PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
ATUALIZAÇÃO
São Paulo, junho de 2011
Aprovado pelo CONSUNI em reunião ocorrida em 27.06.2011
1
Introdução .......................................................................................................................................... 3
O Centro Universitário Senac e o Estado de São Paulo ..................................................................... 3
Contextualização e inserção regional do Centro Universitário Senac .............................................. 4
As unidades de ensino descentralizadas ........................................................................................... 6
Educação superior e as demandas sociais. ........................................................................................ 8
A formação profissional na educação superior ............................................................................... 10
O papel da educação superior.......................................................................................................... 13
Conhecimento como sabedoria ....................................................................................................... 14
Dos fundamentos técnico-pedagógicos ........................................................................................... 15
Perfil humano e perfil profissional .................................................................................................. 15
Valores e linhas formativas .............................................................................................................. 16
Concepções de processos de aprendizagem ................................................................................... 17
Concepção de currículo .................................................................................................................... 18
Concepção didático-pedagógica da instituição ............................................................................... 18
Concepção de avaliação do ensino, da aprendizagem e de planejamento .................................... 19
Atividades práticas e estágios .......................................................................................................... 20
Avaliação Institucional ..................................................................................................................... 20
Concluindo... ..................................................................................................................................... 21
Políticas Institucionais ...................................................................................................................... 22
Política de ensino.............................................................................................................................. 22
Política de pesquisa .......................................................................................................................... 23
Política da extensão.......................................................................................................................... 25
Política de gestão administrativa e acadêmica ............................................................................... 26
Política da educação a distância ...................................................................................................... 27
A responsabilidade socioambiental no Centro Universitário Senac ............................................... 28
Referências Bibliográficas ................................................................................................................ 34
Expediente ........................................................................................................................................ 36
2
Introdução
O presente Projeto Pedagógico Institucional é o resultado de um processo iniciado
pelas antigas Faculdades Senac, que teve continuidade no Centro Universitário Senac a
partir de 2004 e foi construído em duas fases. Na primeira, todas as instâncias do Centro
Universitário discutiram a proposta de trabalho e um texto base, denominado “Pela
Construção do Projeto Pedagógico Institucional do Centro Universitário Senac”. Esse
processo envolveu coordenadores de todas as modalidades de atuação, além de
representantes da Secretaria Acadêmica, Biblioteca, Avaliação Institucional, Diretoria
Administrativa e Coordenação de Estágios, que participaram de encontros específicos para
discussão dos tópicos e conteúdos que seguem.
Em 2001, a decisão estratégica da mantenedora quanto à construção das instalações
do Campus Santo Amaro anunciou a perspectiva de investimento no ensino superior com a
congregação de todos os cursos sob a categoria de Centro Universitário, o que passou a
exigir o redimensionamento das diretrizes e práticas de gestão administrativa e pedagógica.
Assim, tornou-se relevante alinhar as experiências das equipes de coordenação de
cursos, linhas de pesquisa, extensão, administração e órgãos complementares em
perspectiva colegiada, por meio do estudo da realidade e das demandas do ensino superior,
em consonância com as diretrizes institucionais mais amplas – movimento que não se
esgota nas discussões desses grupos, mas avança em direção aos demais funcionários,
docentes, alunos e representantes da sociedade e do mercado.
Na segunda fase, todas essas contribuições somadas às dos diretores do Centro
Universitário foram consolidadas no texto a seguir que define as políticas que orientarão a
atuação no período de 2008 a 2012.
Avaliação Institucional envolveu-se no processo com a aplicação de um
questionário qualitativo, direcionado a docentes e alunos, cujas respostas foram
categorizadas para a produção de uma das versões deste Projeto.
O Centro Universitário Senac e o Estado de São Paulo
Missão institucional
A missão do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) de São Paulo,
entidade mantenedora do Centro Universitário Senac, foi desenvolvida ao longo de seis
décadas de atuação nos campos educacional, social e cultural. O Senac São Paulo tem a
missão de: proporcionar o desenvolvimento de pessoas e organizações para a sociedade do
conhecimento, por meio de ações educacionais comprometidas com a responsabilidade
social. Em consonância com a missão da mantenedora, o Centro Universitário Senac tem,
ainda, como meta:
Desenvolver ações integradas e inovadoras de educação científica, de extensão
e de produção de conhecimentos avançados, em consonância com as áreas de atuação
do Senac São Paulo, a fim de contribuir para a formação de lideranças e para as
3
transformações pessoais, organizacionais e sociais.
Visão do Centro Universitário
A visão sintetiza o anseio a ser atingido ao término do plano estratégico da
instituição. Para o ano de 2010, a proposta do Centro Universitário consiste em:
Ser uma instituição de ensino superior reconhecida pela excelência e por
sua atuação inovadora.
Contextualização e inserção regional do Centro Universitário Senac
A ação do Senac São Paulo abrange desde a formação inicial e continuada de
trabalhadores, educação profissional técnica de nível médio em comércio de bens e serviços
até o ensino superior.
A primeira iniciativa de atuação do Senac na educação superior data de 1989,
quando o Senac São Paulo implantou o curso de Tecnologia em Hotelaria. O título foi
ministrado pelo Instituto Superior de Hotelaria e Turismo (ISHOTUR), em São Paulo,
depois denominado Faculdade Senac de Turismo e Hotelaria.
A expansão do ensino superior para novas áreas ocorreu no final da década de 1990,
quando foram criadas a Faculdade de Turismo e Hotelaria de São Paulo, a Faculdade de
Ciências Exatas e Tecnologia, a Faculdade de Educação em Saúde, a Faculdade de Moda, a
Faculdade de Educação Ambiental, a Faculdade de Comunicação e Artes, a Faculdade de
Turismo e Hotelaria de Águas de São Pedro e a Faculdade de Turismo e Hotelaria de
Campos do Jordão.
O crescimento da atividade no ensino superior levou a instituição a pleitear no
Ministério da Educação (MEC) o credenciamento como Centro Universitário e a iniciar a
construção de um campus universitário na zona sul da cidade de São Paulo. Essa nova fase
exigiu o redimensionamento das diretrizes e práticas de gestão administrativa e pedagógica
resultando na integração das faculdades. Em setembro de 2004, efetivou-se o
credenciamento do Centro Universitário Senac, conforme a portaria ministerial MEC nº.
2677/04, com sede na cidade de São Paulo e duas unidades de ensino descentralizadas nas
cidades de Águas de São Pedro e Campos do Jordão, todas no Estado de São Paulo,
oferecendo cursos de graduação, pós-graduação e extensão.
A Unidade Sede possui 35 cursos de graduação, sendo doze reconhecidos, a
Unidade de Ensino Descentralizada de Águas de São Pedro possui dois cursos de
graduação reconhecidos e a Unidade de Ensino Descentralizada de Campos do Jordão conta
com dois cursos de graduação reconhecidos. A Instituição oferta ainda 81 cursos de pósgraduação lato sensu em 22 Unidades do Senac no Estado de São Paulo. Em 2011 o Centro
Universitário contabilizava 6.131 alunos matriculados na graduação, 4444 alunos na pósgraduação lato sensu.
Desde a criação das faculdades isoladas, as atividades de pesquisa e de extensão
vêm sendo desenvolvidas de forma integrada com as atividades de ensino e estão em
constante evolução e discussão resultando na caracterização das seguintes áreas de
investigação:
4
PESQUISA
Comunicação, Arquitetura e Design;
Gestão e Tecnologia;
Cultura e Comportamento;
Sustentabilidade.
O estabelecimento de parcerias e convênios para o ensino superior configura-se
como uma forma de relacionamento com a comunidade, que ganha importância por meio
da associação com órgãos públicos (federais, estaduais ou municipais), organizações nãogovernamentais e entidades privadas nacionais ou internacionais.
Em sua história, o Senac São Paulo, mantenedor do Centro Universitário Senac,
tornou-se reconhecido nacional e internacionalmente por implantar projetos e programas
marcados pela diversidade, inovação e contemporaneidade.
Com sede na zona sul do município de São Paulo, o Centro Universitário Senac tem
atendido um público oriundo não só da capital paulista, como também de outros
municípios. Segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o
Estado de São Paulo conta com mais de 41 milhões de habitantes.1 A capital contava em
2010 com mais de 11 milhões de habitantes, de acordo com o IBGE de 2010, com uma taxa
de crescimento populacional anual projetada em 0,25%.2
O Estado de São Paulo responde por mais de 30% do PIB brasileiro, resultado da
uma economia possuidora de cadeias industriais completas e onde se concentram os mais
modernos e significativos setores de serviços, construção civil e comércio. A região
metropolitana é a mais dinâmica do Estado, gera a maior proporção de empregos e exige
um número cada vez maior de pessoas altamente qualificadas, num eixo que caminha da
capital para a região de Santo Amaro e do ABC. Na figura abaixo, essa tendência pode ser
claramente visualizada.
Figura 1- Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - Relação Anual de Informações Sociais, in
Atlas Seade da Economia Paulista
1
http://www.seade.gov.br/, em 31/05/2011
Projeção e Taxa Anual de Crescimento da População Residente Total do Município de São Paulo, 20002025, IBGE, Fundação Seade.
2
5
Essa dinâmica econômica está fortemente vinculada à inovação. “A área que inclui
a região metropolitana de São Paulo e as regiões administrativas de Campinas, Sorocaba e
São José dos Campos abriga 87,5% das empresas inovadoras. Essa mesma área, por outro
lado, representa 81,3% do total de empresas de serviços do Estado”.3
Nessa área de intensa atividade econômica, o analfabetismo está praticamente
erradicado e a preferência na ocupação das vagas de trabalho é por pessoas com alta
escolaridade, o que reforça a necessidade da educação formal para a empregabilidade e
melhores salários.
O aumento na escolaridade da população, por sua vez, está refletido nos dados dos
estudos realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira – Inep.
Os estabelecimentos educacionais, cerca de 5.480, da rede oficial de ensino médio,
estão distribuídos por todo o Estado. No ensino superior, em 2011 constam do cadastro do
Inep, no Estado de São Paulo, 645 instituições. Somente no ensino superior em todo o
sistema, contando públicas e privadas, as matrículas somam 5.954.021. 4 Considerando-se
uma população de mais de 41 milhões, temos somente 0,14% matriculados nesse nível de
ensino.
As unidades de ensino descentralizadas
Unidade de Ensino Descentralizada de Águas de São Pedro
Águas de São Pedro é considerado o menor município do país, com 3,6 km² de área
e uma população de aproximadamente 2.703 habitantes, de acordo com o IBGE de 2010.
Está localizada a sudoeste do Estado de São Paulo, na região de Campinas.
O marco inicial do município deu-se com a construção do Grande Hotel São Pedro,
iniciada em 1938. Com esse empreendimento firma-se a vocação turística do município.
Em 2000, a estância hidromineral de Águas de São Pedro foi reconhecida, pelas
Nações Unidas, como a melhor cidade do Brasil em Índice de Desenvolvimento Infantil
(IDI) para crianças de 0 a 6 anos, sendo a única cidade do país a alcançar índices de
primeiro mundo. Atualmente, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil,
Águas de São Pedro ocupa a segunda posição entre todas as cidades do Brasil, sendo a
primeira estância em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Na região de Campinas está concentrada a maioria das cidades turísticas, estâncias
climáticas e hidrominerais do Estado de São Paulo, como Atibaia e o Circuito das Águas,
entre outras. Além disso, é uma das mais ricas economicamente no interior do Estado, com
grandes geradores de demanda hoteleira, como as empresas de alta tecnologia, renomadas
universidades dentre elas Unicamp, PUCCamp, USP, UFSCar, e forte potencial para o
turismo de negócios.
A região possui, também, potencial na área de turismo de aventura, como se observa
em Brotas, onde este tipo de turismo já se efetivou; bem como em Torrinha e Santa Maria,
ainda em fase de implantação. Além disso, Águas de São Pedro possui em seu entorno a
cidade de São Pedro que abriga uma das mais significativas Cuestas do Estado de São
3
4
Atlas Seade da Economia Paulista
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep.
6
Paulo.
Verifica-se a chegada à região de grandes redes nacionais e internacionais, como a
abertura de um Ibis (Rede Accor), em Piracicaba, e as inaugurações do Complexo Mondial
Campinas (Rede Accor: Ibis e Mercure) e do Sol Meliá, ambos em Campinas, e das Redes
Sol Inn, Atlântica, Nacional Inn e Flats da Rede Transamérica, em cidades próximas.
Esses fatores reforçam a necessidade de oferta de cursos na área de serviço e
comércio visando à profissionalização da atividade, que incentivará assim o
desenvolvimento na região.
O Centro Universitário Senac – Campus Águas de São Pedro tem atendido um
público oriundo das cidades da região e de outros Estados do país.
Unidade de Ensino Descentralizada de Campos do Jordão
Campos do Jordão, localizada na Serra da Mantiqueira, tem como municípios
circunvizinhos as cidades do Vale do Paraíba e as do Sul de Minas. Entre os destaques
estão: São José dos Campos, Taubaté, Paraisópolis e Itajubá. As regiões são consideradas
pólos turísticos, sendo privilegiadas pela diversidade de atrativos como turismo religioso
(Aparecida do Norte, Cachoeira Paulista e Guaratinguetá), ecoturismo e turismo rural
(Campos do Jordão, Santo Antonio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, São Luiz do
Paraitinga e São Francisco Xavier), turismo histórico (Campos do Jordão, Taubaté e
Pindamonhangaba), turismo de negócios (Campos do Jordão, São José dos Campos e
Taubaté) e turismo cultural (Campos do Jordão, São José dos Campos, Taubaté e São Luiz
do Paraitinga).
Além das suas belezas naturais e do clima agradável, tem como aliadas a arquitetura
típica dos Alpes Suíços e a ótima infraestrutura, que fazem da cidade uma referência
nacional no setor de hospitalidade.
A cidade tem uma população de 47.824 habitantes, de acordo com o IBGE de 2010,
distribuída em uma área territorial de 289,5 km². Com o advento da redistribuição das
indústrias, antes localizadas em pólos industriais de grandes centros, surgiram cidades com
grande potencial no interior do Estado, tanto industrial como de serviços, entre elas
podemos citar São José dos Campos e Taubaté. O crescimento desses pólos industriais
contribuiu para o fomento do turismo, principalmente o de negócios, que necessita de mãode-obra qualificada. São Paulo é conhecido como o “Estado dos Eventos”, fama
conquistada com a grande movimentação que há em sua capital.
Na Serra da Mantiqueira, as estâncias de Campos do Jordão, Santo Antônio do
Pinhal e São Bento do Sapucaí, com condições climáticas e geográficas semelhantes,
também vivem um bom movimento. Outras cidades do Vale do Paraíba e região
acompanham o crescimento das vizinhas com o turismo. Monteiro Lobato, São Francisco,
Aparecida do Norte, Guaratinguetá, Taubaté, Bananal e Tremembé são algumas delas.
A cidade de Campos do Jordão conta com excelente oferta de restaurantes e
empresas de alimentação e oferece opções para todos os gostos e estilos. Nessa cidade,
como em outras localidades turísticas brasileiras, ocorre o fenômeno da alta estação nos
meses de maio, junho e julho. Como conseqüência natural desse afluxo, a demanda de
meios de hospedagens, alimentação e lazer passa a exigir uma profissionalização do setor
da hospitalidade.
7
Todos esses fatores reforçam a necessidade de profissionais qualificados para
atender às atividades de hospitalidade de forma adequada, sendo incipiente a oferta de
cursos específicos da área na região. A unidade de ensino descentralizada do Centro
Universitário Senac em Campos do Jordão insere-se nesse contexto e oferece a todos os
seus alunos a infraestrutura do Grande Hotel Campos do Jordão - Hotel-escola Senac como
um diferencial na formação de recursos humanos na região.
Considerações
Percebe-se que a participação da população do Estado no ensino superior ainda é
pequena, principalmente ao se considerar a pujança da economia local e sua demanda por
mão-de-obra qualificada.
As atividades educacionais trazem uma forte vinculação com a sociedade local,
especialmente no que se refere à organização social e econômica. Com isso, a localização,
no eixo de desenvolvimento e de maior densidade de unidades de produção industrial e
pessoal ocupado, também pode prestar serviços à sociedade da zona sul de São Paulo e
região.
O Centro Universitário Senac insere-se nesse contexto e contribui ativamente na
formação dos quadros altamente qualificados e inovadores requeridos no processo de
desenvolvimento econômico e social do Estado e do país.
Educação superior e as demandas sociais.
Em seu estudo sobre a condição pós-moderna, David Harvey5, escreve a respeito da
mudança na experiência humana, do espaço-tempo e da produção de novos códigos de
sociabilidade. As alterações no universo político, econômico e cultural, resultantes da
globalização, rebatem no processo produtivo, em que se aliam mudanças tecnológicas de
base física e organizacional. A rápida evolução das tecnologias e das comunicações leva a
uma nova configuração dos processos produtivos e de serviços e requer um novo tipo de
trabalhador: aquele que alia a qualificação (saber fazer) a um conjunto de atitudes (saber
ser), que poderíamos denominar como competências “socioprofissionais”.
Pesquisas a respeito do assunto foram realizadas desde a década de 70 por
encomenda governamental e coordenadas por pesquisadores como Yoneji Massuda, da
Universidade de Aomori, no Japão, e por Claus Offe, da Universidade de Frankfurt, na
Alemanha. Os estudos partiam do pressuposto de que a inovação nas tecnologias de
informação e comunicação e o crescimento do setor terciário marcariam o mercado de
trabalho e exigiriam ajuste nos sistemas de formação profissional em todos os níveis.
Helena Hirata6 identifica nessas mudanças uma passagem do conceito de
qualificação profissional para o de competência. No Brasil, nos deparamos com estudos,
entrevistas e ensaios a respeito dos chamados novos requisitos de qualificação profissional
5
HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1993.
HIRATA, Helena. O(s) mundo(s) do trabalho: convergência e diversidade num contexto de mudança dos
paradigmas produtivos. In CASALI, Alípio (org.). Empregabilidade e educação: novos caminhos no mundo
do trabalho. São Paulo: EDUC, 1997, pp.23-42.
6
8
ou novas competências acompanhando as tendências internacionais.7
Essas novas competências podem ser categorizadas em quatro grupos8, ainda que
essa divisão seja meramente didática, já que todas elas se imbricam na realidade concreta:
(1) redimensionamento do pensamento lógico-abstrato; (2) comunicação e linguagens do
mundo contemporâneo; (3) trabalho em equipes multidisciplinares, multifuncionais e
virtuais; e (4) capacidade de adaptação à mudança. Nenhuma profissão tradicional ou nova
tem escapado a essas competências.
A questão é afetada, ainda, pelas inovações tecnológicas responsáveis pela criação
de novos ambientes de aprendizagem virtuais, que exigem também novos parâmetros
metodológicos e práticas relativas à construção, organização e distribuição do
conhecimento.
A globalização trouxe consigo, além da desterritorialização da economia, a indústria
do conhecimento e a massificação do ensino superior no mundo. A educação foi alçada ao
patamar de principal componente na diminuição da pobreza estrutural e ascensão social e
os novos arranjos produtivos passaram a demandar a elevação da escolaridade em todo o
mundo, além de fomentar o desenvolvimento do conceito e das práticas de educação
permanente e continuada, incluindo o ensino a distância.
Cada um desses fatores possibilita uma série de considerações e até mesmo a
prospecção de oportunidades e arranjos de educação superior, de acordo com as
características do campo profissional, enquanto revela um panorama global do setor. No
nosso Projeto Pedagógico Institucional optamos pensar a partir do eixo do Conhecimento9
consubstanciado nos projetos pedagógicos dos cursos a partir da aprendizagem baseada em
problemas.
Embora o conhecimento jamais tenha estado restrito a esse ou àquele espaço, a
universidade tem sido considerada o lugar do conhecimento, por excelência. Desde sempre,
um lugar de contradição, de diversidade e multiplicidade de saberes, quase sempre em
competição e conflito. Como destaca Burke10, o próprio Bacon, em seu tempo, já avaliava
que “nos costumes e instituições de escolas, academias, colégios e corpos semelhantes,
destinados a abrigar homens de saber e ao cultivo do conhecimento, tudo parece adverso ao
progresso do conhecimento”. Tamanha contradição acompanhou o surgimento das cidades
e das universidades e, até hoje, não foi superada.
7
Como por exemplo: HIRATA, Helena e ZARIFIAN, Philipe. Força e fragilidade do modelo
japonês, Revista do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, USP: 1991; PAIV,
Vanilda P.. Inovação Tecnológica e Qualificação. Revista Educação & Sociedade nº 50. São Paulo: Cortez,
abril de 1995; FLEURY, Afonso e FLEURY, Maria Tereza Leme. Estratégias empresariais e formação de
competências. São Paulo: Atlas, 2004.
8
Ver ROGERO, Rosemary. Qualificação e Competência: um diálogo necessário entre sociologia,
gestão e educação, para alimentar as práticas pedagógicas na formação profissional. Boletim Técnico do
Senac (ISSN 0102-549X), ano 29, nº 2, set/dez, 2003.
9
Coerente com esse processo, a própria campanha de comunicação institucional, em 2006, fundamenta-se no
slogan “O conhecimento transforma”, que também revela a postura institucional diante da sua missão, visão e
valores.
10
BURKE, Peter. Uma História Social do Conhecimento – de Gutenberg a Diderot. Rio de Janeiro: Zahar,
2003.
9
A reflexão sobre a realidade contemporânea da educação superior nos impele a
considerar as novas demandas de formação e qualificação profissional, num tempo de
grande produção de conhecimento e disponibilização de informações e num ambiente de
alta complexidade, em que o papel formativo não se restringe mais à universidade, ainda
que essa instituição reivindique a manutenção de seu papel histórico. Daí nossa
compreensão sobre a integração ensino-pesquisa-extensão como um dos principais focos de
atenção para o desenvolvimento do ensino superior nos dias atuais.
A formação profissional na educação superior
Desde a segunda metade do século XX, a educação – em especial a formação
profissional em nível superior – ganhou relevância nos discursos de todas as áreas, como
prioridade em termos da garantia de crescimento econômico e desenvolvimento social do
Brasil.
A realidade da educação superior brasileira apresenta diversidade de conhecimentos
e habilidades do corpo docente em variados campos, que permitem levar a experiência
prática para a sala de aula. Entretanto, é comum que isso ocorra de forma fragmentada e
pouco sistematizada, no que diz respeito aos fundamentos da experiência.
A fim de que a diversidade presente no ambiente universitário possa contribuir
efetivamente com a formação dos estudantes de forma prática, ainda que necessariamente
com base em sólidos fundamentos teóricos, faz-se importante conferir unidade à
perspectiva pedagógica11 da formação oferecida pela instituição.
Essa unidade na perspectiva pedagógica é um desafio permanente que só encontra
espaço para se exercitar por meio do diálogo entre todos os membros da comunidade
acadêmica nos diversos âmbitos de interação possíveis, especialmente, no tripé ensinopesquisa-extensão.
Considerando que se trata de equação complexa, a ênfase à busca permanente de
11
Ou – se preferirmos – andragógica. A andragogia é entendida com a arte de educar adultos. Desenvolvida
pelo canadense Malcom Knowles (1985), contém quatro princípios fundamentais: (1) O adulto é autodiretivo:
um adulto incorpora responsabilidades, desenvolve suas próprias decisões e assume as conseqüências dos
seus atos. Por isso, quer ver respeitada a sua autonomia. (2) O adulto possui mais experiências: um adulto
incorpora suas experiências, de modo que elas passam a definir quem ele é, no sentido lato de sua vivência.
(3) A prontidão para aprender é diferente no adulto: o adulto está pronto para aprender o que é significativo e
necessário para sua vida cotidiana e para o seu desenvolvimento pessoal. (4) O adulto é centrado no
problema: os adultos tendem a pensar que o que aprendem é algo que lhes possibilitarão enfrentar melhor os
problemas do dia-a-dia.
Em nossa cultura, a educação superior corresponde, em boa medida, a parte do tornar-se adulto, uma vez que
possibilita ao indivíduo a preparação para o ingresso qualificado no mundo do trabalho e a construção da
auto-sustentabilidade econômica, como requisitos da vida adulta.
O termo andragogia não é completamente assumido neste documento, em razão de toda a terminologia oficial
manter o termo pedagogia/pedagógico, inclusive para nomear os projetos dos cursos.
Assim, esta nota vale mais como ponto de atenção aos educadores.
10
uma relação equilibrada ensino-pesquisa-extensão, apoiada por uma infraestrutura física e
operacional de vanguarda e pautada por uma organização de trabalho docente, que
considera as demandas sociais contemporâneas, é uma marca deste Projeto Pedagógico
Institucional, como está expresso na missão, visão, valores, objetivos e metas constantes no
Plano de Desenvolvimento Institucional.
Para dar concretude a essa marca, interessa não só atender o movimento das
reformas educacionais dos últimos anos, mas observar particularmente a emergência de
novos paradigmas relativos à ciência e à técnica, assim como o movimento que sofre a
própria universidade, como instituição formadora.
Uma concepção de universidade exige considerar a necessidade de desenvolver nos
estudantes o pensamento dialético, ou, como afirma Silva12, levá-los “a verem a história
como um rio, como um processo, jamais como um lago, um modelo, para que a
compreendam melhor e dela participem”, mas também deve contribuir de forma decisiva
para a recuperação da capacidade de sonhar e a libertação do imediatismo, como diria
Paulo Freire.
Vários instrumentos de consulta à comunidade acadêmica13 revelam um discurso
recorrente e até homogêneo dos estudantes que afirmam esperar serem tratados como
alunos ávidos por aprender conteúdos significativos, por meio de práticas metodológicas
que os estimulem ao diálogo e à pesquisa. A ânsia por um agir com compreensão rápida
sobre a dinâmica da realidade social e do mercado de trabalho, em especial, é presente na
quase totalidade dos depoimentos.
Por outro lado, é também possível pensar que, ao contrário da voz corrente no senso
comum, a reação das novas gerações à propaganda parece provocar as instituições
formadoras em direção ao desenvolvimento de uma nova linguagem, que dê conta de
mostrar-lhes outras possibilidades de compreensão e integração no mundo, tendo como
pressuposto o conhecimento socialmente produzido e tão valorizado no modelo de
sociedade atual, esperando que esse conhecimento não se restrinja à integração ao mercado
de trabalho, mas as prepare para lidar com uma vida social cada vez mais complexa.
Quanto aos depoimentos dos docentes, a descrição do perfil de uma boa
universidade e da vida universitária acompanha o discurso hegemônico do setor na
atualidade. Por outro lado, uma série de elementos recorrentes na organização desse
discurso, nas várias áreas dos cursos oferecidos pela instituição, permite supor a
necessidade de se desenvolver as relações entre as metodologias de ensino e de pesquisa –
aspectos pouco presentes na história da formação do educador para o ensino superior
brasileiro, especialmente o privado, - talvez como o caminho para o desenvolvimento dessa
nova linguagem.
A pesquisa – entendida não somente em seu aspecto acadêmico, mas incluindo
12
SILVA, Edevaldo Alves. A função social da universidade. Tendências/Debates. Folha de São Paulo, 03
de maio de 2005, pág. 3.
13
Podem ser considerados aqui, especialmente, a aplicação da técnica SWOT a um grupo com alunos
representantes de todos os cursos de graduação, em maio de 2005, bem como o processo de auto-avaliação
institucional ocorrido em agosto de 2005, entre outros indicadores menos formais. Entretanto, toda a
documentação organizada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) permite observar o que é indicado
acima.
11
aquela compreendida como base para a atuação profissional competente num mercado em
veloz mudança – revela-se um ponto fundamental de investimento no próprio
desenvolvimento do corpo docente do Centro Universitário Senac.
O enfrentamento dessa questão ocorre por meio da pedagogia de projetos e
aprendizagem, baseada em problemas como prática metodológica no desenvolvimento do
ensino com pesquisa nos cursos de graduação, que reforça e é reforçada pelo
desenvolvimento da iniciação científica, tecnológica e artística (estimulada com as bolsas
de estudos oferecidas pela instituição e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - CNPq), ao mesmo tempo em que se constituem e consolidam as
linhas de pesquisa14, como ponte entre a graduação, a pós-graduação e a extensão.
Importante para a geração de novos conhecimentos, a pesquisa propicia a constante
atualização acadêmico-científica dos cursos e professores, trazendo benefícios aos alunos e
à sociedade. A pesquisa aplicada, relacionada a questões inerentes à realidade local,
regional e nacional são priorizadas, considerando também temas mundiais nas diversas
áreas científica-tecnológica-artísticas.
A Pesquisa Institucional conta com um Comitê Interno de Ética em Pesquisa, um
órgão colegiado, responsável pela análise ética dos trabalhos de conclusão de curso,
projetos de pesquisa e projetos de iniciação científica da Instituição, que envolvem, direta
ou indiretamente pesquisa com seres humanos.
A área de pesquisa atua também com publicações científicas eletrônicas que visam
ampliar e fortalecer a divulgação do conhecimento científico em suas áreas de atuação,
disponibilizando em formato eletrônico de livre acesso revistas científicas e anais de
eventos científicos institucionais. Estas publicações são acessadas no Portal de Publicações
do Centro Universitário Senac: http://seer.sp.senac.br/
Em direção semelhante se movimentam todas as áreas que compõem a extensão,
oferecendo bolsas de estudo que integram os estudantes em projetos diversos,
especialmente no âmbito da responsabilidade social e do empreendedorismo, além de
proporcionar oportunidades de parcerias com outras instituições profissionais e de educação
superior, nacionais e internacionais.
Pode-se entender que temos necessidade de produzir uma nova linguagem em
termos de formação. Nossa hipótese é que se trata de: uma linguagem que ponha em relevo
o método como forma de abordagem dos cenários socioprofissionais da atualidade.
Novas referências precisam ser construídas. Por essa razão, as modalidades de pósgraduação lato sensu e de extensão estão mobilizadas para esse desenvolvimento, como se
pode constatar nos Projetos Pedagógicos dos Cursos e no desenvolvimento de ações
coordenadas em cada área, por meio de metodologias ativas de aprendizagem, envolvendo
cada vez mais estudantes15.
14
Em 2011, o Centro Universitário Senac conta com quatro grupos de pesquisa que contemplam sete linhas
de pesquisa.
15
Há de ressaltar que as modalidades pós-graduação lato sensu e a extensão sofrem com algumas
indefinições e, até mesmo, incompreensões sobre o seu papel formativo. Tratam-se de modalidades
caracterizadas por maior flexibilidade para atendimento a demandas de formação, que recebem um público
bastante heterogêneo e que contam com um perfil de profissional docente também bastante heterogêneo –
nem por isso menos qualificado. Contraditoriamente, a flexibilidade que caracteriza essas modalidades é, não
12
O papel da educação superior
A importância atribuída à universidade pode ser vista no documento da OCDE
(Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que, considerando a
emergência do conhecimento como principal recurso econômico, num novo modelo de
sociedade, em 1987, atribuiu à universidade dez funções principais:
(...) educação geral pós-secundária; investigação; fornecimento de mão-deobra qualificada; educação e treinamento altamente especializados; fortalecimento
da competitividade da economia; mecanismo de seleção para empregos de alto nível
através da credenciação; mobilidade social para os filhos e filhas das famílias
operárias; prestação de serviços à região e à comunidade local; paradigmas de
aplicação de políticas nacionais (ex.: igualdade de oportunidades para mulheres e
minorias raciais); preparação para os papéis de liderança social.16
Diante de tal multiplicidade de funções, é facilmente observável que elas colidem
entre si, dificultando seu cumprimento e aprofundando as crises da própria universidade: a
crise de hegemonia, resultante da própria impossibilidade de a universidade dar conta de
cumprir funções contraditórias entre si; a crise de legitimidade, que se manifesta devido à
falência dos objetivos coletivamente assumidos; e, finalmente, a crise institucional, a qual
se apresenta por meio da contradição entre autonomia institucional e produtividade social.
Se “a centralidade da universidade enquanto lugar privilegiado de produção da alta
cultura e conhecimento científico avançado é um fenômeno do século XIX, do período do
capitalismo liberal”, como afirma Santos17, o que se assiste, na contemporaneidade é a
subsunção dessa universidade aos interesses heteronômicos de uma nova etapa do capital,
cujos pressupostos o autor formula a partir das seguintes dicotomias: alta cultura/cultura
popular; educação/ trabalho; e teoria/prática.
Várias gerações têm sido formadas para a memorização, para o disciplinamento dos
sentidos, para o treinamento das habilidades requeridas em prol do cumprimento de tarefas
no mundo do trabalho e não para a construção de conhecimento, para o apuro da percepção
e da capacidade de decisão e autonomia.
As próprias noções de interdisciplinaridade ou de transversalidade presentes nos
diversos documentos que promulgam tanto os Referenciais Curriculares para a Educação
Básica quanto as Diretrizes Curriculares para os Cursos Superiores encontram eco numa
rede de professores, em escolas públicas ou privadas, formada com base em pressupostos
(notadamente os oriundos da psicologia experimentalista, comportamental e cognitivista) e
práticas educacionais que fragmentaram o conhecimento, dificultando, quando não
impedindo, o desenvolvimento da capacidade de associação e expressão adequada de idéias
raro, mal interpretada dentro das próprias instituições de ensino superior - IES.
16
Ver: SANTOS, Boaventura de Sousa. Da idéia de universidade à universidade de idéias. Pela mão de
Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1999 e, do mesmo autor: A
Universidade no século XXI – para uma reforma democrática e emancipatória da Universidade. Cortez
Editora, 2005.
17
Op. cit., p. 191.
13
e conceitos.
Os que chegam à pós-graduação lato sensu, atualmente, vêm de áreas as mais
diversas e são motivados por razões também diversas, dado de realidade que explica a
opacidade na definição da identidade dessa modalidade educativa, envolvendo tanto alunos
como docentes.
Ainda assim, constata-se, hoje, que todo o sistema educacional vê-se instado a
atualizar-se e ameaçado de descaracterizar-se como lugar de uma possível resistência à
coisificação do Homem. Se tão grandes demandas e expectativas são depositadas na
educação, há de se supor que se trata de uma área com forte poder de resistência, mesmo
que a crítica aponte que a escola, em todos os níveis, venha servindo muito mais à
reprodução dos interesses da lógica capitalista que à possibilidade de superação de suas
contradições.
Os processos de alienação e o pensamento fragmentário, freqüentemente observados
na educação superior, exigem a busca de alternativas que dêem maior consistência ao
processo educacional.
Nessa direção, concepções que abordam as relações entre as disciplinas têm sido
desenvolvidas por pesquisadores18, que buscam a identificação de novos rumos ao ensino e
à pesquisa – um dos interesses neste Projeto. Conceitos como uni, múlti, inter e
transdisciplinaridade ganham novos significados nesse contexto, embora muito pouco
consenso já tenha sido alcançado sobre eles.
Conhecimento como sabedoria
Para além das relações entre os componentes curriculares, mas sem deixar de
considerá-las, a questão central que move a articulação deste Projeto Pedagógico
Institucional é a do conhecimento. Esse foco não é aleatório, mas se apresenta como eixo
na possibilidade de construção de uma nova linguagem e de um novo método, de uma visão
de currículo, de aprendizagem e de avaliação. Trata-se, ainda, de pensar o conhecimento no
âmbito da construção de uma nova ética social – algo a que inúmeros estudiosos se
refeririam como sabedoria, como o faz Burke19:
A sabedoria... não é cumulativa, mas tem de ser adquirida mais ou menos
penosamente por cada indivíduo. Mesmo no caso do conhecimento, houve e ainda há
tanto retrocesso quanto progresso ao nível individual. A crescente especialização em
escolas e universidades, em particular durante o século XX, produziu estudiosos com
um conhecimento bem mais limitado que o dos antigos (ainda que a menor amplitude
tenha sido compensada pela maior profundidade)20.
Como temos visto, a especialização continua necessária, mas no desenvolvimento
18
Aqui nos fundamentamos especialmente em ZABALA, Antoni. Enfoque globalizador e pensamento
complexo: uma proposta para o currículo escolar. Porto Alegre: ArtMed. 2002.
19
BURKE, Peter. Uma História Social do Conhecimento – de Gutenberg a Diderot. Rio de Janeiro: Zahar,
2003, p.20.
20
BURKE, Peter. Uma História Social do Conhecimento – de Gutenberg a Diderot. Rio de Janeiro: Zahar,
2003, p.20.
14
de uma visão generalista, como sugerem as hostes mais avançadas do mercado de trabalho.
A pesquisa no campo da qualificação profissional tem indicado a necessidade de
desenvolvimento de competências e habilidades que dêem conta de novas demandas que
vêm modificando alguns conceitos sobre o perfil socioprofissional21. Trata-se de observar
as mudanças na comunicação e nas linguagens do mundo contemporâneo, considerando as
novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) em redes, os novos papéis da
palavra (escrita e falada) e uma outra dimensão da comunicação não-verbal numa sociedade
de serviços. Trata-se de reorientar o trabalho em equipes, agora multifuncionais,
multidisciplinares e, também, virtuais (como equipes que trabalham por projetos), com
distinto significado e papel para a liderança. Trata-se de repensar a adaptação à mudança,
que ocorre cada vez mais velozmente, num mundo de compressão espaço-temporal22,
exigindo pensamento estratégico e relações pautadas pela responsabilidade social.
Ao mesmo tempo e, contraditoriamente, é no interior do próprio mercado de
trabalho que sobrevivem, atualizam-se e se sofisticam as práticas econômicas, sociais e
ambientais que ameaçam a sobrevivência global.
Temos, então, demandas crescentes para a educação superior no ambiente de uma
instituição social – a universidade – em crise, multifacetada, num processo de
transformação que inclui a emergência de novos paradigmas (ainda não totalmente
estabelecidos) para a construção e disseminação do conhecimento; que deve preparar as
novas gerações para o exercício de competências e habilidades num mercado de trabalho
também em mutação; que entende conhecimento como recurso econômico e que mantém e
aprofundada fortes contradições internas, as quais se espraiam sobre toda a vida social.
Assim, pode-se sintetizar o modo como a instituição procura promover essa visão
de conhecimento em seus cursos, tomando como base: (a) o perfil humano e o perfil
profissional dos egressos; (b) as concepções de processos de aprendizagem; (c) a concepção
de currículo; e (d) as concepções de avaliação do ensino, da aprendizagem e do
planejamento – para as quais o Centro Universitário Senac integra-se à Proposta
Pedagógica do Senac São Paulo. Entretanto, guardado o princípio da unidade na
diversidade, já defendido neste documento, cada Projeto Pedagógico de Curso descreve
suas especificidades na concretização dessas diretrizes mais amplas.
Dos fundamentos técnico-pedagógicos
Perfil humano e perfil profissional
O Centro Universitário Senac busca e desenvolve o perfil humano e profissional do
pessoal docente e técnico-administrativo em consonância com o que define para a formação
dos egressos de seus cursos.
Esse perfil está expresso na Proposta Pedagógica do Senac São Paulo, da qual
extraímos dois excertos que se relacionam mais diretamente à nossa abordagem neste
21
Além de ROGGERO, já citada, ver também: BOLOGNA, José Ernesto. Realidades Naturais e Verdades
Culturais: valores socioprofissionais no mundo contemporâneo. In: ESTEVES, Sérgio P. (org.) O Dragão e a
Borboleta: sustentabilidade e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Axis Mundi/AMCE, 2000.
22
Ver HARVEY, David. Op. cit.
15
documento:
Pelo pensamento, pela linguagem e pelo trabalho, o homem dá sentido, conhece e modifica o
mundo, entendido como o ambiente ou circunstância no qual o homem vive, convive e transforma pela
sua ação.
(...)
Nesse cenário, a sociedade e o mundo do trabalho idealizam um profissional proativo,
flexível, motivado, criativo, polivalente, autônomo, apto a participar e interagir com seus pares, capaz
de enfrentar e solucionar os problemas do cotidiano. Exige um ser humano com visão holística,
responsável pelo meio ambiente, capaz de inovar, acompanhar e implementar mudanças, e que esteja
permanentemente comprometido com valores e ações relacionados com a qualidade, a capacidade de
empreender, a cidadania e a responsabilidade social, aí incluídas a ética, a saúde individual e
coletiva, e a preservação ambiental.23
Todos os cursos desenvolvidos e oferecidos pelo Centro Universitário Senac
passam por estudos que envolvem o levantamento das necessidades do mercado de
trabalho, por meio do diálogo permanente com diversas instâncias que o representam; as
políticas públicas em vigor, a legislação educacional nos âmbitos da graduação, da pósgraduação lato sensu e da extensão; as diretrizes curriculares para os cursos superiores e os
padrões de qualidade como indicadores para avaliação dos cursos oferecidos.
Além disso, a instituição se beneficia do reconhecimento social já construído em
relação ao aprender a fazer, mas expande e reforça sua identidade quanto ao aprender a
aprender, aprender a conviver e aprender a ser – os quatro pilares da educação para o
século XXI, conforme o Relatório Jacques Delors.
Valores e linhas formativas
As Linhas Formativas estão presentes em todos os projetos pedagógicos e firmamse como marcas institucionais balizadoras do jeito Senac de educar. São definidas como um
conjunto de atividades curriculares e extracurriculares que estimulam a interatividade entre
ensino, pesquisa e extensão, promovendo a integração entre alunos e professores de
diferentes áreas de conhecimento. São vivenciadas durante o período acadêmico e espera
que os egressos as incorporem na sua trajetória pessoal e profissional.
As Linhas têm origem nos valores institucionais assumidos pelo Centro
Universitário Senac:
• Sintonia com a época
• Valorização da diversidade cultural
• Estímulo aos processos criativos
• Educação científica
• Valorização da vivência profissional
• Educação para a autonomia
• Atitude empreendedora
23
SENAC, Proposta Pedagógica Senac São Paulo. Revitalizada. São Paulo, 2003
16
• Princípio de liberdade acadêmica
• Compromisso com a formação cidadã e com a sustentabilidade
A partir desses valores e em sintonia com os Pilares Educacionais propostos pela
UNESCO – aprender a aprender, a fazer, a ser e a conviver - foram definidas três
Linhas Formativas: Autonomia na aprendizagem, Atitude empreendedora e Ética e
cidadania.
A primeira Linha Formativa, Autonomia na aprendizagem, valoriza o senso
crítico e investigativo, buscando incorporar a pesquisa científica no exercício profissional e
estimular formas autônomas de aprender. Propicia aos alunos oportunidades para a
identificação e análise de problemas, a sistematização de conhecimentos e a busca de
soluções alternativas.
A segunda Linha, Atitude empreendedora, incentiva a vivência em ambientes
profissionais e situações de trabalho, além de estimular a atitude empreendedora, entendida
como a capacidade de idealizar e promover transformações organizacionais ou sociais.
O espírito investigativo e a atitude empreendedora só fazem sentido se permeados
pelo compromisso com a Ética e a cidadania, que são os focos da terceira Linha
Formativa. Trabalha-se o convívio com a diversidade de ideias, de crenças e de culturas, a
compreensão dos problemas socioambientais contemporâneos e as ações cooperativas que
promovam avanços em direção ao bem-estar coletivo e ao desenvolvimento.
Concepções de processos de aprendizagem
A aprendizagem é entendida como central no processo educativo, o que já se
encontra expresso nos quatro pilares para a educação no século XXI e deve organizar-se
por meio de metodologias ativas adequadas a essa dimensão, conforme consta da Proposta
Pedagógica do Senac São Paulo:
O Senac São Paulo propõe-se a práticas pedagógicas inovadoras, que estimulam o aluno a
construir conhecimento e a desenvolver competências. Metodologias que são mais participativas,
estruturadas na prática, baseadas em situações reais de trabalho, através de estudos de caso,
pesquisas, solução de problemas, projetos e outras estratégias, especialmente algumas apoiadas em
recursos da tecnologia educacional.
Procura-se fortalecer a autonomia dos alunos na aprendizagem, desenvolvendo a capacidade
crítica, a criatividade e a iniciativa.
As salas e os ambientes de aprendizagem simulam ou reproduzem a realidade profissional.
Os ambientes reais de vida e trabalho, não escolares, gradativamente, vêm sendo incorporados como
ambientes educacionais. O desenvolvimento atual aponta para um momento em que todos os espaços
internos e externos serão vistos como propícios para a construção de conhecimentos.
O foco na aprendizagem também significa ter o foco no aluno, incentivando a
parceria docente/aluno na construção de saberes, promovendo um novo tipo de
comprometimento de ambos em relação ao currículo e às atividades que se desenvolvem a
partir desse.
Por outro lado, as relações dos docentes entre si e com as coordenações de curso
também são estimuladas de modo a que os Planos de Ensino reflitam o perfil de egresso
17
com as respectivas competências e habilidades conforme consta dos Projetos Pedagógicos
dos Cursos, pressupondo trabalho em equipe e avaliação contínua do processo, como será
retomado adiante.
Concepção de currículo
Também em coesão com a Proposta Pedagógica do Senac São Paulo, a concepção
de currículo do Centro Universitário Senac é a base que sustenta o percurso formativo do
estudante, por meio de uma organização de componentes que promovem o
desenvolvimento do perfil de competências e habilidades descritas em cada Projeto
Pedagógico de Curso, enfatizando a flexibilidade, a atualização contínua e a
metacapacitação24, cujos fundamentos se encontram na evolução das áreas profissionais e
suas interações, atendendo à legislação, diretrizes e regulamentações específicas de cada
área e modalidade.
Concepção didático-pedagógica da instituição
A organização didático-pedagógica da instituição consiste num conjunto articulado
de ações de caráter teórico e prático, presenciais ou a distância, planejadas e organizadas de
modo sistêmico, aplicadas às atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Os projetos pedagógicos são construídos e atualizados em consonância com as
respectivas diretrizes nacionais e com o mercado de trabalho, de forma a integrar os
componentes curriculares, favorecendo a abordagem interdisciplinar e a flexibilização
curricular.
Os ambientes reais de vida e trabalho, não escolares, gradativamente, vêm sendo
incorporados como ambientes educacionais. O desenvolvimento atual aponta para um
momento em que todos os espaços internos e externos serão vistos como propícios para
a construção de conhecimentos.25
Nessa perspectiva, o educador é um criador de ambientes e situações para que o
aluno aprenda e atue como protagonista do processo de aprendizagem. O educador planeja,
estimula a ação dos alunos, e promove reflexão, síntese, reformulação, crítica e avaliação.
Ele organiza o trabalho educativo como mediador e orientador.
Estudantes e docentes unem-se em parceria na construção dos saberes pela pesquisa
e ensino, prática/ação e teoria/reflexão. Com essa abordagem, o currículo exige o
comprometimento do educador e do educando em atividades que possibilitem o exercício
efetivo da competência a desenvolver e implica o envolvimento em ações criativas e
inovadoras no interior dos próprios ambientes em que serão requeridas.
24
Ver: ROGGERO, Rosemary. A idéia de metacapacitação. Revista Ensino Superior, ano8, nº 95, agosto
2006.
25
SENAC. Proposta Pedagógica Senac São Paulo. Revitalizada. São Paulo, 2005.p. 15.
18
Concepção de avaliação do ensino, da aprendizagem e de planejamento
Num currículo integrado e flexível, cuja concretização se dê por meio de
metodologias ativas, que envolvem a pesquisa e estimulam uma relação mais intensa entre
docente/aluno, docente/docente, docente/coordenação, a avaliação é parte do processo
educacional. Ela se caracteriza por seus aspectos qualitativos, formativos e diagnósticos,
ainda que não precise descartar aspectos quantitativos, que continuam fazendo parte da
realidade social do mundo contemporâneo.
Conforme consta da Proposta Pedagógica do Senac São Paulo, como política
institucional mais ampla, a avaliação da aprendizagem é complementada por elementos da
avaliação institucional: avaliação de curso, processos e pesquisas de acompanhamento de
egressos, avaliação de impacto no mercado e avaliação de impacto social, que procuram
cobrir as várias áreas e modalidades de ensino e auxiliar a integração ensino-pesquisaextensão.
É no desenvolvimento da cultura avaliativa que a instituição vê apoiado seu
desenvolvimento em direção à missão, visão e valores relativos à educação superior,
refinando as propostas de aprendizagem e alimentando os processos de planejamento das
atividades.
A opção curricular adotada para os cursos de graduação do Senac São Paulo
explicita uma concepção da aprendizagem como produção ativa – e não passiva – de
significados, estabelecendo relações com o conhecimento e a experiência pessoal do
estudante, e indica um currículo de perspectiva cultural e uma visão do conhecimento como
produção cultural e como processo que ocorre em contextos específicos (históricos,
culturais e sociais). Na base da proposta, como ponto central para a compreensão, está a
interpretação.
Porque estamos interessados em diferentes interpretações, estamos interessados em
suas origens e na busca das forças e interesses que as interpretações criaram. Isso nos leva a
uma grande conversação cultural, em que fazemos o conhecimento por meio de nossas
ações e comentários.
O currículo assim proposto permite que nos aproximemos não de verdades estáveis,
mas, sim, da tentativa de encontrar referenciais coletivos e, em alguns momentos, com um
sentimento de incerteza no processo que leva a continuar aprendendo.
Professores e estudantes são convidados a criar um ambiente de confiança para que,
com perspectivas diferentes, possam lidar com problemas complexos e organizar-se
responsavelmente, comprometidos com a aprendizagem e os resultados de suas ações.
A diversidade do grupo torna-se importante para contar com o pensamento variado
e gerar muitas soluções possíveis para o problema complexo proposto.
Nesse tipo de processo de aprendizagem, os grupos ou equipes são responsáveis pelo
desenvolvimento de soluções completas para os problemas escolhidos e para um agir
responsável, conforme sugere Perrenoud: “É preciso compreender para agir. Não há
cidadania sem pensamento autônomo e crítico”.
Traçar uma proposta curricular não implica apenas num fazer prescritivo; é também
um processo de interpretação e permanente reflexão sobre a pertinência das propostas que
fazemos e a coerência das práticas, sem perder de vista a declaração de intenções do Senac
São Paulo. A instituição tem buscado cumprir sua missão na formação dos profissionais
19
brasileiros atenta ao seu tempo, e assim o expressa nos seus documentos orientadores.
Atividades práticas e estágios
O estágio supervisionado é uma atividade de caráter pedagógico e profissional, que
articula a instituição de ensino, o aluno e o mundo do trabalho, experiência que integra a
estrutura curricular dos cursos a um projeto educacional. O núcleo de estágio da instituição
estimula a formação de um profissional preparado, seguro, crítico e criativo, criando
possibilidades para enfrentar desafios e explorar as oportunidades que o mercado de
trabalho oferece.
As práticas profissionais das áreas de turismo, hotelaria e gastronomia são
desenvolvidas nos hotéis-escolas do Senac dos municípios de Águas de São Pedro e
Campos do Jordão, no Estado de São Paulo.
Avaliação Institucional
Metodologia, dimensões e instrumentos utilizados no processo de autoavaliação
A implantação do processo de avaliação é fruto de uma política de qualidade pela
qual a instituição tem se pautado ao longo de décadas, desde quando algumas de suas
unidades ainda funcionavam como faculdades isoladas. Para contribuir nessa trajetória, a
Diretoria de Avaliação Institucional, criada em 2004 quando do credenciamento, pelo
Ministério da Educação (MEC), como Centro Universitário, tem como propósito criar uma
cultura de avaliação permanente, capaz de fornecer um diagnóstico sobre a qualidade dos
serviços educacionais em todos os níveis de ensino oferecidos pela instituição, que
revertam em melhorias pedagógicas efetivas e de gestão estratégica.
Nesse sentido, suas tarefas buscam potencializar a gestão estratégica e subsidiar
tomadas de decisões pelas equipes de desenvolvimento, coordenação e supervisão,
incentivando e sinalizando ações de melhorias que ratifiquem as responsabilidades, a
missão e os valores da marca Senac.
A Diretoria de Avaliação Institucional também tem como atribuição essencial
fornecer os aportes técnicos e operacionais necessários para que a Comissão Própria de
Avaliação (CPA) cumpra suas atribuições legais.
A CPA do Centro Universitário Senac foi instituída, em 2004, para atender as
exigências da Lei Federal nº. 10.861, de 14/04/2004, atuando desde então de maneira
autônoma na coordenação, planejamento e execução do processo de avaliação interna
(autoavaliação), sistematizando e disponibilizando informações/resultados, elaborando
relatórios, pareceres e recomendações, visando a excelência acadêmica e o
desenvolvimento institucional. Considerando a necessária abrangência e a busca da
qualidade institucional, a CPA juntamente com as Comissões Setoriais de Avaliação
(CSAs), constituídas e em funcionamento nas unidades de ensino descentralizadas que
atendem as demandas locais.
A Diretoria de Avaliação Institucional, a CPA e as CSAs respondem conjuntamente
pela avaliação do Centro Universitário, construída com base em alguns princípios
norteadores do Sistema Nacional de Ensino Superior – Sinaes. Estas instâncias atuam com
20
todos os processos da avaliação institucional, seja pela avaliação interna (autoavaliação)
definindo as ações e metodologias a serem aplicadas sistematicamente, seja pela avaliação
externa (atuação regulatória do MEC) acompanhando o desenvolvimento dos cursos e
programas oferecidos.
A avaliação institucional do Centro Universitário prima pela busca constante da
qualidade do ensino, e para tanto, trabalha fundamentalmente nas seguintes dimensões:
projeto pedagógico, infraestrutura, corpo docente, coordenação de curso, corpo técnico
administrativo e evolução profissional de alunos e egressos.
Além da aplicação de pesquisas, a Instituição conta também com o Canal Aberto - a
Ouvidoria do Senac SP, ferramenta de comunicação criada exclusivamente para receber as
reclamações, as sugestões e os elogios de alunos e comunidade externa no geral, que se
manifestam por meio de formulários impressos, mensagens eletrônicas e/ou contato via
0800. A Diretoria de Avaliação Institucional é responsável pela gestão e operacionalização
do Canal Aberto em todas as unidades.
Todos os instrumentos de pesquisa e avaliação utilizados têm como propósito
explicitar aspectos de excelência, de necessidades de melhorias, sucessos/insucessos,
dificuldades no acesso à informação, satisfação/insatisfação. Os resultados dos processos
avaliativos, internos e externos, são tomados como aportes para a gestão acadêmica e
administrativa, bem como alimentam a busca contínua pela excelência no ensino, a
melhoria dos processos internos e o desenvolvimento de novos cursos e programas.
Formas de utilização dos resultados das avaliações
As questões norteadoras do processo avaliativo deverão conduzir à proposição de
uma sistemática de avaliação composta por duas características de investigação: processo,
no qual se procura analisar as condições, dificuldades, facilidades, os fatores intervenientes
no processo de construção da cultura de avaliação global e continuada; e o resultado, no
qual se busca identificar as ações para mudanças/melhorias efetivas no cotidiano
acadêmico. Nesse sentido, a análise dos resultados e o planejamento de ações de melhoria
estarão referenciados no contexto em que foram produzidos, respeitando a diversidade
regional e cultural em que estão inseridos os campi, e trabalhados de forma participativa
entre os membros da comunidade acadêmica. Os diretores, as coordenações e os
professores analisam o cenário, pertinência, recorrência, tendências dos resultados dos
processos de autoavaliação e indicações das avaliações externas.
Tais perspectivas de avaliação, exploradas na instituição, viabilizam mudanças e
ações que orientam a dinâmica das práticas educacionais e do processo de gestão como um
todo.
Concluindo...
Ainda que com uma exposição breve e superficial, do ponto de vista teórico e
conceitual, apresentamos caminhos que entendemos promissores em relação à formação de
nossos estudantes, considerando: (a) uma perspectiva múlti e interdisciplinar de abordagem
de questões relativas às múltiplas linguagens que se exploram na contemporaneidade da
ciência e do mundo do trabalho; (b) a tecnologia, cujas inovações têm produzido avanços
sem precedentes para a qualidade de vida e, ao mesmo tempo, contradições que exigem
atenção permanente; e (c) os valores que são questionados e reclamam a construção de uma
21
nova ética no mundo globalizado.
Como ponto de partida, tais questões passam a exigir o enfrentamento teóricoprático cotidiano na dimensão dos Projetos Pedagógicos dos Cursos, o que também torna
claro que esse texto, como documento vivo de uma realidade, está sujeito a todas as
revisões que essa realidade sugira, mas também contém um eixo norteador que permite
conhecer os critérios que fundamentam essas revisões.
Este texto também reforça algo que caracteriza a visão, a missão e os valores do
Senac São Paulo: a realização de um projeto como esse exige não só a formação mas o
desenvolvimento permanente das pessoas, tanto no âmbito acadêmico quanto no técnicoadministrativo.
Políticas Institucionais
Política de ensino
A política de ensino contém referenciais que estimulam a inovação, a investigação
científica, a atitude empreendedora e a formação cidadã nos projetos pedagógicos dos
cursos superiores, valorizando as práticas e os princípios descritos a seguir:
Inserção social: a composição dos programas educacionais do Centro Universitário
Senac é definida a partir de sua relevância e pertinência social. Os projetos pedagógicos
contemplam processos de aprendizagem que estimulam a compreensão da sociedade e da
cultura, bem como a busca de soluções para os principais problemas socioambientais
contemporâneos por meio de ações participativas. A formação ética, o exercício da
cidadania e da responsabilidade social são valorizados em todas as modalidades de ensino.
Inovação e criatividade: a inovação educativa é uma premissa do Centro
Universitário Senac. A organização curricular e as práticas pedagógicas são orientadas para
a promoção de competências profissionais que estimulem os processos de criação e
inovação. Em integração com a pesquisa e com a extensão, o ensino visa formar indivíduos
capazes de promover inovações tecnológicas e transformações culturais, organizacionais e
sociais.
Educação investigativa: assumindo o conhecimento científico como premissa
fundamental à inovação e aos processos criativos, a política de ensino valoriza os projetos
de iniciação científica, de monitoria, os trabalhos de conclusão de curso, as dissertações,
dentre outros recursos pedagógicos que despertem ou renovem o interesse investigativo e a
curiosidade científica de alunos e professores.
Atitude empreendedora: o empreendedorismo é entendido como uma atitude
transformadora diante de oportunidades empresariais, culturais ou sociais. É estimulado por
meio de disciplinas que promovem competências de análise e de gestão e, principalmente,
por iniciativas de extensão universitária que desafiam alunos e professores a desenvolver a
cultura empreendedora.
Sustentabilidade: os projetos pedagógicos estimulam a capacidade de promover
transformações duradouras que conciliem o bem-estar social, a viabilidade econômica e a
conservação ambiental.
22
Comunicação: a capacidade de comunicação para as interações interpessoais,
organizacionais ou sociais são competências consideradas fundamentais e valorizadas nos
projetos pedagógicos do Centro Universitário.
Vivência profissional: o convívio com profissionais da área escolhida, com o
ambiente das organizações e o contínuo esforço para intensificar a relação entre os
processos de aprendizagem ao chamado “mundo do trabalho” são componentes essenciais
da política de ensino do Centro Universitário Senac. A efetivação dessa política se dá por
meio do estímulo aos estágios e à gestão de empresas juniores, de consultorias a
organizações do mercado, dentre outras práticas que ampliam a vivência profissional dos
alunos.
Metodologias ativas: os projetos pedagógicos valorizam as metodologias ativas,
por meio das quais os alunos exercitem sua autonomia e pensamento crítico, tornando-se
co-responsáveis pelos processos de aprendizagem. Essa política se efetiva pelo estímulo às
atividades complementares ou pela realização de projetos integradores, nos quais
professores dos módulos ou semestres definem problemas a serem estudados, mobilizando
conhecimentos teóricos e metodológicos em torno de situações reais.
Diversidade e integração de saberes: a integração entre diferentes áreas de
conhecimento é exercitada por meio de projetos integradores, que servem como ambientes
de confluência entre as disciplinas e de colaboração entre alunos e professores. O
pioneirismo em áreas inovadoras de conhecimento, associado ao intercâmbio de
experiências com parceiros nacionais ou internacionais, estimulam a diversidade e a
renovação de saberes nas ações educacionais do Centro Universitário.
Percursos formativos: a organização curricular deve contemplar um percurso
formativo, preferencialmente modular, integrada em itinerários mais amplos e articulada
por projetos próximos de problemas e de situações reais. Devem, ainda, estabelecer
relações entre as diferentes áreas de conhecimento e atividades profissionais, permitindo
aos estudantes estruturar o conhecimento por meio de experiências e de estudos com
componentes de outros cursos.
Educação virtual: a educação virtual é entendida como uma oportunidade de
ampliar a formação profissional e intelectual dos nossos alunos e de estimular a autonomia
nos processos de aprendizagem. Essa política é fundamental em todas as modalidades de
ensino do Centro Universitário Senac.
Comprometimento com a aprendizagem: o compromisso com a aprendizagem
deve permear os projetos pedagógicos e todas as ações educacionais do Centro
Universitário Senac. O respeito, o diálogo e a constante busca de integração entre direção,
coordenação, professores e alunos fortalecem esse compromisso.
Política de pesquisa
A política para o desenvolvimento de pesquisa no Centro Universitário Senac foi
elaborada a partir de discussões realizadas com o Comitê Institucional de Pesquisa,
professores pesquisadores e a Diretoria de Pós-graduação e Pesquisa estão articuladas e
alinhadas com o Plano Estratégico e o Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI do
Centro Universitário Senac.
A pesquisa desenvolvida na Instituição deve priorizar a busca por soluções dos
problemas brasileiros, o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional e a
23
contribuição para o desenvolvimento da inovação educacional, preconizando:
Aplicabilidade: a geração de conhecimento deve ter como objetivo principal dar
subsídios ao avanço das áreas de atuação em questão, por meio da aplicabilidade de seus
resultados a partir de formas variadas de cooperação entre o Centro Universitário, as
organizações e a sociedade.
Interdisciplinaridade: projetos que contemplem a interdisciplinaridade, tanto em
relação às áreas de conhecimento quanto à composição da equipe de pesquisadores, às
modalidades de ensino, pesquisa e extensão.
Projetos coletivos: projetos que sejam idealizados e desenvolvidos por grupos de
pesquisadores, sob a responsabilidade de um líder e com as propostas de desenvolvimento
das áreas de conhecimento.
Alinhamento: projetos que se alinhem às propostas das áreas de atuação da
instituição.
Responsabilidade socioambiental: as pesquisas devem ser concebidas tendo-se em
vista a responsabilidade socioambiental, respeitando a vocação da instituição e, na medida
do possível, integrar o conhecimento gerado a ações nas comunidades, por meio de
programas de extensão.
Inovação: como em outras ações da instituição, a preocupação com a inovação
deve estar presente também nas atividades relativas ao desenvolvimento da pesquisa, tanto
no diz respeito às áreas de conhecimento como nas metodologias utilizadas.
Otimização de recursos: a otimização de recursos (humanos, materiais, físicos
etc.) deve ser perseguida em todas as situações, tanto no planejamento como na realização
das atividades, desde a organização de processos e fluxos de trabalho até conseqüentemente
a realização das pesquisas.
Internacionalização/redes: a internacionalização, que implica não só na busca de
tecnologia e recursos externos, mas também no intercâmbio e oferecimento de nossas
produções nacionais, deve ser vislumbrada e buscada principalmente a partir do
engajamento das áreas de pesquisa em redes de conhecimento internacionais e
interinstitucionais.
Desenvolvimento e diversificação das equipes: por meio da atividade de pesquisa,
também se tem como objetivos o desenvolvimento da capacidade técnica, crítica, analítica e
do ensino do “pesquisar”. Busca-se o envolvimento de recursos humanos oriundos dos
diferentes níveis e tipos de ensino da instituição nas diversas atividades de pesquisa. É
importante que as pesquisas envolvam professores com titulação variada (sendo os líderes
de linha de pesquisa preferencialmente doutores) e alunos das diferentes modalidades de
ensino.
Vínculos e subsídios: para o desenvolvimento dos projetos, além do investimento
de recursos internos, devem ser buscados subsídios externos e vínculos com órgãos de
fomento e agências financiadoras nacionais e internacionais. As pesquisas que tiverem
subsídios externos terão prioridade.
Parceria: projetos que envolvam parcerias com outras organizações serão
privilegiados. O relacionamento com instituições de ensino e pesquisa é um indicador de
competência e relevância do projeto.
Registro e difusão do conhecimento: é fundamental realizar o registro e difusão do
conhecimento gerado a partir das atividades de pesquisa e suas derivações, o que pode
ocorrer por meio da atividade de ensino, da participação docente em eventos internos e
externos, de publicações de artigos em veículos reconhecidos, livros e revistas científicas e
24
projetos de extensão, entre outros.
Organização: a documentação de todas as atividades derivadas da pesquisa é
fundamental, principalmente para acompanhar o desenvolvimento dos projetos e dos
pesquisadores.
Avaliação: o desenvolvimento de pesquisa deve ser acompanhado de um processo
de avaliação contínua dos projetos de pesquisa, dos pesquisadores, dos resultados, das
metas e estratégias e das ações institucionais no fomento e suporte ao desenvolvimento da
atividade. É recomendada a avaliação dos projetos por profissionais ad hoc.
Política da extensão
A extensão universitária contribui para a interação da universidade com a
comunidade e revela-se no apoio à construção do conhecimento e incentivo à investigação.
É, principalmente, por meio das atividades de extensão que o Centro Universitário cumpre
seu papel e retroalimenta a comunidade acadêmica no seu desenvolvimento.
As políticas de extensão orientam o desempenho da área em busca do alcance de
suas metas. Construídas coletivamente, as políticas que pautam a ação da extensão buscam
esclarecer e fundamentar o seu desenvolvimento e balizar as mais diversas atividades sob
sua atribuição.
Relacionamento institucional: a Diretoria de Extensão estimula a integração com a
sociedade por meio do estabelecimento de parcerias com organizações que agreguem valor
às áreas de atuação do Centro Universitário Senac, assim como com instituições de
referência que contribuam na otimização de recursos.
Relação dialógica com a sociedade: por meio das ações da extensão universitária
ocorre a troca entre os saberes acadêmico, profissional e comunitário. A relação com a
sociedade possibilita o intercâmbio de conhecimentos científicos e experiências reais. Esse
alinhamento favorece o comprometimento de alunos e colaboradores de forma a concretizar
ações transformadoras e propiciar benefícios reais a todos os envolvidos.
A extensão deve promover a abertura dos campi universitários àqueles que não se
encontram diretamente associados à vida acadêmica, dando assim maior amplitude e
ressonância às suas atividades, que concorrerão para elevar o nível educacional das
comunidades do entorno e o padrão de conhecimento técnico-científico presente nas
organizações com as quais se relaciona.
Amplia-se a visão de sala de aula, de espaço de produção de conhecimento, numa
dimensão tradicional, para se considerar sala de aula todo espaço, dentro ou fora do Centro
Universitário Senac, onde se realiza o processo educacional. Assim, a extensão
universitária observa e estabelece contato com a diversidade por meio do intercâmbio de
pessoas, conhecimentos e informações.
Alinhamento com a pesquisa e o ensino: as ações da extensão universitária são
desenvolvidas em sintonia com os projetos pedagógicos e com as pesquisas científicas do
Centro Universitário Senac, de forma a retroalimentar ambas as modalidades.
Contemporaneidade, atualização e inovação: a investigação e a procura por
inovação são de fundamental importância para as atividades de extensão, configurando-se
como um impulso para o desenvolvimento. Por meio de idéias criativas pode-se
potencializar as propostas, reduzindo custos, desenvolvendo novos produtos/serviços,
25
identificando novos canais de comunicação, simplificando processos e desenvolvendo o
potencial da comunidade acadêmica.
Interdisciplinaridade: quando presente nas atividades de extensão, potencializa
esforços devido à amplitude dos olhares sobre um objetivo ou problema social. A
integração das áreas de atuação, das modalidades e das parcerias é fundamental para
estimular a geração de conhecimento nessas atividades.
Internacionalização: a consonância com o mundo globalizado, a relação com
metodologias e conceitos diferenciados, bem como a busca por referências internacionais,
devem motivar o planejamento da extensão universitária.
Participação efetiva de alunos: as ações de extensão devem necessariamente
contar com a participação de alunos em todo o processo de elaboração e execução da
proposta, registro e avaliação dos resultados.
Organização e suporte: as atividades de extensão devem fundamentar-se em
procedimentos e fluxos institucionais, de modo a padronizar e potencializar sua
concretização.
Registro e avaliação: a avaliação das atividades de extensão é realizada
periodicamente, de forma a identificar os modos e motivos pelos quais as concepções das
ações se configuram, quais os objetivos sugeridos e se esses têm sido alcançados. A
documentação e os registros são imprescindíveis para a construção do histórico dos
processos das atividades. A avaliação deve ser entendida como um processo contínuo de
aprendizagem.
Política de gestão administrativa e acadêmica
A proposta de gestão do Centro Universitário Senac é orientada para favorecer a
articulação das dimensões acadêmicas e administrativas com eqüidade no tratamento entre
as diferentes áreas do saber, e busca a unificação de esforços no gerenciamento de
diferentes unidades educacionais, resultando na inserção ativa da instituição no contexto
local e regional.
A gestão é norteada pelos princípios éticos, da participação e do trato responsável
com os recursos humanos e financeiros, como valores que orientam as ações empreendidas,
tendo como objetivo a otimização dos recursos orçamentários, o aperfeiçoamento dos
processos administrativos e o estabelecimento de prioridades.
As diretrizes de gestão contemplam a transparência dos atos administrativos e
acadêmicos, bem como o envolvimento de professores, técnicos administrativos e alunos.
Todos os esforços são dirigidos para melhorar continuamente a atividade fim do Centro
Universitário Senac, estruturando-se nas seguintes bases de gestão:
Pessoas: recrutamento, seleção, capacitação, qualificação e motivação do pessoal
docente e do corpo-técnico administrativo, estimulando a utilização de métodos e técnicas
diversificadas, contribuindo para a manutenção dos padrões institucionais de qualidade na
docência, no atendimento e nos serviços prestados, inclusive por terceiros.
Infraestrutura: administração e direcionamento de recursos financeiros para
otimização do espaço físico e de condições para execução adequadas das atividades
acadêmicas e administrativas, com recursos pedagógicos e tecnológicos inovadores.
Informação: acesso às comunidades acadêmica e externa com propósito de oferecer
suporte ao desenvolvimento contínuo do ensino, pesquisa e extensão realizados na
26
instituição, de modo a utilizar e agregar valores às novas tecnologias disponíveis,
enfatizando a atualização das bibliotecas, seus equipamentos, acervos físicos e eletrônicos.
Comunicação: existência de um sistema eficaz de comunicação, disponível à
comunidade acadêmica e ao público externo, e de uma rede de informações para o melhor
desempenho da gestão acadêmica.
Financeira: priorização da manutenção de recursos destinados ao desenvolvimento
das atividades acadêmico-administrativas e incentivo ao acesso a programas de estímulo
educacional.
Avaliação institucional: identificação e incentivo de possibilidades para a melhoria
dos processos acadêmicos e administrativos no âmbito corporativo.
Participação: administração compartilhada por colegiados, como o Conselho
Superior Universitário (Consuni), o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe),
conselhos de cursos e de modalidades, fortalecendo princípios éticos e a participação
comunitária.
Política da educação a distância
O Centro Universitário Senac reconhece a educação a distância como “modalidade
educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e
aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em
lugares ou tempos diversos“26. Sua implantação obedece às normas estabelecidas pela
legislação educacional, buscando satisfazer as necessidades de formação e qualificação
profissional exigidas pelo mundo contemporâneo e contribuindo para o aumento das
possibilidades de acesso à educação.
Implantada em 2004 no ensino superior, na forma de apoio ao ensino presencial, a
utilização de ambientes virtuais foi expandida para todos os cursos de graduação, para todas
as unidades que oferecem pós-graduação e para cursos de extensão universitária. Além
disso, de acordo com a legislação vigente, a modalidade também passou a ser utilizada
como carga horária nos cursos de pós-graduação lato sensu e de graduação reconhecidos.
Atualmente o Centro Universitário Senac está credenciado para a oferta de curso de
pós-graduação lato sensu de educação a distância. Essa expansão na utilização da
modalidade condiz com a missão institucional do Senac São Paulo para a área de educação
a distância e com a meta estabelecida no plano operacional da instituição de consolidar essa
modalidade no ensino superior pela construção de um programa constituído por recursos
humanos capacitados, material didático adequado e um projeto pedagógico bem definido.
Valores que norteiam as ações da EAD do Centro Universitário Senac
Integração com políticas, diretrizes e padrões de qualidade definidos para o ensino
superior como um todo.
26
BRASIL. Decreto 5622 de 19 de dezembro de 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/AC 2004-2006/2005/Decreto/D5622>. Acesso em 14 fev.2008
27
Proposta pedagógica para a modalidade de educação a distância baseada na
construção do conhecimento e na interação pessoa-pessoa, mediada por tecnologias
educacionais, respeitando as características do público a que se destina.
Atuação em consonância com a proposta pedagógica da instituição, garantindo a
qualidade e eficiência educacional e administrativa nos cursos oferecidos nessa
modalidade.
Adequação de infra-estrutura que inclui tecnologias de informação e
comunicação nas atividades de ensino e aprendizagem baseadas em teorias educacionais
consistentes, sistema de gerenciamento da aprendizagem e sistema integrado de gestão
acadêmica e apoio e suporte aos docentes e discentes.
Produção de material didático de qualidade que priorize a interatividade entre
alunos e professores.
Equipes profissionais qualificadas e multidisciplinares e desenvolvimento
profissional constante do corpo docente e do corpo técnico administrativo através de
programas de capacitação.
Regulamentação da modalidade atendendo à legislação vigente e tendo seu
funcionamento regido pelos regulamentos do ensino superior.
Realização de avaliação contínua, estudos e pesquisas acerca do desenvolvimento
da educação a distância e uso de tecnologias da informação e comunicação.
Existência de projeto de educação a distância para o ensino superior, construído de
forma democrática pelas diversas áreas envolvidas e contemplando etapas bem definidas e
instrumentos de acompanhamento, gestão e avaliação constantes.
Estabelecimento de convênios e parcerias visando o intercâmbio de conhecimento
e tecnologia.
A responsabilidade socioambiental no Centro Universitário Senac
Ao buscar o cumprimento de sua missão de desenvolver ações integradas e
inovadoras de conhecimentos avançados a fim de contribuir para a formação de lideranças
e para transformações pessoais, organizacionais e sociais, o Centro Universitário Senac tem
fortalecido a participação de alunos e colaboradores em eventos e projetos de intervenção
comunitária.
Pretende-se contribuir, a longo prazo, para o desenvolvimento comunitário, em
especial das comunidades do entorno de seus campi, a partir de programas institucionais
integrados, multidisciplinares e atemporais, que centralizem projetos cujos focos estejam no
intercâmbio e na produção de conhecimentos entre alunos, professores, funcionários,
comunidade e suas organizações representativas.
Todos os projetos de extensão deverão permanecer centralizados, com a
possibilidade de criação de novos programas de acordo com as demandas manifestadas, de
forma a não restringir suas temáticas. Atualmente, estão organizados da seguinte forma:
Programa de desenvolvimento local
Foi criado para melhorar as condições de vida e de convívio social de uma
determinada localidade. A idéia é passar de uma situação configurada para outra melhor,
28
planejada por uma visão coletiva, integrada com todos os setores da sociedade e todos os
ativos da comunidade. O programa de desenvolvimento local é concretizado por meio das
Redes Sociais, padrão alternativo de organização que facilita a articulação entre as
organizações da sociedade civil de um determinado local, potencializando ações e
conquistando autonomia. O Centro Universitário Senac é membro de três redes. São elas:
Rede Social Campo Grande
Criada em 2004 e formada por 20 organizações da sociedade civil, se reúne
mensalmente no Campus Santo Amaro, sempre às terceiras quintas-feiras do mês, para
conversar, trocar experiências, elaborar projetos sociais e eventos em conjunto e
principalmente para se fortalecer como grupo.
Rede Social Campos do Jordão
Iniciou seus encontros em 2006 com 46 organizações da comunidade jordanense.
Tem como objetivo dialogar sobre assuntos de interesse comum da comunidade para o
desenvolvimento de ações que resultem em soluções por meio de projetos.
Rede Social Águas de São Pedro
Teve início em fevereiro de 2007 e está em um processo de construção diferenciado,
já que o município não conta com muitas organizações da sociedade civil. Formada
basicamente por empresas, a Rede trabalha de forma a alinhar interesses coletivos e
fortalecer ações para a aproximação com a comunidade e o desenvolvimento local. No
momento, os encontros não estão sendo realizados, pois as estratégias estão sendo
reformuladas.
Programa oficinas solidárias
Centraliza projetos de extensão universitária que têm como objetivo oferecer
gratuitamente à comunidade oficinas e cursos breves de capacitação profissional. Todas as
oficinas são planejadas, organizadas, ministradas e avaliadas por alunos Bolsistas do Centro
Universitário Senac, supervisionados por um docente. A vivência contribui para a fixação
de conceitos aprendidos em sala de aula, além da compreensão das dificuldades enfrentadas
pela comunidade para inserção no mercado de trabalho.
Programa de desenvolvimento e aplicação de tecnologias
Reúne projetos de extensão universitária que tenham como ponto de partida a
implantação de metodologias para levantamento e análise de dados para posterior estudo e
desenvolvimento de produtos ou serviços que beneficiem com informações ou técnicas
inovadoras uma dada comunidade ou instituição, contribuindo com subsídios para
realização de seus trabalhos.
Programa de reconhecimento comunitário
Seus projetos estão unidos pela proposta de aproximação do Centro Universitário
Senac com a comunidade, em especial com comunidades do entorno de seus campi, por
meio de atividades de reconhecimento, participação e integração. Com o objetivo criar um
canal de diálogo com a comunidade, alunos e docentes conhecem realidades diferentes,
trocam experiências e aprendem com esse processo.
29
Programa biblioteca na comunidade
Contempla atividades promovidas por funcionários das bibliotecas dos campi em
contribuição ao desenvolvimento comunitário local. As ações vão desde o acesso gratuito
ao acervo e à internet até a implantação de salas de leitura e campanhas de arrecadação de
agasalhos e brinquedos.
Programa esporte e cidadania
Concentra todos os projetos de extensão cujos focos sejam a promoção do bem-estar
e da qualidade de vida da comunidade onde os campi estão inseridos por meio de eventos e
atividades esportivas, de lazer e recreação. O esporte é tratado como vivência de valores
positivos, tais como trabalho em equipe, disciplina e superação.
O desenvolvimento comunitário será realizado principalmente com o aumento
gradativo do engajamento e a articulação cada vez maior do grupo de docentes que
coordenam a área de iniciativas sociais da extensão universitária em cada área do
conhecimento com as atividades de pesquisa e ensino. Para tanto, o Centro Universitário
Senac incentiva o conhecimento das ações pela comunidade acadêmica, fomenta a
elaboração de projetos interdisciplinares, executa atividades em conjunto com a
comunidade e, acima de tudo, registra e avalia resultados obtidos.
Essa ampla articulação da gestão dos projetos será refletida na quantidade de
alunos que participam ativamente das iniciativas sociais promovidas pelos campi, em
especial no aproveitamento de seus resultados.
A participação dos alunos nas iniciativas sociais pode se dar através de atividades
complementares ou na condição de bolsistas de extensão. O programa de bolsas de
extensão visa estimular e reconhecer à participação dos alunos em ações educacionais que
contribuam para sua formação profissional e desenvolvimento pessoal. Os bolsistas são
orientados e avaliados pelos respectivos coordenadores das atividades nas quais se
inscreveram por meio de edital e documento de diretrizes do programa de bolsas do Centro
Universitário Senac.
A mobilização cada vez maior de alunos para participação nas iniciativas sociais do
Centro Universitário Senac tem como objetivo fundamental o contato direto com outros
setores da sociedade para:
testar conceitos e produzir novos conhecimentos a partir de demandas levantadas
pela proximidade com a comunidade, aprendendo também com esse processo;
a transferência do conhecimento acadêmico e popular por meio da relação dialógica
com a sociedade, que é, em longo prazo, transformadora;
a promoção da cidadania e da inclusão social por meio de ações que ao mesmo
tempo formam o aluno consciente e oferecem à sociedade recursos desconhecidos
como forma de exercerem direitos e deveres;
a promoção da qualidade de vida de alunos e colaboradores com o desenvolvimento
de competências e habilidades necessárias ao desempenho profissional, alicerçadas
em atitudes socialmente responsáveis, éticas e solidárias;
a conservação do meio ambiente pela sensibilização, conscientização e mobilização
de alunos e funcionários;
a preservação dos patrimônios cultural e artístico com ações que buscam
desenvolver o potencial da comunidade local e a aproximação com grupos de
líderes comunitários;
30
o desenvolvimento regional, considerando o impacto social que as ações exercem
tanto na comunidade acadêmica quanto na sociedade, a curto, médio e longo prazos.
Assim, o aumento gradativo da participação em projetos de extensão pela
comunidade acadêmica afeta indiretamente o desenvolvimento econômico e social do local
onde as atividades acontecem. Ao proporcionar ao aluno condições e meios de repensar e
intervir nas comunidades, ao tratar de problemas sociais específicos e ao prover uma sólida
formação humana e profissional, agrega-se valor à sua trajetória como cidadão produtivo,
consciente, engajado e comprometido com as questões da sociedade.
Influenciando diretamente o processo de desenvolvimento comunitário local, o
Centro Universitário Senac destaca a metodologia de indução em implantação nos três
campi por meio do relacionamento com as Redes Sociais. As redes, ancoradas em
princípios de igualdade, democracia e cooperação, são representações da comunidade que
se organizam para fins comuns, tendo como meta a transformação social do seu bairro.
A missão dessa inovadora metodologia é promover o desenvolvimento local por
meio de ações socioeducacionais que capacitem, integrem e mobilizem pessoas e
organizações para a melhoria de vida das comunidades onde o Senac atua. A idéia é passar
de uma configurada situação para outra melhor, planejada por uma visão coletiva, integrada
com todos os setores da sociedade e todos os ativos de uma comunidade, e que gere
crescimento econômico, promova o desenvolvimento social e preserve o meio ambiente,
levando em conta as gerações futuras.
Para tanto, inicialmente, mobilizam-se lideranças sociais atuantes no entorno dos
campi para a formação de uma rede social, isto é, um grupo que realiza projetos coletivos.
A partir da reunião dessas lideranças, é formada uma comissão cujos esforços se
concentram na execução do plano de desenvolvimento local, que prevê a elaboração de um
diagnóstico participativo de um determinado local previamente escolhido pela comunidade.
Finalizado o diagnóstico, a comissão busca um alinhamento com o poder público e o
mercado não só para identificar uma agenda de prioridades locais, mas para fortalecer as
ações propostas, de forma que os trabalhos sejam feitos de forma coletiva. Paralelamente, é
criado um plano de captação de recursos para realização dos projetos, além de um sistema
de avaliação. Por último, é estabelecido um fórum comunitário de desenvolvimento local,
prevendo a sustentabilidade e o monitoramento das ações.
Com a implantação dessa metodologia, o Centro Universitário Senac terá, a longo
prazo, subsídios mais evidentes das necessidades e potencialidades dos bairros próximos
aos campi, o que contribuirá para a elaboração de projetos sociais mais alinhados aos
desafios identificados e, consequentemente, para o alcance de resultados de maior impacto
social e portanto de efetiva transformação das comunidades.
O Centro Universitário Senac acredita que se os alunos e docentes desenvolverem
projetos com o olhar para o entorno que o cerca e propuserem alternativas reais de
intervenção, os aspectos ligados à promoção da cidadania e inclusão social ganham
destaque.
Registrar, organizar e avaliar o andamento das iniciativas sociais do Centro
Universitário Senac é um objetivo constante da Diretoria de Extensão, alicerçado em
especial pela alimentação de dados da ferramenta eletrônica já disponível na intranet da
instituição: o infoextensão. O sistema, além de receber anualmente propostas de projetos,
centraliza todas as informações de andamento, repercussão e resultados das ações.
Até 2012, pretende-se consolidar ainda mais o uso dessa ferramenta como forma de
31
registrar, administrar e avaliar os projetos como um todo, contribuindo para a transparência
dos processos, haja vista que o acesso é livre a todos os funcionários da instituição. Estão
previstas análises periódicas promovidos pelos usuários para adequação às demandas e às
melhorias gradativas. A sensibilização para uso sistemático da ferramenta é constante.
Também se busca uma aproximação cada vez maior do Centro Universitário Senac
com a comunidade local por meio de eventos gratuitos que colaborem para a formação de
pessoas com consciência do seu papel no contexto social e que utilizem seu potencial
criativo na transformação da realidade em que estão inseridas.
Como destaque, tem-se o desafio de implantar e estimular a aderência cada vez
maior ao evento Dia da Responsabilidade Social, incentivado pela Associação Brasileira de
Mantenedoras de Ensino Superior, cujo objetivo é realizar anualmente, em setembro, nas
dependências das instituições associadas, como é o caso do Centro Universitário Senac, um
conjunto de atividades organizadas para comunidade local. São oferecidas palestras,
oficinas, apresentações artísticas e culturais, além de atendimentos gratuitos durante o
evento. O Centro Universitário conquistou o selo da ABMES que garante e reforça uma
instituição socialmente responsável
Alinhado aos esforços pelo desenvolvimento sustentável das comunidades locais,
está o Sistema de Gestão Ambiental do Centro Universitário Senac, que progride à medida
que respeita a legislação, normas e demais requisitos ambientais aplicáveis às suas
atividades, produtos e serviços; contribui para o desenvolvimento sustentável, incorporando
a variável ambiental nos seus processos de gestão e nos seus projetos de ensino,
treinamento e capacitação; atua como agente de desenvolvimento e disseminação de
práticas e posturas ambientalmente responsáveis.
Os esforços do grupo de trabalho se dirigem especialmente para a sensibilização
das comunidades acadêmica e da que é vizinha aos campi, para incorporação dos conceitos
do Sistema de Gestão Ambiental, tais como de uso racional da água e de energia elétrica,
gerenciamento integrado de materiais e resíduos, além da coleta seletiva; e nas adequações
estruturais necessárias para minimizar prejuízos aos recursos naturais.
No Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro destaca-se o Espaço Braille,
criado em 2004 e gerido pela biblioteca, para contribuir, a longo prazo, na legitimação da
cultura de cidadania e compromisso social da instituição. O Espaço contribui diretamente
com a inclusão social de crianças, jovens, adultos e idosos portadores de necessidades
visuais por meio de serviços gratuitos oferecidos.
São disponibilizados equipamentos, programas, serviços e materiais, além da
oportunidade de integração social com a comunidade interna de alunos e colaboradores. O
Espaço oferece cinco computadores distribuídos pelo ambiente da biblioteca com programa
de voz (DosVox); dois computadores com Jaws e Magic, direcionados para o ensino de
informática; um computador com Openbook; três lupas eletrônicas ligadas a três televisões
de 29 polegadas; máquina de escrever eletrônica em braille, com voz, que também é usada
na aula básica de braille; e impressora braille. Outros serviços disponíveis são empréstimos
de livros (em tinta, braille ou áudio), DVDs, fitas e CDs de música; conversão de materiais
impressos em formatos acessíveis; e impressão em braille.
Espera-se que até 2012, com as ações de sensibilização, mobilização e divulgação
das iniciativas sociais do Centro Universitário Senac, a comunidade acadêmica se aproprie
cada vez mais da elaboração e gestão dos projetos de extensão e ações socialmente
responsáveis como um todo. Dessa forma, potencializam-se resultados e impactos sociais
na comunidade e na vida profissional de alunos e colaboradores.
32
Ao cumprir sua missão de instituição educacional comprometida socialmente com
o desenvolvimento de ações integradas e inovadoras de conhecimentos avançados, a fim de
contribuir para a formação de lideranças e para transformações pessoais, organizacionais e
sociais, o Centro Universitário Senac também se compromete com a ética e a transparência
em todas as suas relações. Esforça-se, portanto, cada vez mais para contribuir com a criação
de um ambiente social saudável para as gerações presentes e futuras a partir dos estímulos
participativos e da integração com as comunidades onde atuam seus campi.
33
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SILVA, Edevaldo Alves. A função social da universidade. Tendências/Debates. Folha de
São Paulo, 03 de maio de 2005.
35
Expediente
Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro
Av. Eng. Eusébio Stevaux, 823 São Paulo – SP
CEP 04696-000 Tel. (11) 5682-7300
[email protected]
Unidades de Ensino Descentralizadas:
Centro Universitário Senac – Campus Águas de São Pedro
Pq. Dr. Octávio de Moura Andrade, s/nº Águas de São Pedro - SP
CEP 13525-000 Tel. (19) 3482-7000
[email protected]
Centro Universitário Senac – Campus Campos do Jordão
Av. Frei Orestes Girardi, 3549 Campos do Jordão – SP
CEP 12460-000 Tel. (12) 3668-3001
[email protected]
Unidades que Ofertam Pós Graduação – Lato Sensu:
Senac – Unidade Aclimação
Rua Pires da Mota, 838 - Aclimação - São Paulo - SP
CEP 01529-000 Telefone (11) 3795-1299
[email protected]
Senac – Unidade Jabaquara
Av. do Café, 298 - Jabaquara - São Paulo - SP
CEP 04311-000 Telefone (11) 2146-9150
[email protected]
Senac – Unidade Lapa Faustolo
Rua Faustolo, 1347 - Lapa - São Paulo - SP
CEP 05041-001 Telefone (11) 2185-9800
[email protected]
Senac – Unidade Lapa Scipião
Rua Scipião 67 - Lapa - São Paulo - SP
CEP 05047-060 Telefone (11) 3475-2200
[email protected]
Senac – Unidade Lapa Tito
Rua Tito, 54 - Vila Romana - São Paulo - SP
CEP 05051-000 Telefone (11) 2888-5500
[email protected]
36
Senac – Unidade Nove de Julho
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar - Bela Vista - São Paulo - SP
CEP 01313-020 Telefone (11) 2182-6900
[email protected]
Senac - Unidade Osasco
Rua Dante Batiston, 248 - Centro - Osasco - SP
CEP 06013-030 Telefone (11) 2164-9877
[email protected]
Senac – Unidade Santa Cecília
Al. Barros, 910 - Santa Cecília - São Paulo - SP
CEP 01232-000 Telefone (11) 2178-0200
[email protected]
Senac – Unidade Santo André
Rua Ramiro Colleoni, 110 - Centro - Santo André - SP
CEP 09040-160 Telefone (11) 2842-8300
[email protected]
Senac - Unidade Tiradentes
Av. Tiradentes, 822 - Luz - São Paulo - SP
CEP 01102-000 Telefone (11) 3336-2000
[email protected]
Senac - Unidade Bauru
Av. Nações Unidas 10-22 - Centro - Bauru - SP
CEP 17010-130 Telefone (14) 3321-3199
[email protected]
Senac – Unidade Campinas
Rua Sacramento, 490 - Centro - Campinas - SP
CEP 13010-210 Telefone (19) 2117-0600
[email protected]
Senac - Unidade Itu
Rua Maestro José Victório, 137 (Sede do Sincomércio) - Centro - Itu - SP
CEP 13300-075 Telefone (11) 4023-4881
[email protected]
Senac - Unidade Jundiaí
Rua Vicente Magaglio, 50 - Jardim Paulista - Jundiaí - SP
CEP 13208-283 Telefone (11) 3395-2300
[email protected]
Senac – Unidade Presidente Prudente
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