Planeamento da Educação Física: Modelos de Leccionação. António Rosado Modelos Vigentes • Modelo por Ciclos de Actividades ou Blocos • Modelo por Etapas • Modelo “Misto” Características dos 2 principais modelos Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • Modelo Tradicional • Mais recente. em Educação Pouco utilizado, Física. Mais mas em utilizado pelos “crescendo”. profissionais. • Maior referência • Menor referência nos Programas nos Programas Nacionais. Nacionais. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS GERAIS DOS PROGRAMAS NACIONAIS DE E. F. 1. “OS PROGRAMAS FORAM ELABORADOS NA PERSPECTIVA DE QUE A SUA APLICAÇÃO NÃO SERÁ UMA SIMPLES SEQUÊNCIA DE ACÇÕES DE CADA MATÉRIA, EM BLOCOS SUCESSIVOS, CONCENTRANDO EM CADA BLOCO A ABORDAGEM DE CADA MATÉRIA (MODALIDADE).” 2. “NO QUADRO DAS ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS GERAIS DO GRUPO, O PROFESSOR DEVERÁ ELABORAR O PLANO ANUAL ADEQUADO A CADA TURMA, BASEANDO-SE NAS CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO INICIAL.” 3. “A AVALIAÇÃO INICIAL CONSTITUI O OBJECTO DA PRIMEIRA ETAPA DE TRABALHO, NO INÍCIO DO ANO LECTIVO E A SUA FUNÇÃO CONSISTE EM DETERMINAR AS APTIDÕES E DIFICULDADES DOS ALUNOS NAS DIFERENTES MATÉRIAS....” 4. “..A PARTIR DAÍ, O PROFESSOR DEVE ESTABELECER AS GRANDES ETAPAS DO ANO LECTIVO.....” 5. “ NA ORGANIZAÇÃO DO PLANO DE TURMA E NA CONCRETIZAÇÃO DE CADA UMA DAS ETAPAS, O PROFESSOR DEVE BASEAR-SE NA AVALIAÇÃO FORMATIVA BEM COMO NOS PROCESSOS APLICADOS NAS ETAPAS ANTECEDENTES....” Características dos modelos Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • Bloco: Conjunto de aulas sobre a mesma matéria desportiva. • Etapa: período ou fase do ano durante o qual se procura alcançar determinados objectivos. • Distribuição dos • Distribuição dos conteúdos: maior conteúdos: concentrados e distribuição temporal determinados pela rotação exigindo defesa de por espaços. espaços polivalentes e da prioridade do plano de turma. Características dos modelos Modelo por “Blocos” • Aprendizagens motoras (técnicas e tácticas) tendencialmente concentradas. • No entanto, não são concentradas noutras áreas formativas (condição física, atitudes e valores). Modelo por “Etapas” • Aprendizagens no domínio motor (técnicas e tácticas) tendencialmente distribuídas. Distribuição/Concentração Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • Ajusta-se bem a competências que se aprendam/desenvolvam de forma concentrada e a objectivos de expressão e sensibilização, onde a dominante não seja a aquisição e retenção duradoura do aprendido. • Ajusta-se a aprendizagens que necessitem de alguma distribuição temporal, a aquisições fundamentais, a consolidar e a reter de forma relativamente permanente. Características dos modelos Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • Objectivos definidos por blocos desportivos: a alcançar no final do bloco. • Objectivos anuais não tem presença evidente. • Não existe hierarquização clara de objectivos. • Maior orientação para objectivos de expressão e sensibilização. • Definição de objectivos anuais … após a avaliação inicial. • Hierarquização de objectivos e objectivos prioritários bem definidos. • Orientação para um leque mais restrito de objectivos considerados essenciais. • Acentua a retenção/fixação de aspectos básicos. Características dos modelos Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • As aquisições de uma unidade didáctica não são tratadas nas restantes. • As aquisições de uma etapa são objecto de atenção nas etapas seguintes (“ciclos” de revisão, de aperfeiçoamento, de consolidação). Características dos modelos Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • Não existem “ciclos” de revisão, nem consolidação (eventualmente nas aulas finais das U.D.) • Revisão no início dos anos, depois de férias, no final dos períodos e dos anos lectivos. Características dos modelos Modelo por “Blocos” • Aulas geralmente monotemáticas (um só desporto). • Unidade didáctica: conjunto de aulas sobre um mesmo desporto. Modelo por “Etapas” • Aulas tendencialmente politemáticas (vários desportos na mesma sessão). • Unidade didáctica: conjunto de aulas muito semelhantes, com os mesmos conteúdos e/ou com a mesma função didáctica. Características dos modelos Modelo por “Blocos” • Modelo por “Etapas” • Avaliação Inicial tende a fazer-se no interior de cada bloco desportivo. • Planificação inicial, tendencialmente mais geral para todas as turmas pois não existe uma visão global que permita a diferenciação inicial. • Avaliação Inicial sobre todas as matérias desportivas e Condição Física (protocolos de ava.Inicial). • Facilita a individualização de um Plano de Turma. Características dos modelos Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • Programação inicial mais definitiva. • Programação por etapas, de duração mais imprevisível. • Programação anual definida sem avaliação inicial. • Programação definida após avaliação inicial. Características dos modelos Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • Menor individualização ( o “bloco” acaba para todos), menor diferenciação do ensino. • Maior individualização e respeito por ritmos diferenciados de aprendizagem (alguns alunos numa matéria e os restantes noutra). • Maior inclusividade. • Menor inclusividade. Características dos modelos Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • Sequência das U.D. definidas, dominantemente, por critérios externos (rotação por instalações). • Sequência de etapas e unidades de ensino definidos internamente (referência Plano de Turma) Características dos modelos Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • U.D. com uma duração estabelecida à priori, tendencialmente igual para todas as modalidades nucleares. • Etapas e unidades de ensino de duração variável em função do nível dos alunos e atendendo à hierarquização dos objectivos (essenciais, mínimos, de sensibilização, etc.) Características dos modelos Modelo por “Blocos” • Não existe uma estrutura de programação intermédia entre o plano anual e a unidade didáctica. • 1ª fase do ano: Início de uma U.D. Modelo por “Etapas” • Existem as etapas: estruturas intermédias entre os planos anuais e as unidades de ensino ou didácticas. • 1ª Fase do ano: Etapa de Revisão e Avaliação Inicial. Características dos modelos Modelo por “Blocos” • Maior descontinuidade (várias “disciplinas” independentes no interior da disciplina de Educação Física). • Controlo da turma facilitado. Um só tema e, tendencialmente, mais homogeneidade das práticas. Modelo por “Etapas” • Maior continuidade na formação. • Controlo mais difícil (aulas politemáticas, exigindo estações e circuitos com grande diversidade de actividades). Características dos modelos Modelo por “Blocos” • Organização mais fácil para os professores (modelo habitual) e facilidade no tratamento dos conteúdos. • Ajustada ao “roulement” de instalações. • Permite maior autonomia dos docentes. Modelo por “Etapas” • Organização mais complexa (falta de experiência no modelo). • Exige espaços desportivos polivalentes na sua versão “pura” e que, muitas vezes, são difíceis de conseguir. • Exige mais trabalho em grupo (ex: gestão de recursos e materiais desportivos). Unidades Básicas de Programação Modelo por “Blocos” • Unidade Básica de Planificação: Plano de Aula. Modelo por “Etapas” • Unidade Básica: maior referência a uma unidade didáctica (várias aulas com a mesma função didáctica ou com os mesmos conteúdos pluri-temáticos) ou de ensino. A questão da avaliação formativa Modelo por “Blocos” • Só existe avaliação formativa informal/subjectiva. • Não existindo a possibilidade de considerar o efeito de FB que resulta da concretização de um bloco, limita-se as possibilidades da avaliação formativa. Modelo por “Etapas” • Existe, também, avaliação formativa “formal”. • No final de uma unidade de ensino ou etapa, o FB daí resultante determina as decisões seguintes (fundamento da avaliação formativa). Avaliação Sumativa e Classificação Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • Avaliação sumativa no final da U.D. • Classificação é, no essencial, resultado da média simples, ou ponderada, das avaliações sumativas de cada U.D. • Classificações intermédias são mais definitivas. • Avaliação sumativa no final dos períodos (preparando a classificação) e das etapas (FB global sobre o percurso formativo). • Classificação é resultado da apreciação do nível de concretização dos objectivos anuais. Referência Dominante Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • Referência dominante: o Desporto ou as Actividades Físicas (cada Actividade Física !) e a sua cultura específica. • Reflecte o peso cultural dos Desportos na Educação Física. • Referência dominante: A Educação Física e a construção de uma metodologia específica. Meios de Motivação Modelo por “Blocos” Modelo por “Etapas” • Meios de Motivação: acentua-se a referência cultural, o Desporto. Ex: “Aula de Futebol”. • Maior possibilidade de simular o meio desportivo e as ambiências desse meio. • Meios de Motivação: Acentua-se a variedade de estimulações. Ex: aula politemática. • O meio desportivo é algo descaracterizado. Modelo Misto • Modelo essencialmente por etapas. • Ajustado ao “roulement” de instalações. • Ajustado a espaços monovalentes ou pouco polivalentes. • Etapas mais definidas (imposição das rotações). • Pequenos blocos de um só desporto. • Unidade de Planificação: unidade de ensino (pequeno bloco de matéria) Modelo Misto • Os mesmos conteúdos estão distribuídos pelas etapas. • Permite distribuição das aprendizagens. • Permite ciclos de revisão, consolidação e aplicação. • Permite aulas poli e monotemáticas. • Permite simular o meio desportivo em fases de aplicação. • Corrige algumas das dificuldades dos dois modelos. NÍVEIS DE PLANEAMENTO NO MODELO POR ETAPAS 1. PLANO PLURI-ANUAL 2. PLANO ANUAL DE TURMA 3. PLANO DE ETAPA 4. PLANO DE UNIDADE DE ENSINO 5. PLANO DE AULA Modelo de Planeamento Anual Etapas: • Introdução: – Funções didácticas: Revisão e Avaliação Inicial. • Desenvolvimento: – Funções didácticas: – Aprendizagem/Desenvolvimento, – Desenvolvimento/Aplicação, • Conclusão: – Funções didácticas: Consolidação/Revisão. ETAPAS: 1ª - AVALIAÇÃO INICIAL 2ª e 3ª - APRENDIZAGEM / DESENVOLVIMENTO 4ª - DESENVOLVIMENTO / APLICAÇÃO 5ª - CONSOLIDAÇÃO / APLICAÇÃO / ANTECIPAÇÃO PLANO DE ETAPA A B C A B A – PREPARAÇÃO E ORGANIZAÇÃO B – APRENDIZAGEM E APERFEIÇOAMENTO C – REVISÃO E PREPARAÇÃO DA ETAPA SEGUINTE C 1º PERÍODO 2º PERÍODO 3º PERÍODO AVALIAÇÃO INICIAL APRENDIZAGEM DESENVOLVIMENTO DESENV. APLIC. CONSOL. ANTECIP. 6 SEMANAS 7 + 9 SEMANAS 5 SEMAN. 6 SEMAN. NATAL CARNAVAL PÁSCOA Modelo de leccionação por Etapas • Todos os grandes temas ao longo de todo o ano evitando o tema num período restrito do ano. • Avaliação inicial com protocolo técnico com todas as modalidades desportivas passíveis de leccionar. • Hierarquização e prioritização dos objectivos para esse ano. • Definição de objectivos anuais, “mínimos” e/ou essenciais. Grande compromisso com estes objectivos. Modelo de leccionação • Reflexão sobre o “Estatuto” dos Objectivos e das Matérias – Preocupação com a aquisição e a retenção de objectivos essenciais. – Definir os temas de simples sensibilização. – Temas integrados em aulas politemáticas garante: • Objecto de atenção em diversas etapas. • Ciclos de aprendizagem/ desenvolvimento, aplicação e de consolidação/revisão. 1. PLANO ANUAL DE TURMA ELABORADO DE ACORDO COM OS RESULTADOS OBTIDOS NO PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO INICIAL TENTANDO RENTABILIZAR AO MÁXIMO OS ESPAÇOS EXISTENTES PARA A PRÁTICA DA DISCIPLINA 1ª Etapa de Ensino Introdução – Apresentar o programa aos alunos. – Apresentar as competências técnicas, e de conhecimento e relação, esperadas no final do ano. – Rever aspectos essenciais do ano anterior. – Criar rotinas de aula. – “Recuperar” a condição física.... – Avaliação inicial. Planificação do ensino • 1ª Etapa: Etapa Introdutória ou de Avaliação Inicial • Avaliação Inicial: • Observação informal e formal em aulas “normais”. – Definir situações-critério que possam avaliar os diferentes níveis (protocolo de avaliação técnica). – Definição do nível da turma. – Definição de grupos por nível. – Detecção de alunos críticos. PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO INICIAL BADMINTON 1ªSituação: Em exercício critério, 1x1 com rede num campo de 6 metros Critérios de Êxito: O aluno coloca o volante ao alcance do companheiro, executando correctamente o clear e o lob; executa o serviço curto ou comprido. 2ªSituação: Em exercício critério, 1x1 com rede num campo de 6 metros Critérios de Êxito: O aluno cumpre com os critérios da situação anterior e realiza ainda as acções de: clear, lob, e remate de uma forma contínua e ampla, imprimindo uma trajectória descendente e rápida 1ªSituação: Os alunos que não tenham êxito estão no nível INTRODUÇÃO; enquanto que os alunos que tiveram êxito vão ser avaliados pelos critérios da 2ª situação 2ªSituação: Os alunos que não tenham êxito nesta situação estão no nível ELEMENTAR; enquanto que os que tiveram êxito estão no nível AVANÇADO. RESULTADOS DO PROTOCOLO Planificação Anual • Definição de objectivos diferenciados – Seleccionar e Prioritizar os objectivos anuais. – Especificar esses objectivos. – Ex: Definir uma matriz Objectivos/Comportamentos ou Indicadores – Seleccionar os Conteúdos – Ex: Definir uma matriz Objectivos/Conteúdos de Formação (conhecimentos e situações a experienciar). Plano de Turma • Planear as estratégias formativas: • Ex: Definir uma matriz Objectivos/ Estratégias a utilizar. • Sequencializar as experiências e conteúdos • Ex: Roteiro dos Conteúdos e Roteiro de Situações = “Progressão” do Ensino. • Planear a Avaliação Formativa – Sistemática: Protocolo de avaliação formativa. – Estratégias e Momentos da concretização. Planificação da Intervenção • Integrar, no planeamento, a avaliação sumativa (final do período, final do ano, final da etapa…). • Utilizar protocolos de avaliação para a avaliação inicial, formativa e sumativa. • ...Planear a participação dos alunos na avaliação. Modelo de leccionação • Trabalho por níveis (introdutório, elementar, avançado ) a definir e de acordo com os programas e a avaliação inicial. • Garantir a inclusividade – Alguns alunos numa matéria, os restantes noutra; maior respeito por níveis e ritmos diferenciados de aprendizagem. Intervenção • 2ª Etapa: Aprendizagem e Desenvolvimento – Aulas de desenvolvimento e aprendizagem das matérias definidas. Aulas com diversas especialidades e/ou monotemáticas? Pequenos Blocos? – Programa de conhecimentos associados. – Reforço sistemático da condição física de suporte. Intervenção na Etapa de Desenvolvimento/Aplicação Acompanhando as aprendizagens, evoluir para: – novos níveis técnicos/ aplicação em competições simplificadas e cada vez mais formais. – experiências de maior autonomia e iniciativa pessoal. – Possibilidade de maior responsabilidade pessoal e mais trabalho autónomo. – Acompanhadas de Avaliação Formativa sistemática. AULA 28 29 Data ETAPA 4 1 2 Matéria U.D. Aula da U. Didáctica 1 2 CONDIÇÃO FÍSICA x FUTEBOL x VOLEIBOL GINÁSTICA (a/s) x ATLETISMO x BADMINTON BASQUETEBOL 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 3 4 5 6 7 8 6 7 x 8 10 3 4 x 5 x x x x x x x x x x x Total PLANEAMENTO DA 4ª ETAPA - EXEMPLO 9 10 11 12 13 11 9 10 1 2 3 x 4 x 3 x 3 x 5 x x 6 x x 4 x x 3 Conclusão:Desenvolvimento/Con solidação • Etapa de Desenvolvimento/Consolidação. • depende do que aconteceu nas anteriores. – “Acertar” com os objectivos mínimos. – Recuperar “atrasos”. – Relembrar aquisições fundamentais. – Consolidação das fases anteriores. Consolidação/Revisão • Manter viva a memória das aprendizagens. – Simultaneamente criar novas exigências/ desafios técnicos. – Implementar conteúdos e situações de aperfeiçoamento de modo residual. Conclusão:Desenvolvimento/Con solidação • Consolidação/Revisão – Lançar novos desafios preparando um novo ano. – Suscitar participação na auto-avaliação. – Avaliação sumativa (protocolo de avaliação final, testes, etc.) – Classificação Final de Transição de ano.