ISSN 2179-4413
Volume 5 / Número 3/ Jul/Set – 2014
AVALIAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL EM IDOSOS
INSTITUCIONALIZADOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER
INDEPENDENCE FUNCTIONAL EVALUATION IN ELDERLY INSTITUTIONALIZED
WITH ALZHEIMER'S DISEASE
Juliana da Costa Santos PESSOA
RESUMO: Em decorrência do crescimento da população idosa no Brasil na atualidade,
torna-se importante considerar as condições de vida desses idosos. Neste sentido, este
trabalho objetivou avaliar a capacidade de realização das atividades da vida diária
(AVD’s) de pacientes portadores da doença de Alzheimer em uma instituição de longa
permanência (ILP), assim como identificar o perfil destes idosos, determinar a
incidência da DA nesta ILP. Este estudo contou com 14 pacientes idosos com
diagnóstico clínico de Doença de Alzheimer, que residem na Instituição de Longa
Permanência (ILP) Lar da Providência Carneiro da Cunha. Onde verificou que a
associação de algumas afecções com a doença de Alzheimer, pode contribuir ainda
mais, negativamente, na capacidade de realização de atividades da vida diária.
Percebe-se, portanto que um dos fatores de risco para o seu desencadeamento é a
idade.
Palavras-Chave: População, Rigidez Muscular, Transição Epidemiológica.
ABSTRACT: Due to the growth of the elderly population in Brazil today, it is important to
consider the living conditions of the elderly. Thus, this study aimed to evaluate the ability
to perform activities of daily living (ADLs) in patients with Alzheimer's disease in a long
term care facility (ILP) as well as identify the profile of these elderly, to determine the
incidence of AD in this ILP. This study included 14 elderly patients with clinical diagnosis
of Alzheimer's disease, residing in the Institution of Long-Term (ILP) Home of
Providence Carneiro da Cunha. Which found that the combination of certain conditions
with Alzheimer's disease, can further contribute negatively on the ability to perform
activities of daily living. It is clear, therefore, that one of the risk factors for its onset is
age.
Keywords: Population, Stiff, Epidemiological Transition.
1. INTRODUÇÃO
De acordo com pesquisas demográficas, tem-se constatado um acelerado
envelhecimento populacional global em decorrência de determinados fatores, tais
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como: melhorias no saneamento básico, vacinação, avanço tecnológico na área da
saúde, urbanização, entre outros. Associado a esse processo, tem-se destacado
também uma transição epidemiológica caracterizada por um aumento do número de
pessoas afetadas por demências, dentre elas a doença de Alzheimer (DA).
Segundo Oliveira e Wibelinger (2005) e Smith (1999), essa afecção é
caracterizada como neurodegenerativa progressiva e irreversível, de aparecimento
insidioso, que acomete adultos de meia-idade e, particularmente idosos, afetando a
substância cerebral, desencadeando a perda inexorável da função cognitiva e da
memória, bem como distúrbios afetivos e comportamentais. Rocha (2005) complementa
ainda que ela é caracterizada pela perda simétrica e seletiva de neurônios motores e
sensoriais.
Bertolucci e Romero (2003) afirmam que as alterações que ocorrem nas áreas
de cognição e comportamento levam a uma progressiva dependência na realização das
atividades da vida diária. Estes autores ainda apontam que, com a evolução da doença,
várias outras funções cognitivas são afetadas, como a orientação no tempo e no
espaço, a linguagem, a capacidade de decisão e a função social.
Assim, em decorrência do crescimento da população idosa no Brasil, torna-se
importante considerar as condições de vida dos idosos, em que 20% deles apresentam
algum grau de dependência para a realização de AVD’s ou atividades instrumentais
(NUNES, 2007). Neste sentido, tem-se aumentado a demanda de idoso em instituições
de longa permanência, com algum comprometimento da funcionalidade, seja
decorrente do próprio processo de envelhecimento ou em decorrência de alguma
afecção, como as demências (CHAIMOWICZ; GRECO, 1999).
Portanto, este trabalho buscou avaliar a capacidade de realização das atividades
da vida diária (AVD’s) de pacientes portadores da doença de Alzheimer em uma
instituição de longa permanência (ILP), assim como identificar o perfil destes idosos,
determinar a incidência da DA nesta ILP.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Universo e amostra da pesquisa
O universo da pesquisa foi composto por 14 pacientes idosos com diagnóstico
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clínico de Doença de Alzheimer, que residem na Instituição de Longa Permanência
(ILP) Lar da Providência Carneiro da Cunha, situado na Avenida Santa Catarina, nº 05,
Bairro dos Estados, na cidade de João Pessoa – PB. Já a amostra da pesquisa foi
caracterizada por 8 pacientes idosos com a doença de Alzheimer, sendo considerado
como critério de inclusão para o estudo que os pacientes estivessem participando do
tratamento fisioterapêutico oferecido pela própria ILP. E em relação ao ambiente da
pesquisa, o estudo foi realizado na própria instituição de longa permanência acima
apontada.
2.2 Instrumentos de coleta de dados
Os dados foram coletados por meio de um questionário aplicado a cada idoso,
através da técnica de observação direta e de entrevista. Este questionário corresponde
ao Índice de Katz, que avalia a capacidade de realização das atividades da vida diária.
Este questionário aborda itens sobre atividades como: tomar banho, vestir-se, ir ao
banheiro, continência e alimentação. E para cada atividade, há 03 escores
(independente, assistência e dependente) a serem escolhidos, que determinam o grau
de independência do indivíduo.
Entretanto, inicialmente, foi aplicado o Pequeno questionário portátil do estado
mental (Pfeiffer) com o objetivo de avaliar o comprometimento cognitivo de moderado a
grave, através de escores que determinam se o paciente está orientado ou se
apresenta um comprometimento intelectual brando, moderado ou severo.
O uso deste questionário está relacionado à facilidade de sua aplicação, assim
como ao objetivo de tentar determinar em que fase da doença o paciente se encontra,
uma vez que, na maioria das vezes, não havia determinada no prontuário do paciente a
fase, existindo apenas o diagnóstico de “Doença de Alzheimer”.
2.3 Procedimentos
Para a realização deste trabalho junto aos idosos com a doença de Alzheimer,
foi necessário procurar a gerência da instituição de longa permanência, a fim de obter a
autorização para a realização da pesquisa. Posteriormente, antes da aplicação dos
questionários, foi assinado um termo de consentimento livre e esclarecido pelos
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responsáveis dos idosos, baseado na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde, que disciplina a pesquisa com seres humanos, visando assegurar os direitos e
deveres que dizem respeito ao pesquisador, aos sujeitos da pesquisa. Neste termo de
consentimento livre e esclarecido, foram explicados e expostos os objetivos do estudo
aos participantes ou a seus representantes legais, com a finalidade de esclarecer
qualquer dúvida.
A coleta dos dados, referente ao Índice de Katz, foi realizada a partir dos
próprios sujeitos da pesquisa, através de observação direta no período de suas
atividades diárias, de informações contidas em seus prontuários e através de
informações obtidas pelos cuidadores dos sujeitos. Quanto à aplicação do Pfeiffer, este
foi realizado pela pesquisadora nos próprios participantes.
2.4 Análise dos dados
Os dados coletados foram tratados de forma qualitativa e quantitativa, com vista
a responder os indicadores, contidos nos questionários. A abordagem qualitativa
enfatizou os sintomas da doença de Alzheimer, assim como as suas fases e os
recursos fisioterapêuticos mais utilizados; já abordagem quantitativa registrou através
de medidas estatísticas descritivas (frequência, média e frequência relativa) a presença
dos sintomas na amostra desse estudo e o grau de independência destes indivíduos
quanto à realização das atividades da vida diária.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A amostra da pesquisa foi composta por 8 pacientes idosos, sendo todos do
sexo feminino. Quanto à faixa etária das participantes, constatou-se que apenas 1
paciente encontra-se na faixa etária de 71-80 anos; enquanto que as demais,
representada por 87,5%, estão na faixa etária de 81-90 anos, sendo a idade mínima de
76 anos e a idade máxima de 87 anos. De acordo com Rivera (2000), indivíduos com
idade acima de 65 anos e do sexo feminino apresentam maior risco de desenvolver a
doença de Alzheimer. No que se refere ao bloco de residência das participantes, 7
residem no Bloco Santa Catarina e só 01 mora no Bloco das Irmãs.
Em relação ao diagnóstico clínico, percebeu-se que 6 participantes apresentam
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como diagnóstico apenas a doença de Alzheimer; e só 2 idosas têm patologias
associadas à doença de Alzheimer, sendo uma com osteoartrose e a outra com fratura
de fêmur esquerdo.
A associação destas afecções com a doença de Alzheimer pode, no entanto,
contribuir ainda mais negativamente na capacidade de realização de atividades da vida
diária. É importante destacar que estas informações foram coletadas nos prontuários
fisioterapêuticos das pacientes.
Segundo os resultados obtidos através do Pequeno Questionário Portátil do
Estado Mental (Pfeiffer), todas as pacientes possuem um comprometimento intelectual
severo, já que apresentaram mais de 8 erros quanto às questões realizadas, conforme
o Quadro 1.
Quadro 1. Escore do Pfeiffer
Nível
Nº erros
Orientado o tempo todo
0-2 erros
Comprometimento intelectual brando
3-4 erros
Comprometimento intelectual moderado
5-7 erros
Comprometimento intelectual severo
8-10 erros
Torna-se necessário destacar que não existe um teste cognitivo perfeito e capaz
de determinar de forma isolada o diagnóstico das demências. Assim, Machado (2006)
explica a necessidade de realizar avaliações seriadas com a finalidade de promover um
acompanhamento de longo prazo, obtendo-se, portanto, informações mais fidedignas
para um diagnóstico correto. Mas, através do resultado obtido com a aplicação do
Pfeiffer, pode-se considerar se um paciente apresenta ou não um comprometimento
cognitivo.
A variável “independência funcional” foi avaliada através do Índice de Katz.
Assim, segundo o Figura 1, em relação ao banho, foi constatado que 87,5% das
pacientes são totalmente dependentes para a realização das atividades de higiene,
enquanto 12,5% necessitam de assistência para a realização desta atividade.
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Figura 1. Grau de independência das pacientes quanto ao banho.
87,5%
100%
80%
Necessitam de
assistência
60%
40%
Dependentes
12,5%
20%
0%
Rivera (2000) cita que a partir do estágio intermediário da doença, as atividades,
como o banho, começam a tornarem-se impossíveis de executar sem ajuda, em
decorrência dos movimentos passarem a ser cada vez menos precisos e coordenados.
Entretanto, deve-se ressaltar que alguns pacientes não participam ativamente da
atividade do banho, já que é mais cômodo e ágil para os cuidadores realizarem estas
atividades, em decorrência da grande quantidade de pacientes acamados e
dependentes.
Quanto ao ato de vestir-se, 87,5% das pacientes precisam que peguem suas
roupas e/ou vistam-nas, enquanto 12,5 necessitam de apenas de assistência.
Figura 2 Grau de independência das pacientes quanto ao ato de vestir-se.
12,5%
Necessitam de
Assistência
Dependentes
87,5%
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Segundo Garbellini (2004), a apraxia de vestir-se é um fato comum na fase mais
avançada da doença. De acordo com Bastos, Guimarães e Santos (2003), a força e a
coordenação motora estão comprometidas, podendo consequentemente comprometer
o simples ato de colocar roupas. Logo, estes autores explicam que as roupas a serem
utilizadas pelos pacientes com doença de Alzheimer devem ser fáceis de manusear,
largas e elásticas.
De acordo com a figura abaixo, no que se refere à ida ao banheiro, constatou-se
que 87,5% das pacientes são dependentes, o que significa dizer que não vão ao
banheiro para fazer suas necessidades; já 12,5% são independentes, indo ao banheiro,
fazendo a higiene e se vestindo sem ajuda.
Figura 3. Grau de independência das pacientes quanto à ida ao banheiro.
100%
87,5%
80%
Dependentes
60%
40%
Independentes
12,5%
20%
0%
Esta limitação deve-se ao fato que de o paciente com a doença de Alzheimer
torna-se cada vez mais dependente em suas atividades básicas, perdendo sua
estabilidade postural e sua capacidade de andar e sentar (RIVERA, 2000). Diante desta
informação, constatou-se que alguns pacientes fazem uso de fraldas geriátricas como
estratégia de minimizar o risco de quedas e o constrangimento psicológico.
Em relação à locomoção, 25% das pacientes são dependentes, ou seja, não
saem da cama e/ou cadeira; 62,5% necessitam de assistência para sentar e levantar da
cama e/ou cadeira; e 12,5% são independentes para esta atividade.
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Figura 4. Grau de independência das pacientes quanto à locomoção.
100%
Dependentes
62,5%
80%
60%
40%
25%
Necessitam de
assistência
12,5%
Independentes
20%
0%
Segundo Oliveira e Wibelinger (2005) e Garbellini (2004), desde o estágio
intermediário da doença vem ocorrendo o desenvolvimento de uma marcha arrastada,
com rigidez muscular generalizada associada à lentidão e à inadequação dos
movimentos, fazendo-se necessária a assistência nesta atividade.
No que se refere à continência, 87,5% das pacientes são dependentes,
apresentando quadros de incontinência urinária e fecal, já 12,5% são independentes,
apresentando controle esfincteriano.
Figura 5. Grau de independência das pacientes quanto à continência.
12,5%
Dependentes
Independentes
87,5%
De acordo com Freitas (1992), durante a fase mais avançada da doença, o
indivíduo perde o controle sobre seus esfíncteres, desencadeando a dupla
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incontinência, isto é, a incontinência intestinal e urinária. Esta situação é reforçada por
Bastos, Guimarães e Santos (2003) ao afirmarem que à medida que a doença progride,
o paciente manifesta-se com perda de inibições sociais, incontinência urinária e fecal e
abulia (perda da espontaneidade), devido à disfunção do lobo frontal.
Em relação à alimentação, 62,5% das pacientes são dependentes, 25% são
independentes, e somente 12,5% necessitam de assistência para realizar esta
atividade.
Figura 6. Grau de independência das pacientes quanto à alimentação.
100%
80%
Dependentes
62,5%
60%
40%
20%
25%
12,5%
Necessitam
de assistência
Independentes
0%
Percebe-se que a partir da fase intermediária da doença de Alzheimer,
geralmente ocorre um comprometimento na realização das atividades mais simples,
como se sentar à mesa para as refeições. Esta situação, em contrapartida, promove um
isolamento social do paciente com os demais integrantes da família (LEVY,
MENDONÇA, 2000).
De certa forma, pode-se constatar que os sintomas da doença de Alzheimer
interferem na vida do paciente, incapacitando-o de realizar determinadas tarefas da
vida diária, destacando-se principalmente, conforme a tabela a seguir, tomar banho,
vestir-se e continência.
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Tabela 1. Atividades da vida diária versus grau de independência.
ATIVIDADES
DEPENDENTES
NECESSITAM DE ASSISTÊNCIA
Tomar banho
Vestir-se
Ir ao banheiro
Locomover
Continência
Alimentar-se
87,5%
87,5%
87,5%
25%
87,5%
62,5%
12,5%
12,5%
-------62,5%
-------12,5%
INDEPENDENT
ES
------------12,5%
12,5%
12,5%
25%
É importante destacar que apesar da avaliação cognitiva destas pacientes,
através do Pffeifer, ter determinado um comprometimento intelectual severo, observouse que há pacientes que ainda são parcialmente dependentes para a execução de
algumas atividades da vida diária. Logo, diante deste contexto, não se pode afirmar que
estas pacientes se encontram na fase terminal da doença de Alzheimer, uma vez que,
segundo Oliveira e Wibelinger (2005) e Rivera (2000) para se determinar esta fase o
paciente deve apresentar um comprometimento grave de todas as funções cognitivas,
associado a incapacidade de andar, ser totalmente incontinentes e incapaz de
desempenhar qualquer AVD. Portanto, torna-se novamente importante explicar a
necessidade de realizar exames complementares para determinar de forma fidedigna a
fase em que se encontra o paciente.
4. CONCLUSÕES
A
doença
de
Alzheimer
pode
ser
considerada
como
uma
afecção
neurodegenerativa que tem uma grande incidência na população idosa, em decorrência
do aumento da expectativa de vida no país. Percebe-se, portanto que um dos fatores
de risco para o seu desencadeamento é a idade, visto que há um indivíduo afetado em
cada 20 pessoas com mais de 65 anos.
Além deste fator, pode-se destacar o sexo, o grau de instrução, a
hereditariedade, entre outros. Mas, independentemente da presença destes fatores de
forma associada ou não, deve-se ressaltar que esta afecção compromete o aspecto
cognitivo e físico do paciente, de forma que este se torne incapaz de realizar
determinadas tarefas da vida diária, assim como atividades de gerir sua vida
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profissional e emocional. Além do comprometimento direto do paciente, há ainda o
comprometimento da família e de todos aqueles que acompanham o paciente enfermo.
Nesse sentido, foi possível constatar neste trabalho que todas as pacientes
avaliadas possuem um comprometimento intelectual severo, já que não conseguiram
responder corretamente as 10 questões apresentadas. Quanto ao grau de
independência para as AVD´s, o banho, o ato de vestir-se, a ida ao banheiro e a
continência foram consideradas as atividades que as idosas apresentam maiores
dificuldades, sendo, portanto representada por 87,5% como dependentes.
Já em relação à locomoção, a maioria das idosas (62,5%) necessita de
assistência para sentar e levantar da cama e/ou cadeira. E no que se refere à
alimentação, 62,5% das pacientes são dependentes, porém, 25% são independentes,
tendo sido esta a atividade com o maior grau de independência funcional da pesquisa.
Conclui-se que ainda a necessidade de um maior aprofundamento do
conhecimento sobre a doença de Alzheimer, uma vez que esta compromete
significativamente na independência funcional do idoso, assim como em sua
autonomia. Chama-se também a atenção para a necessidade de uma atuação multi e
interdisciplinar com objetivo maior de promover ao idoso uma melhor qualidade de vida.
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