ausência de uma discussão mais profunda sobre implicações no desenvolvimento profissional do professor bem como no ensino e aprendizagem dos alunos pode levar a fracassos na implementação de projetos visando ao uso do computador na sala de aula. Portanto, por meio das colocações anteriores, percebe-se que, desde os primórdios do computador pessoal – que popularizou a informática - relativa importância foi dada à formação de professores visando incorporarem às suas atividades de ensino essa nova ferramenta. Entretanto, faz-se necessário que a devida atenção seja dada ao futuro professor, para que em sua formação inicial, possa utilizar o computador não apenas esporadicamente, mas de preferência integrado nas diversas disciplinas da graduação. Acredita-se que essa seja a melhor forma de preparar o professor para usá-lo como um instrumento útil ao aprendizado de seus alunos e ao seu próprio desenvolvimento profissional. Segundo Silva (1999) formar professores aptos a utilizar a Informática sempre foi uma das metas principais dos projetos de informatização, mais ainda quando se refere aos professores de Matemática, pois, em função da própria peculiaridade da Matemática, em relação às outras disciplinas, esta mereceu uma atenção especial. Assim, desde o início, formar professores de Matemática para utilizarem os novos instrumentos tecnológicos, em particular o computador, com os devidos softwares esducativos, tem-se constituído em preocupação de muitos pesquisadores na área, mas, no geral, seguem a mesma linha do exposto no item anterior, qual seja, os professores participam de cursos de formação continuada, pois não tiveram qualquer experiência com tais instrumentos destinados ao ensino e aprendizagem da Matemática, durante sua formação inicial. Portanto, envolver os atuais e futuros professores em pesquisas utilizando os recursos tecnológicos precisa tornar-se uma realidade, particularmente no caso da UESC. 11 3. OBJETIVOS 3.1 – OBJETIVOS GERAIS • INTERVIR NA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DO PROFESSOR, RELATIVAMENTE AO ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA UTILIZANDO AS NOVAS TECNOLOGIAS. • APROFUNDAR CONHECIMENTOS TEÓRICOS METODOLÓGICOS NA PERSPECTIVA DE UMA PRÁTICA DOCENTE QUE CONCEBE O PROFESSOR COMO PESQUISADOR E COMO UM AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO. 3.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS ∗ Desenvolver junto aos alunos devidamente matriculados no curso de Matemática da UESC, estudos sobre softwares educativos disponíveis e suas utilidades no processo de ensino/aprendizagem. ∗ Estimular e viabilizar intercâmbio com escolas de ensino fundamental e médio da região de influência da UESC com relação à integração do computador às atividades de ensino. ∗ Conhecer e analisar as novas tecnologias e as distintas concepções sobre o ensino e aprendizagem da matemática fazendo o uso delas. ∗ Incentivar e/ou motivar o estudante do curso de matemática em prosseguir os estudos em nível de Pós-Graduação: Matemática pura e aplicada e/ou Educação Matemática. ∗ Criar o campo de pesquisas científicas em Matemática/Educação Matemática na UESC. 12 4. MATERIAL E METODOLOGIA 4.1 – RECURSOS MATERIAIS E HUMANOS 4.1.1 – MATERIAIS O departamento de ciências exatas e tecnológicas da UESC – é um centro que agrega vários cursos, onde cada um tem suas preocupações e objetivos específicos. O curso de Matemática, para o qual este projeto está voltado, necessita de um espaço físico (laboratório de pesquisa) equipado com computadores. Assim, para a viabilização do presente projeto são necessários os seguintes recursos materiais: • No mínimo 15 computadores para a estruturação do laboratório de pesquisa; • Softwares educativos3; • 1 (Uma) Impressora – HEWLETT PACKARD – HP 1100 Laser ou equivalente; • 1 (Uma) Impressora colorida – HEWLETT PACKARD – HP deskjet 690 ou equivalente; • 1 (Um) Quadro para pincel atômico, 1 (Um) kit (1) de pincéis e apagadores; • 5 (Cinco) resmas de papel para impressão - Chamex A4 ou equivalente; • 2 (Dois) Cartuchos para impressão, 1 (um) para modelo de impressora; • 1 (Um) Scaner de Mesa; • 1 (Um) armário de aço ou equivalente. 4.1.2 – HUMANOS 3 (três) professores coordenadores (autores do projeto); 6 (Seis) bolsistas; 1 (Um) técnico em informática. 3 Lembramos que os softwares tais como: Cabri-Géomètre II, Winplot, MPP, Planilhas estão disponíveis. E alguns dos demais como: Maple V, Scientific Word, Cabri-Géomètre II versão em português já foram encomendados pelo chefe do departamento de Ciências Exatas e Tecnologia – UESC – Décio Tosta de Santana, de acordo com o pedido informal a ele encaminhado. 13 4.2 – METODOLOGIA 4.2.1 – ATRIBUIÇÕES DOS COORDENADORES (Autores do Projeto) • Orientar, inicialmente, um número reduzido de alunos (6 bolsistas - alunos do curso de Matemática – Bacharelado e Licenciatura). Cabendo a cada um as seguintes atribuições: ∗ Professor Afonso Henriques, Ms. orientará 2 (dois) bolsistas que deverão envolver-se com a filosofia educacional ou metodologia dos seguintes softwares educativos: CABRI-GÉOMÈTRE II - software didático proposto para o ensino e aprendizagem da Geometria Euclidiana Plana. Desenvolvido por Jean-Marie Laborde e Franck Bellemain no laboratório do Instituto de Informática e Matemática Aplicada da Universidade Joseph Fourier de Grenoble, França, em colaboração com o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) e Texas Instrumentos. MPP – Programa de plotagem matemática, desenvolvido por Howard Lewis Penn, Jin Buchanan e Frank Pittelli no Estados Unidos - Naval Academy. ∗ Professor André Nagamine, Ms. orientará 2 (dois) bolsistas que deverão envolver-se com a filosofia educacional ou metodologia dos seguintes softwares educativos: MAPLE V – software para cálculo simbólicos, numérico e visualização científica. SCIENTIFIC WORD 3.0 – software destinado à elaboração de textos matemáticos, principalmente em trabalhos científicos inerentes a dissertações e teses, preparando desta forma o futuro pesquisador em Matemática e áreas afins. ∗ Professora Maria Deusa Ferreira da Silva, Ms. orientará 2 (dois) bolsistas que deverão envolver-se com a filosofia educacional ou metodologia dos seguintes softwares educativos: PLANILHA ELETRÔNICA-EXCEL – Sofware desenvolvido inicialmente para uso no campo da contabilidade e estatística – Apresentando grande potencial para o ensino de Matemática – Permite Plotar Gráficos de Funções Algébicas; cálculo de Determinantes, Matrizes; fatorial; Lógica, dentre outros recursos. Relevantes trabalhos no campo da Informática Educativa/Educação Matemática têm sido desenvolvido utilizando essa ferramenta. LOGO - Linguagem de Programação desenvolvida no Massachusetts Institute of 14 Techonology (MIT) Boston EUA, pelo professor Seymon Papert e colaboradores em final dos anos 60 para ser utilizada com finalidades educacionais, particularmente para explorar geometria nos ensinos fundamental e médio – internacionalmente conhecido como a geometria da tartaruga. • Acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos do grupo de pesquisa em seu todo. O grupo de pesquisa que constituirá este projeto será denominado GPEMAC – Grupo de Pesquisa em Ensino-Aprenizagem da Matemática em Ambiente Computacional. • Gerenciar o Laboratório de Informática destinado ao curso de Matemática. Tal laboratório será denominado LAPEM – Laboratório de Pesquisa para o Ensino e Aprendizagem da Matemática. O LAPEM, além de ser um espaço destinado às atividades inerentes às propostas deste projeto, também se constituirá em um espaço propício para o desenvolvimento de atividades acadêmico-pedagógicas dos professores da área de Matemática. • Inteirar-se das pesquisas que vêem sendo desenvolvidas no âmbito educacional, com perspectivas transformadoras e indica-las como fonte bibliográfica aos seus orientandos. • Organizar um acervo bibliográfico sobre a temática. • Divulgar a implementação do projeto à comunidade universitária vinculada ao departamento de ciências exatas e tecnologia da UESC, desde que o projeto seja aprovado. E os alunos que participarão do projeto, serão selecionados de acordo com os seguintes critérios: Estar regularmente matriculado; Estando cursando no mínimo o segundo semestre; Sem vínculo empregatício; Apresentar bom desempenho acadêmico nas disciplinas cursadas. • Selecionar os bolsistas, obedecendo os seguintes critérios: análise do currículo e entrevista individual 15 4.2.2 – ATRIBUIÇÕES DOS BOLSISTAS Uma vez selecionado, caberá ao bolsista: • Analisar um dos softwares anteriormente descritos. Essa análise, terá seu suporte teórico na filosofia empregada pelos autores produtores dos softwares, buscando compreender e aplicar os conceitos matemáticos inerentes ao software em análise. Nesse processo, o bolsista envolver-se-á com os trabalhos de pesquisas que vêm sendo desenvolvidas no contexto educacional com auxílio do respectivo software nos últimos anos, tanto no âmbito nacional quanto em idênticas experiências internacionais. • Envolver-se com a literatura inerente a justificativa e fundamentação teórica do presente projeto bem de outros estudos sobre a temática. Com isso espera-se contribuir para que os bolsistas tenham uma visão mais ampla sobre a importância dos computadores/sofwares no processo de ensino-aprendizagem da Matemática. E que possam contribuir para a formação continuada de professores de Matemática. • Desenvolver um instrumento de ensino utilizando o respectivo software que deverá ser oferecido tanto à comunidade universitária (UESC) quanto a professores de Matemática dos ensinos Fundamental e Médio. É o momento em que os bolsistas socializarão os conhecimentos adquiridos. • Mapear as escolas da região de influência da UESC, identificando àquelas já equipadas com laboratório de informática para fins educativos, bem como colher dados em relação ao que vem sendo desenvolvido no contexto de ensino e aprendizagem com os softwares educativos utilizados. Com tal atividade espera-se ter um quadro geral sobre o processo de informatização das escolas da região e, a partir disso, viabilizar o intercâmbio de modo a contribuir para a efetiva utilização dos computadores nelas instalados. • Encontro semanal dos bolsistas com o respectivo orientador. • Encontro quinzenal dos bolsistas com todos orientadores. • Apresentar periodicamente ao orientador relatório de suas atividades. 4.2.2 – ATRIBUIÇÃO DO TÉCNICO EM INFORMÁTICA Caberá ao técnico de informática a manutenção do LAPEM – Laboratório de Pesquisa para o Ensino e Aprendizagem da Matemática. Obs.: Não há necessidade de contratação de um técnico em informática, poderá ser um do quadro de funcional da UESC. 16 5. ORÇAMENTO 1. Material Permanente Microcomputador Pentium II Impressora Laser Impressora a jato de tinta-colorida Livro e Revistas da Área Assinatura de Revistas da Área Softwares Educativos Quadro Para Pincel 1,70X2,20 m Scanner de Mesa Armário de Aço Cadeiras Alcochoadas Apagadores Filmadora Sub Total Quant. Mín Preço/unid. 15 1 1 20 5 6 1 1 1 17 2 1 71 Total 1.590,00 1.250,00 500 30 150 800 150 590 380 75 4,9 1.900,00 7.419,90 23850 1250 500 600 750 4800 150 590 380 1275 9,8 1900 36054,8 2 Material de Consumo Kit de Pincéis p/ Quadro Papel p/ Impressora Cartucho p/ Impres. Laser Cartucho p/ Impr. a tinta p/b. Cartucho p/ Impr. a tinta color. Caixa de Disquetes 3 1/2" Fita p/ Filmadora Sub Total Quantidade Preço/unid. 4 5,8 5 8,5 1 475 1 60 1 80 2 10 10 3,2 24 642,5 Total 23,2 42,5 475 60 80 20 32 732,7 3 Recursos Humanos Bolsistas Sub Total Quantidade Custo/anual 6 1224 6 1224 Total 7344 7344 Total Geral 101 8.164,40 44.131,50 17 6. PERSPECTIVAS • Os resultados esperados serão divulgados em relatório técnico-científico anual – RTCA e seminários, onde cada aluno/pesquisador deverá levar ao departamento o trabalho desenvolvido durante a pesquisa. • Tendo bons resultados, cada ano a seqüência da pesquisa prosseguirá com novos alunosbolsistas e softwares em o grupo anterior passará a desenvolver trabalhos de campo com professores e/ou alunos da rede de ensino nas cidades de cidades de influência da UESC, utilizando o relatório técnico científico anual e materiais adicionais, de acordo com a realidade de cada escola. A ênfase é nas escolas da rede pública da região. • Liberação de verbas, espaço físico e incentivo aos estudantes envolvidos. • Elaboração de textos descritivos de equipamentos/softwares e suas aplicações didáticas pedagógicas. • Participação em eventos, encontros científicos, realização oficinas, seminários, publicação de artigos, etc. 7. CRONOGRAMA 7.1 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES MESES/PERÍODO ATIVIDADES 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 1. Levantamento e estudo bibliográfico 2. Análise de Sofwares 3. Mapeamento das Escolas 4. Elaborar instrumento de ensino 5. Aplicação instrumento de ensino 6. Apresentação de resultados parciais 7. Relatório Final 7.2 CRONOGRAMA FÍSICO-FINACEIRO Tendo em vista a existência de um laboratório no Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas – DCET, o qual está na fase de reestruturação, tal laboratório poderá servir como espaço inicial para a implementação das atividades inerentes a este projeto, enquanto 18 estivermos aguardando a instalação de um laboratório específico para o curso de Matemática – LAPEM – Laboratório de Pesquisa para o Ensino e Aprendizagem da Matemática. Além disso, conforme está previsto no cronograma de atividades, inicialmente será feito levantamento e estudo bibliográfico, análise de softwares e mapeamento das escolas já equipadas com laboratório de informática, portanto, tais atividades poderão ser conduzidas utilizando-se o laboratório acima especificado. Ressaltamos a necessidade de implantação do LAPEM, uma vez que as fases subseqüentes do projeto exigirão um tempo de maior de permanência no laboratório para o desenvolvimento das atividades previstas (análise aprofundada dos referidos softwares e de outros, cursos de extensão, aulas do curso de Matemática, etc.). Além do que, a perspectiva é a continuidade do projeto em anos seguintes, envolvendo outros estudantes como bolsistas e, que o LAPEM, torne-se um espaço de uso permanente de docentes e discentes da área de Matemática para o desenvolvimento de suas atividades de ensino-aprendizagem. PALALVRAS-CHAVE: Educação Matemática; Informática na Educação Matemática; Softwares Educativos; Pesquisas Científicas; Formação inicial e continuada. 19 8. REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICA ALMOULOUD Ag, Saddo. Fundamentos da Didática da Matemática e Metodologia de Pesquisa, Caderno de Educação Matemática Vol. III, PUC-SP, 1997. 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